Special Gift escrita por BiaFlones


Capítulo 1
O bendito sapato.


Notas iniciais do capítulo

Comecei essa fic no serviço, morrendo de dor no pé e assistindo Falling in Love no youtube. OIHEUHAEOAIH criatividade #fail.



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Geralmente existe uma aversão enorme à rotina, mas eu não ligo. As vezes o nascer do sol salva meus dias... Porque fazer o que eu gosto não me livra das pessoas mau humoradas, mal educadas, irresponsáveis... Enfim.

Desde pequena sonhava em trabalhar bem arrumadinha, como a minha mãe. Com os colares de perolas e o salto alto, a maquiagem bem feita e o cabelo bem preso, como sempre a vi. Quando ela morreu, guardei seu porta-jóias esperando pelo dia em que eu poderia me arrumar como ela. Quando eu consegui, quase dei pulinhos na frente do meu chefe. Mas eu esperei e dei lá fora. Parece besta, mas eu me orgulhava muito da minha mãe e queria sim ser como ela. Mas bem no fundo, eu nunca deixei de ser uma menina pentelha, bagunceira, viciada em música e romances e mimimi. Com 21 anos, não dá pra esperar nada muito diferente.

Mas isso eu falo depois.

Acordei atrasada, só pra não perder o costume. Prendi o cabelo num rabo de cavalo, coloquei uma camisa branca e uma saia preta de cintura alta (porque quando a gente perde a hora o esquema é ser zebra) e calcei o primeiro par de sapatos que vi pela frente: um vermelho, brilhante, que meu namorado me deu.

Meu namorado, Giovane, era meu Elvis Presley italiano na terra. Um sonho de consumo, MESMO. E acertava sempre nos sapatos, nos 3 anos e meio de namoro. Mas errou nesse. Era lindo, sem dúvidas, mas acabava com meus pés. Mas quem lembra disso quando tá atrasada né?

Me arrumei as pressas e fui trabalhar. Por volta das onze horas, praticamente chorava de dor nos pés. Anda pra cá, anda pra lá, fica em pé esperando... Resolvi descer e procurar um sapato não muito caro e bonito, só pra eu aguentar o resto do dia. Pedi pro meu chefe e ele sempre foi um anjo, me deu duas horas de almoço. FOFINHO!

Entrei no elevador e vi a luzinha do 17º andar acender. Eu estava no 23º. Só faltava o elevador encher de gente, me espremerem no cantinho e pisarem no meu pé. Mas não foi o que aconteceu: quando a porta abriu, eu quase tive um avc, um derrame, um infarto fulminante ou qualquer um desses acidentes que te capotam. Danny Jones entrou no elevador. É, sabe aquele rapaz bonito, dos olhos claros, cheio de pintinhas, que quando abre a boca pra cantar quase te derruba? Unhum, era ele. E eu era fã do cidadão.

-Bom dia. - Ele disse com um sorriso no rosto, acenando levemente com a cabeça.

-Bom dia - Eu não pude evitar de sorrir ao responder. Minha vontade era de tirar os sapatos, soltar o cabelo, gritar e pular nele, morder ele inteiro e.. E bem, eu não podia né. Achei que fosse ficar só aquilo mesmo, mas ele continuou falando:

-Você sabe onde tem um lugar pra eu almoçar aqui perto? Preciso esperar um amigo mas tô morto de fome - sua simplicidade me encantou, ainda mais com aquela leve passadinha de mão na barriga.

-Ah, eu almoço aqui do lado todos os dias. Aqui no prédio tem restaurante, mas eu não gosto muito não. Agora deve estar cheio, daqui uma hora mais ou menos melhora. - falei sinceramente. - se você quiser, te deixo lá agora, vou passar na frente.

-Tudo bem, obrigado. Sou Danny, Danny Jones.

"Eu sei, meu amor. Você é o amor da minha vida!" - Pensei comigo...

-Sou Julia, muito prazer.

Prazer? OOOOOOOOOMG. Melhor dia da minha vida, fuck yea.

Saímos do elevador e caminhamos lado a lado por uns três minutos. Meus pés latejavam e eu sentia vontade de chorar. No caminho, parei na frente de uma loja e vi uma sandália lindíssima lá. Não sabia se parava ou se continuava a andar, sem encerrar nosso assunto (amenidades do dia a dia). Resolvi parar, antes que eu caísse de dor.

-Danny, por favor, pode me esperar por um minuto?

-Claro, está com algum problema? - Ele me olhou, curioso.

-Pior que sim. Mas é rapido. 

Entrei na loja e experimentei a sandália: parecia de algodão. Pedi pra moça guardar meus sapatos na caixa da sandália, paguei e saí quase correndo da loja, de alívio. Danny sorriu ao reparar nos meus pés.

-Compulsiva?

-Machucada - disse, envergonhada.

-Oh, sinto muito. - sorrisinho derretedor - Agora que está confortável, por que não almoça comigo? Você tem horário a cumprir?

Olhei no relógio despreocupada, mais pra poder respirar fundo sem surtar

-Tenho duas horas, tudo bem?

-Excelente. - sorrisão de matar.

Se ele soubesse que eu carregava na carteira o ingresso do primeiro show que eu fui deles, ele certamente não me convidaria pra almoçar. Mas quem disse que ele precisava saber?

As duas horas me pareceram dois minutos. Eu não imaginava que ele pudesse ser tão simples, tão simpático, tão conversador e tão comilão. Quando perguntou se eu conhecia o Mcfly, eu fiz que sim com a cabeça e disse que o trabalho deles era muito bom. E só. E eu pensando comigo "se eu conheço? eu te ouço cantar todo santo dia homem! por Deus, você é o melhor do mundo!".

Ele voltou comigo pro prédio e quando as portas do elevador se abriram, pra gente subir, um Tom bicudo estava saindo. De cabeça baixa, quase me derrubou. Minha sacola caiu, eu me atrapalhei toda e Danny me segurou:

-OPA!

-Me desculpa, moça. Eu não te vi.. - Por uns segundos, parecia não estar muito bravo - Onde você se meteu, cara?! Eu atraso vinte minutos e você atrasa DUAS HORAS? - um breve suspiro - Desculpa de novo, moça. Tá tudo bem?

-Claro, não se preocupe... - Sorri, meio brava pela quase queda - De qualquer maneira, ainda preciso subir.

-Nós também. - Danny parecia ser o unico a se divertir com a situação.

Entramos no elevador. Eu apertei o botão do 23º andar e Tom do 17º. Quando o andar deles chegou, Danny se virou pra mim:

-Obrigada pelo almoço, Julia. Foi um prazer te conhecer.

-De nada, foi um prazer também. 

-E cuidado com os sapatos! - Danny deu uma piscadinha.

-Desculpe novamente, Julia. Tenha um bom dia - Tom se aproximou e deu um beijinho no meu rosto.

Quando voltei a ficar sozinha no elevador, dei uns pulinhos de alegria e quis gritar. Conheci os dois homens mais sensacionais da música e almocei com o melhor do mundo. CHUPA ESSA MANGA!


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