A Beautiful Lie escrita por Raquel Severini


Capítulo 33
Capítulo trinta e três: This is war


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiramente queria pedir desculpas pela demora. Fiquei sem PC um bom tempo... É final de ano, e claro, estou péssima em matemática! --', entao fico sem computador... Mas enfim. Nao me levem para a forca, ainda...
Gente, esse capítulo, particularmente... Nem sei o que dizer. Mas espero que nao fique mto complicado...
Ta tudo uma bagunça, além de ABL escrevo outras quatro fanfics apenas por diversão... E decidi mudar de planos. A fanfic que vocês votaram pode não ser a próxima que vou postar. Sinto muito. Mas ainda estou decidindo entre meus projetos qual é o melhor... Enfim.
Enjoy :*



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Anna chorava.
- Eu confesso, eu confesso! - Eu, Shannon e Jared, junto com um grupinho de policiais que investigavam nosso caso estávamos parados atrás do vidro preto, olhando para
a sala de interrogatório, onde Anna e o delegado estavam. Kennan ergueu uma sobrancelha e ela prosseguiu, chorando - Foi a Constance.
Shannon se remecheu, incomodado e se apoiou sobre a janela negra que dividia ambas salas.
- O que a Constance fez, me diga logo!
- Eu não... Não posso.
- Então acho que você vai ser presa por porte de drogas. - Respondeu ele, sarcástico, puxando um saquinho com pó branco e começou a se virar para a porta.
- Não! Espera, espera! - Kennan se voltou na direção de Anna, impaciente. - Eu conto. - A loira respirou fundo, tentando se acalmar, antes de prosseguir - Na noite em
que o Shannon me deixou, eu perdi a cabeça. Bom... Você sabe o que aconteceu. Eu achei que ele estava morto, não sentia sua pulsação. Acredite, tive que fugir para
não ser presa por homicídio sem a intenção de matar.
- Pra onde você foi?
- Inglaterra. A essa altura, Constance já sabia do namoro dos três e já estava bem irritada com isso... Ela conhecia Mellanie desde criança e sempre confiou nela para
cuidar do Jared, que parecia só dar ouvidos a amiga, e não à mãe. Constance pensava nela como a irmã que Jared não teve... Nunca esperou mais que isso.
E de repente, os dois se reencontraram e passaram a namorar. Eu também não gostei muito, e fui falar com ela em segredo... Nos tornamos grandes amigas. - Houve uma
pausa - E como nem eu nem Constance gostávamos daquele namoro... Bem... Nós compartilhamos nossos sentimentos e, se antes não gostávamos, passamos a odiar.
- Isso explica porque Constance estava irritada comigo. - Sussurrei, mais pra mim mesmo do que pra qualquer um ali.
- Mas ficou só nisso - Continuou Anna - Ela não tentou fazer nada para impedí-los. Porém... Quando eu contei que Mellanie também estava com o Shannon ela pirou.
Jared sempre foi independente. Já o Shann... Ele era o superprotegido dela e, como Constance não achava que Mellanie era mulher pra nenhum dos dois, tentou,
inicialmente persuadí-los a terminar. Como você pôde perceber, não funcionou muito... Constance então recorreu a mim. Quando a banda foi sair em turnê, era a
oportunidade perfeita. Fiz as pazes com Mellanie, até a chamei pra jantar... Constance queria que Shannon confiasse em mim, por isso eu estava pagando de boa
garota. Tentaria fazer com que ele a esquecesse. Também não funcionou. Na mesma noite ele terminou comigo. - Anna suspirou, havia lágrimas em seus olhos - Liguei
para Constance e avisei o que tinha acontecido, enquanto voava para a Inglaterra. Ela quis tomar providências drásticas... Ligou para a produtora da banda, Megan e
pegou todos os horários dos vôos deles. Eu não sei como Constance conseguiu fazê-la ficar quieta e agir normalmente. Primeiro, quando Shannon dormiu na casa da
mãe, um dia depois de terem contado formalmente que estavam namorando a mesma pessoa, ela injetou uma espécie de veneno nele. Ele acordou com febre
e eles foram para o hospital onde um médico falso, que fora subornado pela próprio Megan com trezentos mil euros, injetou outra dose de veneno na veia dele. Para não ser
detectado nos exames de sangue, tinham que ser pequenas doses. Por isso ele não morreu logo de cara... O médico, então, receitou a terceira e última dose do veneno,
dizendo que se tratava do remédio que Shannon deveria tomar. Seria perfeito, pois nem ele nem Constance estariam no país e Shann tomaria o remédio por conta própria.
Quando descobriram que Mellanie havia dado o veneno a ele, foi uma festa só. Ela seria incrimada. Mas ai o idiota do doutor falso foi pego pela alfândega e Shannon
não morreu.
Jared estava boquiaberto desde que ouvira o nome "Megan". Shannon não estava em melhores condições.
- E porque Constance queria matar Shannon? - Perguntou o delegado, batendo os dedos levemente contra a mesa.
- Porque era a única alternativa... Se ela matasse um dos dois filhos, provavelmente Mellanie não ia conseguir continuar com o outro.
- E porque ela escolheu Shannon?
- Eu não sei, talvez ela goste mais do filho mais novo.

