PDV BELLA

Tive uma crise de choro como a muito tempo eu não tinha, eu estava confusa, no entanto eu tinha Edward ao meu lado. Dormi nos seus braços, me deixei levar.

Não sei quanto tempo dormi, só sei que quando retomei a consciência ainda estava deitada em seus braços.

-Ainda é de madrugada, volte a dormir minha linda. Ficarei ao seu lado. – Ele estava sentado na cama, apoiada na cabeceira, com meu peso sobre seus braços deveria estar desconfortável para ele. – Não precisa se preocupar. – Ele disse no momento que me mexi para deixá-lo mais confortável, ele pareia que lia meus pensamentos e sabia exatamente a minha intenção.

Voltei a dormir, deixando de lado a preocupação se ele estaria confortável ou não, assim que amanhecesse eu o recompensaria de alguma forma.

PDV EDWARD.

A noite foi conturbada para a Bella, ela se mexeu muito e falou mais ainda, no entanto nada me faria sair do seu lado neste momento. Ela precisava de mim e eu sempre estaria disponível para o que ela precisasse. Independente do que fosse. Carlisle, mesmo com um pouco de ciúme não se opôs mais a minha permanecia ao lado da Bella, mesmo que o tivesse feito não teria efeito nenhum sobre mim.

Passei a noite intera velando pelo seu sono, nem me importei se eu estava confortavel ou não, a minha preocupação era com ela. Assim que o dia amanheceu minha Bella adormecida despertou com um lindo sorriso nos lábios.

-Bom dia. – Ela disse com a voz ainda embargada pelo sono.

-Bom dia, está melhor hoje? – Perguntei sem querer me estender no assunto, só me preocupava se ela estaria melhor ou não.

-Bem melhor, obrigada por ficar. – Ela se levantou e rum ou para o banheiro fazer a sua higiene matinal. Aproveitei e fui para o meu quarto fazer o mesmo. Saímos de nossos quartos ao mesmo tempo acompanhados de uma gargalhada da minha linda. – Nem se combinássemos teríamos saído ao mesmo tempo. – Ela disse ainda rindo vindo em minha direção.

-Concordo, agora vem me dar um bom dia de verdade. – Falei já tomando ela em meus braços e beijando sua boca com vontade.

-Você não dormiu nada a noite inteira não é? – Não Foi bem uma pergunta.

-Não se preocupe estou bem o suficiente para trabalhar, só não sei se vou agüentar fingir que não estamos juntos até sair o seu divorcio. – Falei já com um aperto no coração por saber que não poderia sair beijando ela a torto e direito.

-É por pouco tempo Edward. – Ela disse saído do meu abraço e descendo as escadas.

-Eu sei, mas mesmo assim. Te amo demais para fingir que nada existe. – Falei correndo atrás dela. Carlisle e Esme já estavam à mesa quando chegamos na copa. – Bom dia.

-Bom dia. – Os dois responderam em unisom.

-Bella a exposição deste ano foi cancelada. – Carlisle disse sem nos olhar, parece que tem alguém de mal humor hoje...melhor não dizer mais nada.

-Sabe o motivo? – Bella perguntou se servindo de suco.

-Aconteceu mais dois incidentes iguais aos nossos em duas fazendas vizinhas, acreditam em sabotagem, a comissão preferiu cancelar antes que aconteça mais desses eventos. – Carlisle continuou sem me olhar, pelo menos seu rancor não incluía a minha Bella.

-Imaginei que ele tomariam tal decisão.  Mesmo assim tenho que refazer os exames nos animais, o veneno pode demorar a surtir o efeito devido ao porte. Posso contar contigo Edward? – Ele me perguntou sem me olhar nos olhos, ainda cabisbaixa.

-Bella, até parece que não dormiram juntos essa noite. – Carlisle brincou com a vergonha que começava a aflorar na minha menina.

-Não...eu dormi, o Edward ficou a noite em claro. – Respondeu me olhando e sorrindo.

-Está melhor essa manhã, ainda bem que temos muito trabalho. Emmet chegará em breve e tudo deve estar certinho para receber os dois reprodutores que comprei. -  Os dois continuaram conversando a respeito dos trabalhos a serem realizados mesmo com a exposição sendo cancelada o cuidado nunca pode parar, me desliguei da conversa por não ter o que dizer, tempo depois a Bella me chamou para irmos ao estábulo para iniciar nossas atividades do dia.

PDV BELLA

Estávamos na caminhonete indo em direção ao estábulo quando o Edward parou o carro no meio do caminho. Olhei para ele sem entender nada, até que ele soltou o cinto e me beijou.

-Vou ficar o dia inteiro ao seu lado sem poder fazer isso. – Falou com seu sorriso mais que perfeito.

-Bobo. – Falei dando um tapa de brincadeira em seu braço. Seguimos então para o estábulo para um dia que promete ser exaustivo.

Já no meio da tarde estávamos agüentando numa boa, mas ver o Edward parado, concentrado na análise do sangue de um dos reprodutores mais caros que tínhamos não resisti e o abracei por trás depositando um beijinho no seu pescoço.

-Assim é que você espera que eu me segure Dra.? – Ele perguntou fazendo uma cara de mal que me fez gargalhar.

