Was Never Enough escrita por Yunaangel, Sara Caetano


Capítulo 8
See Who I Am


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse capítulo não ficou muito bom... Prometo que o outro será muito melhor ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/110211/chapter/8

8. See Who I Am

Is it true what they say?

Are we too blind to find a way?

Fear of the unknown clouds our hearts today

Come into my world, see through my eyes

Try to understand, don't want to lose what we have

É verdade o que dizem?

Estamos muito cegos para encontrar um caminho?

Medo do desconhecido perturbando nossos corações hoje

Venha até meu mundo, veja através dos meus olhos

Tente entender, não quero perder o que nós temos

Acordei deitada em uma cama, em um lugar estranho. As paredes, assim como chão, janela, cortinas e tudo o que você imagina eram totalmente brancos. Por um segundo pensei que tinha morrido, apesar de nem me lembrar do que havia acontecido.

Fiquei pensando durante alguns segundos até que me lembrei de Matthew, da briga com Kaitlin e do quanto eu estaria encrencada quando meus pais descobrissem tudo o que havia acontecido.

Minha cabeça doía e eu ainda me sentia meio tonta, mas já estava melhor do que quando desmaiei. Estava cheia de curativos e meu joelho ardia muito. Amaldiçoei Kaitlin mentalmente por isso. Para uma garotinha chata e mimada até que ela brigava bem, não que eu pudesse julgar muito, já que nunca havia entrado em nenhuma briga antes dessa.
A porta abriu lentamente e senti um arrepio, temia ser algum dos meus pais, mas era apenas Arielle.

- Elle! – exclamei feliz ao ver ela.

- Sophs, o que aconteceu?

Arielle parecia preocupada, mas também curiosa. Contei tudo para ela e pensei que fosse me repreender, mas ela apenas riu.

- Finalmente aquela vadia recebeu o que merece. – ela sorriu.

- Você não tem jeito mesmo. – suspirei.

- É verdade que você não foi até a diretoria e fugiu da escola? – ela deu um sorriso maldoso.

Senti meu rosto corar um pouco, ela já devia saber sobre Matthew e logo as brincaderinhas irritantes viriam.

- Sim. – murmurei.

- Não se preocupe. Matthew inventou uma desculpa para seus pais e eles acreditaram.

Não pude esconder minha expressão surpresa, meus olhos se arregalaram.

- Matthew está aqui?

- Sim.

- E ele falou com meus pais?

- Sim.

- Eles sabem que ele é meu amigo?

- Sim.

- E ele ainda está vivo?

- Dá pra fazer perguntas? É óbvio que sim.

- Ele está furioso comigo, não é?

- Ahn... A resposta pra essa pergunta também é sim.

Abaixei a cabeça triste. Matthew nunca me perdoaria por ter brigado com Kaitlin, ainda mais quando ela contasse o motivo do inicio da briga. Quando me lembrei que os dois ainda iriam ficar juntos senti uma nostalgia no ar. O que eu tinha feito apenas faria Matth me odiar.

- Você gosta dele? – Arielle levantou uma sobrancelha.

- O que? – berrei. – É óbvio que não!

- Então, por que ficou tão nervosinha?

- De onde tirou essa idéia ridícula?

- Kaitlin está falando isso para todo mundo. Ela acordou pouco antes de você.

- Espera aí... Ela disse isso para o Matthew? – gelei.

- Sim, mas eu disse para ele que você tinha namorado e ele desencanou.

- Você o que? – gritei.

Certo, acho que essa é mais um “pequeno” detalhe que eu esqueci de mencionar. Como disse, nunca acreditei em amor, mas namorava com Luke, o irmão mais velho de Arielle. Nunca senti nada por ele, mas quando descobri que ele gostava de mim fiquei com pena. Eu e Luke sempre fomos muito amigos.

Meus pais sabem desse namoro, apenas não sabem que não sinto nada por ele. Nunca tive coragem de contar a eles, já que essa é a única coisa na minha vida que eles apóiam. Arielle também sabe que não gosto dele, mas sempre me chama de cunhadinha e esconde isso do irmão. Acho que ela acredita que um dia eu possa mudar de idéia e que iremos ser um lindo casal feliz, mas isso nunca irá acontecer. Gosto do Luke, mas não desse jeito.

- Se não gosta dele, por que não podia ter contado isso? – ela me olhou confusa.

- Eu... Não sei. – respondi sincera.

