A Pedra da Noite escrita por luizaac


Capítulo 9
Plano.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, postando antes do que eu ia postar, sob ameaças de morte KJASKSAJ. Espero que gostem *-*



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    Acordei deitada na cama do quarto. Não sabia muito bem como tinha chegado lá, e minha cabeça doía. Pisquei duas vezes e fiquei olhando para o teto.

    - Até que enfim você acordou. – a voz de Leon me deu um susto. Ele estava sentado em um dos pufes, com um sorriso de alívio. Eu sorri.

    - É. – sentei na cama. – Como eu cheguei aqui ? Eu... Não estava na lanchonete ?

    - Estava. – o sorriso se fechou. – Mas você desmaiou e eu te trouxe.

    - Eu... desmaiei ? – a cabeça doendo me fez levar a mão a testa – Como você soube que eu tinha desmaiado ?

    - Você desmaiou por culpa de um feitiço feito por Oliver, mais o nervosismo. – eu estremeci. – Sua cabeça dói ? – eu assenti – Normal, daqui a pouco passa.

    - Ok. – ele sorriu. – Leon, como você soube que eu tinha desmaiado ? – ele se encolheu.

    - Eu... Te segui. – eu sorri.

    - Você é extremamente teimoso. – ele revirou os olhos.

    - Eu precisava saber se você ia ficar bem, Claire... Não ia conseguir ficar sossegado até você voltar. – ele olhou para o teto. Eu levantei da cama e fui dar um beijo na bochecha dele. Leon sorriu e eu sentei na cama de novo.

    - Obrigada. – sorri.

    - Pelo que ?

    - Ué, você me trouxe de volta, né ? – eu deixei a cabeça tombar de lado, sorrindo. – Se você não tivesse me seguido, eu ainda estaria lá. – ele me pareceu corar de leve.

    - Não foi nada. – ele mexeu no cabelo. Isso era muito fofo. – Minha teimosia ajuda às vezes, né ?

    - Uma vez a cada bilhão de anos. – eu sorri. Por pouco tempo. Eu me lembrei do que tinha feito e da minha família. – Leon, você acha que Oliver soltou minha família ?

    - Não. – eu engoli em seco.

    - N-não ?

    - Não, Claire. – lágrimas tentaram lutar contra mim - Ele não podia soltar a sua família porque ele nunca a capturou. Eu tentei te dizer, mas você é teimosa até o osso. – eu o encarei, perplexa.

    - C-como assim ? – eu não acreditava. Acho que eu demorava muito para acreditar nas coisas. Mas isso... – Quer dizer que eu entreguei a pedra para o Oliver para nada ? Foi uma chantagem baixa ! Eu vou... – Leon me segurou.

     - Claire, você não vai fazer nada. Me escuta. – eu prestei atenção nele. – Sua família está totalmente à salvo, tem alguns sobrenaturais protegendo-os. Era impossível o Oliver ter pegado-os. Claire, eu tentei te contar, mas você não deixou. – eu pisquei duas vezes. – E você não entregou por nada. Você entregou porque achou que sua família tivesse em perigo. Isso não é nada.

    - Mas não estava ! Agora eu vou morrer ! – uma lágrima lutava comigo.

    - Ei, ei ! Você não vai morrer ! Não enquanto eu estiver vivo. – ele sorriu

    - Mas Esteban disse que se eu fizesse alguma coisa, ele me mataria.

    - Claire, fica tranqüila. Já falei com Mason e ele vai conversar com Esteban. – eu não estava convencida. Já sabia que ia morrer, de qualquer jeito. – Além disso, a gente vai recuperar a pedra.

    - Como ? – olhei para o teto.

    - Acho que você não se opõe à invadir uma propriedade e furtar um objeto em caso de dominação mundial, não é ? –eu encarei-a perplexa.

    - Como vocês pretendem fazer isso ?

    - Mason já foi um anjo mau. Ele conhece a casa onde eles ficam. E é assim que pretendemos entrar. – ele sorriu.

    - Eu vou também.

    - Sem chance nenhuma. – eu fechei a cara e cruzei os braços. – Eles são três milhões de vezes mais fortes que você, pequena. Não ia dar nem para o começo.

