A Primeira Legião escrita por diiegoliveira


Capítulo 6
VI - Percy




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/111155/chapter/6

PERCY ENTROU NA TENDA DE DAKOTA e se surpreendeu como ela parecia normal. Tirando os tapetes de pele cobrindo o chão, armas e armaduras espalhadas como lavanderia de sujeira, ela parecia um típico dormitório de colégio. Havia uma cama full size, um frigobar e um laptop sobre uma pequena mesa no canto. Tudo que Percy pôde realmente focar, entretanto, era a cama. Ele estava exausto, e assim que sua cabeça chocou-se no travesseiro, adormeceu. Aí o sonho começou.

Percy estava na borda de uma pequena clareira que estava cercada por uma floresta em todos os lados exceto um, que era uma encosta rochosa duma montanha. Percy notou uma caverna entalhada na fachada rochosa. Ele podia cheirar fumaça e olhou para trás para ver se a floresta estava queimando à distância. Ele ouviu o som de um lobo uivando e voltou sua atenção para a caverna. Ele podia ver três lobos. Uma loba prata estava na entrada da caverna encarando a clareira, e dois lobos pretos infiltraram-se na caverna, um flanqueado para a esquerda e o outro para a direita. Eles rosnaram e mostraram os dentes para a loba prata. Um homem magro apareceu da floresta, e Percy o sentiu antes de vê-lo. O cheiro era como carne apodrecendo. O homem tinha um cabelo gorduroso e sujo sob uma coroa branca. Ele usava robes de pelo de animal que Percy só podia supor que era a fonte do cheiro. Sua pele era quase branca e seus olhos brilhavam vermelhos. Ele andou para a entrada da caverna.

— Lupa — disse em voz alta. Quando falou, ele revelou seus dentes que pareciam mais como presas. — Curve-se ao seu rei lobo.

— Você não é o meu rei — a voz de uma mulher ressoou, mas não havia nenhuma mulher por perto.

— Ah, mas é aí que você está errada. Eu sou o rei de todos os lobos, incluindo você — o homem disse direcionando suas palavras para o lobo prata. A voz da mulher era a loba prata falando.

— Irei desafiar você e sua matilha de cachorros hidrófobos até todos vocês serem destruídos! — a loba gritou.

— Eu aceitaria seu desafio, mas parece que preciso de você viva... por enquanto. Uma vez você me levou para um trio inauspicioso, e eu os estreguei para o rei gigante. Você vai deixar de ser útil, e vou simplesmente te matar — falou ele em diversão.

— Eu nunca irei te ajudar! — ela gritou.

— Talvez não por vontade própria, mas temos maneiras de fazer você cooperar — falou ele, depois estalou os dedos.

Os lobos pretos atacaram a loba prata. Rosnados e rugidos encheram o ar enquanto a loba prata se defendia, e a luta era violenta. Percy notou o homem puxando algo dos seus robes. Era uma pistola de dardos como aquelas usadas para tranquilizar animais selvagens. Ele mirou-a para a loba prata. Percy tentou gritar para alertá-la, mas as palavras não vieram. Ele tentou correr até ela, mas não podia se mover. Ele ficou ali parado inutilmente enquanto o homem abria fogo, e o dardo acertou-a no pescoço. A loba caiu instantaneamente. O homem avançou até ela, levantou seu corpo mole com os braços nus e apertou-a num saco de tecido. Ele amarrou o saco firme e jogou-o sobre o ombro. Estalou os dedos novamente e um dos lobos pretos entraram na caverna, o outro seguiu ao seu lado enquanto o homem saia da clareira para a floresta e desaparecia. Percy piscou algumas vezes e então olhou de volta para a caverna.

A cena mudou. Ele estava no mesmo lugar, mas viu uma trave de madeira saindo do chão em frente à entrada da caverna que não estava ali antes. Uma garota estava amarrada à trave por cordas em torno da cintura. Era Annabeth. Percy começou a entrar em pânico. Ele tentou correr até ela e gritar, porém mais uma vez, ele não podia. Ela lutava contra as cordas, olhando Percy e gritando seu nome. Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto implorava que ele cortasse as cordas.

— Por favor, Percy! — gritou ela.

O coração de Percy martelava enquanto ele ficava ali incapaz de ajudá-la. Estava quase em lágrimas com si mesmo quando dominado por uma estranha sensação de déjà vu, assim como tivera no córrego. Fechou os olhos firmemente por um segundo e quando os abriu, Annabeth havia sumido. Em vez disso, havia uma garota andando através da clareira em direção a caverna. Ela estava usando um casaco com capuz preto e seu cabelo loiro arenoso ressaltava detrás da sua touca preta; era Reyna.

Reyna estava quase na entrada da caverna quando gritou “Madame Lupa”.

Houve um rosnado dentro da caverna.

— Madame Lupa? — repetiu ela num tom preocupado.

Olhos vermelhos brilharam na escuridão da caverna. Reyna cautelosamente começou a se afastar, lentamente pegando sua adaga que estava guardada na coxa. Os olhos ficaram mais claros até um lobo preto estar visivelmente parado na entrada da caverna rosnando para Reyna. O lobo agachou-se antes de pular até ela.

