A Little Miracle Or a Big Mistake? escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 3
Um dia cansativo




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Depois que Clara fiz todos os exames possíveis e imagináveis no hospital e o médico constatou que ela estava bem – O que impressionou muito o médico – Clara recebeu alta.

Ela dizia que podia andar, que não doía mais, mas eu lembrei o que Austin falou pra mim quando ele pediu pro pai dele me ajudar. “Não se levante. Sei que você se sente forte e curada e coisa e tal... Mas não está.”

Então Nico a carregou e eu chamei um táxi. Nós entramos no táxi e fomos até o apartamento. Lá na frente da porta, eu percebi algo que antes, na correria eu nem se quer tinha notado. Uma mala jogada lá. Era a mala da Clara. Entramos no apartamento e nós tínhamos um quarto extra. Era pequeno, mas eu podia arrumar as coisas da Clara lá e colocar o colchão de ar.

Nico a colocou deitada no sofá e eu fui encher o bendito colchão de ar que não devia ser tão difícil de encher, vou te contar, viu! Quando terminei de encher o colchão, Nico trouxe Clara pra se deitar ali. Era mais confortável que o pequeno sofá meio precário que tínhamos na sala.

-Então Clara, por onde você esteve? – Eu perguntei, olhando pra ela.

-Por aí, dando um rolê...

-Você não vai me contar, vai? – Ela balançou a cabeça. –Tudo bem. Agora descanse, amanhã você vai estar provavelmente curada.

-Você pediu pra Apolo me ajudar, não?

-Pedi. – Ela suspirou.

-Sério, eu não quero a ajuda dos deuses.

-Mas precisa engolir o seu ego e aceitar agora. Se não fosse por Apolo, você estaria morta.

-Não, se não fosse por você e pelo meu irmão eu estaria morta.

-Apenas descanse. – Eu disse saindo do quartinho e a deixando sozinha. Eu e Nico faltamos as nossas aulas hoje, mas a tarde tínhamos que trabalhar. As férias estavam chegando, graças aos deuses. Só mais dois dias e estaríamos livres do trabalho e dos estudos por algum tempo. Eu fui pra sala assistir TV com o Nico, até que fosse hora de nos arrumarmos pra irmos trabalhar. Assistimos a um filme ali, juntinhos no sofá. Ok, nós mais nos beijamos que assistimos ao filme, mas o que importava é que estávamos juntos. Com toda essa correria, não tínhamos muito tempo juntos. Eu estava nos braços dele e ele estava com os lábios nos meus, sorrindo.

-Nico, a sua irmã está aqui. – Eu disse rindo e sussurrando nos lábios dele.

-E daí? – Ele disse rindo também. Então ele me beijou intensamente, me segurando firme em seus braços. Foi quando eu ouvi a Clara me chamar.

-Lady Ruby. – Eu olhei pro Nico e dei um selinho nele.

-Já volto. – Ele assentiu. Eu fui até o quarto onde Clara estava.

-Lady Ruby, você tem água?

-Você está brincando? Sou filha de Poseidon, claro que eu tenho água. – Eu disse rindo.

-É que eu queria um copo d’água. Estou morrendo de sede.

-Ok. – Eu sorri pra ela e fui pra cozinha pegar um copo. Enchi o copo de água potável e trouxe pra ela beber. –Pronto.

-Obrigada. – Ela disse sorrindo. Eu não o porquê, mas eu senti que ela tinha me chamado só pra interromper os meus beijos com o Nico no sofá, mesmo que ela não soubesse que estávamos nos beijando. Ela amava nos interromper quando ainda estava no acampamento, sempre chegava em momentos impróprios. Eu sorri pra ela e saí do quarto, indo até a sala e me sentando perto do Nico de novo. Então eu olhei pro relógio.

-Caramba! Amor, temos que chegar ao escritório em 30 minutos. – Ele olhou pro relógio e parece que não tinha notado o tempo passar também. Nós trabalhávamos na mesma empresa, mas em setores diferentes. Ele era muito bom com números, trabalhava no setor financeiro. Eu era péssima com números, eu era uma das atendentes.

Nós nos trocamos e nos arrumamos bem rápido e eu fui até o quarto da Clara.

-Clara, nós temos que sair, voltamos às 6 da noite. Tudo bem? Se quiser comer ou beber algo, pode ir à cozinha e se servir. Mas tome cuidado quando for andar.

-Ok, mamãe. – Ela disse rolando os olhos e rindo.

-Se cuida, é sério, Clara. Tchau, nos vemos logo. – Saí do quarto e eu e Nico saímos de casa. Eu deixei uma chave extra pra Clara, caso o apartamento pegasse fogo ou algo assim. Ok, talvez ela estivesse certa, eu parecia uma mãe falando essas coisas. Mas ela era meio infantil e desmiolada até os 14 anos, não me culpem.

No escritório o dia foi normal. Isso quer dizer que foi muito chato, como sempre.

Clientes chatos e mal educados no telefone, correria pra lá e pra cá e tudo mais. Eu me senti meio tonta por um momento, vi as coisas girarem. Acho que é por causa do susto que tomei essa manhã com a Clara e por causa da correria aqui na empresa. Faltavam dois dias pro fechamento do semestre e todos corriam feito doidos pra atingir as metas e pra acabar tudo a tempo. Eu já tinha atingido minhas metas, acho que talvez eu faltasse nos próximos dois dias... A preguiça era forte. Mas eu sabia que se faltasse esses 2 dias, talvez se algum dia mais pra frente eu realmente precisasse faltar, não poderia.