    - Você me subestima muito, Leon. – eu revirei os olhos.

    - Não senhora. Eu apenas vejo as coisas mais claramente. – ele piscou. Eu revirei os olhos novamente. Olhei para a janela.

    - Que horas são ? – estava bem claro e eu me lembrava bem que tinha sido à noite o encontro com Oliver.

    - Quatro e meia. – eu tomei um susto.

    - Eu fiquei desmaiada por mais de doze horas ?

    - É o que parece... – ele sorriu. – Mas você está bem, não está ? Ou quer ir ao médico ?

    - Já disse pra você uma vez. Não preciso de médicos. – eu sorri e fui tomar banho.

    A água gelada batendo no meu corpo me fez relaxar e a dor de cabeça parar. Era bom me sentir leve como eu me sentia no banho. Como sempre, fiquei muito tempo lá, só ouvindo o delicioso barulho da água batendo. Só que acho que fiquei tempo demais.

    - Claire, você tá bem ? – Leon batia na porta com força. Não era errado da parte dele, muito pelo contrário. Eu tinha ficado desmaiada por mais de 12 horas.

    - Tô, to sim. – desliguei o chuveiro e fui me arrumar. Fazia tudo vagarosamente, crendo que, dessa forma, eu teria mais tempo de vida. Imaginação minha, é claro. Como sempre.

    - Claire, posso abrir ? – Leon batia na porta do quarto, enquanto eu escovava o meu cabelo.

    - Pode, pode sim. – eu fiquei sorrindo até ele abrir a porta e retribuir o sorriso.

    - Hã, a gente vai descer mais tarde, ok ? – eu engoli em seco. Minha morte estava marcada. Essa noite. Lá embaixo. E ninguém ia ficar sabendo. Muito legal. – Não se preocupe. Por que você acha que eu mandei Mason falar para eles antes, sem você estar lá ? Para Mason ir acalmando-os. – ele sorriu, reconfortante.

    - Pode ser. – uma lágrima queria sair, mas eu respirei fundo. -Tomara que Mason consiga. – disse, sem muita convicção.

    - Ele vai conseguir, Claire, confia em mim. – ele sorriu e saiu do quarto. Eu fiquei olhando para a porta. Já eram 5 horas. Mais ou menos uma hora para nós descermos. Um arrepio passou por mim e eu agarrei um travesseiro.

    Isso não estava certo. Se minha fértil imaginação estivesse certa, eu iria morrer em um pouco mais de uma hora. Então, eu tinha mais é que aproveitar, não é mesmo ? Levantei da cama e desci correndo. Quase caí da escada, empurrei o Leon e caímos no sofá.

    - Que animação é essa, menina ? – disse, rindo, enquanto eu estava em cima dele no sofá.

    - Eu quero aproveitar a vida, enquanto ainda estou viva, posso ? – ele sorriu, meio confuso.

    - Claro que pode. – eu sorri e dei um beijo na bochecha dele. Ele sorriu – um sorriso reluzente. Eu toquei na barriga dele e sorri, bem moleca – Tá com você – Saí correndo.

    - Eu não faria isso se fosse você. Esqueceu que eu corro ? – eu cruzei os braços.

    - Ah, não, não vale trapacear. Nada de poderes sobrenaturais. – botei as mãos na cintura.

    - Tudo bem, tudo bem. Foge. – eu saí correndo. Eu ouvia Leon vindo atrás e não conseguia parar de rir. Ele estava chegando mais perto. Subi as escadas e entrei no meu quarto. Fechei a porta e fiquei ouvindo os passos de Leon, rindo silenciosamente. Assim que ele passou pelo quarto, eu abri a porta, desci correndo as escadas e fiquei encostada na lateral dela, arfando e rindo muito. Ouvi Leon descendo as escadas e fui andando devagarinho, apoiando na lateral da escada, torcendo para que ele não tivesse me visto. Fui me escorando na parede, pisando bem leve. Cheguei no final e fui de costas, prestando atenção pra ver se Leon não me perseguia.

    - Te peguei – ele me segurou por trás e me virou, segurando em volta da minha cintura. Ficamos rindo por um bom tempo ali, no meio de uma casa enorme, parecendo duas criancinhas. Fomos parando de rir ao poucos.

