A Grande Profecia de Nárnia escrita por ro1000son


Capítulo 8
Capítulo 6: Levante Narniano


Notas iniciais do capítulo

* Os personagens principais e os cenários pertencem ao grande C.S.Lewis.



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Que a Feiticeira Branca era bela, ninguém duvidava disso. Nem mesmo aqueles que há muito tempo a seguiam e não tinham visto muitas mulheres para comparar. Seu corpo alto e esguio tinha contornos suaves que fariam outras mulheres tremerem de inveja. Mas a Feiticeira era tão bela quanto má - isso era outra coisa que ninguém duvidava. Porque ela voltava para o acampamento trazendo o rosto sereno e um sorriso malicioso, com toda tranqüilidade dos passos, o que faria qualquer um imaginar o que ela estaria tramando. Ao passar por entre os fiéis, estes lhe prestavam reverência e abriam espaço para que passasse. Quando foi recebida pelo minotauro Otmin, ouviu a notícia que estava esperando justamente para aquele momento.
- Chegaram, minha Rainha. – disse ele com uma habitual reverência. – Já passei suas instruções a todos.
- Que ótimo. – respondeu ela. – Planejo atacar ao amanhecer, mas fique atento para um ataque deles a qualquer instante.

Até aquele momento o minotauro só sabia do encontro. Não sabia o que tinha acontecido na caverna, por isso ficou tentando entender o que a Feiticeira quis dizer com aquelas palavras, enquanto ela passava por ele diretamente para a tenda dela.

Mas na floresta mais adiante, a tristeza tomava conta dos seis que saíram da caverna. General Sperdan, Lorde Doran, Nedamus, Óruns, Graarnes e o anão Trinkin tinham ficado para fazer guarda para a Rainha Cisne Branco, antes do fatídico encontro com a Jadis, e receberam em troca uma missão nada agradável. Juntos imaginavam o peso da notícia do desaparecimento da Rainha para o exército narniano. Andavam de cabeça baixa e com um silêncio de morte, até serem recebidos pelo urso Caixalote.
- General, foi bom terem chegado agora.
- Meu bom urso. Se não for importante, é melhor deixar para uma outra hora. – disse o general.
- Receio que seja importante, meu General. Tem uns visitantes esperando pra falar com o senhor. Vieram de muito longe. – respondeu o urso, em tom preocupado.
- De quem você está falando? – perguntou Lorde Doran, lembrando dos soldados da Arquelândia que estavam a caminho.
- É melhor que vejam. Estão escondidos naquela parte da floresta. – o urso apontou para um canto afastado, com umas árvores enormes, e continuou a falar. – Disseram que têm informações muito importantes sobre a Feiticeira.
- Você disse “escondidos”? – perguntou o General, mostrando no rosto uma extrema incredulidade.

Enquanto isso, na tenda da Feiticeira, Ginnarbrik entrava num sobressalto, querendo chamar a atenção para uma coisa que ela estava esperando já há algum tempo.
- Minha Rainha, fui avisado que está na hora daquilo que planejamos.
- Creio que o momento não está para enganos. Você tem certeza disso?
- Sim senhora. Estou bastante certo. Eles subiram pelo noroeste e estão quase chegando. Há tempo de nós os encontrarmos antes que cheguem ao exército narniano e poderemos voltar antes que anoiteça.
- Excelente. – respondeu ela. – Então vamos agora, sem perda de tempo.

Jadis pegou mais que depressa sua varinha e alguns outros pertences.
- Fique com isso. – disse ela entregando a Ginnarbrik uma espécie de chicote. – Pode ser que você precise usá-lo mais tarde.

E os dois saíram rapidamente da tenda. Jadis deu mais instruções a seu comandante e partiu, na companhia do anão.

