simplesmente Amor escrita por Bellsmarti


Capítulo 1
Capítulo 1 - O que é que eu tô fazendo


Notas iniciais do capítulo

Espero sinceramente que gostem, que recomendem e me deem muitas estrelinhas.

Nos vemos lá embaixo.

*Bells*

Texto final



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Era sexta a noite, de uma noite linda de outubro e fazia muito calor, o Bar Brasil estava lotado, eu e minhas amigas Rita, Verinha, Denise e Vitória (vulgo Vivi), estávamos sentadas em uma das mesas no fundo do salão, um lugar estratégico, pois de lá podíamos ver toda a movimentação das pessoas que entravam, saiam e ficavam.

Verinha - Olha lá quem está chegando?

Vitória – O gato do Denis, e seus amigos. - Suspirou.

Rita – É, mas olha só quem vem pendurada nele, aquela sirigaita da Rose.

Vivi – Já me disseram que vão ficar noivos. E vai ser uma festa de arromba.

Verinha – Também com a grana que ela tem, e vamos ser justas ela é linda?

Rita – Mas tem a cabeça oca.

Eu só fiquei prestando atenção na conversa, não me importava com a vida das outras pessoas, não era meu costume e também não me interessava o mundo deles era muito longe do meu.

Denise – O que você acha Bells. – Voltei à realidade e olhei para os dois.

- É realmente formam um belo casal. – Respondi sem muito interesse.

Essa conversa era sempre a mesma, o quanto ele era bonito, quem me dera fosse eu, etc., etc. Já estava acostumada com tudo isso.

Alguns meses depois – Janeiro/2010.

O Bar Brasil estava lotado como sempre, e eu e minhas amigas estávamos sentadas perto do balcão onde serviam as bebidas. Conhecíamos quase todos que estavam ali.

Como sempre ficávamos olhando quem entrava, quem saia, com quem, e fazíamos nossos comentários, aliás como todo mundo. Cidade pequena é assim mesmo, todo mundo fala de todo mundo.

Dois rapazes que estavam próximos de nossa mesa estavam comentando sobre a grande soma que o pai da Rose havia perdido em ações, comecei a prestar mais atenção na conversa.

- O pai de Rose perdeu uma pequena fortuna em ações e dizem que foi por culpa do Denis.

- Não fala isso cara, o homem é uma fera, se fosse comigo fugia da cidade.

- Me disseram que ele foi até a corretora e deu o maior escândalo e exigiu a demissão dele.

 Porra cara, e o Denis?

- Ele se defendeu dizendo que não foi ele quem aplicou aquele dinheiro naquelas ações podres, principalmente porque estavam em queda, que não era louco a esse ponto.

- Cara o Denis é o melhor investidor que apareceu nos últimos tempos, eu acredito nele, alem do mais ele ia casar com a filha do cara, não ia fazer uma besteira dessas.

- Você acha que alguém aprontou prá ele?

- Pode ser, acho que vão investigar.

Nossa nem tava acreditando naquela conversa, o cara mais famoso da cidade ferrado, tive até dó dele, mas se ele era tão bom assim não ia encontrar problemas em arranjar um novo emprego.

Fevereiro/2010.

Como sempre estávamos reunidas no Bar Brasil, quando o bonitão entrou e foi direto ao encontro de sua turma.

Minhas amigas suspiraram como sempre, mas ele estava meio diferente, não sabia muito bem o que era, já que não prestava muita atenção.

Elas não tiravam o olho dele e eu automaticamente as imitava, foi quando começamos a ouvir Denis falando muito alto.

- Então é assim que funciona, enquanto eu tinha status e dinheiro era bom para ser amigo de vocês, agora que estou temporariamente por baixo não querem nem saber de mim e me viram a cara.

Ele se virou para aquela que ainda pensávamos ser sua namorada. – E você Rose era tão apaixonada? Queria até ficar noiva, e agora não sirvo mais é isso? Nem mesmo os meus telefonemas você atende.

Rose – Você quase que levou meu pai a falência, e ainda não quer admitir que foi você, quer enganar a quem? E depois meu pai me proibiu de falar com você.

Denis – Seu pai é um perfeito idiota e pensa que manda nesta cidade, mas eu vou provar que sou melhor do que todo mundo.

Rose - Não fale assim de meu pai, e acho que ele tinha razão em mandar demitir você, e sabe do que mais, ele disse que não vai conseguir emprego em lugar nenhum, principalmente depois daquele murro que deu nele.

O burburinho foi intenso, Denis havia dado um soco no cara mais rico da cidade? Ele praticamente mandava em tudo e ninguém tinha coragem de desafiá-lo.

Denis - Você não me merece mesmo, depois de 03 anos namorando não conhece nada de mim, é apenas uma patricinha mimada e de cabeça oca e eu que pensei...