Minha conversa com Kaitlin havia realmente me atormentado. Não sabia mais o que sentia por Matth, mas tentava acreditar com todas as minhas forças que não gostava dele... Ele não era o tipo de cara certo para uma garota como eu.

- Ele é bonitinho. – Arielle provocou.

- Pode ficar pra você. – disse fingindo indiferença, mas um pouco incomodada.

- Talvez eu fique.

- Ótimo. – resmunguei irritada.

Elle começou a rir e deu um tapa leve na minha cabeça.

- Quando vai admitir que ta afim do Matthew?

- Cara, quer parar de me irritar? Não to afim dele. Se tivesse eu te contaria.

- Não contaria não. – ela fez bico. – Você não confia em mim.

- Claro que confio.

- Se confiasse contaria que gosta dele.

Lancei um olhar assassino para ela e depois puxei minhas cobertas e escondi meu rosto. Sei quer era meio infantil, mas não queria ver ela. Arielle riu e me descobriu.

- Não precisa ter vergonha. É normal e saudável você gostar de um garoto Sophie. – ela se divertia.

- Arielle. – fiz um sinal para que ela se aproximasse. – EU NÃO GOSTO DO MATTHEW. – berrei na orelha dela, que se afastou imediatamente, rindo.

- Quem é Matthew? – uma voz familiar perguntou.

Senti meu corpo inteiro congelar. Olhei para porta e vi Luke parado na porta, com uma expressão curiosa, e irritada.

- Quem é Matthew, Sophie? – ele perguntou impaciente.

Luke tinha uma beleza invejável, assim como Arielle. Tinha cabelos pretos e curtos, naturalmente arrepiados, e olhos azuis penetrantes. Seu físico era perfeito e ele vivia rodeado de garotas antes de começar a namorar comigo. Ele ainda tem várias pretendentes e ex-ficantes aos seus pés, mas não parece se importar com elas. Elle disse que ele mudou muito desde que começamos a namorar. Isso é bom... Eu acho. Luke é o tipo de garoto que várias meninas matariam para ter. Eu o tenho sem nem mesmo desejar e sinceramente, não sinto nada por ele, nem mesmo felicidade de estar junto a ele. Ás vezes me acho uma pessoa muito estranha.

- Um amigo. – disse indiferente.

- Amigo? – ele se aproximou. – Que amigo seu é esse que eu nunca ouvi falar?

- Um novo amigo. – suspirei.

Luke ficou me encarando, desviei o olhar. Às vezes eu tinha muita vontade terminar com ele, mas ficava com pena. Na maioria das vezes, ele me irritava profundamente.

- Um novo amigo, uma amizade colorida, um namorado em potencial... É tudo muito próximo, não? – ele disse irritado.

- Aff, quer sair do meu pé? Não é porque você é meu namorado que tem que tomar conta da minha vida. Não tem nada melhor pra fazer não?

- Proteger minha namorada de amizades que só a prejudicam é o melhor que posso fazer.

- Amizades que me prejudicam? Você nem o conhece! – sentei-me na cama, furiosa.

- É o moleque com cara de marginal lá fora, não é?

- Não, deve estar confundido com aquela sapatona da sua mãe. – disse entre os dentes.

Luke me fitou irritado e pareceu querer avançar em mim, mas Arielle o puxou pela camiseta.

- Sophs, por favor. – ela olhou para mim com reprovação.

- Manda seu irmão cuidar da vida dele e me esquecer. – olhei na direção oposta deles, com os braços cruzados, por pura birra.

- Vai me dizer que agora vai brigar comigo por causa daquele delinqüente?! – Luke gritou.

- Ele não é nenhum marginal ou delinqüente, ele é meu amigo! E quer saber o que mais? Ele é muito melhor que você, porque não sai julgando os outros depois que vê as pessoas apenas por uma vez. Agora some da minha frente seu retardado, antes que eu perca a paciência com você! – gritei ainda mais alto.

- Quem você pensa que é pra falar assim comigo? EU SOU SEU NAMORADO E VOCÊ TEM QUE ME RESPEITAR! – ele se soltou de Arielle e apertou meu rosto, me fazendo olhar para ele.

- Não tenho não, porque eu não quero mais que você seja o meu namorado.

- O que? – ele gritou.

Arielle olhou aflita para mim, parecia já prever o que iria dizer. Geralmente eu não gostava de magoar as pessoas, muito menos meus amigos, mas de uns tempos para cá Luke vivia insuportável. Merecia uma lição.

