A Buscadora escrita por Tamires Vasconcelos


Capítulo 18
Conduzida.




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Assim que cheguei na cozinha fui direto para o balcão onde Lucina fazia pão. 


- Oi - Falei pegando uma massa de pão.


- Ha você voltou, então, como que foi a incursão?


- Foi legal.


- Oi meninas - Falou Melanie vindo em nossa direção.


- Oi


- Oi.


- Ele não é fofo.


Levantei os olhos e Melanie estava com Peter no colo, brincando com as mãozinhas dele.


- Ele é lindo mesmo - Disse Lucina.


- Droga! - Melanie gritou - ele fez xixi.



Comecei a rir do modo como ela o segurava. Lucina deu de ombros.
- Troque ele.
- Mais eu não sei - Melanie quase choramingou. 
- Pelo amor de Deus Melanie, você vai ter um filho e não sabe trocar um bebê.
- Não, você me ajuda?
- Tudo bem se eu for? - Lucina perguntou para mim.
- Tudo, pode ir.
Melanie sai correndo da cozinha, segurando Peter longe de seu corpo, que agora chorava.
Me concentrei na massa de pão, que estava mechendo. 
- Oi - Alguém sussurrou no meu ouvido, me fazendo arrepiar.
Virei para ver quem era e John estava parado seu rosto a pouco centímetro do meu, seus olhos estavam colados no meu. Ele deu a volta para ficar na minha frente, abaixei meus olhos para o pão de novo.


- Onde você estava?


- Na sala de jogos.


- Fazendo o que?


- Hnh jogando futebol.


Ele soltou um risinho.


- Que foi?, eu estou aprendendo.


- Ata, e quem está te ensinando?


- Jamie - Respondi rapidamente.


Ele pareceu meio desconfortavel com isso, então decidi mudar de assunto.


- Então, você conseguiu ganhar a medalha de ouro, não foi?


- Eu não, foi aquela alma lá.


Olhei para ele, e parecia aborrecido.


- Você sente falta não é?


- Do que?


Eu sentia falta de tantas coisas que não sabia qual ele estava se referindo.


- Da patinação


- Sinto, sinto muita falta.


- Você ainda usa.


Ele se aproximou de mim e pegou o colar que estava em meu pescoço.


- E claro que uso.


Ele pegou o seu, e juntou os corações. Jamais imaginara que pudesse ver aquele coração de novo. Nossos rostos agora estavam bem perto por causa do colar, soltei meu colar do dele e voltei a me concentrar no pão.


- O que aconteceu com você, depois que eu mandei você fugir?


- Eu e Lizzie, subimos em uma arvore, ficamos algumas horas lá, até os buscadores pararem de procurar a gente.


- Ângela, esta na hora de você ir para a aula. - Gritou alguem do fundo da cozinha.


- Ta, já estou indo! 


Terminei de enrolar a ultima massa de pão, esfreguei minhas mãos uma na outra para tirar a sujeira.


- Você vem?


- Sou obrigado.


- Não é tão ruim assim.


Ele veio até meu lado e pegou minha mão, aquilo teria sido estranho algum tempo atrás, mais agora eu já estava acostumada, andar por ai, segurando a mão de alguem.


- Então, o que exatamente aprendemos nessa escola?


- Normalmente são só contas, acho que Sharon não sabe de muita coisa.


- Tem muitos alunos?


- Não, são poucos, mais acho que ela passa lição pra valer, só para mim e Jamie.


Ele ficou pensativo durante um tempo.


- Qual é o relacionamento entre você e Jamie?


- Nós somos... amigos.


- Tem certeza?


- Tenho, porque?


- È o jeito que ele olha para você.


- E... que jeito ele olha para mim?


Ele olhou de forma estranha para mim, soltou minha mão, e depois a pegou de novo, mais dessa vez as entrelaçou.


- Ele olha... ele olha como se, fosse protege-la de tudo, como fiz com você.


Passou como um raio na minha cabeça, a noite em que os buscadores nos encontraram na casa dele.


Fiquei em silêncio durante alguns minutos.


- Você está brava?


- Não, não eu não estou.


Ficamos andando mais um tempo em silêncio, eu nem via exatamente por onde andávamos, eu apenas andava, sem presta atenção onde estava indo. Foi quando percebi que estávamos indo para outro lugar.


- Esse não é o caminho para a escola.


Ele riu.


- È claro que é


- Não, não é John, eu vou todo dia para a escola, e não é esse o caminho.


- Eu tenho certeza que é esse o caminho.


- Eu não tenho, e eu não conheço esse lugar.


Era o lugar mais escuro dali, eu com certeza nunca tinha ido ali, ara cheio de curvas e subidas.


- John é sério, é melhor a gente voltar.


Ele segurou mais firme minha mão.


- Não precisa ficar com medo.


- Eu não estou com medo.


De repente ele parou, acendeu sua lanterna, e iluminou o lugar em que estávamos, havia varias caixas ali, devia ser o deposito. John foi até a parede e se sentou olhou para mim e deu algumas palmadinhas no chão.


- Você sabia, não é?


- Sabia - Ele falou rindo.


- John a gente precisa voltar, Sharon fica nervosa se eu falto.


- Nós matávamos aula juntos antes, lembra


- Aqui é diferente.


Fui até o lado dele e sentei, ele não ia embora dali tão cedo, e eu não queria andar naquele corredor escuro. Fiquei em silêncio durante algum tempo, então ele se levantou deixando a lanterna acessa no chão


- Quer dançar?


Olhei indignada para ele.


- O que?


- Quer dançar comigo?


Ele foi até a mim e pegou minha mão e me levantou.


- Não tem musica.


Ele riu.


- Não precisamos de musica.


Ele colocou sua mão em minha cintura e me puxou mais para perto, eu coloquei uma de minhas mãos em seu ombro. 


Ele começou a me conduzir, em instantes estávamos girando pela sala.


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