-Na verdade eu não queria muito que você se segurasse não, mas não é a nossa realidade no momento. – Falei divertida.

-Então termine de analisar esta amostra que eu vou aproveitar e colher amostras dos cavalos. Antes que você me faça perder a cabeça aqui. – Ele disse se distanciando de mim e me fazendo mais uma vez gargalhar.

Eu estava compenetrada em analisar as amostras que já estavam com o reagente quando ouvi passos atrás de mim, imaginando serem do Edward permaneci quieta, fingindo que não tinha percebido sua aproximação. Quando duas mãos me prenderam eu percebi que não se tratava das mãos do meu amado e sim do Jacob, um dos peões da fazenda. Retirei rapidamente aquelas mãos de mim com nojo e repulsa.

-Tire suas mãos de mim. – Falei ríspida me virando de frete para o crápula.

-Ah!!! Comigo você reage assim, mas se fosse o Cullen mais novo seria diferente não é? – É claro que ele falava do Edward, e seu tom me dava mais repulsa ainda.

-Você não sabe o que está dizendo Jacob. – Falei friamente e sem olhar em seus olhos, posso ser fria e ríspida, mas não sei mentir olhando nos olhos da vitima.

-Tem certeza? Não foi o que pareceu quando você o abraçou por trás agora a pouco. ...Achou que ninguém tinha visto? – Seu tom era de deboche e isso estava me tirando do sério. – Sempre desconfiei que o Carlisle não desse no couro e você acabaria cedendo a algum peão para apagar seu fogo, só não entendo o que o panaca da cidade tem de especial...ou é pra ficar em família?

-Cala a boca Jacob, você me dá nojo. Vê se acorda eu nunca olharia para alguém como você. – Minha voz era firme e cheia de nojo.

-Isso porque sou um simples peão em suas terras? – Ele perguntou parecendo se divertir com a ceninha que fazia.

-Não por que você não é homem pra mim, alias você é ex peão nas minhas terras. Pode passar amanhã cedo no escritório acertar as suas contas com o Carlisle. – Falei mais firme ainda, rindo entrando na sua brincadeira. Nesse momento já havia mais dois peões assistindo a nossa ceninha, Edward entrou logo me seguida mas se manteve neutro.

-Bella...Bella, você não sabe o que está perdendo gata. – O nojento do Jacob se aproximou de mim, me segurando pela cintura e colando seus lábios nos meus, lhe dei uma joelhada nos países baixos e um soco no meio da cara deixando todos os presentes boquiabertos.

-Se tocar novamente em mim vai ser pior... – Virei em direção a porta segurando o choro, minha mão estava doendo muito e com a perda parcial dos meus movimentos conclui que havia quebrado algum osso. O desgraçado me segurou bem onde a dor era maior. Vendo minha reação ele sorriu.

-Ele não te ensinou a bater sem se machucar gatinha... – Seu tom de deboche me encheu mais ainda de raiva, queria socar mais ainda sua cara, o que provocaria mais dor me mim do que nele.

-Me solta. – Falei no exato momento que o Edward o derrubou no chão com um soco certeiro no meio da cara.

-Você está bem Bella? – Ele me perguntou segurando a minha mão machucada com todo cuidado.

-Acho que tá quebrada. – Falei me controlando.

-Escute aqui. – Edward pegou o Jacob pela gola da camisa e o ergueu até os olhos se encontrarem. – Se eu souber que cruzou o caminho da Bella mais uma vez nem a sua mãe conseguirá reconhecer essa sua cara de cachorro. Fui claro? – Edward estava fora de si, mas adorei o jeito que ele me defendeu. – Venha Bella vamos ver essa sua mão. Vocês voltem ao trabalho o show terminou.

Edward estava muito nervoso, me levou até a caminhonete sem dizer mais nenhuma palavra. Ajustou o cinto de segurança sob meu corpo e se dirigiu até o lado do motorista. Dirigiu rapidamente até a casa, onde na porta Carlisle e Esme nos esperavam apreensivos, no mínimo já haviam sido avisados do que tinha acontecido.

-Como você está querida? – Esme veio até a minha porta. Carlisle simplesmente trocou um olhar assassino com o Edward.

-Só estou com um pouco de dor, nada de mais. – Falei para tranqüiliza-la, afinal ela poderia surtar de uma hora para outra, e ela não poderia passar por estresse ou não poderia se submeter ao procedimento que daria origem ao meu afilhadinho.

-Só dor nada, você disse que estava quebrada. – Edward me corrigiu roubando um suspiro apavorado da Esme e um olhar de ‘se não calar a boca eu te mato’ vindo de mim.

-Bella por que foi se meter com um peão? – Carlisle estava mais calmo, pelo menos por fora.

-Não me meti com ninguém aquele ordinário que veio cheio de segundas intenções para me beijar. – Falei me sentindo enjoada.

-O jatinho está nos esperando, você precisa de radiografias e imobilizar esta mão. – Entramos na caminhonete que tinha cabine dupla, eu e o Edward atrás Carlisle e a Esme na frente. Nada do que eu dissesse os faria mudar de idéia... eu acabaria de qualquer jeito num hospital de Nova Yorque....