E foram horas de interrogatório. Nós não conseguíamos sair da frente daquele vidro negro. Quando Anna terminou de contar os detalhes, o delegado se levantou e, assim
que abriu a porta disse:
- Prendam por homicídio doloso, porte de drogas e omissão de informações.
- Você disse que não ia me prender se eu te contasse a verdade! - Gritou ela, batendo na mesa e com lágrimas de fúria nos olhos.
Kennan virou-se pela última vez em sua direção e respondeu, simplista:
- Eu menti.
Alguns policiais algemaram Anna e a arrastaram por uma porta quase imperceptível, do outro lado da sala, que era um atalho para as celas da delegacia. Kennan se
aproximou e disse para o grupo que cuidava do nosso caso:
- Emitam um mandato de busca e apreensão e tragam a tal de Megan para interrogatório. - Os homens assentiram, porém continuaram no mesmo lugar. - AGORA! -
gritou ele, extressado. Todos obedeceram e se retiraram, deixando nós quatro a sós.
Shannon continuava olhando fixamente para a sala. Toquei sua mão levemente e ele se assustou. Jared tinha a expressão pensativa, mas reconheci algum alívio naquele
rosto e soube que ele estava feliz por finalmente ter terminado.
- Eu sinto muito por isso. - Anunciou o delegado, para então se retirar - Podem ir pra casa, se assim desejaram. - Comentou, já no corredor.
Tanto Jared quanto Shannon continuavam estáticos. Eu também estava chocada com as descobertas, mas tinha que ser forte para cuidar deles. Entrelaçei suas mãos
entre as minhas e os guiei para fora.

Chegamos em casa. Os dois estavam insuportavelmente quietos.
- Vou tomar um banho. - Anunciou Shannon assim que entramos.
Suspirei e puxei Jared para o quarto, fazendo com que ele deitasse na cama. Abraçei-o com carinho e deixei que deitasse o rosto no colo dos meus seios.

Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
...Respira.

