Special Gift escrita por BiaFlones


Capítulo 2
Surpresas.




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Com uma semana depois do meu superwoopermegamastersensahyper encontro com Danny, eu sequer tive tempo de lembrar. Malandra que sou, tirei uma foto dele discretamente enquanto almoçava. Só pra não achar que foi sonho, sabe?

Ainda cedo estava lendo uns impressos que recebi pra análise e Cloe abriu a porta, colocando a cabeça pra dentro:

-Ju, deixaram isso aqui pra você, toma.

Ela me esticou uma caixa meio grande, embrulhada num papel preto, com um laço dourado e um cartãozinho em cima. Giovane, é claro.

A ansiedade foi tanta que abri a caixa sem ler o cartão: um par de sapatos lindíssimo, um super salto, com flores, num tecido clarinho. Meu Deus!

Ia ligando pro Giovane pra agradecer mas resolvi ler o cartão primeiro

"Passei em frente a uma loja e encontrei isso. Achei que fosse gostar... Espero que não te machuque, vão ficar lindos nos seus pés.

Mwha, Danny"

"OSAJJKIUNFRIUEWNJCDHJEOIRE9438JFSDPOFK94JNFSIUMEUDEUSDOCEU"

Foi esse o meu pensamento quando eu li o "Danny" no final. Eu li umas trezentas e vinte e sete vezes o bendito cartãozinho, sem acreditar que era pra mim. Experimentei e eles ficaram perfeitos no meu pé.

Nem preciso falar que guardei os meus e fiquei com os que ele me deu. Eram inacreditavelmente confortáveis e provavelmente mais caros do que meu salário.

Eu precisava agradecer, só não sabia como. Não se arruma o celular de um cara como ele pedindo informação. Saí uns minutinhos mais cedo pro almoço e em vez de apertar o T apertei o 17º no elevador. Eu não sabia o que era lá mas eu precisava encontrar o bendito.

Era um andar todo ocupado por alguma coisa de música. Supus isso pelas guitarras e vinis espalhados nas paredes. Adorei, me senti em casa. No balcão, uma moça com uma idade não muito diferente da minha sorria pra mim:

-Posso ajudar, Julia? - Viva o nome no cartão pendurado no pescoço.

-Eu precisava que Danny Jones recebesse um recado meu, você pode cuidar disso pra mim?

-Claro, pois não. Quer um papel?

-Por favor. 

Peguei o papel e a caneta e rabisquei rapidamente: "Eu sequer imagino como posso agradecer, é o mais lindo (e mais confortável) que eu já vi. "Mwha", Julia. Você é adoravel". Dobrei e entreguei pra moça simpatica.

-Qualquer coisa, eu tô no décimo terceiro, sala cinco tá? só ligar lá e pedir pra passarem pra minha sala, se algo der errado. Muitissimo obrigada.

-De nada - a moça fez uma cara confusa. -Julia, escuta. Ele tá aqui, ta gravando. Se quiser, pode dar uma espiada. Ali depois daquela porta laranja, vira a direita.

AHMULEQUE! Sorri grata e fui correndinho em direção a porta. O barulho do salto no assoalho de taco chamou a atenção das pessoas na sala por alguns segundos, mas nada que se estendesse muito. Com excessão de Danny, que me olhava, sorrindo, reparando nos meus pés, enquanto tocava "Falling in love" com Tom.

Sussurrei um "Oi" pra ele e ele fez o mesmo.

Todos os motivos que eu tinha pra o adorar evaporaram, dando lugar a uma nova sensação, a um novo entendimento sobre ele, sobre o quão adorável ele era.

Esqueci de almoçar, me encostei no batente da porta e fiquei vendo os dois tocarem, numa sintonia linda, agradecendo mentalmente a Deus pelo presente. Danny ria alto e chamava minha atenção, me tirando dos meus devaneios. Por vezes, fazia uma cara engraçada, de confusão, ou se perdia nos proprios pensamentos... Um ser humano tão comum e passível de falhas como eu... Mas com um talento raro e um sorriso que descompassa meu coração.

