O Destino de Cada Coração Iv escrita por By Mandora


Capítulo 13
O Começo Do Fim


Notas iniciais do capítulo

Finalmente! O cap 13! Desculpem pela demora, mas eu tive um enorme bloqueio na cena de luta... Em compensação escrevi outras coisas, algumas já comecei a colocar online também. Obrigada pela paciência!



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O youkai de cabelos prateados caiu duramente sobre o solo, já um pouco inebriado pelo miasma que escapou do corpo de Naraku ao perfurá-lo. Por cima dele caiu o monstro, que tratou de tentar escapar da situação, mas ainda tinha aquele braço atravessado em seu peito, segurando-o.

- Largue ele, Sesshoumaru, ou vai perder novamente esse braço! - Foi o que o hanyou gritou.

Foi quando o mais velho percebeu o que o mais novo queria dizer. O miasma dentro do corpo de Naraku começava a queimar e derreter seu braço que o mantinha preso. Ironicamente, era o mesmo braço que perdera por causa de uma luta que tivera contra Inu-Yasha e que Setsuna havia restaurado.

"Não vou lhe dar esse prazer, Naraku..." E com um impulso, fez um semicírculo e atirou o monstro longe, que bateu contra a Árvore Sagrada duramente. O impacto causou a queda de vários galhos e folhas sobre o monstro, que observava Sesshoumaru encará-lo com ira, enquanto segurava seu braço em carne-viva. Inu-Yasha correu até o irmão, preocupado com ele.

- Você está bem?

- Onde está aquele lobo? - Perguntou ignorando a preocupação do irmão mais novo.

- Ah... Kouga? - Só então ele parou para olhar ao redor e notar que o lobo havia desaparecido de suas vistas. Encarou Sesshoumaru. - Você não acha que ele está novamente sobre o controle dele, acha?

- Tenho certeza que não.

- Aquele covarde miserável... - Cerrou o punho na altura do peito.

- Temos uma preocupação maior no momento, Inu-Yasha.

Diante deles, Naraku se erguia, com seu sorriso cínico de sempre no rosto. O buraco aberto em seu peito se fechava, enquanto ele limpava um pouco de sangue do canto da boca com as costas de sua mão esquerda.

- Eu sou um ser invencível... A Jóia de Quatro Almas é minha e nada pode me impedir agora! - Ele começou a rir discretamente e logo rompeu em uma gargalhada insana.

"Quanta arrogância!" Pensou Inu-Yasha enquanto sacava sua espada. Seu irmão permanecia estranhamente calmo, olhando fixamente para o oponente. Parecia que, após aquela gargalhada, ele e Naraku travavam um duelo de olhares.

Então o olhar do monstro rapidamente voltou-se para cima ao perceber uma pequena movimentação na folhagem da copa da árvore. Ele desviou para o lado, enquanto Kouga caía sobre ele. O lobo errou o golpe, mas serviu de distração o suficiente para que Sesshoumaru avançasse sobre o adversário e o enlaçasse pelo peito e braços com seu chicote venenoso.

- Você acha que pode me deter com esse truque, Sesshoumaru? - Ele mantinha o sorriso arrogante de quem já garantira a vitória.

Inu-Yasha observava aquele insólito cabo de guerra. Se por um lado Naraku não demonstrava qualquer sofrimento pelo fato de estar envolvido por aquele chicote venenoso que visivelmente o queimava, pelo outro Sesshoumaru fazia uma certa pressão, tentando evitar que o monstro escapasse. "Tenho que fazer alguma coisa..." Sacou a Tessaiga e espantou-se com o que percebeu. As nuvens de energia sinistra de Naraku tinham mudado, havia agora também um estranho brilho púrpura. "A Jóia de Quatro Almas!" Lembrou-se então de uma das razões de tanto haver perseguido aquele objeto amaldiçoado. "Será que ele agora deixou de ser um hanyou e se transformou em um youkai?" Ele balançou a cabeça de um lado para o outro, tratando de afastar aqueles pensamentos. "Não me importa no que se transformou, Naraku... Não vou deixar que encoste um dedo na Kagome!"