- Como ela pôde fazer isso...?
- Seres humanos são complexos. - Respondi atenciosamente, com a voz compreensiva.
- Isso não é desculpa. - Jared parecia confuso.
- Pra você não é. - Acariciei seu rosto carinhosamente - Sei que você deve estar perdido e surpreso com tudo isso.
- É claro. Nunca desconfiaria de Megan. Pensei... Pensei que ela se importasse comigo.
Seus olhos azuis brilharam levemente e ele escondeu o rosto entre os braços, ainda com a cabeça deitada em meu corpo. Afaguei-lhe as costas.
- Ela se importava. Talvez até demais.
- O que quer dizer? - Perguntou e eu pude enxergar uma criança ouvindo conselhos de uma pessoa mais velha. Sorri levemente.
- Você nunca pensou na possibilidade de Megan te amar?
- Porque ela me amaria?
- Porque alguém não te amaria? Você é tão atencioso, carinhoso e gentil. Que mulher não quer isso?
- Não... Ela era minha amiga.
- Hey... Olha pra mim. - Jared ergueu o rosto lentamente e encarou meus olhos. Desci a mão por sua bochecha e comentei - Tão lindo... - Não tentei conter meu pequeno
sorriso. Ele sorriu de volta, parecendo muito satisfeito com o elogio.
- Acho melhor esquecermos esse assunto.
- Eu entendo. Só me prometa que não vai mudar por isso.
- Prometo.
Ficamos nos olhando durante um tempo, até que Jared deu um beijo leve em meu seio e saiu de cima de mim, me agarrando e fazendo com que eu o abraçasse
confortavelmente. Seu corpo era quente e agradável. Mordi seu ombro, deixando uma marca vermelha e logo em seguida beijei várias vezes o local. Ele não reclamou.
Subi para seu pescoço, mordendo-o suavemente. Depois acomodei o rosto ali, fechando os olhos.
- Dorme um pouco. - Aconselhei e ele abaixou o rosto para me fitar. Conseguia sentir sua respiração em minhas bochechas.
- Não estou com sono.
- Amor... - Reclamei, apoiando o queixo em seu peito, para fitá-lo nos olhos. - Não quero ver você desse jeito.
- Não posso evitar. - Argumentou, com o olhar distante.
Sentei-me na cama, observando seus olhos azuis com atenção. Lentamente ele virou o rosto em minha direção, encarando-me.
- Jared... - Acariciei seus lábios com as pontas dos dedos. - Não quero mais te ver triste.
- Eu também não... - Replicou, desanimado.
- Hey, amor. - Falei carinhosamente - Escuta, agora acabou, tá bom? Somos só nós. Porque nao aproveita isso?
- Você tem razão. - Admitiu, sorrindo levemente.
- Agora vem aqui. - Mandei, puxando-o e fazendo com que ele me abraçasse muito apertado.
- Eu te amo. - Sussurrou contra meu ouvido.
- Eu também te amo. - Respondi na mesma altura.
Após fazer carinho nele, Jared dormiu rapidamente, como sempre, lembrando-me uma criança. Me abraçava possessivamente. Suas bochechas estavam levemente
coradas pelo calor do grosso cobertor. Sorri e beijei seu rosto.
Shannon apareceu alguns minutos depois, com um copo de vidro na mão. Sentou-se do meu lado na cama e ficou encarando uma das paredes, com o olhar vazio.
Roubei-lhe o copo.
- Beber não é a solução para seus problemas... - Respondi a sua pergunta muda.
- Eu sei. Só estou tentando esquecer.
- Quantos copos já bebeu? - Ergui uma sobrancelha.
- Muitos.
- Quantos? - Insisti.
- Não sei. Um seis ou sete, mas pra mais... Quem sabe.
Dei um soco nele.
- Saia daqui e só volte sóbrio. - Virei a cara pro outro lado.
- Só porque bebi um pouco já está me expulsando?
- Você não precisa disso, Shannon. - Respondi, com a voz um pouco abafada. - Assim como seu irmão.
- Que surpresa... Já está metendo Jared no meio da discussão... - Comentou, sarcástico.
Suspirei.
- Você devia aprender algumas coisas com ele.
- Não enche. - Bufou, revirando os olhos.
- Você vai se arrepender disso amanhã. - Anunciei.
Ele riu e se levantou, levando o copo consigo. Não tentei impedí-lo.
- Não vou lembrar do que disse amanhã, amor. - Sorriu e saiu.
Uma inquietação se apoderou de mim. Tinha medo do que Shannon podia fazer. Alguma besteira, talvez. Apesar de todo meu querer, repreendí-me mentalmente e
reprimi a vontade que tinha de correr atrás dele.
Jared me abraçou com mais força. Seu corpo estava praticamente em cima do meu. Quando tentei ajeitá-lo, grunhiu e permaneceu no mesmo lugar. Só parou de
reclamar, ainda dormindo, quando o abraçei. Ele conseguia me reconfortar, me fazer sentir bem. Em poucos minutos esqueci que Shannon tinha saído e dormi, agarrada
com ele.
Quando abri meus olhos novamente, já estava bem tarde. Me espreguiçei e percebi que estava com o rosto apoiado no ombro de Jared. Olhei-o. Lia um livro, molhando
os lábios de vez em quando, demonstrando ansiedade. Parecia tão concentrado que não percebeu-me acordada. Um de seus braços me envolvia confortavelmente. Me
estiquei e dei um beijo em seu rosto. Jay sorriu, fechando o livro e me devolveu o gesto.
- Pensei que não ia acordar mais. - Comentou - Estava morrendo de fome.
- Porque não levantou? - Questionei.
- Porque não queria te acordar.
Me pus de pé, arrastando-o pela mão.
- O que você quer comer?
- Posso comer você e depois a gente pensa em algo. - Riu.
Dei um tapa nele.
- Quero um beijo. - Falei de repente. Jared riu de maneira infantil e me deu um selinho carinhoso e demorado.
Abraçei-o.
- Sinto falta do Shannon.
- O que houve? - Perguntou, erguendo uma sobrancelha.
- Ele saiu completamente bêbado.
- Idiota.
- Idiota. - Repeti.
É, Shannon... Só espero que você esteja bem.


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Notas finais do capítulo

gostaram? eu sei, ficou uma droga.