Mais adiante, perto do exército narniano, General Sperdan seguia com Nedamus em direção aos visitantes. Havia dado instruções a Lorde Doran e a Óruns de informar aos soldados o que havia acontecido até então. Andavam apressados pelas árvores, pois esperavam que qualquer informação a mais sobre a Feiticeira seria de muita valia. Chegaram a um canto mais denso, onde fora indicado pelo urso, e se depararam com uma grande surpresa.
- O que é isso? Uma armadilha? – perguntou o General, empunhando sua espada, e olhando atônito para os gigantes que apareciam um a um. Nedamus segurou o braço dele, afim de que pudessem saber o que se passava quando o gigante mais próximo disse num tom benevolente.
- Calma, amiguinho. Nós viemos em paz. Nem todos os gigantes são fiéis à Feiticeira.
- Mas então, porque estão escondidos? – o General quis saber.
- Nos escondemos porque a Feiticeira não sabe que estamos aqui. – respondeu o gigante tentando alcalmar aos dois. Sperdan sentiu seu coração batendo mais forte, mas já estava se acalmando. Porém não conseguiu abrir a boca para dizer mais nada. Nedamus tomou a dianteira.
- Queridos amigos. Como podemos ajudá-los? – perguntou o centauro e para supresa dele o gigante respondeu.
- Nós que perguntamos isso, centauro. Vocês estão em grande dificuldade e estamos aqui para oferecer nossa ajuda.
- Como assim grande dificuldade? – o General disse de súbito, como se estivesse acordando de um desmaio repentino. - Está falando da Feiticeira? Nosso exército pode vencer os seguidores dela.
- Não, não pode meu amigo. Jadis tem seguidores em número que vocês nem imaginam.
- Não creio. Deve ter cerca de oito mil com ela. De qualquer forma, estamos preparados. – retrucou Sperdan. Nedamus prestava bastante atenção aos olhos do gigante.
- Não são apenas estes. Estivemos seguindo a segunda tropa dela, que estão em torno de dez mil. – os olhos do General e de Nedamus se levantaram numa preocupação mútua. – Neste momento já se juntaram aos outros. Haviam ficado porque se encarregaram de transportar o restante das armas.
- Não é possível... – Sperdan olhava pra baixo como se estivesse procurando por algo perdido. Nedamus novamente tomou a palavra.
- Não quero parecer ingrato, meu bom gigante. Mas porque vocês vieram?
- É uma longa história, meu amiguinho.
- Pois nos conte. É bom que estejamos informados disso também. Diga-nos os nomes de todos.

E foi uma longa apresentação. Havia muitos gigantes espalhados na segurança das árvores. Estavam todos bastante apreensivos pelo tempo que estavam perdendo naquela conversa. Logo que Nedamus ficou sabendo do nome de todos, o gigante Areone que os liderava começou a contar a história deles.
- Há algum tempo a Feiticeira partiu de Harfang. Não soubemos qual o destino, mas sabíamos que ela voltaria. Nossos antepassados pensaram que ela seria boa conosco, mas com o passar dos anos ela mostrava a maldade que havia consigo. Enquanto ela estava fora, nos esquivávamos dos fiéis dela, pois estávamos tramando uma revolta. Só que ela voltou antes do esperado. Não soubemos como, mas ela descobriu nosso plano e eliminou nosso líder, fazendo dele uma grande estátua de pedra.
- De pedra? – interrompeu o General.
- Sim. – disse um outro gigante. – Depois que ele virou pedra, nós fugimos. - Areone retomou a palavra.
- Mas ao contrário do que pensamos, ela não nos perseguiu. Quando menos esperávamos, percebemos que ela havia saído de Harfang levando uma parte dos seus seguidores.
- Como você acha que ela transformou seu líder em pedra? – perguntou o General, mostrando um profundo interesse.
- Acreditamos que seja uma varinha que ela trouxe de onde esteve. – respondeu Areone para o espanto do General e do centauro que se entreolharam fazendo-se entenderem. – De qualquer forma, só esse poder já dá a ela uma força sem igual.
- Então deve ser mesmo essa varinha. – afirmou Nedamus - Ainda há pouco nós a vimos carregando uma varinha, depois que ela... – as palavras se perderam na garganta do centauro no mesmo momento que ele baixou a cabeça e suspirou, junto com Sperdan. Os gigantes olhavam para eles na expectativa de uma notícia realmente ruim.
- Aconteceu alguma coisa com a sua Rainha no encontro com ela? – perguntou Areone.
- Vocês sabiam do encontro? – levantando a cabeça, o centauro quis saber.
- Sim. – respondeu o gigante. – O urso nos avisou quando conseguimos falar com ele.
- Nossa Rainha desapareceu no encontro com a Feiticeira. – disse o General, ainda lamentando tristemente. - Não sabemos se ela foi morta ou se foi levada pra algum lugar. Só sabemos que a caverna tinha somente uma entrada e a Feiticeira estava sozinha com nossa Rainha e nosso Lorde Isarim. O pior da história é que apenas ela saiu da caverna. Ele foi transformado em pedra e, quando chegamos, estava em pedaços.

