- Vamos lá gente! Ta na hora de sabermos como são as fãs brasileiras realmente!- Bill gritou no camarim

- É isso aew!- Tom concordou e lançou um olhar pra mim

Acho que ninguém percebeu alem de mim. Ainda bem, já teria que lidar com isso depois de  contar a Bill.

Eu sorria de felicidade e de expectativa de ouvir eles tocarem.

Eles se juntaram novamente e se abraçaram. E Bill foi colocar a primeira peça da apresentação.

- Quer ajuda?- perguntei

- A sua? Sempre- e eu fui ajudá-lo a colocar o casaco

- Agora você vai comigo até lá em cima e vai ficar próximo ao palco. No lado do Tom.- ele ordenou

- Do Tom?- perguntei desconfiada

- Sim, do Tom- ele respondeu serio

- Ta bom então- não vou contestar nada. Eu nem ia gostar de ficar do lado do Tom o show inteiro.

Bill me levou por um corredor onde eu ouvia o grito de fãs completamente histéricos.

- Você vai por ali- ele apontou para o seu lado direito.

- Tudo bem.

Segui na direção em que ele me falou e logo vi um pano todo branco, e ouvi gritos ensurdecedores, tive que tampar os ouvidos com as mãos. Logo vi Tom, e Georg com sua guitarra e baixo, respectivamente. Gustav estava escondido atrás da bateria, mas ainda consegui vê-lo

O pano branco caiu, e a musica Noise começou a tocar . Bill surgiu no alto de uma estrutura, como se fosse outro palco. Muitos gritos e vozes eu conseguia ouvir, tive vontade gritar junto, mas se gritassem, mesmo no meio daquele barulho iam me perceber, pois estava bem perto do publico.

A musica rolava animada, e tinha vontade de chorar, mas a alegria não deixava. Ouvi a musica emocionada, e imaginando quantas pessoas estariam alucinadas por não estarem aqui. Não consegui conter o chore nem por dois minutos, lagrimas escorriam por meus olhos incontrolavelmente. Eu cantava a musica junto com Bill e todos os fãs que aqui estavam. A primeira musica estava entrando na reta final, e Noise tem uma pausa. Bill parou em frente a Gustav, e esperou uns cinco segundos, e voltou a cantar a musica. Dentro desses cinco segundos três coisas aconteceram: as fãs gritaram MUITO; Tom olhou pra mim; e eu vi na platéia minha prima, Carolina, erguendo a blusa pro Tom.

E eu não soube se ficava com mais vergonha por Tom ter se dado o trabalho de olhar pra mim durante o show, ou se por conhecer aquela louca, completamente pirada da minha prima que estava mostrando os peitos pro Tom. E ainda fiquei com ciúmes! Argh!

Noise terminou e Bill cumprimentou aos faz que estavam lá naquela noite. E eu ainda estava boquiaberta por esses dois fatos que ocorreram durante a musica.

Logo em seguida, começaram a tocar Humam Conect To Humam . enlouqueci com a musica e cantei junto também. Acho que aquela musica foi culpa do Tom por que se a tradução é: Garoto encontra garota já sabe o que fazer. Só pode ter saído da cabeça do Tom. Tinha que perguntar isso pra ele depois, não podia esquecer.

A próxima musica foi – Break away, que eu lógico, cantei junto. Eu sabia todas as musicas deles. Todas. A partir dessa musica, comecei a prestar atenção nas outras musicas alem do palco do Bill, Tom, Georg ou Gustav.

Comecei a olhar mais pra platéia e encontrei muitos rostos das meninas dos fãs clubes do Tokio Hotel. Algumas garotas choravam copiosamente e acompanhavam tudo com uma devoção assustadora. Havia muita gente lá. E deixei pra olhar por ultimo, a minha priminha querida que mais tava parecendo uma puta mostrando os peitos para o MEU Tom  (obsessiva?)! Cadela! Ah se ela soubesse que eu estou aqui, ela ia ver!

Epa! Eu to com ciúmes demais! Peralá! Acalme-se Fernanda! Respira! Isso. Ela é só mais uma que quer ir pra cama com o Tom, e isso não é motivo pra ficar assim é?  É LOGICO QUE É!

