Moonlight escrita por camila costa


Capítulo 6
A Revelação


Notas iniciais do capítulo

Oieeee! Espero que tenham gostado até agora! De novo quero agradecer pelos reviews *-*.
Espero que gostem desse cap. É um dos meus preferidos. E foi o ultimo que eu escrevi depois de empacar por meses.
Haha leitores curiosos, agora eu postei. Não sou tão má assim né? *-*



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Ouvi o baque surdo de uma folha no chão. Isso me fez olhar para a direção aonde tinha caído e ver o sol se esconder por trás das árvores. Meu coração bateu num ritmo mais acelerado. Estava chegando a hora. Mais alguns minutos e eu saberei de toda a verdade.

            Olhei para o céu, me jogando nos dentes-de-leão novamente. Fechei os olhos e senti meus lábios se curvando para cima. Sim, eu estava mesmo sorrindo. Pela espera estar finalmente chegando ao fim. Por eu descobrir toda a verdade.

            Perdida no meu subconsciente me esqueci completamente da hora. Levantei-me rapidamente, arfando. Olhei para o céu. A lua jazia em seu lugar de costume.

            Por longos minutos, a luz da lua me cegou. Como uma idiota, comecei a olhar em volta, sem nada ver. Isso me assustou um pouco. Em geral, o luar não devia ser assim. Era algo incomum.

            Olhei minha pele. Ela brilhava como um diamante. Meus olhos se arregalaram. Nunca, em toda a minha vida, vira algo tão estonteante. Não me preocupei com minha demência nesse momento. Sem pensar, saquei meu  canivete e o comprimi fortemente contra a mão. O sangue jorrava branco e flácido.

            Houve uma pontada forte de dor. Lembrei-me que a dor é apenas uma reação imediata do corpo para avisar o cérebro que há algo errado. Respirei fundo, contra minha vontade, pois o cheiro de sangue sempre me enjoava. Me surpreendi quando essa reação não ocorreu.

            A luz da lua sumiu, trazendo novamente a escuridão.

            Houve um barulho muito baixo para que qualquer um escutasse. Mas eu ouvi.

            - Não seja covarde –murmurei para mim mesma.

            Seria eu forte o bastante para aquilo? Eu conseguiria fazer meu corpo obedecer a esse comando? A partir desse momento, nada mais fez sentido para mim. Recordei-me de minha promessa. “Eu farei o que for preciso para reviver o momento de ontem. Nada pode me impedir. Nem mesmo minha própria morte.”

            “Nem mesmo minha própria morte”. Fiquei repetindo essas palavras em minha mente

            O medo era uma fraqueza do ser humano. É uma derrota. Eu não poderia deixar que ele me impedisse. Não dessa vez. Eu não era covarde o bastante para isso.

            - Eu não posso impedir o que é inevitável – sussurrei

            Segurei o canivete com mais força, ignorando minhas articulações que gritavam por uma brecha. Ajoelhei-me nos dentes-de-leão e encarei a lua, que ainda reluzia em minha pele. Agora eu podia enxergar. Podia sentir olhos vermelhos me encarando. Podia sentir a adrenalina arder em minhas veias.

            E tudo aconteceu muito rápido.

            Em um segundo, eu estava prestes a contrair o canivete contra o meu peito, com um grande impacto. No outro, eu estava caída no chão, o canivete ao meu lado. Eu não fazia idéia de como fora parar ali. A única coisa que senti antes de minha queda foi algo tocando minha pele, com a mesma pressão que uma folha faz na terra ao cair de uma arvore.

            Arfando, me virei para ver o que tinha me derrubado.

            A criatura estava parada diante de mim, com sua manta preta e longa se arrastando no chão. Ele virou um pouco o rosto, num movimento rápido e súbito; e foi aí que eu vi.

            Seus olhos eram vermelhos, como em meu sonho, sua boca estava levemente aberta, mostrando seus dentes que brilhavam sob o luar. Seu cabelo era perfeitamente louro.

            Senti um enorme desejo de tocá-lo, e dei um passo à frente. Ele tremeu. Outro passo. Mais um. Logo, eu estava ao seu lado. Puxei seu ombro, fazendo-o ficar frente a frente comigo.