- Ferida do Vento!

Kouga rolou para o lado, praguejando Inu-Yasha pelo fato do hanyou não ter se preocupado com o lobo no meio do caminho. Ele saiu da linha do golpe que atingiu Naraku em cheio, porém foi como se ele houvesse sido golpeado por água. A energia bateu sobre seu corpo e escoou pelos lados, não causando qualquer tipo de reação no monstro. Ele permanecia de pé, envolto pelo chicote, com aquele sorriso irritantemente cínico, olhos vidrados em Sesshoumaru. Quando finalmente toda a energia do golpe se dispersou, ele estreitou os olhos e moveu as pupilas para o lado para observar o hanyou.

- Você é tão patético, Inu-Yasha... - Com um único gesto, no qual seus músculos do peito deram a impressão de ter aumentado de tamanho, ele soltou-se do chicote. - Sua espada agora não serve nem mesmo para me fazer cócegas. - Todo seu corpo começou a pulsar, como se estivesse em plena transformação. - Vou lhes mostrar o verdadeiro poder da Jóia de Quatro Almas!

Ventos emanavam de seu corpo, em forma de espiral, como provenientes de um tornado. Era difícil para os demais se manterem de pé. Seus três adversários deram alguns passos para trás, enquanto aquela energia maligna saía de seu corpo, como ondas de choque. E, a cada nova onda, seus músculos aumentavam. Seu rosto mudava, tornando-se cinza. Seus olhos ficaram vermelhos e amendoados, com negras pupilas verticais cruzando-os. Sua boca aumentou para acomodar suas enormes e afiadas presas que despontavam. Seu hálito fétido tomou conta do ar com um rugido alto que dera. Gigantescas garras substituíram seus dedos e tanto aumentou de tamanho que logo já alcançava metade da Árvore Sagrada. Ele olhou de um lado para o outro antes de soltar outra gargalhada insana. Sua voz parecia um misto de lamentos do inferno.

- Quem quer ser o primeiro a morrer? - Perguntou a criatura, entre risadas.

- Maldição... - Blasfemou o hanyou com a espada em punho. - Eu vou acabar com você! - E correu na direção de Naraku.

Para sua surpresa, seu irmão interrompeu seu caminho colocando seu braço diante dele. E apesar do gesto, o youkai mantinha os olhos vidrados no monstro à sua frente.

- Sesshoumaru... - Disse o hanyou, surpreso.

- Essa é uma luta que você não pode ganhar, Inu-Yasha. - Argumentou o mais velho, calmamente.

Kouga riu da situação, apesar do aperto que estavam passando, não podia deixar passar uma oportunidade como aquela.

- Hei, cara de cachorro! Nem mesmo o seu irmão te dá crédito!

- Cale a boca, seu lobo inútil! - Gritou o hanyou.

Foi quando percebeu que ventos de energia também envolviam Sesshoumaru e os olhos dele brilharam vermelhos como sangue. "Droga, ele vai lutar com aquela coisa mano a mano..." Voltou o olhar para Naraku, sentindo o poder que emanava dele. "Estou começando a duvidar que alguém possa... Se ao menos pudéssemos remover a Jóia de Quatro Almas dele!"

Logo a transformação de Sesshoumaru estava completa e um gigantesco cão branco urrava para o negro céu daquela noite no pátio daquele templo. Até a lua temia mostrar-se, escondendo-se atrás de espessas nuvens. O youkai e o mutante permaneceram a se encarar, analisando-se mutuamente.

