28. Acho que estava ficando louco...

Alec

Parte 1

Anoiteceu e amanheceu, mais uma vez.

Jane agora estava me oportunando para irmos caçar. Eu não sentia nenhuma vontade de me levantar.

— Alec, vamos. – disse-me Jane.

— Não estou com sede, Jane... Vá você sozinha. – respondi.

— Alec Volturi... Não me obrigue a arrastá-lo. Faz dias que você não caça.

Isso era mesmo verdade.

Fazia dias que eu não caçava ou me levantava de minha cama, não tinha a mínina vontade.

— Heidi vai trazer alguns turistas. – resmunguei, mesmo sabendo que poderia demorar alguns dias.

— É por causa da Renesmee? – fiquei calado – Ah Alec...

Ela revirou os olhos.

— Não pode ficar assim. Haverá outras garotas.

Jane não entendia meu amor por Nessie. Acho que ela não sabia nem o que era o amor desde que nós fomos transformados...

— Deixe-me em paz irmã.

Ela fez um gesto negativo com a cabeça e antes que eu pudesse falar alguma coisa, ela já estava me arrastando para fora do quarto.

— Jane, estou falando sério. – ela se recusava a me soltar.

— Você não pode ficar para sempre deitado e inútil, meu caro irmão. – Ela me olhava seriamente – Considere o que estou fazendo como um favor.

Revirei os olhos, mas a acompanhei.

— Tudo bem, você venceu. Tem toda a razão. – eu fiz uma pausa e suspirei – Vamos caçar.

Agora ela estava feliz. Tinha um sorriso estampado em sua face.

Só eu sabia o que estava no interior de minha irmã.

Ela não era má de verdade, só fingia, ou melhor, se escudava na maldade para suportar tudo o que passávamos. Dentro dela havia uma garota legal e amorosa.

Eu esperava que ela percebesse isso logo e desmanchasse esse escudo de maldade.

Saímos do castelo e demos as mãos. Depois estávamos voando para fora de Volterra.

Achamos alguns turistas fáceis de serem influenciados em Roma e os caçamos.

Acabamos com as vidas medíocres deles em segundos.

— Estou satisfeita. – falou Jane passando a língua no lábio. – E você?

— Também estou satisfeito. – a ardência que tinha na garganta havia passado e eu me sentia empanturrado de tanto sangue que bebi.

— Então vamos voltar? – Jane me perguntou e eu assenti.

Voltamos para Volterra antes que o sol estivesse a pino.

Paramos em frente à torre do relógio.

O sol não nos tocava. Ainda.

E, foi lá, que eu a vi.

Acho que estava ficando louco... Não podia ser ela. Não podia ser Renesmee.

Senti meu rosto se abrindo em um sorriso e vi seus olhos castanhos chocolate se virarem para mim.

Fui até ela rapidamente e me inclinei para beijar-lhe os lábios.

— Então senhorita Renesmee, a que devo a honra? – eu perguntei assim que nos separamos.

— Vim para me despedir. – meus olhos apertaram-se – Vou me casar Alec, daqui a duas semanas, então eu pensei que seria... Legal ter uma despedida. – a palavra legal estava totalmente deslocada.

Eu fiquei em silêncio. O que poderia falar “Renesmee, não se case com ele, case-se comigo”? Com certeza não. Então ao invés de falar a puxei novamente para mim e a beijei novamente.

Não nos desgrudamos tão cedo. Passaram-se alguns minutos até que eu a soltei.

— Então vamos aproveitar a nossa despedida. – dei um sorriso triste.

— Sim vamos aproveitar. – Nessie tentou dar um sorriso também, mas não obteve muito sucesso.

— Então, por onde quer começar? – perguntei.

— Hum... Não sei... Que tal irmos passear em Florença ou Toscana?

— O que quiser. – sorri mais originalmente ao nos imaginar passeando.

Demos as mãos e corremos pelas sombras dos muros de Volterra.

Eu estava feliz agora, pois estava perto de minha amada.

***

Fomos primeiro em Veneza.

Nessie ficou encantada com a beleza do local.

Eu a virei e a tomei em meus braços.

Fiz todo o percurso de seu pescoço até seus lábios. Seu cheiro era delicioso, quase tão espetacular quanto o de sua mãe, mas o cheiro dela tinha a distinção entre os dois mundos.

Não queria tocar no assunto do casamento dela. Prometi a mim mesmo que não ia tocar nesse assunto.

Queria que ela fosse feliz enquanto estivesse comigo.

Aumentei a pressão sobre seus lábios e seu cheiro delicioso me invadiu.

Ela me empurrou e afastou sua boca da minha.

— O que vamos fazer agora? – ela perguntou e deu um sorriso malicioso quando viu minha expressão. 

Sorri.

— O que você quiser. – meu sorriso aumentou.

— Hum... Queria algumas dicas, afinal eu não moro na Itália.

Ri, eu não me importava o que a Itália tinha, só o que importava era estar com ela.

— Sinceramente, acho que esqueci tudo o que a Itália tinha quando você apareceu. – meus olhos carmesins brilharam.

— Bem, isso é meio lisonjeiro. – ela riu e deu uma leve corada.

Tirei a minha mão de sua cintura e acariciei sua linda face.

Não aguentei e me inclinei para ela.

Depois se alguns minutos, Renesmee ficou sem fôlego, então dei um passo para trás com um sorriso malicioso nos lábios.

Peguei a sua mão e, instantaneamente me vi passeando com ela pelos campos de Florenze.