Ele não terminou a frase virou e saiu do bar, não sei se foi impressão minha, mas acho que ele estava chorando.

Não preciso dizer que o resto da noite foi esse o comentário entre todos ali, muitos não sabiam o que havia acontecido e era um tal de perguntar pra lá e pra cá.

Como é que diz mesmo aquele ditado? Quem conta um conto aumenta um ponto.

No final da noite já tínhamos ouvido tantas histórias que foi dormir com dor de cabeça. Pensei como foi triste aquela cena e como a gente se engana com as pessoas. Por outro lado fiquei com pena do bonitão, sem amigos, sem emprego, sem namorada devia estar se sentindo arrasado, mas também achei o máximo ele ter dado um soco naquele velho imbecil que achava que todo mundo era seu empregado e podia fazer e desfazer das pessoas.

Um mês depois – Março/2010

Não vimos ele durante um bom tempo, quando certa noite entrou com mais dois jovens no bar, eles estavam totalmente bêbados foram até o balcão e pediram mais bebidas, Billy o dono do bar pediu que eles saíssem.

Denis – Também está do lado deles e vai querer nos expulsar daqui?

Billy - Não é isso rapaz, só não quero briga aqui.

Denis - Eu não vou perder meu tempo brigando com esses traidores filhinhos de papai.

Os outros dois resmungaram alguma coisa e de onde estávamos não deu para ouvir.

Billy – Denis você está bêbado, melhor ir para casa filho e esfriar a cabeça.

Denis – Enquanto não colocar uma bebida nós não vamos embora daqui. – Ele falava meio enrolado, e os dois amigos concordaram com a cabeça.

Billy – Tudo bem, mas só uma bebida para cada um e depois dão o fora, está bem?

Denis – Tudo bem amigão vai enchendo o copo.

Até achei que eles fossem arrumar mais encrenca, mas fizeram o que prometeram, tomaram a bebida e foram embora tropeçando em algumas mesas. Fiquei observando ele, estava meio sujo a barba por fazer e tinha olheiras fundas nos olhos, mas mesmo assim sua beleza era incontestável.

A noite novamente pensei nele, e como a vida de uma pessoa podia mudar tão de repente assim da água para o vinho. Ele tinha tudo o que um rapaz na idade dele poderia querer, um bom emprego, um ótimo salário, um belo apartamento, carro zero todo ano, carreira em ascensão.

Pelo que soube ele era um dos melhores corretores de investimentos de toda a região, seus palpites eram em sua maioria certeiros e havia quase que dobrado a fortuna de muitos ricaços da região, e agora por um deslize ele estava sofrendo as conseqüências, e não importava o que conseguira anteriormente. Isso era uma enorme injustiça e eu odiava injustiças, de qualquer forma não era problema meu e não podia mesmo fazer nada, nem conhecia o cara. Ele nunca percebeu nossa presença, nunca me dirigiu sequer um oi, nem mesmo sabia porque estava pensando nele naquela hora.

Meu trabalho não ficava longe de casa, em torno de quinze minutos, quase no dentro de Rio Preto, era uma empresa de advocacia e já trabalhava lá a quase 03 anos e hoje era responsável pela área administrativa.

Respirei fundo, eu adorava fazer aquele caminho apesar de ser um pouco mais longe, aquela imensidão verde de pinheiros exalando seu cheiro de eucalipto deixava o ar refrescante e me ajudava a relaxar para o dia duro de trabalho que só estava começando. Quando virei na esquina para entrar na rua do estacionamento do prédio tive que pisar fundo no breque, um cara bêbado estava atravessando a rua sem sequer olhar, não conseguia ver quem era por causa do vidro fumê, mas fiquei tão nervosa por não ter dado a mínima que desci o vidro e xinguei.

- Tá querendo morrer é seu maluco?

Ele me olhou, levantou o dedo do meio e o apontou para mim. Fiquei espantada, não por causa do sinal, isso eu já estava até acostumada, mas sim por quem era.

- Denis – gritei – Mas não me deu atenção e continuou cambaleando até desaparecer de minhas vistas. Fiquei tão impressionada com aquela cena. O garoto mais famoso da cidade bêbado.

Depois desse dia sempre que passava por lá, olhava para dentro do bar, e lá estava ele, não sabia explicar porque aquilo me incomodava tanto, talvez porque eu achasse que ele não merecia aquilo, ou então porque achava que estava acabando com sua vida, ou algo desse tipo.

Alguns dias depois

Naquela manhã eu havia levantado disposta, o dia estava lindo, o sol brilhando, era sábado e eu tinha um monte de coisas para fazer. Ajeitei a casa, fui ao mercado, lavei minha roupa, fiz meu almoço, cochilei um pouco a tarde. Por volta das 04:00 hs, resolvi dar uma volta na cidade, precisava comprar algumas coisas.