Então a criatura avançou com suas garras eriçadas sobre o cão, que desviou o suficiente para dar uma volta ao redor do oponente e pegá-lo por trás, cravando-lhe as presas nas costas. Ar venenoso, miasma, escapou pelo ferimento tão violentamente que obrigou o youkai a soltá-lo. Ambos se afastaram e permaneceram em estado de alerta, não demonstrando qualquer fraqueza. Começaram a caminhar de lado, lentamente, mantendo a distância entre eles, como um círculo.

- Sesshoumaru, mas que bela aquisição você seria para mim... - Disse ele, com um sorriso.

- Hunf! Naraku, há poucos momentos você chamou Inu-Yasha de patético, mas, mesmo agora com a Jóia de Quatro de Almas em seu poder, você é tão ridículo que não sabe como usá-la. E para escapar tentar dissuadir o seu oponente?
O sorriso em seu rosto monstruoso desapareceu.

- Idiota... Não quero sua aliança. Quero o seu poder fundido ao meu corpo!

Os dois avançaram novamente um contra o outro. Pelo fato do cão ser um pouco maior que o mutante, Naraku conseguiu agarrá-lo pelo peito, cravando suas garras em sua carne e prendendo suas duas patas dianteiras com as pernas.

- Se usar de novo suas presas em mim assim tão próximo será outra vez envenenado pelo meu miasma! - Exclamou o monstro.

Rapidamente Sesshoumaru apenas abaixou o pescoço, com as mandíbulas abertas e manteve a cabeça de Naraku dentro de sua boca. Logo, sua saliva e hálito venenosos intoxicaram-no, obrigando-o a largá-lo e se afastar. Inu-Yasha avançou por traz dele, lançando novamente seu golpe, inutilmente. O monstro sequer se moveu.

- Hei, Kouga! - Chamou o hanyou. - A Tessaiga não está adiantando contra ele, você tem alguma outra idéia?

- Talvez... - Respondeu ele surpreso. - Raramente faço isso...

- Seja lá o que for, faça rápido!

O veneno agiu no monstro como ácido, deformando parte de sua face e fazendo com que seus cabelos caíssem por terra. Ele ergueu um olhar furioso para o cão.

- Já cansei desta brincadeira... - Falou por entre os dentes.

O hanyou viu Naraku escancarar sua boca e dentro dela começou a formar-se uma esfera de energia negra. A esfera ficava cada vez maior. "Se ele lançar essa coisa aqui, vai acabar destruindo a casa inteira!" Pensou consigo mesmo. Virou-se para o lado procurando o lobo, mas não o encontrou. "Que ótimo!" Foi quando pôde sentir outra forte emanação de energia sinistra, energia de youkai.

Um barulho chamou-lhe a atenção novamente para a luta. Uma enorme criatura marrom estava sobre o flanco de Naraku, quebrando-lhe a concentração e evitando o lançamento daquela esfera negra. Então o enorme cão branco aproveitou-se para também atacar. O monstro cravou suas garras no pescoço e ombro da criatura marrom sobre ele e a jogou de lado. Voltou-se ainda a tempo de amparar o golpe de Sesshoumaru. Era uma visão nauseante. Naraku segurava as mandíbulas abertas do cão com as próprias garras, tentando conter a elas e ao veneno que delas emanava, enquanto o próprio cão fazia força para frente, tentando atingir seu alvo.

"Essa loucura toda tem que acabar." Pensou o hanyou, de olhos arregalados. Percebeu que a criatura marrom erguia-se novamente, com certa dificuldade. A ferida na garganta era profunda. Só então Inu-Yasha pôde perceber de quem se tratava. Um enorme lobo de pelagem marrom, não tão grande quanto Naraku ou Sesshoumaru, mas era imponente, como um príncipe o seria. "Kouga!"