- Se toca Luke. Eu nunca te amei, eu nunca nem sequer gostei de você! Eu estou com você por pura pena, agora some da minha frente seu otário, eu não quero nada com você nem nunca quis. Volta pras suas piranhas, elas vão adorar a notícia que você está solteiro de novo. – disse com um sorriso de deboche.

Vi a expressão de Luke tornar-se surpresa, depois amargurada. Ele me soltou e saiu pela porta, com lágrimas nos olhos.

- Você exagerou. – Arielle disse me fitando.

- Não é você que tem que agüentar ciúmes de um garoto que você nem sequer se importa se está vivo ou morto.

Elle suspirou e ficou fitando o chão. O clima estava muito estranho depois do ocorrido, mas não era para menos.

Ouvimos uma batida na porta, viramo-nos juntas e vimos que Alicia estava parada me olhando.

- Posso entrar maninha? – ela deu um sorriso triste.

- Claro Licia! – dei um dos meus melhores sorrisos.

Alicia foi até mim e sentou-se na cama ao meu lado. Eu a abracei forte e ela retribuiu o abraço.

- Você faz idéia do quanto me preocupou Sophie? – ela me olhava triste.

- Desculpa. – olhei para baixo, um tanto envergonhada. Não gostava de preocupar minha irmã.

- O que deu em você? Indo para fora da classe junto com um garoto estranho, fugindo da escola com ele, indo até mesmo para casa dele e depois ainda brigando com a Kaitlin?! – ela me repreendeu.

- Alicia... Você não entende.

- Então me explique. – ela pediu já calma novamente.

- Já esperava que você e nossos pais julgassem Matthew precipitadamente. Sei disso porque eu o julguei também. Ele não é um garoto mal, nem mesmo um encrenqueiro de verdade. Não vive em nenhuma favela, não mexe com drogas, não rouba, nem nada do que vocês imaginaram. É apenas um garoto normal que gosta de se vestir de modo diferente e agir com mais... Liberdade.

- Você aprova o comportamento desse garoto? – ela me olhou preocupada.

- Ele é o que eu queria ser. Ele é ele mesmo sem se importar com nenhuma etiqueta, normas ou regras. Sem se importar com a opinião dos outros.

Alicia me olhou triste e depois fitou no chão. Ela era minha irmã mais velha e devia sempre me dar bons conselhos que me guiassem para o caminho certo, mas sabia que ela pensava a mesma coisa que eu. Vivíamos presas por regras impostas por nossos pais.

- Posso te fazer uma pergunta? – ela me olhou um tanto hesitante.

Assenti, apesar de um tanto nervosa.

- Você está namorando com esse garoto? – ela parecia decepcionada.

Fiquei em silêncio, mas por dentro estava extremamente irritada. Por que todo mundo simplesmente tirava essa maldita conclusão? Maldito mundo onde meninos e meninas não podem ser simplesmente amigos que todos começam a ver algo mais.

- Não. – respondi seca.

- Você gosta dele?

- Te dei o direito de fazer uma pergunta, não mais.

Licia se calou imediatamente. Não queria ser grossa, mas estava cansada de falar sobre isso.

- Sabe que papai e mamãe não aprovam essa sua nova amizade não é?

- Isso não me surpreende. Eles não aprovam nada na minha vida mesmo. – bufei.

- Sophie...

Alicia parou de falar. Não havia como me contrariar, já que realmente era verdade. Tudo que eu, Kaio e Licia fazíamos era errado, mas tudo que Lucy fazia era sempre perfeito.

- Está ocupada? – ouvi aquelas voz tão familiar e não pude evitar de sorrir.

Olhei para porta na hora e Matth estava parado lá, totalmente sem expressão. Alicia e Arielle me olhavam receosas.

- Não. Entra. – sorri para ele.

Matthew entrou meio incomodado, principalmente com Alicia. Ele já devia saber que não era bem visto por ela.

- Oi. – ele cumprimentou nós três, bem baixo.

- Oi! Sou Arielle Martinez, melhor amiga da Sophie! – Elle disse sorridente e simpática como sempre e estendeu a mão.

- Matthew Carter... – ele apertou a mão dela, ainda nervoso.

Dei uma cotovelada em Alicia para que ela o cumprimentasse, mas ela parecia um tanto incomodada.

- Por favor. – sussurrei para ela, que suspirou.

Alicia se levantou e se aproximou dele.

- Alicia Foster... Sou irmã mais velha da Sophie. – ela estendeu a mão contra a vontade.

- Prazer. – ele apertou a mão dela e pude perceber um leve sorriso em seu rosto.