O apitinho do meu relógio me despertou, me deixando com aquela sensação de "porra, eu já tenho que voltar?". Acenei e sorri pra ele discretamente, e subi pra minha sala. Ao passar pela moça simpática da recepção, agradeci muito pela força e pedi pra que ela entregasse o bilhete mesmo assim, pois eu não consegui falar com ele.

Na minha mesa eu tinha um retrato de Giovani, me abraçando e sorrindo, com o rosto colado no meu. Ao encarar aquela foto, senti vergonha. Lembrar das coisas que eu havia desejado há algum tempo e encarar meu namorado foi terrivelmente difícil.

"Ele é famoso, ele é só um galinha e ele vai sumir daqui uns dias, não se preocupe", eu dizia pra mim mesma.

Estava olhando a foto de Danny que tirei com meu celular, me convencendo de que ele era só meu ídolo quando o telefone na minha mesa tocou. Eu olhei pra ele com cara feia e atendi.

-Julia. - a sala é minha mas é bom confirmar que sou eu caso seja alguma.. ah, esquece.  

-Você é bem mais adorável do que eu, acredite - Meus pelinhos da nuca se arrepiaram e um sorriso surgiu sem querer no meu rosto. Danny.

-Oh.. oh meu Deus, obrigada! Eu não sei sequer como falar com você agor.. - Pensei alto - Como você arranjou meu telefone?

-Danny Jones quer, Danny Jones consegue. - Pude ver ele rir do outro lado da linha.

-E por que Danny Jones queria meu telefone, hein? Vai publicar um livro? - Que delicia conversar com ele como se fossemos amigos!

-Não, quero te chamar pra sair. Aposto que tá morrendo de fome.

-Como sabe? - Mas que coisa!

-Voce gastou seu horário de almoço inteiro naquela sala. Quer jantar comigo hoje? Pra compensar... - Ele estava MESMO querendo se justificar?

-Claro que eu quero! Mas eu preciso correr na faculdade pra entregar uns arquivos. 

-Tudo bem, consegue me encontrar as 9 aqui na frente do prédio? - Ele estava MESMO empolgado?

-Consigo. Onde vamos?

-Num lugar bonito.

-Nossa.. - o modo como ele dissera aquilo me deixoiu sem graça - Tudo bem. As 9 então.

-Mwha.

Desliguei o telefone com vontade de pular na mesa de alegria. Imagina eu falando com a Vanessa. "Oh amiga, desculpa não ter te ligado antes, eu tava jantando com Daniel Jones." WOHO!

Liguei o turbo nos pés e fui correndo pra faculdade. Voltei pra casa, tomei um banho e parei de calcinha na frente do quarda roupa, procurando o que vestir. Graças a Deus estava um calor delicioso. Então escolhi uma bermudinha creme, uma camisa de mangas curtas branca e coloquei o sapato que ele me deu. Colares de bolinhas, pulseiras, relógio, "amor amor" pelo corpo inteiro, maquiagem discreta com brilhos, uma flor pequena no cabelo e um sorriso em volta do rosto.

Andando tranquilamente, cheguei no predio com 15 minutos de antecedencia e vi um carro preto parado com um homem encostado na porta, mexendo no celular. Era Danny. E eu devo dizer que ele estava terrivelmente lindo. Camisa branca, jeans escuro e um tenis. Mas terrivelmente lindo.

Parei em sua frente, esperando que ele me olhasse.

-Hei.

Senti minhas pernas fraquejarem com o sorriso que ele deu, seguido de um abraço gostoso e um beijo barulhento na minha bochecha.

-Você tá muito, muito bonita. - Ele disse num sorriso carinhoso. E eu o imitei.

-Você está muito,muito mais.

Ele se virou pra que entrassemos no carro e assim eu fiz. Ele ligou o rádio, deixando numa estação qualquer. E foi impossivel não rir internamente quando começou a tocar McFly. Sem querer, comecei a cantar bem baixinho "Tell me are you feeling strong, strong enough to love someone..." e me lembrei que pra Danny, o trabalho deles era só bom pra mim, eu não deveria saber cantar. Fiquei com medo mas ele só me encarou, desligou o rádio e continuou cantando. Meu corpo inteirinho se arrepiou com aquela voz linda tão perto de mim e a parte foda foi que ele percebeu. Me encolhi discretamente no banco e ele alisou meu braço numa tentativa inutil de abaixar os pelinhos. Quando ele encostou em mim, eu estremeci. E ele também percebeu, mantendo aquele sorriso de "eu sou foda" no rosto. É amigo, você é foda.

