Acima do Dever escrita por Flavia Souza


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Bom como prometido, mais um capitulo. tão vendo como to sendo boazinha.

Bom meninas não odeiem minha bella, ela é tapada mesmo, fazer o que.
agora meu capitulo dedico a aquelas da quais sem nao poderia vocês.minha dedicatoria vai para:
Carolmaeve
catiaeu

Obrigado pos indicar minha fic. adorei cada palavra.
amo vocês.
Sofhia cullen.



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"As mais lindas coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas mas sim sentidas pelo coração."

Outra semana passou voando, e Edward estava cada vez mais ciente da passagem do tempo. Mais duas semanas e estaria em serviço novamente.

E, a menos que acertasse sua vida com Bella antes de partir, suportaria mais um ano de miséria. Mas ela era tão teimosa quanto bonita. Não queria nem falar de casamento com ele. Para comple­tar, piorando, ela ainda decidira que, já que não entravam num acordo, seria melhor que não dormissem mais juntos, tão pouco.

Edward mirava-se no espelho.

--- Que habilidade com mulheres.  Desdenhou ao próprio refle­xo, assustando-se com o cenho franzido. --- Passou o barbeador pelo queixo besuntado de creme.

Impressionante. Agora, além de determinada a permanecer solteira, ela resolvia tornar-se celiba­tária. Bom trabalho.

Raios. Nunca se sentira tão frustrado. E não se tratava nem da falta de sexo. Simplesmente, bella lançara por terra todas as fan­tasias que ele construíra.

Durante toda a vida, Edward fora um ser externo, invejando um mundo fechado do qual não pertencia. Até encontrar seu lugar nos fuzileiros navais, pensava em si mesmo como o garoto carente dian­te da vitrine da loja de doces. Podia ver todas as guloseimas que a vida tinha a oferecer... mas era incapaz de alcançá-las. Final­mente, desistira de desejá-las. Desistira de pensar em encontrar um caminho para ter aquilo todo o mundo parecia ter o direito de usufruir.

Então, de repente, conhecera o paraíso. Inclinou-se sobre a pia, segurando-se na borda cerâmica até os nós dos dedos ficarem bran­cos. Mas, após encontrar a felicidade, fora trancado do lado de fora novamente.

A dor de saber que estivera tão perto de conquistar tudo só para ver-se indigno bastava para deixá-lo de joelhos. Sentindo um vazio intenso no peito, Edward fitou o homem no espelho como se procurasse sugestões proveitosas.

Mas nada surgiu. Apenas outra onda de cansaço abateu-se com a força de uma borrasca.

Estava tão cansado, seus olhos ardiam. Mas como dormir, as­sombrado por imagens de Bella? O rosto, o corpo, a risada... Du­rante a semana anterior, sempre que adormecia, despertava mi­nutos depois, excitado e sozinho. Raios, dormira melhor durante operações militares de extremo perigo.

Cortou o queixo e suspirou de desgosto ao ver o sangue manchar a espuma branca.

--- Perfeito.  Resmungou, acabando de se barbear antes de es­tacar o sangramento. Claro, do jeito que as coisas iam, tinha sorte em ter cortado só o queixo. Mais noites sem dormir e acabaria num hospital.

O telefone tocou, e ele correu a atender, aliviado por ter algo para distraí-lo. Pendurou a toalha no ombro e agarrou o fone como se fosse uma corda salva-vida.

--- Alô? Esperava ouvir uma certa voz rouca feminina.

--- Oi, sargento.  Saudou Jasper, com seu sotaque texano. Edward disfarçou a decepção e sentou-se na beirada da cama. Estava ficando maluco ou o quê? Desejava uma distração para não pensar em Bella, mas desapontava-se quando não era ela na outra ponta da linha?

--- Oi, Jasper. O que é que manda?

--- Não muito.  Retrucou o amigo. --- A paz é maçante, não?

Dependia do modo como cada uma aproveitava o período de folga, pensou Edward. Suas duas últimas semanas foram tudo, menos maçantes. Mas nunca fora de falar muito.