Um clarão cruzou o céu da noite, quase transformando-a em dia por alguns momentos. A rajada de luz passou rapidamente pelo hanyou e pelo lobo até atingir seu objetivo: os braços de Naraku. Com o impacto, cada um dos dois participantes daquela peleja foram jogados em direções opostas e os braços do monstro foram destruídos. Sesshoumaru ficou meio atordoado e balançou a cabeça de um lado para o outro, recuperando-se. Naraku ergue-se furioso, abanando o pouco que sobrara de seus braços no ar e imediatamente tratou de localizar a fonte do golpe que levara. E, para seu total espanto e desespero, lá estava ela, diante da porta da casa, a sacerdotisa com suas vestes sagradas e seu arco em riste, já com outra flecha apontada para ele, determinada. Apesar da fita branca que prendia seus cabelos, eles assanharam-se um pouco com a brisa fria que soprou. Ele ficou paralisado por alguns instantes, observando-a. "Kikyou..."

- Naraku! - Ela o chamou. - Morra!

Ela podia ver nitidamente aquele objeto amaldiçoado, a Jóia de Quatro Almas, vibrando dentro do peito dele. A sacerdotisa então libertou aquela flecha certeira. Foi quando a espada de Inu-Yasha começou a pulsar e sua lâmina se fez envolta por nuvens de energia sinistra. Ele a admirou. "Tessaiga..." Lançou um golpe semelhante à Ferida do Vento, mas que dessa vez, seguiu como uma espiral, envolvendo a flecha lançada. Ao mesmo tempo, o sinal de meia-lua na testa de Sesshoumaru pulsava. Ele abriu suas mandíbulas e dentro delas formou-se uma fonte de energia verde, que ele prontamente lançou contra Naraku. O monstro foi atingido em cheio, em seu coração, no objeto que ocupava aquele lugar, gerando um clarão púrpura.

- Oh, meu Deus! - A sacerdotisa levou uma das mãos à boca. - A Jóia de Quatro Almas vai ser fragmentada de novo!

E, da mesma forma que uma mosca é capturada por um copo de vidro, uma grande barreira se formou ao redor de Naraku, que agonizava enquanto era deteriorado pela força dos golpes que recebera. O amuleto dentro de seu peito havia sido estraçalhado por aquelas forças, logo sua fonte de poder cessara. A barreira impediu que os inúmeros fragmentos se espalhassem novamente, alguns tão pequenos quanto um grão de areia. Enfraquecido, o monstro desabou sobre o solo. A barreira contendo os fragmentos tratou de erguer-se, formando uma esfera no ar, deixando o moribundo Naraku de fora. Ele levantou com dificuldade a cabeça e apontou para a sacerdotisa; seu último gesto e suas últimas palavras.

- Eu... a verei... no inferno...

Ele parou de se mexer e seu corpo começou a virar pó. A jovem trajada de sacerdotisa, roupa esta guardada em seu quarto e presente de Kaede, largou o arco e caiu sobre os joelhos, ainda incrédula. "Acabou..." Foi quando ouviu seu nome ser chamado pelo hanyou que corria em sua direção.

- Kagome!

Ela sorriu e abriu os braços para recebê-lo em um terno abraço. A barreira esférica ainda planava no ar, dessa vez reduzindo gradativamente de tamanho, fazendo com que os fragmentos em seu interior fossem soldados uns aos outros. O procedimento era atenciosamente observado por Sesshoumaru, que agora retornara à sua forma humanóide. Ele já havia descoberto quem a manipulava. Seu olhar localizou a janela de um cômodo onde estava sua maior preocupação. Debruçada naquela janela, praticamente pendurada para fora e com os braços abertos, estava Setsuna. De seus pulsos e pescoço ainda escorria sangue por conta das feridas que Naraku lhe fizera. Ela respirava ofegante, com extrema dificuldade, mas ainda determinada a conter os fragmentos.

Ela começou a juntar os braços e no mesmo ritmo a esfera diminuía. Quando as palmas de suas mãos se encontraram, a Jóia foi novamente fundida no interior daquela barreira. Somente após ter certeza de que a Jóia estava unificada é que ela se permitiu desfazer a barreira, desmaiando no final. Da forma como estava, desabou da janela, mas muito antes de chegar ao solo, encontrou os braços de Sesshoumaru, que a segurou. Enquanto ele sacava a Tenseiga, Kagome levantou-se e foi até a Jóia.

