O trajeto inteiro fora silencioso. Em parte, pois não havia o que se dizer, em parte porque ambos privávamos nossos pensamentos.
Quando cheguei em casa, simplesmente joguei-me no primeiro sofá que avistei, abraçando meu próprio corpo com os dois braços, tremendo. Comecei a chorar,
escondendo o rosto numa das almofadas macias.
Senti dois braços quentes envolverem-me, porém, nenhuma palavra de conforto fora dita, fiquei grata por isso. Nada daquilo funcionaria. Eu sabia que nada estava
bem, e que também não ficaria num futuro próximo.
Quando já estava mais calma, Jared beijou minha testa suavemente, chamando minha atenção. Sua expressão estava um misto de confusão, preocupação, e a mais
evidente: Desolação. Ele escondeu aquilo tudo rapidamente quando percebeu meu olhar.
- Nós teremos tempo para tentar outra vez. - Ele disse, enquanto acariciava meus cabelos. - Se você quiser. - Completou.
Fiz que não com a cabeça, não sabia se aguentaria passar a mesma dor novamente. Jared suspirou e assentiu.

A semana passava lentamente. Nesses dias, optamos por ficar em casa, Jay não queria falar com a imprensa, tampouco eu. Ele basicamente me fazia carinho e
companhia, e estava grata por isso.
- Amor... - Chamei.  Ele estava deitado com o rosto um pouco abaixo do meu pescoço. Jared se virou para me fitar - Você já fez as pazes com o Shannon? - Perguntei.
Estava chateada por não poder ficar no mesmo ambiente com os dois.
- Eu não quero. - Respondeu, fazendo aquela cara infantil que eu amava. Sufoquei um riso, mantendo-me séria. Levantei-me do sofá, cruzando os braços. - Que foi,
Mellanie? - Ele tentou me beijar, porém, desviei o rosto, com muito, mais muito esforço mesmo.
- Nada disso. - Neguei com a cabeça - Até você voltar a falar com ele. Ele é seu irmão, não quero ver vocês dois assim. - Fiquei de costas, se olhasse muito para ele,
não resistiria a tentação que aqueles lábios ofereciam.  Jared me abraçou por trás, e deu um beijo leve no meu pescoço. - Jared... - Adverti.
Ele riu no pé da minha orelha, causando um arrepio. - É sério!
- Nossa, como você fica linda fazendo essa carinha. - Falou ele, sorrindo.
- Não estou fazendo cara nenhuma! - Sabia que estava emburrada, porém, não cometia o ato de propósito.
Então Jay me pegou no colo, fazendo-me dar um gritinho assustado. Segurei na sua nuca involuntariamente. Ele me deitou no sofá, colocando as pernas, uma em cada
lado do meu corpo. Jared segurou meus pulsos com as mãos, então inclinou-se para mim, deixando o rosto muito próximo.
- Não faz isso comigo - Pediu. Já podia sentir sua respiração se misturando com a minha. Ele apenas encostou os lábios nos meus, deixando-os assim por um bom tempo.
Porém, a medida que Jared foi pedindo espaço, mantive minha boca fechada com força. Mas não por muito tempo. Ele sorriu, como se houvesse ganho alguma espécie
de joguinho. - Sabia que você não ia resistir.
- Cala a boca. - Falei, esticando-me para voltar a beijá-lo.
Jay foi largando meus pulsos aos poucos, enquanto aprofundava o beijo. Com liberdade, segurei sua nuca, bagunçando seu cabelo fino e loiro, retribuindo aquele
beijo que aos poucos foi se tornando muito intenso, mais intenso do que eu podia esperar. Era como se meu corpo sentisse sua presença, e entrasse em estado de
loucura, sempre que sua pele tocava a minha.
Ele estava apenas inclinado, portanto, o fiz deitar entre as minhas pernas. Era impressionante como ele cabia perfeitamente ali. Tirei seu casaco preto, juntamente
com a blusa, habilidosamente. Ele parecia impaciente, não queria desgrudar os lábios dos meus.
- Ai! - Arfei quando ele mordeu meu lábio superior. - Nossa, calma...
Jared mal me deixou falar e beijou o mesmo local várias vezes, como se estivesse pedindo desculpas. Comecei a descer a mão, trilhando lentamente o caminho até
sua calça. Passando pelo seu peito e abdômen bem definido. Até que, choramingando por ter acabado tão rápido, abri seu zíper completamente, puxando o jeans escuro
para baixo, apenas o suficiente. Ele começou a beijar meu pescoço, mordendo e passando a língua de vez em quando. Arfei alto. Aquilo era tão bom... Nem havia
percebido quando, mas estava segurando sua nuca com força, e me inclinando,  sempre que ele me mordia, causando-me um calafrio que corria por toda a espinha.  
Jared tirou meu suéter e minha calça, e começou a me beijar, me morder e... Nossa! Indescritível é essa sensação. Quando chegou na minha virília, mordeu a alça
da calcinha e baixou-a rapidamente. Voltou à minha boca, porém as mãos permaneceram na minha bunda.
Quando ele me flexionou pra frente, não mais pude me concentrar naquela boca, gemi mais alto do que o comum. Talvez estivesse com mais saudade dele do que podia
imaginar. É claro que isso o deixou ainda mais animado. Mantive minhas mãos nas costas dele, apertando-o com força. Queria manter-me quente e aconchegada
naquele corpo. O orgasmo veio fácil. Estava tudo tão bom, mas de repente começou a doer. No início, só um incômodo bem-vindo, porém aos poucos começou a me
machucar realmente.
- Jared! - Gritei meio desesperada. Ele parou e se ergueu um pouco para me fitar.
- Que houve, amor? - Ele perguntou, afagando meu rosto. Comecei a chorar, encolhendo-me, estava doendo muito agora. - Mellanie?
Jared pegou a própria blusa e me fez vestir, depois puxou-me para o colo dele.
- Amor... - Choraminguei, abraçando-o. Ele me apertou contra o próprio corpo, como se quisesse me manter aquecida.
- Que foi que eu fiz? - Ele perguntou, enquanto me fazia carinho.
- Desculpa, é que estava me machucando...
- Eu não entendo como isso foi acontecer. - Ele parecia possesso.
- Não foi culpa sua. - Falei, limpando o rosto.
- Claro que foi...
- Para, Jared... - Interrompi - Não foi sua culpa. 
- Então, o que foi? - Jay ergueu  uma sombrancelha perfeita pra mim.
- Não sei, talvez nossa posição.             
- Eu me empolguei, desculpa. - E completou - Não tinha nada de errado com nossa posição.
- Pare de se martirizar. - Pedi, e senti  uma latejação enorme novamente. Soltei um gemidinho de dor. O corpo inteiro de Jared se enrijeceu nesse momento, deixando
claro que ele estava tenso.
- Desculpa... - Falou de novo. E dessa vez eu o calei com um beijo arrebatador, e já começava a me arrumar em seu colo. Ele me impediu. - Não, anjo, é sério. Vamos
fazer isso outro dia. Não quero te machucar outra vez.
Fiz um beiçinho, e comecei a me levantar.
- Vou tomar um banho, você vem? - Pronunciei com inocência.
Ele assentiu e começou a me seguir até o andar de cima. Quando já estávamos debaixo da água quente e acolhedora, ele quebrou a pausa.
- Você tem visto a Anna?
- Não, amor... Quer falar disso agora? - Comecei a fazer manha.
- Desculpa, só achei estranho o fato de ela estar muito ausente. Alguma coisa tem.