--- Sim. Com certeza.

--- Então... estamos indo para Tijuana passar o dia. Imaginamos se não queria vir junto...

Edward fitou as portas de vidro da varanda. O sol invadia a suíte de hotel, projetando no carpete uma forma retangular dourada. Raciocinou, considerando as opções.

Tijuana com os amigos, ou passar o sábado inteiro vendo Bella evitar ficar sozinha com ele? Escolha difícil. Passou a mão no rosto e descobriu uma faixa de espuma que escapara. Raios, talvez ele e Bella precisassem de um pouco de espaço.

Conviviam havia duas semanas. Na última, principalmente, a tensão entre ambos se tornara tão sólida que seria possível furá-la com uma baioneta.

Se fosse com os rapazes, talvez se distraísse. A união que par­tilhavam já fora forjada e testada a fogo. Eram uma família e, naquele momento, precisava se sentir parte de um grupo. Em al­gum lugar.

--- Jeff? Ainda está aí?

--- Sim, estava pensando.

--- E então, você vem?

--- Claro.   Afirmou Edward, tomando a decisão que seu instinto recomendava. --- Podem contar comigo. Quando partimos?

--- Emmert passa aí para pegá-lo em meia hora.

--- Estarei pronto.

Edward desligou e fitou o telefone. Agora, só tinha de telefonar para Bella avisando que não iria até a casa dela. E torcer para não perceber alívio em sua voz.

--- Então, onde está o herói?   Indagou Jacob, sentando-se nu­ma poltrona na varanda.

Bella brigava com um canteiro de flores havia meia hora, e lan­çou um olhar severo ao irmão. E imaginara poder gozar de um pouco de paz e tranqüilidade. Quando Edward lhe telefonou pela ma­nhã, viu-se dividida entre alívio e desapontamento. Embora sen­tisse a falta dele, de ouvir sua voz, sua risada, também precisava de tempo para pensar, analisar e planejar o que fazer. Até Jacob surgir do nada e se instalar na varanda como se esperasse passar o dia ali.

--- Foi a Tijuana com os amigos hoje.

--- Ótimo. Ele ergueu o copo de chá gelado e tomou um bom gole.

Bella assumiu uma posição mais confortável, ainda agachada e afastou os cabelos do rosto.

--- O que quer dizer com isso?

--- Nada.  Ele fitou a rua arborizada, fugindo ao escrutínio. Raios. Simplesmente havia homens demais em sua vida. Irrita­da, Bella respirou fundo várias vezes para se controlar.

Não deu certo.

--- Vá falando, Jacob.  Pressionou, direta. --- Tenho ervas da­ninhas para arrancar e flores para plantar. Além de pensar, planejar, sentir falta de Edward, acrescentou mentalmente.

O irmão a encarou.

--- Muito bem, vou dizer. Fico contente por ele não estar aqui. Estou cansado de tropeçar nele toda vez que venho visitar minha sobrinha.

Bella surpreendeu-se. Reviravolta interessante, pensou. Desde o nascimento de Emily, Jacob e os trigêmeos não fizeram outra coisa senão esperar Edward aparecer, para obrigá-lo a se casar com ela. Agora que Edward estava ali, disposto justamente àquilo, Jacob mudava de idéia?

Por que o mundo estava endoidando de repente?

Bella bufou.

--- Qual é o seu problema? Você foi quem liderou a campanha "vamos casar Bella" nesse último ano e meio, esqueceu?

--- Isso mesmo, liderei. O verbo está no passado.

Bella sentiu a irritação crescer, forte e potente.

--- Céus, Jacob, quer dizer logo?

--- Não quero que se case com ele.

Ela piscou. Vagamente, ouviu Emily balbuciar, e os gritos das crianças jogando bola na rua. Um vento suave agitou seus cachos, enquanto se inclinava para fincar a colher na terra úmida. Então, endireitou-se, espanou as mãos e encarou o irmão mais velho que às vezes parecia um tormento, mas que sempre fora seu ponto de apoio.

