A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Fui o mais rápido que pude. Tenho aproveitado muito as férias e às vezes, ficava sem inspiração por estar muito cansada. Me empenhei bastante nesse capítulo, até pesquisei um pouco sobre as parteiras para melhor caracterizar as ações da Senhora Kaede. Espero que gostem! *-*
Acho que ainda posto antes do ano que vem kkkkk



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Caminhando o mais rápido que podia, Kagome levava a bacia de água quente como Kaede lhe pedira. Não avistara Miroku na porta da casa, pois este havia sido levado por Inuyasha para qualquer lugar onde pudesse ficar mais calmo. Kirara vigiava a porta, tomando cuidado para que nenhuma ameaça tentasse entrar. E, sim, Miroku era uma ameaça.

                Sem hesitar, Kirara permitiu a passagem de Kagome, que se dirigiu imediatamente ao cômodo onde sua amiga gritava. Sango estava prostrada em sua cama de casal, com as pernas flexionadas e abertas. Uma veia pulsava em sua testa, explicitando toda a força que estava fazendo.

                - Finalmente! – murmurou a velha Kaede. Esta fazia uma pequena pressão na barriga de Sango e analisava o estado em que a mesma se encontrava. Estava quase pronta para dar a luz.

                - Kagome-chan, Kagome-chan, isso dói… muito – Sango sussurrou.

                Kagome não sabia se ficava maravilhada ou terrivelmente assustada com o momento. Sua mãe sempre lhe dissera que o momento do parto não havia sido complicado, tampouco doloroso como todas se queixavam, mas a expressão de sua amiga negava totalmente qualquer comentário do gênero.

                - Aguente firme, Sango, daqui a pouco você estará com Ichiro em seus braços! – A miko sorriu e apertou a mão da gestante.

                - Santo Buda, se o Miroku está pensando que vou passar por isso mais alguma vez, ele está tremendamente enganado... – outra contração. Estavam ficando cada vez mais constantes.

                - Olhe pelo lado, Sango-chan, podem ser gêmeos!

                - KAGOME, NÃO BRINQUE COM ISSO!

                - Querem se acalmar? – Kaede protestou – Tenham calma, vocês duas! Estão me deixando nervosa.

                - Senhora Kaede, não há nada que possa amenizar essa dor? As contrações... elas estão ficando muito mais intensas!

                A anciã parou por um instante. Dirigiu-se até uma espécie de guarda-roupa e procurou uma roupa usada de Miroku. Encontrou. Após colocá-la pelo avesso, vestiu-a em Sango.

                - Espere um pouco, vou pegar ervas. – disse deixando o quarto – Kagome, tome conta dela por mim!

                - Não entendi por que a senhora Kaede colocou essa roupa do Miroku aí... – Kagome sussurrou.

                - Também não entendi, mas está funcionando...

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                - Inuyasha, eu vou ser pai, Inuyasha, PAI! – Miroku parecia maravilhado.

                - Bah, grande coisa! Eu também! Nem por isso estou com essa cara de babaca. – Inuyasha reclamou.

                - Ah, vamos, Inuyasha! O seu filho ainda vai demorar um pouco para nascer, mas o meu está nascendo agora! EU VOU SER PAI, INUYASHA!

                - Eu já entendi, Miroku...

                - Admito que estou um pouco nervoso...

                - Nervoso? NERVOSO?! SEU IDIOTA! É SÓ UM PIRRALHO!

                - Sim, Inuyasha, mas ser pai requer muitas responsabilidades! – Miroku assumiu um tom sério, mas sua voz transbordava uma alegria inocente.

                - Res-responsabilidades?

                - Sim, sim! Ser pai é uma tarefa dura!

                - Não pode ser mais difícil que matar um youkai! – Inuyasha contestou.

                - Com certeza é.

                - O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ DIZENDO, MONGE?!

                - Inuyasha, para matar um youkai, tudo o que você precisa é força bruta e um pouco de inteligência. Muitas vezes, pode se resumir a mera força bruta, como no seu caso! Afinal, você não tem inteligência...

                - RETIRE O QUE DISSE! – gritou Inuyasha dando um soco na cabeça de Miroku.

                - Você só está comprovando o que eu falei...

                - PARE DE TENTAR SER ENGRAÇADINHO E FALE LOGO!

