The Eyes That Attract Illusions... escrita por M Iashmine M


Capítulo 4
Capítulo 4 - A lição está apenas começando...


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora.
A rotina está difícil e o tempo não ajuda.
Mas espero que gostem e desculpem-me pelo tamanho... Ficou grandinho! XD
Espero pelo seu review!^^



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 Quando eu pedia para alguém ser direto, geralmente essa pessoa ainda dava algumas contornadas no assunto antes de chegar ao ponto que realmente me interessava. Mas devo admitir que Siberian Blake me pegara desprevenido quando dera a resposta direta que eu pedira.

Bem, como eu já disse antes, sou meio fanático por livros. Está bem, sou completamente apaixonado por eles. Mas já ouvi dizer que algumas paixões ou levam à loucura ou são a loucura propriamente dita. Eu não sabia se era meu caso, mas não estava muito preocupado com isso. Entretanto, como exímio e assíduo leitor, eu bem compreendia o significado do termo Unmei no Hoshi: Estrela do Destino. Eu sou ótimo em vocabulário, e não estou querendo me gabar (bem porque nisso eu não sou nada bom).

Mas, voltando ao assunto em questão. Compreender um termo não me leva a compreender sua relação comigo. Eu nem ao menos sabia o que significaria alguém ser um Unmei no Hoshi. Eu já lera a respeito em algum lugar (que confesso não me lembrar, afinal ler demais faz você perder a noção quantitativa nesse caso), mas o pouco que me lembro era que: as pessoas dadas como Unmei no Hoshi eram as mais enigmáticas existentes em estudos de Sociologia e Psicologia (as poucas encontradas que foram estudadas desapareciam pouco tempo depois e sem deixar nenhum resquício para trás); eram tidas também como anormais e/ou místicas (acho que foi por isso não me surpreendi completamente com o fato de um livro sobrenatural me falar algo assim); ouvi dizer que todos os casos já registrados eram filhos únicos em suas famílias e que a possibilidade de terem irmãos futuramente era completamente remota, pois suas mães tornavam-se estéreis (obviamente estudavam suas famílias à procura de algum tipo de formação genética que fosse responsável pelas características dos Unmei no Hoshi).

O que eu ainda não entendo é que tipos de características são estas para separar tão drasticamente estas pessoas do restante da comunidade e as colocar na posição de anormais, ou até mesmo aberrações.

- Eu me esqueci de perguntar – comecei a dizer, mas de repente uma enfermeira entrou no quarto e me olhou, estranhando minha conversa solitária.

- Está tudo bem, meu jovem?

- Está sim, senhora. Eu – pensei rápido – estava apenas lendo em voz alta.

Eu entendi que aquela senhora provavelmente só ouvira minha voz. Bem, para qualquer um aquilo pareceria um monólogo. Vendo por este ângulo, este era realmente o diálogo mais estranho que eu já vira: fala e leitura.

- Oh, certo então. Achei que precisavas de algo – ela sorriu, parecendo conformada com minha resposta. Depois largou umas toalhas no banheiro e saiu.

Suspirei, aliviado. E esperei uns minutos.

- Precisamos achar outro jeito de conversar – disse, alisando a página, onde eu percebia as freses-respostas aparecerem no decorrer da conversa. – Estamos chamando muita atenção. Logo vão achar que sofri algum dano cerebral mais grave e comecei a falar sozinho.

“Acredito que tenhas razão, mestre. Que tal isso?”

Assim que estas palavras surgiram na página logo abaixo do último trecho, a costura central do livro começou a brilhar. Virei as páginas até chegar ao centro e percebi que ali aparecera uma pena. Peguei-a na mão e comecei a admirá-la. Era um modelo antigo de pena de escrever, muito leve e elegante, bem emplumada, longa e completamente negra.

- Nossa! – Consegui dizer, controlando o tom da voz. – Como você fez isso?

“O senhor me pediu um novo meio de nos comunicarmos, e eu o lhe dei.”

- Mas isso não estava aqui há um segundo!

“É um presente. Uma pena de um ser muito especial. Talvez venha a conhecê-lo pessoalmente.”

Eu só disse um “Ah!”.

“Use-a para escrever logo abaixo de minhas palavras.”

Por algum motivo imaginei que Siberian temia por minha caligrafia, mas isso não seria problema algum. Eu era um expert. Amava escrever tanto quanto ler, mas ainda assim não era tão assíduo nisso. Nas competições escolares culturais das quais eu já participava, eu acabava ganhando pelo menos uma das três primeiras colocações na categoria de ‘Contos’ e às vezes um prêmio “Conto Destaque” ou “Jovem Escritor”.

