Uma revelação como aquela…

O crepúsculo acabara, Alice via a noite chegar pela janela de seu quarto. Ouviu a porta se abrir e fechar. Ninguém mais tinha a chave além de Tsukiyama. Não pode ser ele, não pode ser. Desde aquele dia nunca mais nos vimos… Sacando sua arma abre a porta de seu quarto cuidadosamente, havia duas sombras com mais ou menos 1,70cm. Apontando a arma disse:

– Não me mexa!

– Calma Alice, até parece que a gente é o Ragna, credo… - disse Indragon.

– Trouxemos novas sobre o “Ookami”. – disse Stark passando tranquilidade para Alice.

– Me desculpem. Ando meio…

– Com medo?

– Dãr, dá pra ver na cara dela Stark!

– Quieto Indragon!

Ver os dois amigos brigarem fez Alice rir algo que não fazia há anos. Os amigos diziam até que quando Alice sorria algo ruim iria acontecer. Como um sorriso tão delicado e doce poderia trazer tanto temor?

– Ela tá sorrindo… - Stark e Ingradon disseram juntos após acabarem de brigar.

– Estou!? – o sorriso fechara num instante.

– Sim… - disse Indragon assustado.

– Não vamos ficar aqui falando de seu sorriso, viemos trazer todos os dados que consiguimos obter sobre esse tal de “Ookami” – disse Stark ao ver Indragon assustado -, ele é um jovem rapaz japonês que veio passar as férias na Itália e…

– Segundo nossas fontes - Indragon interrompera Stark, o que já era de costume – ele comprou um apartamento no seu bloco Alice. Ficará um pouco mais difícil matar ele sem abrir suspeitas, lembra do caso do Papa?

– Que Deus o tenha. – disse Stark.

– Quase foi pega! – berrou Indragon.

– Puta que parolla! Já discutimos isso milhões de vezes!

Tá aí algo que não gosto nem a pau de falar: meus assassinatos.

– Hoje de manhã descobrimos o nome dele – Strak interrompeu a futura briga entre Indragon e Alice -, o nome dele é Tsukiyama Sano.

Alice ficou paralisada, o homem que ela acabara de conhecer e apaixonara era o mesmo que ela devia matar. Tsukiyama… Por que justo você? Por que?!

– Não, de jeito nenhum! Chega de assassinatos! Não quero mais essa minha vida.

– E por que essa decissão repentina? – Indragon a encarava.

– Conheço o Tsukiyama Sano.

– Ótimo! – exclamou Strak num sorisso.

– Ótimo por que? Ele é o homem que eu amo… - os olhos da moça ficaram amarelos. Como sempre quando ela ficava com vergonha.

Indragon e Strak se olharam num espanto. O que Alice dissera foi algo com tanta docura e ternura. Será que a mesma estaria mesmo amando aquele homem? Será mesmo que ela poderia parar de ser uma assassina e viver uma vida sem manchas? São perguntas e perguntas que passavam na cabeça dos dois amigos. Se Alice se apaixonara significava que Ragna estaria fraco. Nunca Alice se apaixonara antes, sempre aquele demônio matava quem poderia ser seu futuro amor.

Os três amigos ouviram passos, num instante Indragon e Strak sairam pela janela sem ninguém notar. Alice se sentara perto da lareira, fingindo ler um jornal de dias atrás. A maçaneta da porta movia numa delicadesa sem ninguém. Só uma pessoa poderia fazer isso e Alice sabia queme era.

– Tsukiyama? – a mesma perguntou o olhando fixamente.

– Aah… Boa noite, Alice – o mesmo deu um beijo na testa da moça e se sentou junto a lareira.

– Por onde esteve por tanto tempo?

– Tive que arrumar algumas coisas. Agora, acredite se quiser, sou um cidadão Italiano.

– Sério!? – Alice sorria novamente e seus olhos voltaram a cor verde-claro.

– Sim. Agora posso ficar aqui e viver com você, mona môur.

Tsukiyama se aproximando de Alice, segurou delicadamente seu rosto quase pálido e a beijou. Lágrimas escorreram dos olhos da moça. Amo um homem que devo matar.