                - Bem, ser pai requer sensibilidade, atenção integral. Requer amor, compreensão, paciência, prudência e muito bom senso. Você se torna responsável por uma vida, uma vida tão pura e pequena que, a princípio, não sabe como se defender, como andar sem o seu apoio.

                Inuyasha fitava o chão com os olhos âmbares bastante arregalados.

                - Ser pai, Inuyasha, é cuidar e se sacrificar só pelo bem daquela pessoa. E não estou falando de sacrifício em lutas, não, não. Estou falando em sacrificar seu tempo para alimentá-lo, para cuidar do seu filho quando ele estiver doente. Estar lá para ouvi-lo e aconselhá-lo, para aconchegá-lo em seu peito. Embora pareça igual, é totalmente diferente de ter uma esposa. – Miroku respirou fundo, sorriu e concluiu – Eu serei pai hoje e pelo resto da minha vida.

                Inuyasha agora encarava a expressão cândida de Miroku, muito diferente da dele, que transmitia total medo e desespero.

                - Miroku... o que acontece se eu  não for um bom pai?

                - Ah, eu não sei, Inuyasha. O seu filho pode ficar... não sei. Igual a você.

                - RETIRE O QUE DISSE, RETIRE O QUE DISSE! ESTOU FALANDO SÉRIO! – o esmurrava repetidas vezes na cabeça.

                - INUYASHA, VOCÊ É MUITO TOLO! – Miroku se deliciava com o desespero do amigo. Riu como um louco e, em seguida, tentou confortá-lo – Eu não sei o que acontece se você não for um bom pai. Mas acho que não tem nada pior do que se sentir odiado pelo seu filho. Sabe, Inuyasha, nós dois nunca tivemos pais, nós os perdemos quando éramos muito jovens. Eu não sei, Inuyasha, eu não sei. Só sei que estou pronto.

                - Certo... – Inuyasha desviou o olhar.

                - Não se preocupe, você também estará! – Miroku sorriu e deu-lhe umas tapinhas nas costas.

                - Claro que estarei!

Inuyasha fez sua típica cara emburrada e escondeu todo o seu desespero.

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                Sango gritava até que todo o ar de seus pulmões fosse liberado.

                - PARE DE ESPARRO! ACHEI QUE VOCÊ FOSSE FORTE! – Kaede protestou.

                - PASSE AS ERVAS PRA CÁ! – Sango suplicou.

                - ESTÁ BEM, ESTÁ BEM! Nem achei que fosse necessário usá-las... – a anciã murmurou – Espero que não faça esse showzinho na sua vez, Kagome!

                - Vou tentar, senhora Kaede – Kagome disse dando um sorriso sem graça.

                - Mas tenha certeza que a sua vez irá doer muito mais... – ela parecia saber de alguma coisa.

                - O que disse? Por que na minha vez irá doer mais?

                Sango gemeu e as atenções foram voltadas para ela.

                - A criança já está pronta para vir, Sango! Vamos lá, faça força quando vier a próxima contração.

                - Respire, Sango-chan, respire! Pense que é só mais uma forcinha e logo, logo já estará com Ichiro em seus braços, certo?

                - Certo. Tem razão, Kagome-chan. – Sango respondeu encarando os olhos temporariamente âmbares da amiga. Sua respiração estava acelerada e o vestido branco e a túnica roxa de Miroku, que ela usava, estavam empapados de sangue e suor.

                E veio a outra contração. Para a infelicidade da exterminadora de youkais, não era a última.

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                Numa enorme caverna escondida em meio a dezenas de rochas, um youkai acordara. Na escuridão, apenas seus imensos olhos vermelhos podiam ser vistos. Pássaros voaram para longe, só pelo simples fato de sentir toda aquela aura maligna. Com um som estrondoso, sabia-se que estava levantando.

                - Este cheiro... cheiro de sangue humano. Uma mulher está pronta para dar a luz no vilarejo de Kikyou. Acho que é a moça que tanto esperei. Vingança, seu maldito. Vingança. Parte do seu clã será extinto hoje. O restante, eu deixarei para minha próxima hibernação.

                A caverna foi deixada e o dono não pretendia retornar até cumprir sua missão.