Matthew logo se desviou dela e ficou me olhando, dessa vez sem o sorriso fraco. Fiquei um tanto preocupada, ele devia estar furioso.

- Garotas, poderiam me deixar a sós com a Sophie, por favor? – ele perguntou educadamente.

As duas olharam para mim, eu apenas assenti. Arielle puxou Alicia contra a vontade dela para fora do quarto e se retirou também.

Fui mais para o lado da cama e bati com a mão no espaço vazio ao meu lado. Matth se aproximou e sentou-se, ainda me olhando.

- Oi. – disse sorrindo, apesar de um pouco envergonhada.

- Por que fez isso? – ele me olhava sério.

- Fiz o que? – me fingi de desentendida.

- Espancou a garota que eu gosto! – ele me olhou bravo.

- Eu e Kaitlin temos um longo e sinistro passado. Você não entenderia. – murmurei.

- Engraçado que assim que eu contei que gostava dela esse passado veio à tona. – ele debochou.

- Kaitlin é uma cobra. Só irá te magoar. – disse sincera.

- Ela não é uma cobra. É uma das garotas mais sinceras e divertidas que eu conheço. Por que implica tanto com ela?

- Porque a conheço melhor do que você. Ela não se importa com ninguém que não seja ela mesma Matthew... Ela não se importa com você.

- Se ela não se importa comigo, por que disse que gostava de mim?

Senti o tempo parar por um segundo. Não conseguia nem ao menos respirar. Por isso Matthew não havia vindo me visitar mais cedo, por isso ele não estava comigo quando acordei. Ele estava com ela. Ele se importava com ela, não comigo.

- Então... – não consegui terminar nem mesmo a frase, minha voz pareceu desaparecer.

- Estamos namorando. – ele disse um tanto feliz, porém confirmando meu medo.

Virei de costas para ele e cobri meu rosto. Percebi que ele não havia entendido o motivo, mas eu já estava começando a chorar, não queria que ele percebesse.

- O que foi? – ele perguntou preocupado.

- Sai do meu quarto. – disse com a voz abafada e chorosa.

- Você está chorando?

Não respondi. Ele tentava inutilmente se aproximar de mim e ver meu rosto, mas eu não permitia.

- Sai daqui Matthew! – gritei.

- O que fiz dessa vez? – ele perguntou confuso.

- Virou namorado da minha inimiga mortal. AGORA SOME.

- Para de gritar Sophie, vão achar que eu estou te matando aqui. – ele bufou.

De certo modo ele havia me matado por estar com a Kaitlin, mas não achei um comentário propício ou sensato a se fazer.

Enxuguei meu rosto, me descobri e voltei-me para Matthew, que me fitava atentamente.

- Você não devia estar aqui. – disse séria, me sentando na beirada da cama, ao lado dele.

- Como? – ele me olhou confuso.

- Kaitlin não gosta de mim. Você devia estar com ela, não comigo. – fitei-o séria.

- Achei que devia vir falar com você... – ele abaixou a cabeça.

- Por quê? Não precisa ter pena de mim. Tenho várias pessoas para me visitar, obrigada. Uma a mais ou a menos não me faz diferença.

Levantei-me da cama e abri a porta com desdém.

- Por favor, ponha-se no seu lugar.

Matthew me olho meio confuso, meio chateado.

- Você quer mesmo que eu saia? Sophie, se eu passar por essa porta eu não vou mais voltar. – ele me olhou sério.

Engoli em seco e fiquei olhando para ele, me sentia confusa, mas acabei me decidindo.

- Sim, eu quero.

Matthew levantou-se imediatamente e passou do meu lado, me olhando bravo. Saiu do quarto e fez questão de bater a porta com força.

Fui até minha cama e sentei-me, desconsolada. Escondi meu rosto entre minhas mãos e comecei a chorar. Eu já o havia perdido.

Como posso perder alguém que nunca tive? Como posso me sentir traída por alguém que nunca gostei?

Foi quando me dei conta de que todas as implicâncias não eram apenas por sermos amigos, mas porque a verdade estava escrita na minha cara e eu não queria admitir: eu estava apaixonada por Matthew, mas não podia tê-lo porque descobri isso tarde demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, agora não sei mais quando vou conseguir postar de novo... Não vou mais mexer muito no PC, então vai ser difícil atualizar minhas fics, mas vou fazer o máximo para dar um jeito ^^
Caso eu não consiga, depois eu atualizo bastante pra compensar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Was Never Enough" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.