Assim, você diz?” - E coloquei minhas primeiras palavras na página, letra fina e inclinada, o que era bem fácil de fazer com aquela caneta-pena.

“Perfeitamente. Tens uma caligrafia exemplar, meu senhor. Digna de reis.”

Droga. Puxa saco. Eu não sabia o que era ter alguém agindo como se eu fosse da realeza. Isso era um pouco incômodo. Ajeitei-me melhor para conseguir continuar escrevendo.

Eu queria saber... Você disse que era como um titeriteiro do Dr. Katsu, não é?

“Sim.”

Bem, sobre isso...” - Eu precisava coordenar melhor minhas palavras ou pareceria uma menina tentando se declarar para algum garoto: confusa nas palavras, gaguejando, perdendo o foco e a linha de raciocínio. – “Como você soube quem eu era? Afinal você disse que estava me esperando, não é? Poderia ter sido qualquer pessoa a ter entrado naquele consultório.

“Os membros da minha espécie são designados para orientar e proteger os Unmei no Hoshi de acordo com suas especialidades e características individuais. Nunca há dois indivíduos iguais, o que facilita a seleção. Caso contrário, haveria muitas complicações e a seleção seria dificultada. Isso pode por a vida do Unmei no Hoshi em perigo por ficar sozinho. Quando encontrado, imediatamente ocorre uma designação e o Unmei no Hoshi fica a ‘salvo’, por assim dizer.”

Eu não gostei muito do modo com a frase foi encerrada... Em como a palavra “salvo” estava colocada. Fazia aquilo parecer incerto, o que aparentemente poderia acabar de forma trágica. Analisei bem a frase que acabara de ler e fiquei com minhas dúvidas, e uma delas gritou mais alto.

- O que aparecer aqui escrito, aqui permanecerá? Não vai desaparecer quando eu fechar o livro? Quero dizer, fechar você.... Ah, você entendeu. – Aquilo eu estava falando porque não via necessidade de registrar com a pena, e ainda mais porque me parecia uma pergunta um tanto idiota no meio de um assunto sério. E eu, ainda por cima, estava um pouco nervoso, assim como se fica em um filme de terror: quando você vê a cena em que o mocinho está se escondendo para não ser retalhado e o vilão se aproxima em meio à escuridão; ninguém sebe onde está ninguém. Fica apenas você rezando para o mocinho sair daquele esconderijo a salvo e inteiro, enquanto aguarda a cena seguinte.

“Se assim o desejar. As palavras sairão daqui apenas se você desejar que isso ocorra do fundo do seu subconsciente. Nestas páginas ficará registrado desde já o que se seguirá em sua vida, partindo de agora que nos encontramos.”

Aquela era uma resposta bem satisfatória, a primeira até o momento. Continuei escrevendo.

Mas você ainda não disse como me encontrou” – de fato era o que estava faltando na resposta dele.

“Encontramos nossos mestres a partir deles mesmos. Quando um Unmei no Hoshi realmente se mostra (mesmo que inconscientemente), ele emite algo como um ‘sinal’, um tipo de ressonância que captamos e decodificamos. Nela encontramos os traços psicofísicos, que relacionam características do seu corpo e do seu espírito, simultaneamente. É a partir dessas características que designam-se os ‘guardiões’. O que precisa saber de princípio é que, obviamente, você já emitiu a ressonância e por isso eu fui designado para protegê-lo.”

Como exatamente essa ressonância é emitida? Ou melhor, como e quando eu emiti esse sinal?

“Quando você começou a criar contos partindo do nada. Quando sua mente passou a desenvolver mundos, vidas, histórias a partir de uma base inexistente. Histórias com algumas das quais você conquistou o público da escola e também despertou a atenção para um perigo iminente em sua vida... Aquilo do qual eu devo protegê-lo.”

Siberian sabia então sobre minhas criações, mas elas me pareceram totalmente inofensivas agora que eu parava para pensar a respeito – simples contos escritos em papel. Mas não foi isso que me incomodou imediatamente.

O que você quer dizer com ‘perigo iminente’ cuja atenção eu despertei?” – Aquilo fez eu sentir meu sangue circular mais friamente do que deveria, dando pequenos choques pelo meu corpo.

“Você, meu jovem senhor, chamou a atenção dos ‘Pêndulos’! Quando finalmente encontrares o primeiro em teu caminho, este e todos os outros começarão a apontar os destinos incertos em tua vida."


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, Siberian vai mostrar sua verdadeira face e isso deixará Jared ainda mais confuso.Obrigado por ler e deixe seu review... Ele é muito importante para mim!Abraços!