Fernanda Valentim! Se acalme, curta o show! Você nem tem certeza do que sente por enquanto! Mas eu... Eu tenho certeza sim! Tenho certeza absoluta do que sinto por Tom Kaulitz!. Eu estou perdidamente apaixonada por ele, meus sentimentos me traíram e eu não sei o que vou fazer com isso depois que tudo acabar. Eu não sei. Dei mais uma olhada para o palco, Bill havia trocado e roupa já? Minha nossa!

A musica que tocava era Alien, e eu não tinha me tocado. Minha discução interna era meio lenta, como uma conexão ruim de lan house.

Olhei novamente para a platéia tinha muita gente gritando, se descabelando no sentido figurado, tinha gene de joelhos como se estivesse rezando a musica. Tinha gente com binóculos, câmeras, e filmadoras. Tinha gente de todo o jeito e todo o tipo, e evitei olhar para a parte em que minha priminha que eu tanto amo estava. Eu era capaz de voar nela daqui, mas não posso fazer isso, não agora, ainda. Quando eles forem embora, eu conto pra ela. Por falar em contar... peguei a câmera que Tom havia me emprestado. E tirei fotos deles tocando, das fãs que estavam ajoelhadas, das fãs próximas ao palco, de tudo.

Tinha gente fazendo de tudo ali, era incrível como elas estavam descontroladas, era até estranho de ver. Fiquei tentando me imaginar ali no meio, se eu não tivesse com eles qual seria minha atitude ali no meio, será que estaria tendo a mesma atitude que a Carol? Provavelmente não me rebaixaria a esse nível, mas estaria rezando as musicas com certeza.

Agora eles tocavam  Dogs Unleashead, que estava quase no final, Bill já estava com outra roupa. Terminada a musica, começou uma que eu amo: In Your Shadow I Can Shine.

Parei de olhar para a platéia não queria mais me irritar com ninguém ( e quando digo ninguém, quero dizer minha prima). Cantei a musica com calma, como se o show fosse só meu.

Depois vieram: Automatic, Screaming, Dark side Of The Sun

Eles saíram do palco,e dessa vez eu os segui. Bill trocou de roupa como todos os outros.

Tom esbarrou comigo e disse:

- Essa musica vai pra você.- e saiu correndo

Eu fiquei com uma cara de interrogação das grandes, mas tudo bem. Os outros não trocavam uma palavra sequer, apenas agiam em silencio. A única voz que se ouvia era da equipe e de David Jost.

Terminaram de se trocar e correram em direção ao palco. Tom já havia sumido, só via ainda Bill,Georg ainda falavam um com o outro, gustav já estava entrando no palco. Georg subiu e Bill foi, tipo, pra dentro daquele “palco” onde mais pessoas se localizavam. Voltei para o meu lugar de antes, mas lá não vi Tom. Só um monte de fãs que, aparentemente, achavam que o show estava acabando.

De repete, o chão começa a se abrir, quer dizer, o palco. A musica começa e Bill e Tom surgem no meio do palco: Tom tocando piano que pega fogo, e Bill sentado num banco próximo dele.

Zoom Into Me é uma musica que eu particularmente amo, e não abro Mao de nada para curtir. Normalmente, em casa, canto ela com a tradução na cabeça. Mas aqui, depois do que Tom me disse nos bastidores, não conseguia me mexer. Como ele pode dizer que aquela musica era pra mim? Hã?

Observei ele tocando, estava perfeito. Assim como Bill e todos os outros, mas eu só conseguia pensar em Tom. Mesmo ele não estando perto de mim, minha respiração se acelerou muito. E não sabia se eu queria sorrir ou chorar, desmaiar ou terminar de ver ele tocar. Me apoiei na estrutura que estava ao meu lado, afim de conseguir pensar direito.

Sem pensar muito bem, sai da li. Corri ao camarim da banda, onde David telefonava. Assim que ele me viu, interrompeu uma ligação e disse:

- Esta tudo bem?- com uma voz preocupada

Eu não sabia se estava bem, esse era o problema.

- Jost, nem eu sei.

Ele se aproximou

- Você não parece bem, nem um pouco. Você esta pálida. Sente-se, por favor

Quando ele terminou de dizer isso, desmaiei

Jost*

- Meu deus! Fernanda!- eu gritei

A garota acabou de desmaiar, como? Por quê?

Um dos seguranças me ouviu gritar, e veio me ajudar a colocá-la no sofá.