--- Por quê?   Indagou, calma.  --- Por que a mudança repentina?

--- Mudei de idéia, ora.

Bella riu, e o irmão lançou-lhe um olhar de alerta.

--- Desculpe.  Murmurou ela, com um gesto denotando incom­preensão.  --- E só que... você mudar de idéia é tão provável quanto a Terra passar a girar ao contrário.

--- Engraçado.

Mas verdadeiro, pensou ela. jacob era o típico cabeça-dura. Tal­vez por ser o mais velho... mas, quando tomava uma decisão, era como gravá-la em pedra. Até aquele momento, aparentemente.

--- Muito bem. Retomou ela, num tom tranqüilo, lembrando-se de que aquele homem a amara durante toda a sua vida. Devia-lhe a oportunidade de se explicar sem interrupção. --- Por que mudou de idéia?

Jacob apoiou os braços nos joelhos e fitou a borda do copo como se este contivesse as respostas a todas as perguntas. Protelava visivelmente, tentando ordenar os pensamentos. Após um bom tem­po, encarou-a e justificou-se:

--- Ele é do grupo de elite, Bella. Fuzileiros Navais do grupo de elite não são bons como homens de família. Como maridos.

Bella sentiu um aperto no coração, embora não soubesse expli­car. Não queria mesmo se casar com Edward, certo? Então, por que se importar com o fato de o irmão ser igualmente contra? Seria o fato de ouvi-lo dispensar Edward tão facilmente? Seria o instinto de defen­der o pai de sua filha? A dor persistia, mas ignorou o desconforto.

--- Por quê?

--- Bella, esse grupo de elite é incumbido das missões mais pe­rigosas e audazes que aparecem.

Ela já sabia disso. Edward explicara um pouco de seu trabalho. E o restante das informações, ela conseguira por meios próprios. Era espantoso o que se podia encontrar na internet hoje em dia.

Bella descobrira o bastante para se assustar. Aquele grupo de elite atuava em situações extremas o tempo todo. Sozinhos, os ho­mens invadiam locais problemáticos, realizavam a operação plane­jada e então tentavam sair de lá vivos.

Eram missões difíceis, que exigiam sacrifício e isolamento. Nun­ca paravam num lugar. Nunca podiam contar às pessoas onde es­tavam ou o que faziam. Sempre vivendo no limite, constantemente vigiando as costas. Imaginara, durante todos aqueles meses, se Edward pensara nela. Se ele se apegava às lembranças, fazendo-a delas companhia nas noites escuras, quando o perigo estava à espreita.

Sentiu um arrepio na espinha, apesar do sol quente nas costas.

― Podem receber uma ordem a qualquer momento.  Explicava Jacob. --- Aí, têm de partir sem revelar para onde.

--- Eu sei. Fui eu que recebi cartões-postais do mundo todo, lem­bra-se?

Postais com mensagens de esperança e saudade, escritas apressadamente. Guardara cada um deles, dizendo a si mesma que eram para Emily. Mas havia mais do que isso, sabia. Embora não admitisse a ninguém, muito menos a si mesma.

--- Postais.  Desdenhou ele. --- É esse tipo de marido que quer? Um que desaparece por meses? Um que você nunca sabe onde está nem o que está fazendo? Quer passar o resto da vida preocupada?

Ela irritou-se e viu-se defendendo Edward.

--- Céus, Jacob! Fala como se esses fuzileiros fossem os únicos a deixar a família por causa do trabalho. Você era transferido regu­larmente até se tornar instrutor. Levantou-se, preparada para brigar. --- E vai ser transferido de novo, quando esta rotação acabar.

--- Sim, fui transferido.  Concordou ele, assentindo. --- E serei. Mas você sempre saberá onde estou, não é?

--- Isso não vai evitar que nos preocupemos, certo?  Ela en­caixou as mãos aos quadris e inclinou-se na direção dele.