Um sentimento de profunda tristeza invadiu o rosto dos gigantes e Areone levou as mãos ao rosto como se tivesse perdido algo bastante precioso. O General e Nedamus não compreenderam muito bem aquela reação, mas antes que perguntassem, o gigante começava a falar, já com os olhos vermelhos e lacrimejantes.
- Então é isso... Nós falhamos. Era isso que deveríamos tentar evitar. Foi pra isso que fomos mandados.
- Por favor, nos explique. – disse Nedamus, num misto de indignação e preocupação. – Mandados por quem?
- Enquanto fugíamos da Feiticeira, pensando que ela iria nos perseguir, encontramos um Leão. Mas ele não era um Leão comum.
- Como ele era, então? – Nedamus já esperava a resposta que o gigante iria dizer.
- Ele era enorme e as jubas dele pareciam brilhar. De fato, só de vê-lo, nos sentíamos muito bem.
- Aslam. – sussurou o General para Nedamus, que assentiu com a cabeça. Os gigantes murmuravam concordando com que Areone havia falado sobre o Grande Leão. E o gigante continuou falando.
- Ele nos pediu pra vir até Nárnia, dizendo que vocês corriam risco de perder um grande tesouro. Disse que tínhamos que avisar a vocês que precisariam evitar a Feiticeira a qualquer custo. Só que chegamos tarde demais.
- Evitar? Seria o encontro? – perguntou o General, meio confuso.
- Certamente que sim. – respondeu Nedamus, com ar sábio, se virando de novo para o gigante. – Porque você diz que chegaram tarde demais? Não estavam seguindo a tropa da Feiticeira?
- Estávamos. Mas quando avistamos os montes mais adiante, resolvemos vir pelo outro lado do que eles seguiram, que nos pareceu mais rápido. Só que encontramos armadilhas quando chegamos à floresta. Devem ter sido feitas pelos seguidores dela.

Um sentimento de culpa passou pelo rosto do centauro. Lembrou do plano das armadilhas e dos castores.
- Não, meu caro amigo. Fomos nós. Pedimos aos nossos amigos castores que fizessem as armadilhas para atrasar a tropa da Feiticeira.
- E deu resultado? – perguntou um outro gigante, atrás de Areone.
- Deu tempo de nosso exército chegar até aqui. – respondeu o General.
- Elas nos atrapalharam também. – concluiu Areone. – Por causa delas tivemos que dar uma volta longa, passando por um lugar estranho, com umas criaturinhas esquisitas.
- O vale dos paulamas. – disse Nedamus. – Mas acho que não haveria muito que fazer. O encontro tinha que acontecer, nossa Rainha precisava tratar disso.
- Mas você não entendeu meu amiguinho. – Areone se mostrava mais triste agora. – O que a Feiticeira quer é deixar vocês sem líderes, justamente para ficarem mais fracos. Dizem que ela aprisiona as pessoas em outras dimensões. Já ficamos sabendo de muitos dos nossos que foram desaparecidos misteriosamente pelas mãos da Feiticeira. Seja o que for que a Feiticeira fez com sua Rainha, não foi feito somente porque ela achava melhor assim.

