When The Moon Light Meets The Sun Light escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 8
A carta misteriosa




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Eu recuei, fiquei algum tempo calado, estudando o rosto da garota a minha frente. Bom, eu já tinha feito besteira... Então, não dá mais pra voltar atrás. Ou...

-Eu só estava brincando, relaxa. – Eu disse pra Mary, dando de ombros com um sorriso falso no rosto.

-Não me pareceu uma brincadeira. – Ela disse ainda desconfiada de algo que ela não acreditaria se eu falasse.

-Não precisa brigar com o garoto, foi uma brincadeira, Mary. – Disse Haide com uma voz doce e angelical. Mary pareceu ficar mais calma e se distanciou de mim, pegando no pulso de Haide.

-Annie, Haide, venham. Ela disse e pegou Haide pelo pulso, mas não pareceu apertar o pulso dela ou algo assim, parecia que ela só queria guiá-la. Haide a seguiu e a Annie – que acabei por concluir que era a indiazinha – foi mais rápida que Haide, logo estava ao lado de Mary. Haide olhou pra mim e piscou, dando um tchauzinho e sorrindo. Ela com certeza não parecia nada com as outras caçadoras.

Haide’s POV.

Aquele garoto era uma gracinha, sabe? E eu fiquei encucada com o que ele falou.

-Mary, você viu?

-Vi o que? – Ela disse, ainda caminhando e olhando fixamente pra frente, indo em direção a casa grande. Ela era a caçadora que melhor conhecia esse acampamento.

-Aquele garoto, quando ele falou sobre Lady Ártemis, os olhos dele...

-Cintilaram, brilharam, foi super estranho. – Disse Annie. Ela não costumava abrir a boca perto de outras pessoas, mas perto das caçadoras, era uma tagarela.

-Nem falem desse garoto na minha frente! Aquele insolente maluco...

-De quem será que ele é filho? – Disse Annie intrigada.

-Não sei, não quero saber, tenho MUITA raiva de quem sabe. – Disse Mary pisando firme no chão. Antes de ela virar uma caçadora, ela era uma humana comum e teve uma infância difícil, foi pra um colégio militar ainda nova, era rígida e toda certinha, vivia séria, mas na verdade aquilo era tudo uma máscara. Ela tinha medo de demonstrar que tinha um coração e tinha razões pra isso. Chegamos à casa grande, batemos na porta do escritório do Quíron.

Nós estávamos em uma missão antes, como éramos as caçadoras mais... Experientes do grupo, Ártemis costumava nos mandar pra missões até mesmo afastadas do local onde estavam as outras caçadoras. A questão é que eu achei que viríamos ao acampamento só pra descansar um pouco e voltar pra onde estavam as outras caçadoras.

E se você pensa que nós sabíamos que diabos estávamos fazendo lá, nós não sabíamos, mas não era só descanso. Lady Ártemis nos mandou entregar a droga de uma carta antes de voltarmos. Lindo isso, virei pombo correio agora. Missão idiota. Ouvi trovões lá fora, Mary e Annie olharam pra mim e eu dei um sorrisinho amarelo. Eu estava tentando manter meus comentários pra mim mesma, mas os deuses não ajudavam.

Eu sugeri à Mary que abríssemos a carta, só um tiquitinho, só pra ver umas letrinhas, e...

Enquanto eu ainda estava perdida nos meus pensamentos, olhando pro envelope e tentando descobrir por telepatia ou visão de raio x o que estava escrito naquela carta, eu ouvi a porta do escritório de Quíron se abrindo. A porta rangeu ruidosamente, a madeira era velha e eu acho que Quíron precisa de graxa de presente de aniversário pra fazer essa porta ranger menos. A porta rangeu, eu arrepiei toda, eu odeio barulhos de portas rangendo, me trazia péssimas memórias.

Eu olhei Quíron de cima a baixo, curiosa. Como será que devia ser andar em quatro patas? Com certeza, estranho... Ele nos olhou com curiosidade também.

-O que desejam?

-Lady Ártemis nos mandou te entregar essa carta. – Disse Mary, estendendo a mão com o envelope tão misterioso, selado pelo selo de Ártemis. Quíron pegou o envelope, desconfiado.

-Ok... Ela só mandou a carta?

-Sim.

Não me pergunte por que raios Ártemis não mandou uma mensagem de Íris pro Quíron ou porque não veio aqui pessoalmente ou porque não mandou Hermes trazer a carta ou mensagem. Devia ser algo muito secreto...

A razão por ela ter mandado 3 caçadoras é porque é um número que trás sorte, uma protege a outra e tudo mais.

-Podem ficar no chalé de Ártemis por um momento, depois nós conversaremos, sim?

-Eu estava pensando em partir agora, se o senhor permitir. – Disse Mary. Ela odiava o acampamento. Olhei pra ela indignada.

-Nem vem com essa! Tipo, eu estou horrível, meu cabelo está cheio de pontas duplas, eu preciso fazer as unhas e estou morta de cansaço e fome. É só uma paradinha, ninguém vai te comer nem nada. – Até porque se comesse, morreria com o veneno. Ela me olhou com aquele olhar de águia procurando a presa e eu a encarei, ainda indignada. Então olhei pra Quíron. –Estávamos em uma missão bem complicada antes de vir pra cá, por favor, faz essa doida da Mary ficar, só algumas horas. – Ele olhou pra mim e sorriu.

-Você deve ser a doce Haide, não? – Eu sorri e assenti.

–Minha mãe ficaria uma fera se eu não me arrumasse antes da viagem de volta, eu acho. – Todo mundo ficava muito intrigado com a minha escolha de virar caçadora, sendo filha de quem eu sou.

-Ela também não ficou nada feliz com sua escolha de ser caçadora, coisa que você não parece honrar às vezes. – Disse Mary, cruzando os braços e me olhando com aquele olhar superior que ela fazia, sempre que discutia com alguém.

-Pergunta pra Annie se ela quer ir viajar direto. A gente não parou em um hotel, não comemos quase nada. Talvez você viva de vento, eu não. – O olhar dela se dirigiu pra Annie, assim como o meu.

-O-olha... Talvez seja uma boa idéia ficarmos aqui, só um pouquinho. – Ela disse sorrindo de lado.

-Ok... Só algumas horas então. Devemos partir logo.

Fomos pro chalé de Ártemis e aquele garoto que vimos mais cedo, estava sentado na porta do chalé de Perséfone, conversando com uma loira. Não era namorada dele, isso eu podia sentir. Não que fizesse diferença pra mim, eu só era muito curiosa. Eu sempre me metia em romances alheios, já que eu nunca teria meu próprio romance. Eu deitei em uma das camas do chalé de Ártemis e fiquei me perguntando... O que será que tinha de tão precioso naquela carta?


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