Jacob largou o copo e levantou-se também.

--- Não, mas sempre poderá entrar em contato comigo. Você não conseguiu falar com Edward quando descobriu que estava esperando Emily.

--- Se eu fosse a esposa, teria conseguido.  Rebateu ela, sem gaguejar com a palavra esposa, e devia se surpreender com aquilo. Mas, naquele momento, estava furiosa demais para pensar nas implicações.

--- Raios, Bella, pediu a minha opinião e estou dando.

--- Bem, mudei de idéia. Não quero mais a sua opinião.

--- Porque não gostou dela.   Jacob aproximou-se e a segurou pelo braço. --- Por que o defende afinal? Pensei que não quisesse se casar com esse camarada.

--- Eu não queria... não quero.   Bella meneou a cabeça e des­vencilhou-se. Era tudo muito confuso. Não queria se casar, mas também não queria que o irmão desclassificasse Edward por causa do trabalho dele. Por ele ser fuzileiro naval.

Edward era sozinho. Não tinha família com que se importar. Tudo o que ele tinha era ela. E Emily. Sentiu um aperto no coração, mas enrijeceu-se.

--- Acho que é melhor você ir embora.   Pediu ao irmão, tentando raciocinar em meio aos pensamentos caóticos.

Jacob reagiu mal.

--- Está me mandando embora?

--- Estou.

--- Bella, sou seu irmão e...

Ela ergueu a cabeça e lançou-lhe um olhar gélido que era pa­tente dos Swan.

--- E eu não tenho mais doze anos.

--- Eu não disse que tinha.

--- Não, mas age como se pensasse assim. Raios, Jacob, posso cuidar da minha própria vida.

Bella voltou-se para pegar Emily do andador. Pegou a criança no colo e lançou outro olhar severo ao irmão.

--- Em vez de se preocupar tanto com a minha vida, por que não vai viver a sua?

Com isso, deixando-o boquiaberto, Bella subiu os degraus da varanda, entrou em casa e fechou a porta.

Quando Edward telefonou, horas depois, Bella ainda estava abalada. Nada mais fazia sentido.

Nunca quisera um marido, mas queria Edward. Não admitia que o amava, mas precisava dele. Estremecia com a idéia de vê-lo partir novamente, ao encontro de mais perigo.

--- Bella, você está bem?    Indagou ele, a voz reverberando pela linha até cair no estômago dela feito chumbo.

Ela passou a mão nos cabelos, olhou para a filha que amassava ervilhas com as mãozinhas e forçou um sorriso.

--- Sim, estou bem. Só meio distraída. O que perguntou?   

Ele riu, o som gostoso e contagiante.

--- Perguntei se queria jantar comigo. Esta noite.

Fora um longo dia sem ele. Já se acostumara a tê-lo em sua vida. A vê-lo todos os dias. A ouvir sua voz, ver o sorriso, observá-lo com Emily.

Logo, sentiria ainda mais a falta dele. As férias dele termina­vam, e ela, sem perceber, estaria novamente vasculhando a corres­pondência, esperando outro cartão-postal de algum lugar distante. Por que não passar com cada minuto de que ainda dispunham?

Por que se negar os abraços, as carícias? Por que sentenciar ambos à solidão antes que o trabalho dele os obrigasse?

--- Alô? Chamou Edward, gentil, até ela perceber que se perdera em pensamentos mais uma vez.

--- Desculpe-me, Edward.  Pediu ela, meneando a cabeça. --- Foi um dia longo, acho.

Ele percebeu a evasiva instantaneamente.

--- Se está muito cansada, então...

--- Não, estou bem. E... adoraria jantar com você. A que horas?

--- Às oito.  Propôs ele, e acrescentou: --- Quero ver você bem

linda.

--- Às oito.  Confirmou Bella, já vasculhando o guarda-roupa mentalmente. ----- Estarei pronta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
deixem reweus. indicaçoes, qualquer coisa. e me façam chorar de felicidade.
beijossssssssssssss