When The Moon Light Meets The Sun Light escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 11
Conhecendo minha mãe




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Ao andar pelo acampamento, encontrei as caçadoras de Ártemis, aparentemente, já de saída.

Finalmente era hora da festa. Sem querer soar como uma garota, mas já fazendo isso... O que eu devo vestir? Quer dizer, eu quase nunca vou a festas. Eu chamaria a Taylor, mas eu sairia de lá parecendo Ares, com direito a jaqueta de couro e tudo mais. Então é, não vai rolar.

Acabei me decidindo rápido e saí do chalé de Hermes, vi que Alice estava certa, eu definitivamente saberia onde era a festa quando estivesse pronta. Era enorme! Fui até lá e encontrei Alice na entrada, sorrindo.

-Olá, senhor. – Ela me cumprimentou.

-O-oi, Alice. – Eu respondi a olhando. Ela estava divina! Os cabelos estavam com cachos perfeitos em um penteado maravilhoso, ela estava com um vestido branco, solto, com fios e detalhes prata. A maquiagem, era leve. –Hã... Belo vestido.

-Ah, obrigada! Mas então, vamos entrando. – Ela segurou a minha mão e me puxou pra dentro da festa.

Ok, aquela festa não foi nada do que eu imaginava... Alice me convenceu a dançar, e olha, eu não danço... Mas foi divertido. Nós bebemos um pouco de ponche, e eu acho que Dionísio ou os filhos dele tinham colocado algo a mais naquele ponche... Resultado: Só me lembro do momento em que eu cheguei à festa, e do que aconteceu duas horas depois.

Alice’s POV.

-Pra onde a gente está indo? – Eu perguntei rindo como uma idiota. Eu já estava vendo tudo girar... Mas estava acostumada a beber às vezes, então estava com mais consciência do que o Alex.

-Shhhhhh... É segredo. – Ele disse com um sorriso sombrio, andando pelo lado escuro do acampamento como se tivesse visão noturna, se esgueirando e passando despercebido como um gato, me guiando pela mão. Eu não lembrava onde estávamos, mas entramos em um chalé que eu sei que não era de Apolo, nem de Hermes, seja lá qual fosse. Se bem que eu não ligava muito no momento... Ele me apoiou contra a parede e me beijou. Era o nosso primeiro beijo, bêbados e num chalé de sabe-se lá quem. Romântico demais, não? Ele me agarrou com paixão e logo me jogou em uma das camas do chalé, ficando por cima de mim.

Não hesitou em tirar meu vestido, tinha mãos ágeis e firmes. E não parecia nada tímido agora... A luz da lua cheia entrava pela janela, nos iluminando. Ao tirar meu vestido, ele olhou nos meus olhos, e seu rosto sobre a luz da lua, era quase hipnótico. Perfeito, translúcido.

Depois ele começou a beijar meu pescoço e beijou meu ombro ao tirar meu sutiã. Eu tirei sua camisa e olhei bem para aquela pele perfeitamente branca. A questão é que a noite foi cheia, fizemos mesmo muita coisa... Mas eu não posso dizer que lembro todas, pelo fato de estar bêbada. Algo que provavelmente eu não esquecerei, é do rosto e da pele dele à luz da lua.

Ao final de tudo, ele acabou pegando no sono – ou no coma alcoólico – antes de mim. Eu olhei pra ele, ali, deitado. Ele estava deitado de barriga pra baixo, eu estava brincando com o seu cabelo. Então vi algo na nuca dele... Era uma... Cicatriz, talvez? Tinha o formato de uma lua minguante. Eu passei o dedo pela cicatriz e ela... Brilhou? Sim, ela brilhou! E queimou o meu dedo. Ou aquilo foi um choque? Difícil dizer.

-Ai! – Eu disse em um sussurro, Alex se arrepiou e se virou bruscamente, acho que também sentiu.

-Alice, não faz mais isso, isso... Queima! – Ele sussurrou e me olhou, depois de um tempo sorriu, como se tivesse esquecido o que tinha acabado de dizer e me abraçou, apagando de novo. Não demorou muito pra eu apagar também.

Alex POV.

Eu acordei. Onde eu estava? Tudo aqui era muito branco, apesar de ainda ser umas 4 da manhã... Esse não era o chalé de Hermes, vai ver era a... Enfermaria? Mas porque eu estaria na enfermaria? Olhei para o lado direito. CARAMBA! Quase gritei quando vi aquilo... Mas era melhor não gritar, não agora. Alice estava deitada do meu lado. Ou melhor, nos meus braços. Ela estava coberta com um fino lençol branco. Pra confirmar minhas suspeitas, olhei em volta. É, ou nossas roupas tinham se multiplicado e nós tínhamos as originais no corpo e as réplicas estavam espalhadas pelo quarto, ou nós estávamos sem roupa e tínhamos... Feito o que não devíamos. Apesar de eu gostar muito da primeira opção, não, foi a segunda que aconteceu. O que ainda não respondia a perguntar inicial... Onde eu estava?

