Um Romance pra lá de Estranho escrita por Between the moon and the sun, Shinemoon


Capítulo 6
Meu primeiro dia como corretor de imóveis




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Depois que peguei meu carro e fiz a mudança da noite pra dia e vice e versa de novo, fui pro meu novo emprego. Vender casas, vamos vender casas, eu disse pra mim mesmo mentalmente. Não devia ser tão difícil.

Entrei na imobiliária sorrindo e fui até o balcão, onde uma secretária lia uma revista. Quando eu cheguei ao balcão, ela demorou algum tempo pra levantar os olhos e olhar pra mim.

-O que... – Então ela olhou pra mim e sorriu gentilmente, eu podia dizer que ela tinha suspirado. –Bom dia! Como eu posso te ajudar? – Ela meio que se debruçou levemente por cima do balcão.

-Eu sou o novo funcionário.

-Hã... Apolo, né?

-Sim. – Ela pegou alguns papéis e me entregou.

-Esses são os seus clientes de hoje. A primeira mulher na lista deve chegar em 10 minutos.

-Obrigado. – Eu disse olhando pra lista que não era tão grande. A secretária ainda me olhava sorrindo, eu acenei com a mão levemente e saí andando em direção a sala que o cara tinha me mostrado ontem. Aquele lugar não era muito a minha cara. Era bem fechado, o chão era de madeira escura, as paredes eram brancas, mas não eram TÃO brancas, sei lá. A pequena janela na parede dos fundos não iluminava quase nada. Tinha um armário cinza daqueles de metal pra engavetar os arquivos. Não sei o nome exato daquilo, então pra mim é um armário.

Tinha uma mesa grande, com um computador e uma cadeira daquelas de escritório. Aquele era um escritório normal, meio depressivo, não muito espaçoso.

Sentei na cadeira e fiquei olhando a lista que a secretária me deu. Beverly Adamatti era a minha primeira cliente.

Beverly? Isso é nome de gente por acaso? Depois reclamam dos nomes gregos. Adamatti? Hm... Ela era italiana. Quando eu ainda estava olhando pra lista, bateram na minha porta e eu abri.

-Sim? – Eu disse com um sorriso. A mulher na porta tinha uns 27 anos, cabelos escuros e longos, levemente encaracolados e olhos verdes que me olhavam com intensidade, a pele dela era bem branca e ela estava quase babando, olhando pra mim.

-Hã... Eu sou Beverly, disseram que você...

-Ah sim, sou eu mesmo. – Como na lista ela constava como solteira, não ia chamar ela de senhora. –Meu nome é Apolo, prazer em conhecê-la, senhorita Adamatti. – O coração dela estava acelerando. Muito mesmo, eu podia ouvir a pulsação e ela ainda me olhava com atenção.

-Então...

-Que tipo de... Hã... Casa você quer? Ah, pode entrar. – Eu disse abrindo mais a porta. Ela entrou e eu puxei uma das cadeiras na frente da minha mesa. Ela se sentou e eu fui me sentar na cadeira atrás da minha mesa.

-Eu queria uma casa que não fosse muito cara, não quero nada muito grande, eu moro sozinha.

-Ah sim. – Então Atena quase gritou na minha mente “O computador, pergunte pra ela em que faixa de preço ela procura e pesquise no computador quais as casas nessa faixa de preço a imobiliária tem.” Era bom ter Atena me ajudando, mas ela não precisava se desesperar tanto. “Desculpe, apenas faça isso.” Disse Atena novamente na minha mente. Eu olhei pro computador e olhei pra garota. –Mas em que... Faixa de preço?

-O que?

-As casas. – Eu disse tentando conter uma risada, ela estava completamente perdida. –Você quer casas em qual faixa de preço?

-Até 55 mil. – Aí eu coloquei lá no computador pra procurar e achei 3 casas. Mostrei todas pra garota. Não sei se ela estava prestando muita atenção. Ela olhou as fotos das casas e tudo mais e aí ela pediu a chave das casas e foi ver.

Ela voltou e aí eu fiz a minha primeira venda, isso era tão fácil. Então a garota saiu meio decepcionada aparentemente por ter que ir embora.

Depois chegaram meus outros clientes. Breno Jones, Dereck Finkler, Estela Hoffmann.

Aquilo não era difícil, era chato, cansativo e as pessoas não eram todas como a... Beverly, Belary, sei lá o nome dela. A maioria das pessoas eram chatas, mal educadas, só queriam comprar e cair fora.