    - Estamos parecendo duas crianças. – eu olhava para a minha mão no ombro dele, mas via, pela visão periférica, que ele me olhava. De um jeito... diferente. Eu olhei para ele, mas seu olhar me deixou... Constrangida. Era profundo, um jeito até muito fofo de se olhar para alguém. Corei e olhei para cima. Ele segurou meu queixo, me obrigando a olhá-lo.

    - Claire, você é muito especial para mim. – eu corei muito mais. Meu coração estava acelerado. Os olhos dele estavam brilhando e me olhavam com uma ternura que me comovia.

    - Você também, Le. – eu sorri e ele retribuiu. Ficamos nos olhando, um momento estranho, mas intenso. Eu senti os braços de Leon apertarem na minha cintura, me fazendo me aproximar dele. E cada vez apertavam mais. Fechei meus olhos.

    - O que foi isso ? – um barulho estrondoso me fez dar um salto para trás. Olhei por todo o lado – nada fora do lugar.

    - Não sei – ele tirou as mãos da minha cintura e botou uma no bolso e a outra mexendo no cabelo. Droga, mil vezes droga. – Hã, temos que descer.

    - Tá – tentei esconder minha profunda frustração. Leon fez o mesmo caminho que tínhamos feito anteriormente. Segui-o, em silêncio, pensando comigo.

    Acho que era oficial : eu estava realmente apaixonada por Leon. Realmente e completamente. E isso me preocupava. Não só porque ele era sobrenatural. Mas porque, tendo descoberto isso, eu podia demonstrar meu amor e acabar com nossa amizade. Estremeci. Não, eu tinha que ficar quieta. Não podia, de jeito nenhum, perder a amizade dele.

    - Espera aqui que eu vou lá ver como está o clima, tá ? – eu assenti, meio preocupada. Só agora me dei conta que, em cinco minutos, eu estava morta. Legal. Podia ter acontecido aquele beijo logo, aí eu poderia morrer feliz. Mas não. Droga, mil vezes droga. – Não se preocupe. Qualquer coisa, a gente volta. – ele sorriu e me deu um beijo no alto da cabeça. Olhou para a frente e seguiu pelo corredor. Andou um pouco, chegou na porta grande e abriu-a, me parecendo hesitante. Eu respirei fundo, torcendo para que eles estivessem bem calmos.

    Fiquei esperando por menos de cinco minutos. Depois desse tempo, Leon veio até mim, com um sorriso.

    - Fica calma, Mason conseguiu convencê-los. Vem comigo – ele estendeu a mão e eu segurei-a. Leon me arrastou até a mesma sala. As três figuras estavam como antes – a não ser a fisionomia, que estava bem mudada. Lizzie parecia que ia explodir de raiva, Esteban estava calmo e Mason estava na mesma. Respirei um pouco aliviada.

    - Claire, prazer em revê-la. – Esteban sorriu, mas não de um jeito que me dava medo, e sim de um modo até carinhoso. Ou piedoso. Talvez Mason tivesse dito que minha família tinha sido supostamente raptada por Oliver e isso tinha amaciado ele. Ou simplesmente Mason tinha realmente medo de Leon.

    - Igualmente – tentei parecer o mais simpática possível. Afinal, eles tinham me dado uma nova chance.

    - Pena o que aconteceu, não é ? Sua família está bem agora ? – Mason tinha contado. Com certeza.

    - Está, está sim – eu sorri. Ele pareceu realmente aliviado por isso.

   - Pena que teve que entregar a pedra. E agora teremos que resgatá-la, não é mesmo ? – eu assenti.

    - Ela não precisa se envolver. – Leon rosnou.

    - Claro que não. – Esteban apenas concordou, com um leve aceno de cabeça.

    - Mas eu quero. – olhei para Leon – Eu que causei isso, quero ajudar.

    - A maior ajuda que você faz é ficar quieta, sem se arriscar, Claire.

    - Mas... – eu interrompi.

    - Deixa ela ajudar – Lizzie me olhou, maliciosamente. Eu engoli em seco. Ela realmente morria de ciúmes e estava, aparentemente, disposta a tudo para conseguir o que queria.