Nedamus baixou a cabeça pensativo. Certamente essa não era uma explicação muito comum, mas era a mais plausível para o momento. Fora que era a única que eles tinham. Mas ele e o General concordavam que, em se tratando da Feiticeira, eles não veriam mais a Rainha viva novamente. Praticamente o mesmo pensamento se passou pela cabeça do General, que resolveu perguntar para Areone.
- Quantos de vocês vieram até aqui?
- Nós somos noventa e dois gigantes.
- E quantos a seguem? – perguntava Nedamus dessa vez.
- Mais de três mil.

Uma pontada se deu no peito do General, que via a necessidade de mais tropas. Mas sabia que não podia perder as esperanças. O gigante continuou falando para eles.
- Muitos que vieram conosco voltaram para Harfang por causa das armadilhas e só sobramos os que vocês vêem aqui. Eles ficaram com medo que fossem de uma ação da Feiticeira.
- Eu compreendo. – disse o centauro. - E agradecemos a todos pela boa vontade de ajudar. Sei que o General e eu concordamos que precisamos de toda ajuda possível, e vocês chegaram a uma boa hora. – Sperdan concordava com a cabeça.
- Precisamos reunir nosso conselho. Vocês precisam participar. – dizia o General. – Vou trazê-los até aqui.

E Sperdan seguiu para o exército para convocar os capitães e os líderes narnianos enquanto que Nedamus ficou conversando com os gigantes, pois estava pedindo a eles um favor que dizia ser muito importante.

Só que em outra parte da floresta, pouco distante dali, um grupo de anões seguiam uma marcha em direção ao exército de Nárnia. Estavam carregando armas que haviam feito para os soldados e estavam todos contentes, cantando juntos uma canção que animava a caminhada. Até que pararam quando foram surpreendidos por um outro anão.

Era Ginnarbrik. Estava postado em cima de um tronco caído de uma árvore e esperava justamente por aqueles anões. A Feiticeira estava mais adiante, nas árvores, apenas para assistir à conversa deles.
- Quem é você? – perguntou o anão mais a frente. – Espere, você é aquele anão que nos contaram...
- Não sei o que contaram de mim, mas isso não interessa agora. Venho até vocês para que tenham a oportunidade de fazer parte dos seguidores de minha Rainha. – disse Ginnarbrik para o espanto de uns e murmúrio de muitos.
- Rainha? Com certeza você não está falando de nossa Rainha Cisne Branco. Se for aquela feiticeira, pode esquecer.
- É da Rainha Jadis que falo mesmo. – um calafrio passou por aqueles anões que estavam mais próximos de Ginnarbrik. – Ela veio até Nárnia para mudar o rumo das coisas. Esse é o tempo em que nós anões seremos muito importantes.
- Do que você está falando? - perguntava um outro anão, sem que nenhum deles ainda soubessem que a Feiticeira estava próxima. – Ela só vai trazer maldade para nós.
- Estão enganados, meus irmãos. Se estivermos ao lado dela, nossa vida será muito melhor do que é agora. Devem seguir o caminho da Feiticeira ou, então, não sobreviverão a essa guerra.

Os anões se entreolharam nervosos, mas aquele que estava na frente se adiantou.
- Esqueça. Ninguém está reclamando da vida que temos aqui. E quem você acha que é para nos dizer o que fazer? Logo você, um anão que renegou Nárnia e está aí, todo diferente.

