The Eyes That Attract Illusions... escrita por M Iashmine M


Capítulo 6
Capítulo 6 – Senhor de um mundo de sonhos


Notas iniciais do capítulo

hiii minna!
Aqui está o sexto capítulo.
Sei que está grandinho, mas ficou bem legal.
Espero que gostem, porque foi ótimo escrevê-lo!
Kisu!



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Minha mãe ficara realmente preocupada. E não a culpo. Acho que precisei ficar meia hora tentando desconversar o tal do grito que dera, estando “sozinho” no quarto.

Quando ela saiu, avisando que me traria um chá e alguns biscoitos, e fechou a porta, olhei aborrecido para aquele que se dizia meu “servo”.

- Se eu não estivesse tentando por minha cabeça em ordem, acho que esganava você! – Eu ainda estava sentado na cama, a cabeça ainda latejando.

- Minhas sinceras desculpas, senhor – começou ele.

- Se não quiser que eu realmente te esgane, - o interrompi - me chame apenas pelo meu nome.

- Okuushira-sama? – Testou ele, obviamente se divertindo.

- NÃO! – Rebati-lhe imediatamente. – Apenas Jared.

- Jared-sama! – Ele sorriu, ainda divertindo-se.

- Não, só Jared. – Respirei fundo, pois estava vendo ele me testando.

- Jared-sam... – Ele ia repetir quando olhou para mim e percebeu que eu estava mudando de cor devido à irritação que ia surgindo. - Jared-san. Não vou dizer menos que isso, portanto acostume-se.

- Ei! – Eu ia protestar novamente, mas deixei-me levar pelo seu bom humor e acabei cedendo. – He! Tudo bem. Nada mais...

- Nada menos.

Nos olhamos novamente e percebi que seus olhos estabilizaram-se no tom amarelado.

- Ei, me desculpe – disse-lhe de repente.

Ele me fitou, confuso.

– Estou apenas perdido e um pouco assustado com isso tudo – expliquei.

- Desculpe-me também. Agi por impulso e isso o assustou. Não lhe informei antecipadamente sobre minhas ações e isso foi um grande erro da minha parte.

- Tudo bem – disse, apenas. – Mas... Livros podem agir por impulso? – Brinquei.

Ele me olhou e riu.

Alguns minutos mais tarde minha mãe trouxe o chá e um lanche até o quarto. Tinha o suficiente para umas três pessoas. Assim que ela saiu, ofereci um pouco a Siberian, mas só então percebi que só havia uma xícara.

- Espere que eu vou pegar outra na cozinha – disse-lhe, já com a mão na maçaneta da porta.

- Isso não será necessário – respondeu ele. - Eu tenho uma solução melhor para isso.

Dito aquilo, moveu levemente a mão no ar à sua frente, como se estivesse regendo uma orquestra, mas estes eram movimentos bem mais suaves. Depois de uma sequência de três rodopios e voltas alternadas, onde ele brincara com o ar uma xícara branca e rica em detalhes apareceu.

- M-m-mas o quê?

Ele riu. Apanhou a xícara no ar e, em seguida, pegou o bule de chá.

- Posso?

- É-é claro. Sirva-se.

Ficamos em silêncio durante o lanche.

- Jared-sama – ele falou, mas logo se interrompeu percebendo o sufixo que usara. Olhou-me como se esperasse que eu fosse ficar bravo, mas apenas acenei com a cabeça.

- Tudo bem, esqueça isso – era ridículo que eu criasse caso por algo tão banal.

Ele suspirou.

- Obrigado. O que eu ia dizer era que é imprescindível que eu comece sua instrução o mais cedo possível. – Agora ele não sorria, mas tentava não parecer preocupado. – Há algum lugar que possamos ir?

- Bem, hoje é sábado e eu não tenho aula. Podemos ir a qualquer lugar. E admito que me sentirei melhor assim...

- O que queres dizer?

- Quero dizer que acho bom que saiamos. Não quero que minha mãe pense que agora comecei a falar sozinho – baixei a cabeça depois de dizer isso.

Ele pareceu perceber.

- Este é apenas um pequeno detalhe que logo será acertado, eu lhe garanto.

Não compreendi o que ele quis dizer com aquilo (o que estava se tornando normal, considerando as coisas estranhas o que ele me dizia), mas não questionei. Apenas acabei sugerindo que fossemos ao parque pela tarde, e assim ficou decidido.