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                Inuyasha mexeu as orelhinhas brancas, inquieto.

                - Miroku, você ouviu isso? – perguntou exalando preocupação.

                - Não, mas estou sentindo uma energia maligna muito forte indo em direção ao vilarejo.

                - VAMOS, DEPRESSA!

                “Meu filho... Sango... Eu já estou chegando!” pensou Miroku enquanto corria o mais rápido que podia.

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                Kirara rosnava na porta. Arisca, brava, intimidadora. Não pareceu adiantar para aquele youkai.

                - Vamos, gatinha, você acha mesmo que vai me assustar com esse miado? – sua voz era grave e seu tom, desprezível.

                - GRAAAAWR! – urrou avançando.

                - Por favor, poupe meu tempo... e sua vida.

                Os olhos vermelhos da nekoyoukai mal foram capazes de acompanhar tamanha velocidade. O youkai saltou e deferiu-lhe um golpe nas costas, fazendo-a retroceder a sua forma “de bolso” e cair praticamente desacordada.

                - E eu ainda esperava um desafio...

                Na parte de dentro, as moças pareciam notar a estranha movimentação. Kagome largou a mão de Sango e correu em direção à janela. Avistou o inimigo. Sabia que não poderia sair naquelas condições – estava pesada demais e não arriscaria a vida de seu filho outra vez. Desesperada, convocou Nekohi.

                “Nem te preocupas. Já estou a caminho” respondeu o escuro nekoyoukai “Nenhum youkai bagunça a minha floresta dessa forma e há sair impune!

                “Obrigada! Venha logo...”

                - Ora, ora, ora... não vão sair para me receber? Que moças mais mal educadas. Não se fazem mais esposas como antigamente, não é? – debochou o youkai – Vamos, venham até mim! Imaginem o quão humilhante seria se eu tivesse de mata-las debaixo do próprio teto...

                Elas engoliram a seco. Kagome mandou Sango não se preocupar e concentrar-se no parto, que já estava um pouco complicado. Felizmente, a experiente Senhora Kaede tinha tudo sob controle, o que as tranquilizava de certa forma.

                - Já que insistem, acho que vou até...

                Nekohi abordou-o num ataque surpresa e quase arrancou-lhe o braço. Contudo, o adversário não parecia ter se importado com o golpe, não perdendo a compostura.

                - Outro gatinho? – riu – Aqui, bichano, bichano, bichano...

                Nekohi rosnou arreganhando todas as suas presas. Olhou fixamente para o alvo e disparou o mais forte de seus ataques: o Hi no shugo-sha (Lendário fogo guardião).

                O oponente arregalou os olhos ao sentir tamanho poder concentrado vindo em sua direção. Numa evasiva arriscada, conseguiu escapar.

                - E não é que o gatinho sabe brincar com fogo? É tudo isso o que você tem? Quer que eu faça igual ao que eu fiz com sua amiguinha? – apontou para onde Kirara desfalecera.

                Nekohi soltou um som de pura aflição. Correu e lambeu Kirara por todo o seu pequeno e indefeso corpo. Voltou-se para o inimigo esbanjando fúria. Deferiu várias vezes o Hi no shugo-sha. Enormes esferas de diferentes tonalidades de azul avançaram em direção ao adversário.

                Dessas, apenas uma atingiu o seu verdadeiro objetivo, mas o efeito não foi o esperado. O youkai não parecia tão abalado com o ataque, contudo, Nekohi parecia exausto. Por sorte, Inuyasha e Miroku haviam acabado de chegar. Não gostaram do que viram.

                Ele deveria ter uns dois metros de altura e assemelhava-se a um humanoide. Seus olhos eram negros, assim como seus cabelos, e possuía um focinho, o que claramente não pertencia à espécie humana. Trajava uma veste parecida com as de Kouga, com peles nos pés, abdômen, cintura e punhos. Usava uma enorme manta feita com pele de urso; as patas davam um “nó” em seu peito. Era um kumayoukai.

                - QUEM VOCÊ PENSA QUE É? E O QUE FAZ AQUI? – desafiou Inuyasha enquanto desembainhava a Tessaiga.

                - O meu nome é Hokutoshichisei (grande urso) e eu vim aqui para destruir todos vocês.