            Agora que podia vê-lo melhor, notei que não havia percebido que ele era tão pálido. Minha mão moveu-se involuntariamente e tocou seu rosto. Um tremor percorreu meu corpo. Minha nossa, ele era gelado. Ao meu toque, ele fechou vagarosamente as pálpebras.

            Minha mão percorreu o caminho até sua boca. Apesar de seu corpo ser muito rígido e duro, a boca era uma exceção. Era muito macia. Reprimi o desejo de chegar mais perto dele, com muito esforço. Gemi. Por que isso tinha que ser tão difícil? Por que motivo o meu corpo não queria se afastar dele? Por que todos os meus músculos gritavam por uma aproximação?

            Minha cabeça caiu, derrotada. Eu era fraca. Não conseguia sair de perto dele. Agora meu Mundo havia mudado completamente. Ele era meu centro do universo. Ao perceber isso, senti uma forte sensação possessiva sobre ele.

            Eu não sabia seu nome, não sabia quem ou o que ele era, mas o sentimento que presenciei, foi forte o bastante para que eu não tivesse dúvidas.

            Eu não podia estar apaixonada por uma pessoa que eu acabara de conhecer. Mas eu estava.

            Com a aceitação, ergui a cabeça devagar; respirei fundo.

            O luar incomum voltou com mais potência, cobrindo nossos corpos. Meu coração estava batendo rápido demais. Ele percebeu e abriu os olhos.

            Com um leve movimento dos lábios, ele sorriu. Quando retribuí, seu sorriso se alargou, mostrando seus dentes. Isso me encantou.

            Ficamos nos encarando por um longo tempo. Era nosso momento especial. No nosso lugar especial. Minhas únicas palavras foram:

            -Meu Anjo.

            Uma risada dura saiu de seus lábios macios e gélidos. Me perguntei por que ele ria da descrição perfeita que fizera dele.

            Uma leve corrente de ar passou por nossos corpos; as pontas de meu vestido foram em sua direção.

            Olhei em volta e percebi que as pétalas dos pequenos dentes-de-leão foram levantadas pela brisa e agora estavam voando a nossa volta, criando um ambiente romântico.

            Nossas mãos se encontraram no ar lentamente, o luar reluzindo-as. Havia uma espécie de conexão entre nós. Sua pele tinha um tom mais claro e brilhante que a minha, destacando-se na luz. Ele fechou sua mão na minha e me puxou de encontro ao seu corpo. Como a manta preta estava entre nós, não senti frio, mas prazer.

            Para minha total satisfação, ele se curvou sobre mim, suas mãos fechando-se delicadamente em minhas costas; nossos lábios se encontraram, e foi uma ótima sensação, foi como o gelo entrando em contato com o fogo. Ele estava sendo cauteloso, enquanto eu retribuí o beijo, minhas mãos fechando-se em seu cabelo, instruindo-o a continuar.

            Ele caiu de costas nos dentes-de-leão, comigo sobre seu corpo. Enfim, paramos; meu lábio inferior se projetando.

            Ele riu da minha expressão. O som leve de sua risada me fez rir também. Rolei até ficar a seu lado. Virei-me rapidamente para deixar meu corpo junto ao dele. Apesar de a manta estar entre nós, eu estava com frio. Meu vestido não tinha mangas, e eu estava tremendo, o que atrapalha um pouco o clima de romance.

            Ele pensou por um segundo e assentiu consigo mesmo. Ficou sentado e retirou a manta, estendendo-a para mim. Claro que isso o fez ficar sem camisa, e eu me perdi olhando seu corpo. Tinha os músculos muito bem definidos e um belo abdômen. Ele era perfeito.

            Coloquei a manta sobre o vestido e me deitei novamente nos dentes-de-leão, onde ele aguardava ansiosamente.

            Virei novamente e toquei seu peitoral. Bocejei e ele começou a passar as mãos por meus cachos, o que me deixou tranquila e sonolenta. Aconcheguei-me a seu lado, aninhando minha cabeça em seu peito. Agora eu podia sentir o desejo possessivo tomar conta de mim. Ele era meu. Só meu. Sorri comigo mesma com a revelação.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Deixem reviews dando a opinião. Lembrem-se: criticas são bem vindas. E elogios tambem. ^^
Bjos,
Camy