Capítulo 7 - O Lado Frágil da Katherine

Nos dias que se seguiram, eu apenas ia para a biblioteca pegar um livro, ou ficar andando pela escola.

No dia 8, logo após o café da manhã, me dirigi para a sala de McGonagall. Queria falar com Snape, mas não sabia onde era a sala dele.

Bati na porta e ela mandou eu entrar.

- Katherine! O que eu posso fazer por você querida? - ela perguntou surpresa em me ver ali.

- Só queria saber onde é a sala do Snape. Queria conversar com ele. - falei.

- A sala do professor Snape fica nas masmorras. - ela falou mexendo em uma gaveta, e logo depois retirando um mapa. - Bem aqui. - ela fez uma marca onde era a sala de Severo.

- Obrigada. - falei pegando o mapa.

- Katherine, é melhor você começar a se acostumar nos chamando de professor ou professora. - ela falou antes que eu saísse de sua sala.

- Claro, professora McGonagall. - falei fechando a porta.

Seguindo o mapa que Minerva tinha me dado, fui até as masmorras e logo depois, estava diante da porta de Severo Snape.

Bati algumas vezes, mas ninguém abriu.

- Severo, sou eu. Katherine. - falei segurando na maçaneta da porta.

Antes que eu pudesse fazer qualquer outra coisa, a porta se abriu. Mas não tinha ninguém na sala.

A sala de Severo Snape, era assustadora. Prateleiras cheias de líquidos estranhos, coisas em conserva em poções de aspecto repugnante, e coisas do gênero.

Como não queria perder a viagem até aquela sala, comecei a andar entre as prateleira e ver o que Snape guardava ali.

Meia hora depois, escutei passos no corredor e a porta ser aberta bruscamente.

- Olá, Katherine. - ele falou frio.

- Oi Snape. - falei saindo de trás da prateleira. - Eu não mexi em nada. Estava apenas olhando.

- Quem lhe deu o direito de entrar na minha sala, sem a minha permissão? - ele perguntou andando a passos largos até onde eu estava.

- A porta estava aberta. - eu falei sem me abalar.

- Não estava.

- Severo, vai querer mesmo discutir isso? Eu não mexi em nada. Apenas vi o grande estoque de poções que você possui aqui. - falei. - Por que eu iria querer ficar mexendo em suas coisas? - perguntei segurando seu braço esquerdo onde sabia que estava tatuado a Marca Negra.

- O que quer aqui? - ele perguntou.

- Apenas conversar. - falei. - Erga a manga.

- Como? - ele perguntou sem entender.

- Deixe-me ver a Marca Negra. - pedi.

Ele ergueu com cuidado a manga do braço esquerdo, e estendeu o braço para mim, como em uma reverência silenciosa.

- Não é necessário isso Snape. - falei enquanto segurava seu braço e analisava a marca. - Está mais escura. Estranho. - murmurei enquanto abaixava a manga de Snape.

- Acabou a inspeção? - ele perguntou sarcástico.

- Sim. Mas eu vim aqui para conversar. - falei me sentando em uma cadeira.

- Estou escutando. - ele falou se sentando em minha frente.

- Severo, estou com medo. - falei em um sussuro. - Estou com medo que o Chapéu Seletor não consiga me escolher, diga que eu não tenho uma casa certa aqui nessa escola. Estou com medo de não me adaptar aqui. Estou com medo de tudo. - desabafei.

- Katherine, o único problema vai ser o tempo que o Chapéu vai levar para dizer em que casa você ficará. Quando você estiver aqui em Hogwarts como aluna, se precisar conversar sobre coisas impossíveis de se falar com outros alunos, me procure. Converse comigo como está conversando agora. - ele falou.

- Severo, como os outros alunos vão reagir quando descobrir que eu sou filha de Lord Voldemort? - perguntei com a rosto entre minha mãos. - Por todos esses anos, ninguém soube nada sobre mim. Como vai ser agora?

- Eu não sei Katherine. Mas pode contar com a minha ajuda.

- Eu só sou uma criança ainda. Não quero ser julgada pelos atos de meu pai. - falei tremendo e sentindo lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- E não será. Mas agora, limpe esse rosto. Vou te levar para Hogsmead. - ele falou me entregando um lenço.

- Hogsmead? - perguntei sem entender.

- Sim, Hogsmead. Madame Pince disse que você passa o dia inteiro na biblioteca. Minerva tinha dado a idéia para o Dumbledore faz uns dias, e ele finalmente aceitou.

- Que idéia? - perguntei curiosa.

- Tirar você de Hogwarts. Pelo menos por um dia.

- Não é um pouco irresponsável? - perguntei rindo.

- Você vai ficar livre lá, mas eu ficarei no Três Vassouras. Eu e mais alguns professores. - ele falou saindo da sala.

...

O dia em Hogsmead foi realmente muito bom. Toda a preocupação em não me adaptar, ou não ser selecionada foram pelos ares. Voltei para a escola no final da tarde tranquila, relaxada e muito cansada. Nem jantei e fui direto me deitar.

Nos 6 dias que se seguiram, eu não voltei a falar com Severo. Passava o dia na biblioteca lendo, ou trancada em meu quarto, só saindo para comer.

No último dia que eu passaria em Hogwarts, acordei de manhã e antes de descer para o salão principal, verifiquei minha coisas. Iria embora no final da tarde e não teria muito tempo para arrumar minhas coisas depois.

Antes que eu saísse do quarto, alguém atravessou o quadro me deixando alerta. Instantes depois, batidas em minha porta.

- Quem é? - perguntei.

- Severo Snape. - ele respondeu.

- Entre. A porta está aberta. - falei. Ele entrou se sentando na ponta de minha cama. - O que quer aqui Snape?

- Avisá-la que hoje você vai comer aqui, e depois deve se dirigir para a sala do diretor, deixando suas coisas aqui. Elas serão levadas para o saguão de entrada depois. - ele falou se levantando.

- Eu não sei a senha da gárgula. - falei antes que ele saísse do quarto.

- Eu estarei te esperando. - ele respondeu com a mão na maçaneta e logo depois, saindo do quarto.

Depois que Snape saiu do meu quarto, um elfo trouxe meu café da manhã.

Ele me disse que quando eu terminasse de comer, era para deixar a bandeja ali que depois ele iria voltar para pegar.

Não consegui comer muito. Estava nervosa e com medo do que o Chapéu diria.

Depois de verificar uma última vez minhas coisas, finalmente me dirigi ao gabinete do diretor. Snape, como havia me falado, estava me esperando ao lado da gárgula. Quando eu parei ao seu lado, ele murmurou a senha e a gárgula saltou para o lado, deixando a escada visível para nós.

Subi na frente. Segundos depois, estava novamente em frente a porta de latão. Mas hoje, ela estava aberta. Todos os professores estavam ali presentes. E em frente a escrivaninha de Dumbledore, um banquinho de três pernas, e neste, estava o famoso Chapéu Seletor.