Virei gentilmente e fiz com que Alice ficasse confortavelmente fora dos meus braços. Sentei na cama, vesti minha cueca e dei uma olhada geral em tudo, agora com a visão mais clara... Fui até a janela e olhei pra fora. Vi a vista que tinha de lá, e pela localização...

Espera.

Não, não, não, não pode ser!

Aquele chalé. Aquele era o único chalé em que eu nunca tinha entrado, o que ninguém ousava entrar.

Então eu ouvi uma voz feminina que não era da Alice.

-Alex. – Me virei e a encarei. Uma garotinha de uns 12 anos, linda, branca, com uma roupa como a das caçadoras, mas mais especial. Ela era muito parecida comigo... Pelo que falam, aquela era a aparência que a Ártemis assumia a maior parte do tempo. Ela era minha mãe, ela era Ártemis.

-Mãe?

-Ártemis, esse é meu nome.

-Ártemis, que seja.

-Você tem noção do que você fez? – Olhei para a Alice na cama e ri.

-Sexo? Foi o que você fez, pra eu estar aqui... Irônico, eu sei. Quer dizer, você é casta afinal, não é?

-Você entrou no meu chalé e dormiu com uma filha de APOLO!

-Esse chalé, era onde eu deveria ficar. MEU chalé, para os SEUS filhos. – Peguei minhas roupas e me vesti.

-Não, esse é o meu chalé, por que eu não tenho filhos.

-Ah é. Certo.

-Você tem noção de como você está se colocando em ris...

-Não, eu estou TE colocando em risco. Sabe, eu sempre quis te conhecer. Mas eu só te conheci agora porque eu fiz algo que não estava de acordo com seu joguinho! Você já considerou, sei lá... Se preocupar com mais alguém além de si mesma alguma vez?

-Hã... Como é?

-Você só se importa com a sua maldita reputação! E eu é que pago por isso. Você fez merda, não eu. Me diz, já que você só está esperando para que eu envelheça e morra logo pra apagar o seu erro, porque não me mata logo?

-Como ousar falar assim comigo?

-Como ousa falar mentiras para todo mundo?

-Garoto, eu posso te fatiar antes mesmo de você terminar de pronunciar o seu nome.

-Faz isso! Faz logo! – Eu disse abrindo os braços. –Está vendo? Você é uma piada, devia mesmo acabar com isso logo. Só não faz isso porque vão querer saber por que você matou um campista dessa maneira, não é? Deuses matam sem piedade, mas ainda, alguém pode ver seu erro. E o que você estaria fazendo no acampamento, afinal?

-Se você continuar com isso tudo, vou arranjar álibi para os meus atos.

-Isso, e quando arranjar, volta aqui, que tal? Ah, se você acha que eu tenho medo de você... E pode deixar, eu vou esconder os meus traços. Não por você, mas por mim mesmo.

-Espero que esconda muito bem.

-Veremos. – E de repente, ela sumiu. Como todos os deuses, eles somem quando a coisa fica preta. Egoístas. Eu vesti a Alice, sem que ela acordasse totalmente, ela só murmurava e se mexia às vezes... Olha, não foi fácil vestir ela sem acordá-la, acredite, demorou um bom tempo. Como eu disse, isso era por mim, não por Ártemis. Eu não queria que Alice acabasse fazendo parte dessa palhaçada toda. Peguei ela nos braços com cuidado, deitando a cabeça dela no meu peito.

Ainda estava muito cedo, e todos estavam dormindo. Apesar da festa, todos teriam que dormir, afinal ainda éramos campistas e teríamos atividades normais no dia seguinte. Pra minha sorte, a noite era a minha especialidade, então eu rapidamente me conduzi escondido até o chalé de Apolo. Havia uma janela aberta, pra minha sorte. Ou talvez Ártemis tivesse aberto, por conveniência. A janela não era alta. Olhei por ela, todos dormiam lá dentro. A cama que estava a baixo da janela, estava vazia. Caramba, eu ando tendo muita sorte, algo vai acabar dando errado, não é possível! Com muito esforço, passei Alice pela grande janela aberta e respirei fundo. É agora. Soltei ela e me escondi.

-Ai! – Ela falou com a queda.

-O que foi? – Um dos garotos do chalé de Apolo sussurrou pra ela.

-Nada, é só que... Ué, que confuso, como eu vim parar aqui?

-Andando? – Disse o garoto rindo. –Volte a dormir, você deve ter tido um sonho muito doido.

-Não foi um sonho! Mas com a dor de cabeça que eu estou... Melhor eu voltar a dormir mesmo...

Quando tudo ficou quieto no chalé, eu saí andando devagar até o chalé de Hermes e entrei pela porta mesmo, com todo o silêncio possível, e ninguém me notou.

Me deitei e dormi rapidamente... Não era só a cabeça da Alice que estava doendo. Muito álcool e muita informação pra uma noite só... 


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