— Não! — gritou Percy quando acordou, pulando tão alto que quase caiu da cama.

Percy saiu correndo da tenda, quase tropeçando num escudo devido a sua pressa. Bobby pegou Percy assim que ele fez sua saída.

— Uau, acalme-se Percy, senão vai sair rolando por aí — disse Bobby.

Bobby estivera montando guarda fora da tenda.

— Dakota — falou Percy respirando pesadamente. — Cadê ele?

— No quartel-general, imagino — Bobby respondeu.

— Eu preciso vê-lo, agora! — Percy vociferou quase como se fosse uma ordem.

Eles foram correndo para o quartel-general. Percy mal podia acompanhar Bobby; aquele garoto era rápido. Ambos romperam dentro da tenda do quartel-general.

— Dakota! — disse Percy tentando controlar a respiração.

Dakota estava sentado na cadeira atrás da mesa e Hazel estava sentada numa cadeira do outro lado. Ambos se levantaram imediatamente.

— O quê? O que foi? — perguntou Dakota.

— É Reyna. Eu vi ela num sonho. Ela está em apuros — disse Percy com urgência.

Foi só aí que Jared rompeu na tenda.

— Tenente, a sombra que eu mandei seguir Reyna está de volta — disse Jared. — Ela foi atacada e ele mal conseguiu voltar ao acampamento. Eu não sei sobre Reyna.

A sala ficou em silêncio, mas só por um segundo.

— Jared, arranje algum armadura para Percy, uma mochila e um casaco — ordenou Dakota. — Esteja no meu alojamento em três minutos.

— Sim, senhor — Jared disse e correu da tenda.

— Bobby, Hazel, peguem seus equipamentos, consigam cinco cavalos e me encontrem no portão leste, seis minutos.

— Sim, senhor — disseram em uníssono e também correram da tenda.

— Percy, venha comigo — falou Dakota, e eles correram em direção ao alojamento de Dakota.

Eles entraram no alojamento de Dakota e Percy observou enquanto o tenente tirava uma mochila que estava debaixo da cama. Ela estava inchada um pouco como se já tivesse sido preparada e estava pronta para viagem. Ele ergueu um escudo do chão e arremessou como se estivesse arremessando uma moeda, e ele magicamente virou uma moeda. Colocou-a no seu bolso, pegou uma lança de dois metros de comprimento que estava encostada no frigobar e pressionou um botão nela. Ela se contraiu numa faca de bolso, e ele colocou-a no seu outro bolso.

Jared entrou com um braço cheio de equipamentos.

— Aqui, Percy, coloque isso. Espero que tudo caiba — disse Jared enquanto passava as peças para Percy.

Havia uma armadura prateada semelhante à de Clint, um casaco azul-marinho, uma mochila carregada e um par de botas de combate. Percy vestiu a armadura com alguma ajuda de Jared. Ele colocou as botas, que eram perfeitamente do seu tamanho, depois vestiu o casaco.

— Percy — Dakota disse.

Percy olhou para ele. Ele já colocara um casaco de cor-de-prata e preto e estava com a mochila nos ombros. Ele jogou para Percy uma pequena bolsa de couro.

— Suas coisas pessoas — falou ele.

— Hein? — perguntou Percy.

— As coisas que estavam com você quando lhe encontramos — Dakota disse.

— Ah — disse Percy e colocou a bolsa dentro do seu bolso. Não havia tempo para admirá-la agora.

Dakota passou-o uma touca preta e ele pôs na cabeça. Dakota levantou um elmo de metal prateado e preto de tamanho médio do chão e jogou-o no ar. Enquanto descia para sua mão, ele se tranformou numa touca de tecido de malha cor-de-prata e preto com um par de óculos de sol prateado com aros, um óculos de aviador.

— Muito legal — disse Percy.

— Um presente do meu pai, pode ser qualquer coisa de proteção para a cabeça que eu quiser — explicou Dakota. — Ah, quase esqueci. — Dakota pegou uma espada que estava encostada na mesa de computador. — Pra você. — Ele passou-a para Percy.

Percy hesitou, mas pegou a espada.

— Valeu — disse.

— Isso é tudo — disse Dakota —, vamos lá. — E eles saíram correndo da tenda.

Eles correram pelo acampamento, pela área de treino, e chegaram no portão ao leste ao mesmo tempo que Bobby e Hazel. Bobby estava usando um casaco preto e touca, e Hazel usava um casaco cor-de-chocolate e touca. Ambos montaram num cavalo. Tinha três outros cavalos e dois cachorros com eles.

— Percy, sabe montar? — perguntou Bobby.

— Como o vento. — Percy sorriu lembrando dos passeios que ele e sua mãe faziam em Montauk todo o verão. Eles montavam a cavalo e cavalgavam pela praia, e Percy sempre montava o mesmo cavalo todo ano, um garanhão preto chamado Blackjack.

— Bem, suba na sela — falou Dakota enquanto montava um lindo garanhão cinza.

Percy montou um garanhão vermelho-vivo.

Dakota dirigiu seu cavalo para o portão e disse “Vamos lá!”.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Os capítulos podem demorar um pouco mais para sair agora. Espero que gostem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Primeira Legião" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.