Serial Crime escrita por Najayra


Capítulo 12
Cp 10 - Conhecendo o Inferno




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- Por quê, Melinda? – Kamilla tentava decifrar a mente da loira cínica a sua frente.

- Por quê? Bom, de início foi um acidente. Mas depois, passou a ficar tão divertido... Que não consegui mais parar.

- Mas me diga, o que te motiva a fazer isso neste momento? – ela abriu um sorriso maldoso.

Com as luzes apagadas, mas não na escuridão completa, ela se aproximava de Kamilla. Com passos sensuais, fitando-a intensamente. Já a centímetros de distância, ela estendeu a mão e soltou o cabelo da ruiva. Ela estava atônita, completamente imóvel. Melinda pegou uma mecha de seu cabelo e a cheirou, o perfume parecia agradá-la, sua mão então passou para seu rosto enquanto a outra se ocupava de aproximá-las ainda mais, pegando-a pela cintura. Kamilla começava a tremer.

- Não... Melinda...

Ela a ignorou e seus lábios tocaram os dela, sua língua pediu passagem ansiosamente. A loira e a ruiva estavam se beijando, como uma costumava fazer com Gabriel e a outra com Edgar. Neste momento, Kamilla arregalou os olhos e se afastou.

- Gabriel... O Edgar... Ele...

- Exatamente, Kah.

Então, Kamilla teve uma ideia que, de inicio parecia brilhante, mas depois percebeu que fora a coisa mais idiota que já havia passado por sua cabeça. Kamilla deu um chute no espelho do banheiro. Ergueu a perna e afundou o salto agulha do sapato, os cascos voaram contra ela e machucaram sua perna. Mas ela não estava preocupada. Kamilla pegou um dos fragmentos e o apontou contra Melinda.

- Abra, imediatamente, esta porta.

Melinda ergueu as mãos e foi lentamente até a porta, e a destrancou.

- Pronto. Largue isso.

- Ainda não... Peça para que seu pseudo-amante liberar o Gabriel. – ela deu um suspiro revoltado. Foi até a porta do banheiro masculino e bateu nela.

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- Então vamos assistir ao show da Clara. – ele deu um passo e as luzes se apagaram, os gritos começaram a ecoar pelo salão – Cara! O que está acontecendo lá fora?!

- Um show, meu nobre Gabriel. Um espetáculo!

- Cara, você bebeu? Estão gritando, temos que sair daqui. – ele correu para a porta, mas estava trancada - Que brincadeira é essa?

- Sabe, eu acho que, comparado ao que está acontecendo lá fora, aqui dentro é o local mais seguro neste momento. – Edgar se aproximou e pousou a mão sobre o ombro de Gabriel. Ele o fitava intensamente, tanto que Gabriel começou a desconfiar.

- Cara. Olha, eu não sei se você está insatisfeito com a Melinda... Mas eu não gosto dessa fruta.

- O que é uma pena, não é? – Edgar aproximava seus rostos aos poucos. Até que alguém bateu na porta – Arg! Inferno...

Edgar destrancou a porta.

- O que é? – ele se surpreendeu – Melinda?

- Solte o Gabriel. – pediu Kamilla.

Quando Edgar viu o enorme pedaço de espelho na mão ensangüentada de Kamilla, ele recuou e deu passagem ao loiro.

- Kamilla! – Gabriel observou a perna retalhada e a mão ensangüentada de sua amada – Mas o que...

- Vamos embora! Rápido!

- Aconselho vocês a irem para cima do palco. – disse Melinda.

Eles deram as mãos e saíram correndo. Edgar e Melinda deram um suspiro.

- Francamente... – reclamou Melinda.

- Está com as roupas aí?

- Eu vim preparada, amor. – os dois caminharam para dentro do banheiro feminino.

Enquanto isso Kamilla e Gabriel correram até chegar ao salão.

- Aaah!! – Kamilla gritou.

Todos estavam caídos no chão, mortos. Serpentes rastejavam entre os corpos e sobre os corpos. O salão estava repleto de serpentes. Gabriel achou um caminho livre até o palco e a puxou até lá.

- Vamos!

- Gabriel! Mas eles querem que a gente faça isso!

- Isso não importa muito agora, Kamilla!

Subiram a escadinha e acharam Clara encolhida ao fundo do palco.

- Clara! – Kamilla gritou.

- Kamilla! Gabriel! – a morena e a ruiva se abraçaram.

- O que aconteceu?!

- Do nada, Kamilla! As luzes apagaram e este salão começou a se encher de serpentes! Elas vinham de todos os lados! Os outros entraram em pânico e tentaram fugir, mas acabaram pisando nas cobras e então... Eram mordidos. – ela começou a chorar contra o colo da ruiva.

- Tudo bem, vamos ficar bem. Elas não chegarão aqui em cima.

- Como sabem?

- Tivemos uma dica... – Gabriel respondeu olhando para a ruiva.

Então, eles ouviram alguns “bips” que pareciam ser do ar condicionado.

- Ai meu Deus! E agora? – disse Kamilla.

Passaram-se alguns vários minutos e o salão estava congelante. Kamilla abraçava Clara enquanto Gabriel abraçava Kamilla, todos encolhidos ao fundo do palco e tremendo de frio. As serpentes pareciam ficar mais lerdas, pareciam congelar como eles.

- Temos que dar um jeito de sair daqui... – Kamilla sussurrava com esforço para Gabriel.

Então, Melinda e Edgar apareceram, devidamente agasalhados e aquecidos.

- Jararaca. Uma serpente fantástica. – disse Melinda – Mas como todo bom réptil, ela é pecilotérmica. Seu sangue se mantém na temperatura do ambiente em que ela se encontra, logo... Se quiser ver uma jararaca inofensiva, ligue o ar condicionado. – Edgar pisou em uma cobra e a chutou para longe. Antes que o animal pudesse atacar, o bicho já estava voando, seus movimentos estavam muito lerdos – E esse é o crime da matéria de biologia.

- Você quer matar a gente, é?!

- Humanos não morrem tão facilmente, querida. – ela percebeu Clara – Clara! Você ainda está viva!

- Gente, o que está acontecendo aqui?

- Surpresa, Clara! Nós somos os assassinos! – disse Edgar, rindo de satisfação.

- Agora... – Gabriel sussurrou para Kamilla.

Os três se levantaram e começaram a correr em direção à saída. Iriam aproveitar que as serpentes estavam impotentes. Gabriel abriu rapidamente o portão e eles fugiram pelos corredores do internato.

- Ah, meus queridos.

- Se não forem nossos... – começou Edgar. Melinda o olhou e sorriu.

- Não serão de mais ninguém. Muito menos um do outro. – ela completou.

A loira e o moreno foram, tranquilamente atrás de seus “amigos”.


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Notas finais do capítulo

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