Ironias de Uma Vida escrita por ThatzFer


Capítulo 6
Cap. 6 – Praia




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Cap. 6 – Praia

         A praia estava vazia – claro que estava vazia, quem iria pra praia de madrugada? – e a lua estava brilhando no céu, cheia e prateada. Na verdade era um ambiente perfeito para um romance, mas eu não estava vivendo um, e menos ainda meus primos. Então tirei esses pensamentos estranhos da minha cabeça – “Mamma, o que é isso? Romântica, eu?”, pensei – e sentei na areia.

- O que vocês estão esperando? Sentem aí! – falei, ao ver que nem Bill, nem Tom haviam sentado.

- Ahn... – então Bill fez uma cara de ‘Ai, peguei nojinho’, que me fez cair na risada! Como é, um marmanjo daqueles estava com nojo de sentar na areia?!

- Espere aí, você ta com nojo de sentar na areia? Anda, Bill, em Berlim não tem praia, então aproveite enquanto está aqui! Olhe só pra essa lua maravilhosa e esse mar à sua frente! Solte o espírito romântico que há em você, Bill, eu já li suas composições – mentira, eu nem sabia que ele compunha até Marizza deixar cair uma pilha de folhas com as letras das músicas dele – e sei que você se tornou um cara bem meloso, err, digo, romântico! Então senta logo aí ou, se preferir, se joga no mar, garanto que a água está quentinha!

Eu disse aquilo tudo mesmo? Nossa! Realmente aquilo foi digno de Marizza! Ela era a romântica da casa, não eu! Mas parece que meu “sermão” fez efeito, porque Bill olhou pra mim com uma cara de surpresa, e se sentou.

- De garotinha chata você se tornou romântica, Mamma? – perguntou, enquanto tentava não se sujar de areia.

- Você acha mesmo que eu tenho cara de romântica, Bill? Fala sério! – respondi, revirando os olhos e sorrindo. Eu seria romântica? Bem, até o dia anterior, eu diria com toda a certeza do mundo que não, que romantismo só servia pra confundir as pessoas e fazê-las sofrer; mas depois daquela “declaração” sobre a lua e o mar e tudo o mais, eu já tinha minhas dúvidas... Ah, deixei pra lá.

         Tom, que já estava deitado confortavelmente na areia, de repente falou:

- Bill, vai pegar a garrafa de água que eu deixei no carro, por favor!

- Vai você, Tom! Agora que eu me sentei! – respondeu Bill, ríspido. É, ele ainda tinha resquícios de seu temperamento infantil...

- Bill, você está menos sujo do que eu, vá lá, a menos que você queira que eu suje o Mustang da Mamma. – então Bill, a contragosto, levantou-se e foi buscar a água.

Então Tom olhou pra mim com aquele olhar pervertido que eu tanto gostava, e chegou perto do meu ouvido.

- Você ficou bem bonita, priminha. – a voz dele fez todos os cabelos da minha nuca ficarem arrepiados, mas eu não deixei que Tom notasse, afinal, Mamma não demonstra emoções! Apenas dei um sorriso, respondendo:

- Eu não fiquei bem bonita, Tom, eu sempre fui bem bonita, você é que nunca tinha notado, haha. – então ele pareceu ficar irritado com meu comentário, mas isso só fez com que ele ficasse ainda mais... Estimulado a continuar com aquela seduçãozinha barata.

- É, você era chata demais pra eu notar alguma beleza que pudesse haver em você... – ele disse isso passando a mão pelo meu cabelo, e em seguida, passou o braço em volta da minha cintura – vale salientar, estávamos sentados na areia, no meio do nada, de madrugada – e meio que me empurrou contra o chão, ficando debruçado sobre mim. Então aproximou o rosto do meu, e meu deu um beijo. Não era um beijo normal, menos ainda um beijo de língua normal. Aquele cara tinha um fogo! Enquanto me beijava, as mãos dele ficavam dançando pela minha cintura, até chegarem à base do meu vestido, no meio das coxas. Aí eu sabia que ele iria passar dos limites – em plena praia de Boa Viagem! – completamente, e parei as mãos dele com as minhas. Ele achava que seria fácil assim, era? Não mesmo!

- Parado aí, moço. Estamos em plena praia, caso você tenha esquecido. – falei, com a maior naturalidade do mundo, tirando Tom de cima de mim. Ele pareceu desapontado, mas era orgulhoso demais para admitir alguma coisa.

- Você manda, Mamma. – respondeu, sorrindo ironicamente.


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