Ele me levou a um restaurante na cobertura de um hotel. Eu fiquei simplesmente maravilhada em poder ver a cidade toda, coberta por todas aquelas luzinhas e faróis. Poucas vezes me deparei com algo tão lindo. Eu me senti uma criança.

-Gostou? É lindo né?

-Muito.. - Logo minha bochecha doeria de tanto sorrir.

Nos sentamos bem perto do murinho, onde a visão era um tanto privilegiada e batia um ventinho agradável, afastando um pouco o calor dos infernos.

Enquanto eu escolhia o que comer, sentia os olhos dele sobre mim. Confesso, estava verde de fome mas não conseguia escolher nada com aquela criatura celestial na minha frente. Estiquei o menu pra ele e pedi que ele escolhesse.

-Ficou esse tempo todo olhando pra eu escolher? Mas que folgada! - Ele parecia sério e isso me assustou, mas logo ele abriu um sorriso e desmanchou a cara, me fazendo rir também.

Durante o jantar, ele me contou dos shows que iria fazer na proxima semana, por onde ele passaria... Só metade do mundo. Chato, né? Não pude deixar de pedir inocentemente "me leva?" e ele me disse que na mala dele eu caberia direitinho.

Danny Jones era MESMO divertido? Era.

Vez ou outra aparecia uma moça sorrindo pra ele, apertando a mão ou dando beijinhos, pedindo um autógrafo. Educadíssimas, porem de carne e osso. Quando estavamos indo embora, eu resolvi tirar uma foto da vista.

-Recordação, sabe? Primeira vez merece - me justifiquei, empolgada.

-Sei como é, faço isso sempre! - Danny pegou o celular de minha mão - Senta ai e cruza as pernas, madame. Vai ficar bonita.

Sentei no murinho, cruzei as pernas e sorri. Ele tirou a foto, abaixou o celular e ficou me olhando.

-Bela vista.

Levantei num pulinho e peguei o celular da mão dele. Ligeiro, ele se colocou do meu lado, pegou o celular da minha mão, grudou a boca na minha bochecha e murmurou "sorria". Tirou umas quatro fotos parecidas, mas com expressoes diferentes em nosso rosto. 

-Primeira vez merece, né? - Ele tirava um sarro de mim e eu não estava nem ai.

Ele ligou pra um numero qualquer do meu celular e desligou. Tirou o celular do bolso e salvou um numero. Era o meu. Jeito indecente de se arrumar o telefone de alguém, não?

Ele falava algumas coisas sem sentido as vezes, mas nunca perdia a graça. E também falava sobre coisas sérias; quando me ouvia, o fazia com atenção. Acabei falando demais sobre minha vida, inclusive. E ele dava opiniões como se me conhecesse há muito.

Danny fez questão de me levar em casa. No carro, cantava todas as músicas que tocavam no rádio de maneira engraçada, me fazendo rir até soluçar. Quando eu conseguia, cantava com ele.

Quando chegamos, o convidei pra entrar, tomar um café. Educação e bons modos de mamãe. Ele recusou,alegando ser tarde, mas que viria qualquer hora. O abracei com carinho, um pouco chateada por ter de me despedir dele. Ele retribuiu o abraço, dando alguns beijinhos em meu rosto, de um jeito extramente fofo.

-Adorei sua companhia. Nunca tive tanta sorte dentro de um elevador. - Danny me soltou, dando um beijo nas costas da minha mão - Vai, entra que tá tarde. Mhwa.

Eu adorava esses "mhwas" dele. eram engraçados e fofinhos.

Desci do carro e o vi sumir na rua.

Entrei em casa, tomei um banho e fui dormir. Feliz... Daniel Jones fazia parte da minha vida agora... E de verdade.


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