                - Eu sinto muito, mas quem vai ser destruído é você! – Miroku disse, posicionando-se.

                - Se é o que acha, monge budista... então pode vir.

                Miroku avançou no kumayoukai e socou-o inúmeras vezes, mas nenhuma com sucesso. Hokutoshichisei era extremamente rápido e traiçoeiro. Esquivou-se uma última vez e socou o monge na boca do estômago.

                - Ah-argh – ele gemeu e levou as mãos ao local atingido. Caiu de joelhos.

                - MIROKU! – bradou Inuyasha, preocupado – SEU MALDITO! SUA LUTA É COMIGO!

                - O filho de Inu no Taishou. Uma batalha interessante, eu suponho.

                - Como... como você sabe quem eu sou?

                - Eu tenho uma rixa antiga com o seu pai... – sorriu malicioso.

                - E você veio atrás de mim?

                - Não, não, tenho outro objetivo em mente.

                Inuyasha não entendeu que outro objetivo seria, mas garantiu que destruiria aquele cretino naquele instante. Pediu para que Miroku tentasse sair dali e o amigo conseguiu fazê-lo. Foi levado por Nekohi até o interior da casa – mas não para o mesmo cômodo em que Sango finalizava o parto.

                - KAZE NO KIZU!

                Hokutoshichisei cruzou os braços num “X” e recebeu todo o ataque. Não sofreu nenhum dano e ainda provocou:

                - Esta não é a Tessaiga? Parece-me ainda mais fraca desde o nosso último encontro...

                - SEU CRETINO, VOCÊ VAI VER!

                A espada transformou-se em cristais e preparou-se para o segundo ataque. Inuyasha havia conseguido liberar tal habilidade nos últimos anos, portanto, aquilo era novidade para o kumayoukai.

                - KONGOUSOHA! – E lâminas de diamantes voaram pela pradaria.

                Hokutoshichisei tentou defender-se da mesma forma, mas, desta vez, de pouco adiantou e as lâminas cortaram o seu corpo. Ele não parecia ter sentido muita dor com o golpe. Todavia, sua manta de urso estava destruída, libertando toda a sua fúria.

                - Agora você vai ver, filhote de humano! KUMA NO TSUME! – significa garras de urso.

                Suas mãos foram substituídas por patas dotadas de enormes garras. Com uma estupenda velocidade, ele atacou Inuyasha e lhe rasgou o ombro esquerdo. Inuyasha urrou de dor.

                - E este é só o começo. – disse lambendo o sangue em suas unhas.

                Inuyasha correu e cravou as unhas no ferimento que Nekohi havia feito. O braço de Hokutoshichisei foi arrancado. Contudo, outro reapareceu em questão de segundos, embora isso tenha exigido muita concentração e força. O kumayoukai sorriu, demonstrando divertimento.

                - Maldito... – “Ele é muito rápido e resistente. Não sei como vou conseguir vencê-lo. Acho que vou esperar por seu próximo ataque e torcer para que não saia ileso após o Bakuryuuha.

                - Não vai atacar? Então vou lhe destruir de uma vez – posicionou as mãos como se carregasse algo no topo de sua cabeça e berrou – ŌGUMA-ZA NO IKARI!

                Uma enorme bola multicolorida – alternando entre tons de rosa, roxo, laranja, verde e vermelho – partia em direção a Inuyasha. O hanyou posicionou-se e, sorrindo vitorioso, deferiu o ataque que acabaria com aquela luta:

                - MORRA, MALDITO! BAKURYUUHAAAAAAAAAAAAAAA!

                O ataque voltou-se para Hokutoshichisei com uma enorme intensidade. Um redemoinho de energia vinha em sua direção, mas sua expressão triunfante não vacilara em momento algum. Utilizando-se do Kuma no Tsume, bateu com força no golpe e este voltou a quem não deveria: Inuyasha.

                Inuyasha, rapidamente, protegeu-se com a bainha da Tessaiga. Contudo, sentiu grande parte do ataque. Num grito de pura dor e agonia, feriu-se para proteger os que ama.

                Um silêncio atordoante brotou após tamanha tragédia. Inuyasha estava arrasado, ensopado em seu próprio sangue. Sua respiração era ofegante e sua visão se enturvava. Não sabia por quanto tempo aguentaria. Apoiou-se na Tessaiga e levantou.