- O senhor quer que eu chame algum medico?- o segurança perguntou serio

- Não, não precisa.

- Então quer que eu avise alguém?- ainda sugeriu

- Não!- protestei- Não comente com ninguém. Se Bill ficar sabendo, vai querer parar o show. Não comente com ninguém, certo?- pedi

- Tudo bem. O que eu posso fazer pra ajudar então senhor?- ele perguntou

-Me de licença por enquanto, se precisar te chamo.

- OK.- e ele se retirou

Depois que ele saiu, e fechou a porta

- O que você tem ein garota?- eu disse sozinho- Fernanda?- dei leves tapas em seu rosto- Fernanda! Acorde! O que esta acontecendo?- ainda bati em seu rosto

Ela aos poucos seus olhos voltaram ao foco.

- Fernanda! Você esta viva!- eu exclamei

Fernanda*

- Jost?- eu perguntei ainda não entendendo bulhufas

- Você esta bem? O que aconteceu para você desmaiar?- ele me encheu de perguntas

- Acho que minha pressão caiu- falei com a voz rouca

- Ah sim, entendo. Você me deixou preocupado.

- Desculpe- pedi

- Tudo bem, ainda bem que foi só isso. Fiz bem em não contar a eles.

Ah! Os garotos ainda estão no palco. Tinha me esquecido que estávamos no show. Meu deus!

- Oh minha nossa!- Exclamei

- O que?- ele se virou preocupado

- Eles ainda estão no palco não é?- perguntei

- Na verdade, eles devem estar chegando aqui- ele respondeu

- Você não vai contar nada disso pra eles vai?- perguntei com medo

- Melhor não. Bill é metido a ser mega preocupado. Se souber que você desmaiou é capaz de te levar para a emergência do hospital mais próximo.

- É, tem razão.

Logo ouvimos eles falando no corredor.

- Ah ai esta ela!- Bill disse ao abrir a porta

- A Acho bom!- Tom disse. MALDITO! Precisava ter dito isso?

- Oi meninos!- eu disse toda feliz, tentando pelo menos- Belo show! –elogiei

- Serio? Gostou mesmo?- Bill perguntou

- E teria como não gostar? –falei

- É, realmente não- ele disse por fim ,convencido

- Gustav!- eu gritei- Você toca muita bateria garoto!

Ele agradeceu ao elogio e

Fiquei me perguntando se alguém tinha dado por minha falta.

- Georg- falei- Você não pode ligar para o que o Tom diz sobre que você não toca baixo direito. Ele ta errado, e muito errado.

- Que bom que acha isso Fe! –ele disse

- Bill... sua voz é maravilhosamente perfeita ao vivo!- eu quase pulei em cima dele

- Ah Fernanda! Eu te adoro sabia?- ele me abraçou

- E eu também fofo!

- Tom!- eu disse depois que Bill me largou- Não sabia que você era tão multifuncional assim! Guitarra, efeitos e ainda piano! Você mandou muito bem mesmo!- fui em sua direção para abraçá-lo. Ele me abraçou demoradamente e bem apertado. Aquele abraço era tão bom! Eu não queria largá-lo. Mas logo fiquei sem graça, por que todos logo viram que nem ele nem eu queríamos nos largar.

Jost pigarreou e disse:

- Vamos brindar?- ele havia pedido champang, acho

Todos aceitaram, menos. Tom estranhou

- Você não bebe?

- Não. Sou menor de idade esqueceu?

- Ah!- ele disse entendendo- Desculpa

- Sem problema

- Pega então uma taça de refrigerante- Bill sugeriu- Assim você aparece na foto

- Tudo bem- fui em direção a mesa onde tinha uns refrigerantes- Por falar em foto- me lembrei- Tirei umas fotos do show- anunciei

- Serio?- Georg perguntou

- Sim, sim.- confirmei

Peguei a câmera e entreguei a Tom.

- Quem vai tirar a foto?- indaguei quando já estávamos todos prontos

- Já sei- Jost disse e foi em direção a porta. Trocou duas palavrinhas com alguém, logo vimos que era um segurança. Jost havia pedido pra ele tirar a foto.

Posicionamo-nos e ele tirou a foto. Que, pra variar, ficou perfeita, aliais nem tinha como ficar feia com aqueles divos ali.