Essas palavras ecoaram nos ouvidos de Ginnarbrik trazendo para ele uma raiva que não conseguiu conter. De fato, aquele anão estava certo. Ele não era o mesmo desde que destruiu a árvore que protegia Nárnia. Sua fisionomia era mais forte, suas roupas eram negras e seu cabelo era mais escuro do que antes. Mesmo assim, não aceitaria que outro anão falasse desse jeito com ele. Num movimento apenas, pegou o chicote que a Feiticeira lhe dera antes, levantou ao ar e chicoteou uma enorme pedra que estava ao lado dos anões fazendo com que esta, inexplicavelmente, se partisse em duas. Os anões se retraíram, receosos, e Ginnarbrik olhava para o chicote, tentando não mostrar o próprio espanto com que fizera. Logo, ele voltou à realidade e, cheio de si, encarou os anões mais uma vez para enfim dar a cartada final.
- Esse é só um parte do poder que ela deu a mim. Eu poderia muito bem ter feito isso com vocês agora.
- os anões murmuravam espantados, mas nenhum deles conseguia pensar em nada. Estavam muito nervosos e, para completar, todos ouviram latidos e uivos mais adiante. Ginnarbrik olhou para trás lembrando da Feiticeira e pôs-se a correr na direção dela, seguido pelos outros anões, para ver o que estava acontecendo.

Aconteceu que, enquanto Ginnarbrik conversava com o grupo de anões, a Feiticeira ouvia atentamente a tudo e esperava a hora certa de aparecer. Só que havia um grupo de lobos e cães que rumavam também para ajudar os narnianos. Passavam por ali justamente naquele momento. Quando reconheceram a Feiticeira tentaram atacá-la, mas foi sem sucesso. Porque no instante que o primeiro pulava ao encontro de Jadis, esta se esquivou com muita destreza, e empunhou a varinha fazendo-a encontrar com o peito do lobo e transformando-o em pedra, que acabou batendo em uma árvore e se partindo em três ou quatro pedaços. Outros dois lobos mais valentes correram para ela, mas também tiveram fim semelhante. Os outros não sabiam o que fazer. Ficaram com medo de virarem pedra, mas não tiveram coragem de fugir e nem tentar nada. Jadis se virou para eles e falou como se estivesse ameaçando.
- Vejo que aqui há muitos lobos valentes. - olhando para os lobos que estavam a sua frente. Eles se entreolhavam muito nervosos e confusos. Ginnarbrik e o grupo de anões já estavam vendo tudo acontecer. Estes estavam bastante espantados com o que viram.
- Ouçam todos. Quero que me sigam. Ou então terão o mesmo destino desses pobres coitados. - disse ela, altiva como sempre, tanto para os lobos quanto para o restante dos anões. Ginnarbrik olhava para todos como se tivesse ganho uma grande batalha.

Mais tarde a noite caía com uma rapidez impressionante. A reunião do conselho se estendia mais do que todos esperavam, quase chegando até à madrugada. Nessa reunião, todos mostravam como o exército ficou apreensivo depois que receberam a notícia sobre a Rainha. Mas era de um consenso geral que não se podia perder as esperanças.
- Mas eles agora estão em maior número. - dizia Graarnes para o General.
- Sei que eles estão numerosos. Mas enquanto formos unidos, poderemos vencer.
- E o exército da Arquelândia está a caminho. Deve chegar logo. - lembrou Lorde Doran. - Sem contar que agora temos a ajuda de gigantes.
- Não estou dizendo que devemos desistir disso. Mas quais as nossas chances? - continuou perguntando o velho anão.
- Realmente não sabemos, meu bom amigo. - dizia Nedamus, com Óruns ao lado dele. - Mas como disse o General, precisamos ficar unidos para tentar a vitória.
Em pouco tempo deixaram a discussão de lado e estavam tomando planos e idéias para o ataque do dia seguinte. Quando a reunião terminou, foram descansar. Mas não aproveitariam muito, pois em poucas horas já iria amanhecer.