A principio, o amuleto emanava forte energia maligna, tanto, que ao tocá-la sentiu seus dedos queimarem. Aos poucos, o brilho do objeto foi mudando, tornando-se puro, com a ajuda dela. O hanyou ficou observando a cena, mas seus sentidos ainda buscavam por alguma coisa ao redor. Alguém que não conseguia mais localizar. "Kouga... Obrigado."

Sesshoumaru ainda utilizaria a Tenseiga mais uma vez naquela noite. O corpo de Kohaku ainda o aguardava no interior de um dos cômodos da casa.

-x-x-x-x-x-

O dia estava próximo de chegar quando os dois irmãos, as duas sacerdotisas e o jovem exterminador novamente se reuniram no pátio. Kagome havia deixado a Jóia com Inu-Yasha, fins ir se certificar de que sua família estivesse bem. E, lá estava ele, com aquele objeto nas mãos, com um certo cuidado e incredulidade. Ela, a Jóia de Quatro Almas, finalmente reunida, pronta para atender a qualquer desejo. Parecia também haver uma certa tristeza no olhar da colegial, que ele não deixou de notar.

- O que foi, Kagome?

- Agora a Jóia está inteira novamente, mas, mesmo depois de tudo isso, ela permanece. O que vamos fazer com ela?

Ele entendeu a preocupação dela, principalmente no que dizia respeito aos interesses dele pela Jóia. Apesar de já ter dito que não queria mais se tornar um youkai de sangue puro através dos poderes dela, nunca a tentação fora tão forte. E ela sabia disso.

- Eu jamais pensei que teria esse poder assim tão perto de novo... - Ele parou um pouco, pensativo. Ali, em suas mãos, estava o objeto pelo qual lutara e sofrera tanto, pronto para atender qualquer desejo. Ele respirou profundamente, cerrou os olhos por um momento e, ao voltar seu olhar novamente para a jovem, olhou-a bem fundo nos olhos e acariciou seu rosto. - Mas, Kagome, eu não quero usar a Jóia para me mudar por fora se isso talvez mudasse o que eu sinto aqui dentro por você. E é o que eu sinto aqui dentro que me diz que é errado mudar, usar este poder que só causou tanta discórdia e sofrimento. Você é o meu maior tesouro e a razão pela qual eu continuo vivendo.

- Inu-Yasha... - Ela o abraçou carinhosamente, aliviada. - Então, o que faremos com ela?

- Eu poderia levá-la de volta e mantê-la protegida dos outros youkais, até que descobríssemos um jeito de destruí-la. - Sugeriu Setsuna.

- Naraku foi um monstro que nasceu de um humano ganancioso e sujo. Que desejava ter mais e mais, até o que não podia ter. Pior do que não destruir a Jóia, seria enviá-la de volta para um lugar onde o seu poder é conhecido e desejado por toda criatura, seja ela youkai ou não. Acho que ela estaria muito mais segura aqui, neste mundo, onde ninguém saiba de sua existência. - Respondeu Inu-Yasha.

- Mas alguém terá que tomar conta dela. - Completou a jovem ruiva.

- Eu tomarei.

- Mas, Inu-Yasha, você teria que ficar aqui. - Comentou Kagome.

- Kagome, você tem feito muitos sacrifícios por causa dessa Jóia, não seria justo pedir que ficasse também longe da sua família, no passado, por causa dessa maldição.

- Mas eu ficaria por você...

- Eu sei, mas ainda assim não seria justo, pois você não teria nenhum fragmento para ficar indo e vindo quando quisesse. Teria que usar a Jóia inteira e isso seria sempre muito perigoso.

- Isso é verdade. - Respondeu resignada a jovem.