Quando finalmente deu 6 horas da tarde, eu e Nico voltamos pra casa, ele estava morrendo de dor de cabeça com alguns relatórios financeiros pra fazer. Nós entramos no apartamento e ele se jogou no sofá, olhando os relatórios, eu me sentei do lado dele e beijei a bochecha dele.

-Amor, vai descansar um pouco, depois eu te ajudo com os relatórios.

-Eu tenho que entregar eles até amanhã e...

-Shhhh – Eu disse passando os dedos pelo cabelo dele. –Nós vamos terminar isso, mas você não vai conseguir fazer muita coisa com a cabeça cheia. Vá descansar, só uma soneca não vai te atrasar. – Ele olhou pra mim.

-Ok... – Então ele se levantou e foi deitar por algumas horas. Eu olhei pros relatórios. Tantas contas... Como ele aguentava isso? Eu peguei um papel separado e um lápis de escrever. Liguei pra Veronica, minha melhor amiga, filha de Atena.

Veronica tinha uma voz de veludo, uma paciência enorme e muita simpatia e beleza. Ela tinha os olhos azuis acinzentados, a pele clara, um sorriso lindo e grande e um cabelo castanho acinzentado que caía, não muito longo, somente até a altura do ombro, um pouco mais pra cima. O cabelo era liso e ela era mesmo muito bonita.

-Ve, é a Ruby.

-Ruby, oi! Tudo bem?

-Tudo bem e aí, como vão as coisas?

-Tudo ótimo! E aí, por que você está me ligando?

-Eu preciso muito da sua ajuda com uns relatórios de matemática... Você pode vir aqui em casa?

-Agora? Claro! Eu estou sem nada pra fazer aqui em casa, já terminei tudo o que eu tinha pra fazer.

-Ok, obrigada.

Ela veio até o apartamento e achou os relatórios extremamente fáceis, terminou tudo muito rápido e ela tentava me explicar o que estava fazendo. Eu não entendia nada, só concordava. Ela acabou tudo e me agradeceu por ter dado algo pra ela fazer. Ela sempre fazia as tarefas que eu não entendia e agradecia, garota doida.

-É só isso? – Disse ela sorrindo e deixando os relatórios em cima da mesa, com uma letra perfeita e tudo organizado.

-Na verdade... É.

-Ok então, eu acho que vou indo... Está ficando tarde.

-Ok, obrigada mesmo. – Eu disse dando um abraço nela. Fomos em direção a porta e ela saiu.

Eu estava meio cansada também então me troquei e fui ver se a Clara estava bem, antes de ir pra cama. Ela já devia estar no décimo terceiro sono, dormindo pesado, até roncava a criatura.

Fui deitar e a janela estava aberta, o vento gelado entrava e balançava a cortina. Fechei a janela e olhei pra trás, vi a figura de Ártemis atrás de mim. Fiz sinal pra sairmos do quarto, porque Nico já dormia e ela assentiu. Nós fomos pra sala conversar.

-Lady Ártemis. – Eu disse, abaixando a cabeça em respeito a ela.

-Querida, eu só vim te avisar uma coisa.

-Sim?

-As coisas vão ficar difíceis, mas você tem que ser forte.

-O que vai acontecer? – Ela respirou fundo.

-Não posso dizer... Mas eu posso dizer que estarei com você. A minha proteção, você já tem. Espero que isso te dê alguma coragem.

-Obrigada, Lady Ártemis.

-Eu não deveria ter vindo, mas se seu pai ou sua mãe viesse, os deuses do Olimpo já saberiam disso e como não é permitido falar sobre coisas do futuro pra pessoas que não estão no Olimpo, eles seriam condenados. Ninguém desconfiaria de mim, então sua mãe me pediu para lhe trazer algo. Eu devo muitos favores a ela, sabe. – Então Ártemis tirou uma pulseira de um das mangas da blusa dela, uma blusa branca. Era uma pulseira que tinha uma estrela que parecia um prisma de cristal e refletia as cores do arco-íris na luz do sol, como a estrela do colar da Monique. Estava de noite, por isso não refletia as cores do arco-íris agora, mas eu sabia como era a estrela na luz do sol. Me peguei várias vezes olhando pra estrela do colar da Monique, me perguntando o que ela fazia de especial. –Sua mãe disse que isso te protegerá e que você saberá usar isso quando chegar a hora. – Eu assenti e peguei a pulseira, coloquei no pulso esquerdo, pois no pulso direito ainda estava a pulseira que Nico me deu anos atrás, na minha primeira missão.

-Obrigada mesmo. – Eu disse e sorri pra Ártemis. Ela sorriu pra mim também e depois ela simplesmente desapareceu.

Eu me deitei na cama, ao lado do Nico e ele acordou assustado, pensando em quantas contas tinha pra fazer. Eu falei que eu tinha chamado Veronica pra fazer as contas e ele foi até a sala só pra ver os relatórios, conferir se estava tudo feito. Ele não demorou muito lá na sala.

Ele deitou novamente na cama, com a expressão aliviada e um sorriso. Beijou os meus lábios.

-Obrigado, amor. – Então ele me envolveu em seus braços e nós dormimos rápido e tranquilamente.


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