Após o almoço, minha mão pediu-me para descansar, ao menos um pouco. Imaginei que Siberian pretendesse sair logo, mas ele acabou achando a ideia dela boa e endossou: “Sua mente tanto como seu corpo estão absorvendo essas ‘mudanças’ rápido demais. Ambos precisam repousar e se renovar para que prossigamos com qualquer coisa”. Disse-lhe que não sentia nada de estranho com meu corpo e nem sentia qualquer dor de cabeça que fosse, mas ele repetiu: “Mesmo que nada sinta, ainda assim será prejudicial. Lembra-te que já lhe disse da primeira vez, que não sentir era o pior, pois não terias consciência do dano acumulado com o decorrer do tempo?”. Concordei e ele finalizou: “Pois bem. Repouse pelo menos até passadas três horas do almoço; depois disso, procederemos com os planos da tarde”.

O almoço era pontual em minha casa e isso me permitiria descansar até às 16h, aproximadamente.

Em meu sono eu sonhei, viajei até meu mundo de ilusões e fantasias, o mundo do qual eu criava minhas histórias escritas, o mundo onde eu me refugiava e do qual eu era o senhor.

Começou como de costume: confuso, em um lugar sem qualquer sentido. Nele havia inúmeras escadas, as quais ligavam chão, paredes e teto, tanto horizontais quanto verticais; eram curvas, retas, espiraladas de ponta a ponta e seus caminhos levavam a pontes, a buracos, a paredes maciças ou a outras escadas.

Subi uma escada que me levou até um observatório circular – feito da mesma pedra avermelhada que compunha todo o cenário. Apesar de o lugar der um labirinto tridimensional e irregular (além de completamente ilógico), eu aprendera a me orientar nele, afinal eu me perdera ali a primeira vez havia anos – tinha este mesmo sonho de “partida” desde meus 10 anos. Eu já não ficava desesperado e já não me perdia mais. Até descobria novos lugares, mas sempre conseguia voltar ao ponto de partida, se assim eu o quisesse.

Observei algumas portas, as quais ficavam espalhadas pelo espaço, cujo acesso se dava pelas escadas. Algumas não tinham um caminho que me permitisse chegar até elas; ficavam fixas em pontos inalcançáveis, nas paredes e tetos.

As portas eram inúmeras, a perder de vista. Cada uma delas levava-me a um diferente lugar, a um diferente sonho. Exatamente, eu descobri que poderia escolher meus sonhos através das portas. Algumas vezes, decidia-me por “visitar” sonhos antigos, por revê-los, alguns que haviam realmente me agradado e me proporcionado as melhores histórias.

Contudo, uma vez dentro do sonho, não posso sair até que ele acabe ou seja interrompido – o que uma vez aconteceu, quando um colega dormiu em minha casa para um trabalho de aula e, para me dar um susto, foi até minha cama e me acordou sacudindo-me pelos ombros. Quase o esganei por aquilo.

Já fiquei preso também em pesadelos, onde o cenário enganou-me pela aparência inicial. Mas não há como prever as mudanças que ocorrem lá dentro.

Foquei meus olhos em uma porta branca ao longe. Tomei caminho até ela, guiando-me facilmente pelos confusos trechos.

Ela parecia muito distante, mas naquele lugar, enquanto eu estivesse no labirinto, o tempo parecia correr de um jeito diferente, e, quando percebi, estava diante de um grande portal de mármore branco novo, onde havia ramos de rosas entalhados, demarcando seus contornos e limites. Os entalhes, assim como o batente e a maçaneta estilizada, eram de ouro. Confesso que fiquei maravilhado com a beleza da porta, tanto que demorei a abri-la. Mas quando o tentei, percebi que esta parecia pesar uma tonelada. A maçaneta rendia-se docilmente ao ser movida, mas precisei de muita força e vontade para conseguir abrir uma pequena fresta, de onde emanou uma luz mito brilhante. A luz não me permitiu ver o que havia lá dentro.

Quando me dei conta, estava suando e ofegante. Não percebi quanto tempo já estava empregando naquilo, mas foi o bastante para minha curiosidade ficar atiçada. Foi então que algo que nunca antes acontecera ali comigo começou a surgir: meus membros, mais precisamente minhas veias, começaram a latejar, não de forma dolorida, mas como se pretendesse me dizer alguma coisa, pedindo-me que fizesse algo, e foi o que fiz. De forma deliberada e espontânea, forcei a porta novamente. O latejar concentrou-se nas mãos, de onde emergiu da pele uma sombra negra e envolveu-as, como luvas. Com ambas mãos, empurrei a porta, que rangeu pelo próprio peso.

Uma luz muito branca me envolveu. Mas, antes que meus olhos se acostumassem à claridade, o que eu menos esperava naquele momento aconteceu. Meu corpo foi puxado para fora do portal, lançando-me no chão de pedra avermelhada, e eu despertei. Em meu quarto, aos abrir os olhos atordoadamente, senti Siberian sacudindo um de meus ombros ansiosamente.

- Senhor, por favor! Desperte! Temos um sério problema!


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Notas finais do capítulo

E aí?! O que achou???Por favor, não esqueça do review.Ele é muito precioso para mim!^^Kisu e até o próximo capítulo!