- Mas no passado tens grandes amigos, Inu-Yasha, e, bem ou mal, meu senhor Sesshoumaru é teu irmão.

- Setsuna, não precisa lembrar disso o tempo todo... - Resmungou o youkai, que cruzou os braços quando ela lhe retribuiu o comentário com um sorriso singelo.

- Eu sei disso, mas a Kagome também é minha família agora. E eu posso cruzar o poço a hora que quiser e visitar meu sobrinho de vez em quando. Isso se o pai dele quiser, é claro.

- Faça como quiser, Inu-Yasha. - Resmungou o youkai.

- Ah, eu nunca havia visto você usar aquele último golpe antes, Sesshoumaru. Até parecia que a sua energia trabalhava junto com a minha...

O comentário do hanyou.pareceu não surtir muito efeito no irmão, que mantinha seu ar sério de ser.

- Nunca havia sido necessário antes. - Olhou para a direção em que o sol despontava. - O dia está quase amanhecendo, está na hora de voltar. - Finalizou o youkai, retirando-se.

- Perdoe-o, Inu-Yasha. Mas sabes que ele jamais admitirá qualquer tipo de sentimento a ti.

- Não se preocupe, Setsuna. Eu sei disso. - Disse ele com um sorriso. - Agora vá, antes que ele grite seu nome. - Ele voltou-se para o menino Kohaku. - E você, se comporte, viu? A sua irmã é muito legal!

- Eu sei. - O menino sorriu, um pouco encabulado.

- Dê lembranças à sua irmã e aos outros por mim, certo Kohaku? - Pediu Kagome, com uma piscadela.

- Pode deixar!

- Vamos Kohaku. Levar-te-ei de volta à tua irmã.

E com um abraço, Setsuna se despediu de Kagome e Inu-Yasha, pegou Kohaku pela mão e seguiu até Sesshoumaru, que já a esperava diante da porta do templo que guardava o poço Come-Ossos. Talvez até tivesse sido impressão, mas o hanyou percebeu um sorriso discreto no rosto daquele youkai, antes que ele entrasse naquele lugar para retornar ao passado. Kagome olhou em volta e, a princípio, parecia estar avaliando a destruição que aquela luta causara no lugar, mas depois se notava que estava procurando alguma coisa.

- Queria saber onde o Kouga se meteu. Ele está muito magoado com toda essa história. Será que ele voltou pelo poço, Inu-Yasha?

- Não, não voltou. Ainda sinto o cheiro daquele lobo fedido por perto. E por que você está tão preocupada assim com ele, heim? - Cruzou os braços, emburrado.

- Ora, Inu-Yasha. Ele não conhece esse mundo e... Por acaso você está com ciúmes do Kouga?

- Eu? - Descruzou os braços e coçou o nariz. - Acorda, Kagome. Por que eu teria ciúmes daquele lobinho ridículo?

- É, eu devo mesmo estar sonhando... - Respondeu ela, em tom maroto. Deu um suspiro e observou a Jóia na mão dele. - Temos que fazer um altar para ela.

- Como assim?

- Um altar, Inu-Yasha. Como o que a Kikyou mantinha para purificar e proteger a Jóia. Pelo menos até podermos destruí-la. - Percebeu que ele ficou pensativo, observando aquele objeto ainda na palma de sua mão, quase que hipnotizado por ela. - Inu-Yasha? - Ela começou a ficar angustiada. - Inu-Yasha, o que foi? Por acaso mudou de idéia com relação a essa coisa?

- O quê? Não, Kagome, não é isso. É que estou começando a perceber que talvez ela nunca possa ser destruída. Afinal, não foi assim que ela nasceu? Da destruição? De uma guerra que custou muitas vidas... Não é retribuindo o mal com o mal que as coisas ficarão bem.

Uma voz feminina ecoou pelo local, assustando a ambos.

- Finalmente alguém entendeu...


-x- Continua no próximo cap -x-

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