Quando o sol apareceu, Jadis já estava rumando para perto do exército narniano, seguida por grande parte dos seus seguidores. Todos haviam entendido as instruções dela e fariam tudo conforme as ordens do minotauro Otmin, que seguia ao lado da Feiticeira e Ginnarbrik. Os fiéis da Feiticeira andaram bastante, derrubando árvores e fazendo muito barulho, fazendo com que fossem ouvidos de longe. Quando chegaram ao descampado, se agruparam em um ponto depois da floresta tendo uma boa vista do exército narniano. Aguardavam o momento certo de atacar que seria dado com um sinal de Jadis.

Do outro lado do descampado, os narnianos já estavam a postos. Esperavam pelo General para dar a ordem de atacar. Do ponto onde estavam ouviram toda a algazarra dos seguidores da Feiticeira. A coruja Lufânia, que embora meio vesga, tinha uma ótima visão, estava logo à frente do exército, ao lado de Graarnes e comentou com ele quando reconheceu Ginnarbrik.
- Graarnes, consegue ver adiante? Ao lado da Feiticeira... É o Gunnar.
- Daqui não dá pra ver muito bem, minha amiga. Mas se você diz que é ele, então eu acredito.
- Ele está muito diferente, mas sei que é ele mesmo. O rosto dele é inconfundível. Vou ficar de olho nele. - disse a coruja, fazendo uma cara de quem não estava pra brincadeiras.

Nesse momento passaram por eles o General Sperdan, Nedamus, Óruns, Lorde Doran e mais seis capitães do exército. À exceção dos centauros, montavam seus cavalos prontos para a guerra. Passavam em revista à tropa e o General parou bem no meio deles para fazer um discurso antes do ataque. Levantou a voz para que muitos o ouvissem.
- Narnianos. Essa é a hora da verdade. Mais adiante temos uma batalha que não podemos perder. Não sei bem o que significa uma derrota para nós, mas com certeza, irá culminar no domínio daquela malvada Feiticeira. Eu não quero isso. Quero ver Nárnia livre como sempre foi. Quero andar pelos bosques e saber que quem reina aqui é alguém justo e bondoso. Quem conheceu nossa Rainha Cisne Branco sabe disso. Ela era a melhor pessoa do Reino, e agora desapareceu por causa daquela que lidera o outro lado. Não sei dizer a vocês se ela a matou ou se fez outra coisa, mas não guardo esperanças de ver minha Rainha novamente. Precisamos fazer a Feiticeira pagar por essas maldades, antes que ela consiga tomar o reino. Só sei que eu não quero viver enquanto a Feiticeira estiver reinando em Nárnia. QUEM ESTÁ COMIGO?

Muitos levantaram uma das mãos armadas e ouviu-se um grito praticamente único entre os soldados.
- EEEEEUUUUU!
- QUEM QUER VER NÁRNIA LIVRE? - continuou o General, para outra reação do exército.
- EEEEEUUUUU!

O General virou seu cavalo, sendo acompanhado por aqueles que o ladeavam, empunhou sua espada, levantando-a para cima e gritou para o exército.
- POR NÁRNIAAA!

Os soldados o acompanharam.
- POR NARNIAAAAAAAA!
- PELA RAINHAAA!
- PELA RAINHAAAAAAAA!

Com esse grito, o General fez seu cavalo correr em direção dos seguidores de Jadis, sendo seguido por um enorme grupo de soldados. Em pouco tempo entrariam em confronto direto com os fiéis da Feiticeira, que estava olhando atenta para o lado dos narnianos. Ela tinha tudo em mente. Só esperava mesmo a hora certa de agir.

 


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Notas finais do capítulo

Demorei um pouco, mas retomei a fic e coloco aqui mais um capítulo. Logo começo a escrever o próximo, que está na minha cabeça há dias... Sinceramente gostei deste também, e espero que vocês possam gostar também. Obrigado a todos que estão lendo e acompanhando. E obrigado a Anne e a Vick pelas reviews.



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