Fui despreocupada pelo caminho costumeiro, a estrada estava perfumada o cheiro de eucalipto estava forte e delicioso, então diminui a velocidade e abri o vidro para poder sentir melhor o perfume, percebi alguém em um dos pinheiros parecia não estar bem, se apoiava com as duas mãos no tronco de um dos pinheiros e de repende caiu no chão. Não parei para pensar, desci do carro e corri para ajudar.

- Senhor – gritei – Senhor precisa de ajuda, está bem. – Ele estava caído no chão de bruços. Com muito esforço consegui virar ele e quando vi seu rosto fiquei paralisada. Dei um passo para trás, não sabia o que fazer. Ele estava todo sujo, com a camisa rasgada, descalço. Ouvi que falava alguma coisa então me aproximei. Abriu os olhos e estendeu sua mão.

- Me ajude, por favor. – Ajudar eu? – Pensei comigo, o podia fazer. A idéia me veio à cabeça e achei melhor não raciocinar muito sobre ela, e antes que desistisse segurei ele pelo braço.

- Vamos, tente se levantar. – Segurou em mim e a outra mão na árvore e com muito esforço se levantou, passei seu braço em volta de meu pescoço e o levei até meu carro.

- Meu Deus, você precisa de um banho urgente, nunca vi alguém cheirar tão mal assim, vai deixar meu carro com cheiro de catinga.

Levei-o para meu apartamento e pedi para Seu João me ajudar a tirá-lo do carro e levá-lo até o elevador.

Já que eu tinha me metido naquela fria e ele estava bêbado como um porco, não poderia ter escrúpulos. Tirei sua roupa, e arfei. O que é que eu tô fazendo. Apesar de estar bem mais magro ele ainda tinha um corpo espetacular, balancei a cabeça e joguei esses pensamentos para longe, joguei embaixo do chuveiro, esfreguei o máximo que pude para tirar aquela catinga, lavei seus cabelos. Por duas vezes ele caiu sentado e foi um sacrifício pô-lo novamente de pé, mas em nenhum momento reclamou e ao final de uma hora, estava decentemente limpo e embaixo dos lençóis de minha cama, dormindo como uma criança e completamente nu e eu inteirinha molhada.

Entrei no chuveiro e tomei uma ducha rápida, depois peguei suas roupas, tirei tudo que havia dentro de seus bolsos e as coloquei dentro de um saco bem amarrado e as joguei fora, não ia colocar aquilo dentro de minha máquina de lavar nem fudendo.

Olhei para Denis dormindo e agora onde ia arrumar outras roupas? Eu nem sabia onde morava? Olhei em cima da mesa, carteira, um molho de chaves, a chave do carro.

Hesitei um pouco se procurava algum documento com endereço, mas como não tinha escolha, peguei a carteira.

- Nossa Louis Vuitton, deve ter custado uma nota. - Examinei o que tinha dentro, uma nota de Cr$ 10,00 apenas, seu RG., li seu nome completo Denis Nascimento Prado e Alcântara, data de nascimento 02/08/1983.

- Parece um nome importante. – Falei alto comigo mesma.

Procurei por mais alguma coisa que servisse, não encontrei mais nada. Talvez no carro houvesse alguma coisa.

- Claro os documentos, lá com certeza encontraria o endereço.

Fui até meu quarto e olhei para ele novamente.

- Aposto que não vai acordar tão cedo. – Mesmo assim resolvi deixar um bilhete.

Olá

Precisei sair.

Caso acorde antes que eu chegue, tem comida na geladeira, sirva-se e fique a vontade.

Volto logo.

Et.- Desculpe pelos seus trajes.

 

Bells.

Eu realmente esperava que ele não acordasse, não sei o que pensaria quando visse que estava completamente nú na casa de uma desconhecida.

Saí correndo até o carro que havia deixado na esquina, e procurei no porta luvas e lá estava, abri o documento e li o endereço, Rua Andorra, 315 – apto 616 - Bairro Jardim América, um dos Bairros mais chiques da cidade, sabia onde era. Fui até lá no carro dele mesmo, me identifiquei na portaria como sendo sua amiga. Acho que me deixaram entrar por conhecerem o carro.

Era um condomínio lindo, cercado de árvores e muito bem cuidado, segui a orientação do segurança e parei em uma das vagas de visitantes, subi direto para o apartamento e testei as chaves só depois da terceira tentativa é que consegui abrir a porta.

Fiquei parada ali, estagnada, o cheiro que vinha de dentro era horrível, deixei o ar circular um pouco e depois entrei e fechei a porta


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Espero que vcs tenham gostado!!
wee o/
Deixem muitos reviews,vcs sabem, estou esperando a opinião de vcs!! *-*

Beijos catsssssssss!

*Bells*