Friendship And Love escrita por GabanaF


Capítulo 6
Capítulo 6




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E continuamos assim. Um silêncio perturbador. Selena tomando seu sétimo copo de vodka e eu segurando o quarto. Mesmo assim, eu aparentava estar mais bêbada que Selena.

— Selly — chamei outra vez. Minha voz estava rouca depois de tanto tempo em silêncio. — O que você tem?

Eu balançava para frente e para trás sentada na cama. Fui perceber segundos depois que minha voz também estava engrolada e que Selena talvez não tenha entendido nada.

— Estou bêbada — ela disse deitando. — E eu amo minha melhor amiga.

— Que coincidência, eu também — falei sentando na cama de Selena. — Selly, olha para mim, por favor.

Mas Selena jogou o copo vazio em mim e virou para a parede.

Murmurei um palavrão para os dois copos e os joguei no chão. Deitei ao lado de Selena.

— Eu não vou te abandonar. Para falar a verdade, vou contar o que sinto.

Virei meu corpo para cima e fitei o teto. Pigarreei antes de continuar.

— Nem sei quando comecei a gostar de você. Talvez eu sempre gostasse. É difícil falar sobre ele, acredite. Porque você confia e me ama tanto que eu não saberia o que dizer. “Selena, eu te amo, mas como se você fosse minha namorada, beleza?” Eu não podia dizer isso. Eu não posso dizer isso.

“Então o ano estava acabando. Não queria ficar longe de você, ou das outras garotas, e sugeri a viagem pelos EUA, para ver o que aconteceria. Duas semanas se passaram e eu estou contando que te amo. Acho que fiz progresso.”

— Uau — impressionou-se Selena no canto.

— Pois é. Eu contei. Conte-me sobre sua paixão.

— Não posso — disse Selena.

Permaneci a olhar o teto de madeira puída. Agora eu é que não queria fitá-la.

E, mais uma vez, o silêncio nos absorveu.

Eu não iria quebrá-lo. Já estava cansada de Selena e de suas manias. Sempre sobrava para eu dizer o que ela queria contar. Esse não era o único problema. A viagem era para ser a melhor coisa do mundo, porque eu ficaria perto das minhas amigas, mas Selena estava estragando aquilo tudo dizendo que não poderia dizer um simples “eu te amo”.

Lembrei da minha conversa com Mary no carro de horas atrás. Ela disse que eu não deveria me preocupar, pois aquelas palavras estavam lá para ninguém falar. Não precisava provar que Selena realmente me amava, porque ela, de fato, me amava.

Minha cabeça girou com tantos pensamentos confusos. A vodka de Las Vegas fazia você pensar em seus problemas ao invés de fazer tentar esquecê-los. Talvez isso seja a diferença entre ela e a de L.A.

— Vou respirar um ar fresco — disse eu, levantando da cama, tonta.

Selena sequer se mexeu.

— Ótimo — bufei aborrecida. — Não me ame, não me odeie, não sinta nada por mim. Apenas pense que por você tudo eu já senti.

Eu nunca havia sentindo tanta raiva de Selena antes. As lágrimas que ela nunca deixaria que eu derrubasse já saíam sem controle. Tinha que sair daquele quarto, esfriar a cabeça. Quando fiz menção de abrir a porta, Selena me parou.

— Não me deixe, você prometeu — ela falou atrás de mim.

Continuei com a mão na fechadura, sem falar nada.

— Vamos, olhe para mim.

Engoli em seco. Selena tinha um jeito de me convencer a fazer as coisas, isso eu já disse. E ela, com aquela voz rouca do silêncio, confundia ainda mais minhas decisões que queria tomar sem a influência dela.

Selena, então, pousou a mão em cima da minha na fechadura e me virou para ela. Encarei os olhos castanhos dela com a mesma intensidade que ela fitava os meus. Minha respiração ficou fraca. Eu tinha que beijá-la, meu cérebro dizia.

Mas eu não consegui. Algo me fez parar e eu não sabia o que era. Entretanto, Selena não tinha nenhum motivo para não me beijar e assim o fez.

Os lábios dela eram macios e sensíveis. Finalmente entendi o porquê de tanto protetor labial nos últimos seis meses. Ela tinha um jeito intenso de beijar, acelerando conforme o tempo do beijo aumentava. Era estonteante. Fiquei de olhos fechados, acompanhando os movimentos de Selena.

Eu ofegava quando nos soltamos. Selena sorriu para mim, também respirando fraco. Respondi ao sorriso dela com um selinho.

Mary estava certa. “Eu te amo” entre nós não passava de simples palavras feitas para enganar. O amor sempre esteve lá, durante todos os anos de amizade, esperando para ser descoberto, num toque, num carinho ou em um ingênuo olhar.

Selena mordeu o lábio e me abraçou. Inspirei o perfume dela misturado à vodka. Estranhamente, essa mistura me deixava menos bêbada. Ela me levou até a cama e nós caímos nela. Selena me beijou de novo.

— Minha Selly — murmurei, aninhando no corpo dela.

— Unicamente sua — sussurrou Selena em resposta.

Ao mesmo tempo, tive a melhor e a pior noite da minha vida.


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Notas finais do capítulo

O amado e esperado beijo, é *-*
Enfim, como minha prima veio passar o fim de semana aqui em casa, eu não postarei até pelo menos domingo à noite, mas eu acho que vocês conseguem se segurar até lá, né? q
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