- O que a gente vai fazer agora?- Bill perguntou depois de beberem um pouco de champang

- Eu tenho uma idéia- eu disse- Bill, você conseguiu realmente aquelas roupas que eu te pedi ontem a tarde?

- Sim- foi Jost quem respondeu

- Então vamos pra uma boate divina que tem aqui, o que acham?- sugeri

Tom engasgou, e Bill arregalou os olhos

- O que foi?- perguntei estranhando

- Nada- os dois responderam juntos

- Nada, não pode ter sido, pro Tom ter engasgado e os olhos divinos do Bill quase caírem.

- É que... Tem certeza?- Tom perguntou

- Ah! Já sei, vocês estão muito cansados-desanimei

- Não!- Bill protestou de imediato- É que a gente achava que você não saia- ele mentiu, tenho certeza absoluta. Mas vou deixar quieto

- Tudo bem. Eu saio sim ta!- falei como se tentando dizer o obvio

- Então vamos logo!- Georg incentivou

Todos tiraram as roupas do show. As roupas que Jost tinha arranjado era um pouco normais demais, então eu disse

- Gente, querem saber?- proclamei- Vocês vão com a roupa que acharem mais adequada! Ninguém vai reconhecer vocês, acho. Normalmente esse povo de balada não gosta de banda de rock. E as Tokitas que poderiam ir nessa balda, ficaram m casa chorando por que não foram ao show ou então, vieram pro show e agora estão emocionadas demais pra ir pra qualquer lugar que não for pra casa

- Que-MARAVILHA!- Bill disse aliviado

Tom concordou. Gustav e Georg se fizeram de indiferentes.

- Sendo assim. Vamos logo- apressei-os

Depois de maia hora, todos estávamos prontos.

- Nos vamos em dois carros também, sem seguranças algum. E outra, nos não vamos parar em frente a boate.

- IMPOSSIVEL!- Jost gritou- Pelo menos um segurança tem que ir conosco.

- Tudo bem- cedi- Mas ele tem que estar com uma roupa mais normal. Nada de uniforme.

- OK. OK- ele disse por fim

-Ótimo então vamos- eu disse satisfeita

Todos estávamos quase na saída do Via Funchal, já não havia mais fãs dentro nem perto do local. Bill olhou a bolsa e reclamou

- Droga! Esqueci meu celular!

- Quer que eu va pega-lo?- me prontifiquei

- Faz esse favor pra mim?- ele falou com uma voz toda doce

- Claro. Mas antes, a boate que nós vamos, fica perto do hotel. Então, só pra avisar, nós vamos em direção ao hotel. E de lá, vemos como vamos sair para a boate- virei as costas e fui em andando pra dentro do Via Funchal.

Eu tinha visto ele pegar o celular, antes de sairmos, que estranho. Logo cheguei ao camarim em que os garotos estavam, procurei ate mas não achei o celular em lugar algum.  Quando estava voltando, encontrei Tom pelo caminho. O que ele fazia ali?

- Oi Tom. Cadê os outros?

- Acharam que você estava demorando, foram na frente e mandaram eu vir te procurar.

-Ah.

Damos alguns passos em silencio

-Tom- chamei. Ele virou-se de imediato

-O que foi?

-Você toca bem- admiti

Ele sorriu

-Obrigada

E ficou me olhando. Eu corei ao sentir seus olhos em meu rosto. Do nada, por eu estar com a cabeça baixa, uma mecha de cabelo caiu formando uma cortina. Tom, que ainda analisava meu rosto, pegou a mecha e a colocou atras da orelha delicadamente, me fazendo suspirar. Sua mão correu por meu rosto parando no canto da minha boca. Senti ele se aproximar, eu fechei os olhos, ele se aproximou um pouco mais, ao ponto de sua respiração – que estava quase tão rápida quanto a minha- banhava meu rosto por completo. Seu corpo se encostou no meu. Abri meus olhos,  agora sua face estava a milímetros de mim. Ele aproximou suas mãos de meu rosto. Ele fazia tudo com uma calma que estava me deixando louca. Ele colocou suas mãos em meu rosto com cuidado como se eu fosse uma peça de porcelana rara e caríssima.

- Me prometa, que você vai me ouvir antes de eu partir- ele sussurrou, fazendo seu hálito banhar meu rosto.

- Eu prometo- consegui gaguejar a ele.