Dangerous Feelings escrita por Razi


Capítulo 14
Protetora


Notas iniciais do capítulo

Hora de algumas explicações



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Sobressalto-me ao ver que estava novamente em minha casa, não mais no meu quarto e sim no sofá da sala ofegante e meio desnorteada.

Afinal de contas o que aconteceu exatamente?

-Selena – disse Mikelly aparecendo no meu campo de visão com a face preocupada – Querida, tudo bem com você?

-Já estive um tanto melhor – digo sentando-me e vendo Wade e Seth aparecerem também – Por que não estou surpresa de vê vocês aqui?

Ambos dão sorrisos sem graça que me faz trincar os dentes antes de me encostar no sofá levando minhas mãos para parte de trás da cabeça.

-Acho que precisam me contar algumas coisinhas não? – indago olhando o teto.

-Serio? – indaga Wade retórica – Pensei que já tínhamos acertado tudo.

A olho inquisitiva.

Quando iriam parar de serem idiotas?

-O que é o Distrito 15? – pergunto correndo meus olhos por cada um.

A surpresa passa rapidamente por eles, até Wade tomar a frente.

-Um mundo paralelo – responde ela pondo suas mãos nos bolsos da calça justa que usava – Na verdade, é um santuário que deuses não podem visitar.

-Isso explica Sean não ter gritado – penso alto demais.

-O que você viu? – pergunta Seth me encarando ansioso – Encontrou-se com alguém?

-Uma perseguição seria mais correto – respondo sarcástica – Um Quilin iria me matar se não fosse por Crisis.

-Crisis? – sibila Mikelly me olhando com a testa franzida – Você o conheceu?

-Ele e mais dois caras – digo a encarando – Agora podem ir abrindo a boca e me explicando quem é aquela piralha e o que ela fez comigo.

Todos se entreolham antes me encararem em conjunto.

Muito desconfortante.

-Ela se chama Aria – conta Mikelly - Não sei o que aconteceu com você, mas ficamos receosos que ela tenha te matado.

-E por qual motivo ela queria isso? – pressiono erguendo uma sobrancelha, história mal contada já estou ficando cheia.

-Bem, Sean é um Deus digamos bem requisitado – responde Seth coçando a cabeça – Na verdade, ela está atrás de seu corpo como casca.

-Repita – pedi descrente.

-Nem sei bem essa história direito – ele disse de maneira atrapalhada – Leon não fala muito disso então...

-Um segundo – o corto erguendo meu indicador para ele – O que Leon tem haver com essa história?

-Devia ter ficado calado – queixa-se ele balançando a cabeça pesaroso – Ele entende o que essas coisas estão querendo de você e do Sean.

-Onde encontro ele? – pergunto me levantando, estava na hora de acertar minhas contas com ele.

-Não sei – responde ele dando de ombros – Ninguém sabe onde ele se enfia por algumas horas, que atualmente tem sido essas.

-Wade – viro-me completamente para ele – Você é uma deusa de primeira linha, deve saber de alguma coisa.

Ela pisca um segundo atordoada antes de dar um suspiro.

-Não me entro nesse tipo de assunto – disse ela suave – Na verdade não me incluem nisso.

-Por qual motivo? – instigo a encarando.

-Dizem que sou sensível demais para cuidar desses assuntos – responde ela dando um sorriso cansado.

-Você rege o que então? – indago cruzando os braços.

-Água – disse ela rapidamente – Ás vezes, me sinto deslocada quando não me contam o que tramam, mas sei que é pro meu bem.

Reviro os olhos deixando eles caírem em Mikelly que brincava com uma mecha do seu cabelo.

Não tinha me esquecido dela.

-Acho que você me deve uma explicação, maninha – digo um tanto seca – É alguma espécie de deusa?

-Nem de longe! – exclama ela me encarando – Sou sua protetora, Angelique, nada mais que isso.

-Uma explicação mais detalhada seria viável agora – peço cruzando os braços.

Ela faz um beicinho e parecia pedir ajuda ao olhar para Wade que toma a dianteira.

-Mikelly não é sua irmã biológica – conta à baixinha me analisando com seu olhar, como nem esboço reação continua – Ela foi designada a cuidar de você quando notamos que estava sozinha no mundo quando retornou a vida, parece bem confuso de se entender, mas é assim mesmo.

-Como poderiam ter me designado ela – aponto para Mikelly – Se acabaram de me localizar?

-Você não entendeu a Wade – disse Mikelly fazendo-me encará-la – Fui designada pelos anjos não pelos deuses.

-Agora sim vocês estão me deixando confusa – digo levando meu indicador a têmpora – Quer dizer que os anjos sabiam de tudo e não falaram nada?

-Eles sempre sabem de tudo – responde Seth sério – Não temos uma boa relação com eles, por mais que emprestemos nossos corpos para eles. Isso ultrapassa a idéia de amigos, é mais mesmo para não iniciar uma guerra entre nós.

-E os demônios? – indago cruzando os braços novamente – Eles não entram na muvuca não?

-Na verdade eles são um caso a parte – disse ele sério, parecia pesar cada palavra que soltava – São os subordinados de Cassiel, não temos nada contra eles, até o momento que não se envolvam em nossos assuntos.

Fiz uma expressão pensativa enquanto absorvia todas aquelas novas informações, não eram tão assombrosas se fossem comparadas com o fato de que um certo romeno é o culpado de meus pais não estarem mais comigo.

-E então o que você é Mikelly? – indago a encarando – Isso se esse for mesmo seu nome.

Ela dá um sorriso rápido antes de cruzar as pernas.

-Me chamo Mikelly mesmo, apesar de preferir ser chamada pelo meu segundo nome, Luh – disse ela me olhando – Mais sou o que vocês humanos chamam de anjo da guarda, mas o certo seria me chamar de Protetora.

Assobio a encarando, antes de desabar no sofá novamente.

-Por que me mandariam uma Protetora? – pergunto ao vento.

-Já notou o quanto de vezes você se meteu em confusão por esses anos? – replica Mikelly Luh, nome bem esquisito, me olhando retórica – Certamente mais do que a população de Chicago inteira.

-Não precisava exagerar tanto –a recrimino com a vontade de mostrar a língua também.

Ela gargalha antes de se levantar.

-Realmente esperava que ficasse histérica ao saber disso – comenta ela.

-Estou guardando minhas forças para outro assunto – digo sem pensar.

O trio me encara confuso, mas se notaram alguma coisa deixaram imediatamente passar.

-Vamos indo nessa – avisa Seth me dando um beijo na testa – Se cuida Palito.

-Já ganhei apelido? – indago franzindo a testa.

Ele limita-se a um sorriso amplo e Wade me acena com euforia antes de acompanhá-lo.

Deixo que Mikelly cuide do resto, preciso descansar com urgência, além do que a ardência em meu braço onde estavam as agulhas me incomodava um pouco.

O que queriam comigo afinal de contas?


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Notas finais do capítulo

Próximo cap. Selena faz mais uma incursão nada agradável.
Até lá.