Eu tinha mais dois clientes na lista, mas Ártemis me mataria se eu me atrasasse pra troca de dia pra noite. Então eu... Seduzi a secretária e saí pra fazer essa troca de dia pra noite rapidamente. Quando eu entrei pela porta da imobiliária de novo, vi Dafne e fui até a secretária, pedi pra que a secretária adiasse meus últimos clientes do dia pra amanhã, ela nem discutiu.

Então eu fui até a Dafne.

-Dafne, oi! – Eu disse sorrindo pra ela.

-Oi. – Ela disse sem expressão. Acho que ela fazia aula com a minha irmã de como ser má comigo. Ela foi até o bebedouro e pegou um copo d’água. Eu fiz o mesmo, mesmo sem estar com sede, só pra falar com ela.

-E aí, como você está?

-Cansada.

-Ah... Eu consegui o emprego.

-É, eu pude ver isso.

-É...

Dafne's POV.

Ele estava ali, bebendo água, fingindo estar com sede só pra falar comigo.

Eu achava ele um tremendo idiota, mas ele tinha sido legal comigo e algo dentro de mim, me fazia esperar algo mais dele.

Mesmo assim, eu não ia ser legal com ele. Quando eu dava uma chance pros homens, eles sempre me magoavam. E o que eu menos queria era outro idiota na minha vida.

-Então, como foram as suas vendas de hoje? – Ele disse sorrindo pra mim.

-Bem. – Eu não perguntei como foram as vendas dele, eu não queria saber, prolongar o assunto com ele só tornaria mais difícil de evitá-lo.

-Você viu o eclipse lunar ontem?

-Vi. – Quando eu falei isso, o sorriso dele ficou maior. Quando eu olhei pra lua aquela noite, vendo o eclipse, eu lembrei dele, talvez por ele se achar tão superior a ponto de controlar o sol e o eclipse tinha alguma coisa - que eu não conseguia lembrar o que – a ver com o sol.

-Eu estava bem ocupado ontem quando o eclipse estava acontecendo. Eu pensei em você quando vi.

-Ah. – Agora ele estava tentando flertar comigo e eu estava me preparando pra dar um fora nele. Então algo muito estranho aconteceu. Eu ouvi um barulho muito alto, um estrondo, e eu saí correndo pra ver o que era, Apolo foi lá fora também. Ele olhava intensamente pra algumas árvores que ficavam perto da imobiliária, era o começo de uma floresta. Ele saiu correndo, indo em direção a floresta. Eu queria saber o que tinha feito aquele barulho, então eu fui atrás dele. –O que foi...

-Shhh. – Ele disse me olhando com... Medo nos olhos? Ele voltou a olhar em volta e de repente eu não pude acreditar no que eu vi. Um cara gigante, muito grande mesmo, com uns 3 metros de altura e só... Só um olho, bem no meio da testa. Acho que o nome era... Ciclope. Ele olhou pra Apolo e riu. Apolo cerrou os punhos.

-Eu sou imortal, pode tentar a sorte. – Disse Apolo.

-Não sou bobo, lorde do sol, vou pegar a mocinha. Vai dar uma bela sopa. – Ele disse olhando pra mim e veio na minha direção. Apolo apareceu na minha frente rápido demais, empurrou o monstro com um dos braços, como se ele fosse um brinquedo, não um ciclope. O monstro caiu sentado como um bobão e gritou de raiva, se levantando e tentando investir contra mim de novo. Apolo puxou um objeto pequeno como uma moeda de dez centavos do bolso de sua calça e apertou, aquilo virou um arco e uma flecha de bronze e ele atirou diretamente no olho do ciclope. O ciclope se contorcia de dor, então Apolo atirou outra flecha na barriga do monstro, o monstro desapareceu em pó. O meu cérebro... Aquilo... Hã... Não...

-Que diabos aconteceu aqui? Que sonho estranho. – Apolo olhou pra mim. Eu devia estar com cara de doida. Aquilo ERA um sonho. Não sei o porquê eu não acreditava em mim mesma quando falava isso, mas não tinha outra explicação. Era um sonho.

-Eu acabei de matar um ciclope. – Ele falou como se fosse óbvio. Nada mais fazia sentido, então eu não sei bem o que aconteceu, eu simplesmente... Apaguei.

Apolo's POV.

Eu estava olhando pra Dafne, pensei que agora ela entenderia essa coisa toda de mitologia na verdade não é mitologia, é real.

Ela continuou olhando pra mim confusa. Ela abriu a boca e eu pensei que ela ia falar algo. Então ela simplesmente desmaiou.


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