    - Cala a boca, Lizzie. – Leon olhou bravo para a pequena. 

    - Podem parar, por favor. – Mason encarou os dois. Leon revirou os olhos e Lizzie cruzou os braços. Mason levantou, pegou uma maquete que estava atrás da cadeira que estava sentado e pediu que chegássemos mais perto. Nos aproximamos e ele começou a explicar cada lugar do que eu supus que era a casa onde os anjos “do mal” ficavam. – Aqui tem uma guarda, com dois vampiros. Muito fácil de passar. Depois de passar por ele, vamos seguir em frente. Aí que vem a dificuldade. Três anjos. Nós temos vantagem numérica e a vantagem de eu ter treinado-os por muito tempo. A pedra provavelmente está aqui – ele apontou para um compartimento na última sala. – Nesse cofre. A senha é 49203. Acho meio improvável eles terem mudado.

    - É esse o plano ? – Mason abriu um sorriso para Leon.

    - Exato. Provavelmente, quando apagarmos os três anjos daqui, virá mais algum. De resto, acho que nada pode nos surpreender.

    - Eu posso ajudar – eu surpreendi a todos. Eles olharam para mim, perplexos.

    - Não, Claire. Você vai...

    - Leon, deixe-me ajudar. – coloquei as mãos na cintura. Afinal, fui eu quem entregou a pedra.

    - Porque sua família estava em perigo.

    - Não importa. A culpa foi minha e eu quero ajudar. Ponto. – Leon ia começar a falar, mas Mason pediu para que ele parasse.

    - Mostre-nos como você pretende ajudar, Claire – eu sorri para Mason. Um que me apoiava, obrigada.

    - Vocês vão passar por duas barreiras, não é ? – ele assentiu. Na primeira, eu fico escondida. Mas na segunda, enquanto vocês estiverem lutando, eu vou buscar a pedra. Eles vão estar tão distraídos que nem vão perceber. – eu sorri. Mason ficou analisando por um tempo.

    - É, pode dar certo. – ele sorriu para mim. – Vamos fazer isso. - Leon não pareceu gostar muito disso.

    - Claire, eu acho melhor não...

    - Leon, por favor. – ele revirou os olhos.

    - Claire, é muito arriscado...

    - Leon, eu vou. – tentei parecer convincente.

    - Nada vai te convencer mesmo, então, vai. – ele olhou para o teto e depois para cada um de nós. – Só espero que dê certo. Se alguma coisa acontecer à ela...

    - Leon, nada vai acontecer – eu toquei no rosto dele. – Por favor, fica calmo. – Olhei para Mason – Qual é a senha mesmo ?

    - 49203. - eu anotei na minha mão com uma caneta que estava jogada de lado.

    - Ok.

    - E agora, Mason ? – Esteban sorriu para o de cabelo preto – O que vamos fazer ?

    - Treinar. – um brilho passou pelos olhos de Mason. Ele foi para a porta e olhou para nós. Provavelmente ele queria que subíssemos. Esteban foi o primeiro a acompanhá-lo, seguido de Lizzie e depois, de mim. Leon esperou eu passar e foi do meu lado, segurando minha cintura. Ele me deu um demorado beijo na lateral da minha cabeça e sussurrou :

    - Claire, eu vou te proteger. – eu sorri e olhei para ele. Leon estava com aquele olhar de mais cedo. Eu corei de leve, mas continuei a olhá-lo. Ele riu baixinho por causa de minhas bochechas vermelhas.

    - Eu sei que vai. – eu sussurrei e sorri. Ele riu baixinho de novo e voltou a olhar para frente, sem tirar a mão da minha cintura e sem afastar um centímetro de mim.

    Quando eu disse para ele que sabia que ele iria me proteger, eu estava falando sério. Quer dizer, eu não podia ter certeza quanto a isso, mas ali, com ele me abraçando, era muito difícil não me sentir segura. Ele me passava uma proteção, um conforto.

     Chegamos na casa e paramos na sala. Mason pediu ajuda para arrastar alguns móveis. Ele disse que eles precisariam de muito espaço. Seja lá o que treinar significava, eu não estava gostando nem um pouquinho.


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Notas finais do capítulo

Comenta e me faça feliz =DDDD