                Naquele instante, um choro ecoou pela floresta. Uma criança linda e saudável acabara de nascer. O primogênito de Sango e Miroku, Ichiro. Hokutoshichisei sorriu e, então, Inuyasha percebera que o seu alvo não era ele e, sim, a criança.

                - Você... você não vai passar por mim.

                - Por favor, hanyou, olhe o seu deplorável estado! Olhe como está ferido e acabado! Vou lhe dar mais uma chance de ataque, só para que morra junto a todo esse seu orgulho nojento. Ande, ataque.

                O meio-youkai apertou a bainha da Tessaiga em suas mãos e cravou-a no chão. Lançou suas garras voadoras e o kumayoukai destruiu-as com facilidade. Elas eram apenas uma distração. Inuyasha havia acabado de lançar outro Kaze no Kizu. Tentou atacá-lo com um Meidou Zangetsuha, porém este foi evitado por Hokutoshichisei. Ele segurou a Tessaiga no último instante. Ninguém jamais vira nada igual.

                - Era só isso, cachorrinho desprezível? Agora é minha vez. – Estalou os dedos de sua mão e partiu para o ataque.

                Sucessivos socos e chutes atingiram toda a extensão do corpo do inuyoukai. Este revidava, mas já não tinha mais tantas forças. Estava difícil suportar tamanha dor e humilhação. Inuyasha caiu inconsciente, aparentemente morto.

                - Eu não sou apenas um kumayoukai, seu pivete. Sou um daikumayoukai! Se ainda estiver vivo, é bom que tenha aprendido que não deve mexer comigo. Agora eu vou entrar e levar a criança.

                ~~~~~~~~~~~

                Enquanto isso...

                - Kagome, mele toda a sua roupa no sangue da Sango e se esconda! – Kaede ordenou.

                - Senhora Kaede, por que eu tenho...

                - Não discuta! Não há tempo a perder! Se quiser viver, faça isso! Não discuta, não discuta! Rápido!

                Relutantemente, Kagome obedeceu e correu para os fundos da casa, onde o casal fabricava utensílios para a exterminação de youkais.

                ~~~~~~~~~~

                Nekohi protegia a entrada do quarto. Não restava mais um pingo de paciência em Hokutoshichisei, que atacou o nekoyoukai na cabeça. Esse caiu inconsciente. Ele era poderoso demais, hábil demais, inteligente demais. Estavam todos condenados.

                - Parabéns para a mamãe! – Ele sorriu com falsidade – Agora se me permite...

                - Não, não, não! O MEU FILHO NÃO! – Sango suplicava enquanto via a criança sendo levada por ele. Ichiro chorava.

                Hokutoshichisei correu para fora da casa, seguido por Miroku e Kaede. Sango se escorava nas paredes, tomava apoio no osso voador e tentava segui-lo, mas estava realmente muito fraca.

                Quando todos se encontravam ao ar livre, o daikumayoukai avaliou o pequenino. Ichiro era um bebê lindo. Tinha os cabelos castanhos escuros como os da mãe e os olhos incrivelmente azuis. Ainda era vermelho e tinha a famosa “cara de joelho”, mas era uma criança encantadora.

                - Não é esse o menino – ele reclamou indignado – Não é esse. Esse não é o descendente de Inu no Taishou.

                - Devolva o meu filho! – Sango sibilou.

                - Acho que ele merece morrer só porque tem olhos tão lindos... – o cretino provocou. Um sorriso maligno brotou em seus lábios.

                - NÃO! NÃO! VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA COM O MEU FILHO!

                - SANGO, NÃO! – Miroku tentou impedí-la.

                Totalmente estressada e cansada após o trabalho de parto, Sango lançou o Hiraikotsu com todas as forças que lhe restavam. Estava indo na direção das pernas do oponente, sem correr o risco de atingir seu primogênito.

                Hokutoshichisei pulou o osso voador como quem brinca de amarelinha. Parecia tão deliciado com o sofrimento daquela família que decidiu aumentá-lo ainda mais.

O bumerangue voltava para a exterminadora numa altura superior à que ela havia lançado. Ichiro foi erguido no ar e, em sua direção, vinha o Hiraikotsu.


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Notas finais do capítulo

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