— Que irmos a Florença? – ela assentiu.

Nós corremos rapidamente, nos misturando totalmente a qualquer sombra.

Eu a observei sorrindo.

— Renesmee, tão bela. – eu suspirei e seu rosto ficou em brasa.

Chegamos a Florença.

Passeamos com as mãos entrelaçadas ou nos abraçando. Não deixava um instante que fosse ficar sem nenhum contato com ela.

— Te amo. – eu disse.

— Eu também te amo, mas você sabe... – eu pus um dedo em sua boca macia, calando-a.

— Nada de mas. Nessie eu sei muito bem que seus sentimentos com relação a mim são pequenos comparados com os que você sente pelo Jacob. – fiz uma careta quando mencionei o cachorro pulguento – Então, sem culpa.

Ela ficou em silêncio até que eu a obrigasse olhar para mim, levantando seu queixo.

— Tudo bem... – ela disse e eu sorri.

— Venha, vamos continuar nosso passeio.

***

Ficamos passeando pela Itália por horas, até que o anoitecer chegou.

Ela me surpreendeu colocando sua mão em meu rosto, não estava apenas me acariciando, estava me mostrando seus pensamentos.

Ela me mostrou uma imagem de nós dois, deitados, em algum lugar e no final mostrou um ponto de interrogação.

Nessie queria saber onde ia passar a noite.

Bem, tinha um lugar...

Eu ri e dei um beijo rápido nela.

— Tenho um lugar perfeito. – eu disse sorrindo – Acompanhe-me Srta. Renesmee.

— Nessie. – ela murmurou fazendo um beicinho.

Sentia-me tão feliz... Qualquer um podia perceber.

Nós demos a mão e corremos, eu a guiava.

Fomos a um beco e viramos à esquerda.

No final havia uma casa pequena onde eu costumava descansar, longe da guarda Volturi.

Nessie olhou para mim, questionando sobre o local.

— É aonde eu venho quando não estou servindo a guarda. – eu dei de ombros.

— E o que faz aqui? – ela perguntou curiosa.

— Nada, mas é bom para pensar. – sorri de novo.

Ela ficou em silêncio, pela sua expressão eu podia ver que ela estava ansiosa para entrar.

Aproximei-me da porta e a abri.

Fiz um gesto para ela ir primeiro, como um perfeito cavalheiro.

— Obrigada. – sussurrou ela ao passar.

Ascendi a luz quando entrei.

Ela sorriu, aparentemente gostando da decoração.

— Heidi que decorou a casa. Ela também ficava aqui, era nosso lugar, mas quando eu terminei com ela, ela nunca mais quis saber dessa casa. – eu ri. – Embora agora ela seja minha amiga novamente.

Ela fez uma careta. Será que estava com ciúmes? Pela expressão dela a resposta era sim.

Dei um sorriso amplo e malicioso.

— Claro que isso já foi há muito tempo. – eu disse – Há talvez, um ou dois séculos.

Sua expressão se suavizou.

— Agora Jane também fica aqui, para vigiar me vigiar. –revirei os olhos, ao mesmo tempo em que ela arregalava os dela. – O que foi?

— Jane vem aqui? – assenti – E se ela vier hoje? O que eu faço?

Eu apenas ri.

— Ela não vai fazer nada a você, não ousaria. – eu disse protetor. – E ela não irá vir hoje, ela já sabe que você está comigo.

— Como ela soube? – ela tentava se lembrar de algo.

— Ela estava comigo na praça.

Ela apenas assentiu.

— Quer ver o quarto?

Ela fez que sim.

Peguei a mão dela e a levei para o quarto.

Eu fui na frente e me sentei na cama, dando um tapinha ao meu lado, indicando que era para ela se juntar a mim.

Assim que ela se sentou do meu lado, a puxei para meu colo e beijou-a.

Nós ficamos nos beijando até que Nessie ficou com sono e bocejou.

Eu dei uma risada e coloquei-a deitada na cama, depois me juntei a ela, a abraçando.

Ela dormiu rapidamente e, eu curiosa para ver com quem ela sonhava peguei sua mão e pus em meu rosto.

Ela sonhava agradavelmente... Comigo.

Renesmee acordou ainda em meus braços.

Sorri.

— Bom dia. – eu sussurrei e a beijei – Com fome?

Balancei a cabeça negativamente.

— O que quer fazer hoje? – eu perguntei.

— Ficar com você, já que é meu último dia... – meu sorriso desapareceu.

— Tão rápido... – balancei a cabeça.

Ela tocou meu rosto sem me mostrar nada.

— Bem, se é o que quer... – tentei recompor o sorriso.

— Sim, é isso o que eu quero.

Ficamos horas nos beijando e acariciando um ao outro.

As horas pareceram passar tão rápido!

— Tenho que ir.

Eu enterrei meu rosto em seu cabelo e inspirei o perfume de sua pele.

— Eu te levo até o aeroporto. – meu hálito gelado eriçou os pelos de sua nuca.

— Claro.

Levantei-me e a peguei no colo.

O aeroporto estava cheio, mas o vôo de Nessie não havia sido anunciado.

— Te amo. Te amo... – eu sussurrei no ouvido dela.

— Eu também te amo, Alec, mas agora eu preciso ir.

Soltei-a e a beijei.

O seu vôo foi chamado.

— Te amo. – ela sussurrou e partiu.

Mais uma vez... Mais uma vez ela me deixou.

Minha expressão estava triste. Se eu conseguisse chorar, eu estaria chorando.

***