Yume no Kakera (2.0) escrita por Misu Inuki


Capítulo 9
Mãos atadas


Notas iniciais do capítulo

Completinho para vocês!^-^



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O vento batia em meu rosto, enquanto corríamos em alta velocidade.
Na minha cabeça, não havia nenhum pensamento que não fosse minhas preces para que eles estivessem bem.
Conhecia Inuyasha o suficiente para saber que mesmo tendo os visto apenas uma vez, poderia encontra-los com seu olfato apurado.
Mas por mais rápido que fossemos o caminho parecia não acabar nunca.

A certa distancia pude sentir Inuyasha rosnar e apertar ainda mais o passo.
Mas só pude entender quando ouvi um grito infantil.
Meu coração falhou meia batida, quando reconhecia a voz.
Puxei meu arco, e antes mesmo que chegássemos no Poço come-ossos já estava preparada.
Quero dizer.... Apenas fisicamente, porque ninguém emocionalmente estaria preparado para ver a imagem que vimos quando chegamos.

Centenas de Yokais águias grunhiam nos céus, preparando seu próximo ataque.
Kiba se esforçava ao máximo para se manter de pé, com suas pequenas presas em posição de ataque. Seu corpo estava ensanguentado, com várias marcas de bicadas.
Bem atrás dele, encostada no poço, Mayu segurava um dos seus braços enquanto olhava preocupada para o irmão.
Atirei a primeira flecha, acertando mortalmente um dos yokais.

Inuyasha pulou para destruir os yokais com suas garras, mas bateu em um uma barreira.
Pude ouvi-lo xingar enquanto voltava para meu lado.
Ambos sabíamos que se ele usasse a Tensaiga poderia atingi-los.

Atirei minha segunda flecha, que dessa vez, apenas bateu na barreira.

Então uma risada sinistra preencheu o lugar; de forma que era impossível saber de onde ela vinha.

“Uma armadilha!”- pensei desesperada.

Mayu gritou novamente, enquanto Kiba recebia seguido ataques dos yokais.

-Pare com isso!- gritei incapaz de conter meu desespero.

A risada aumentou debochando de nós.
Inuyasha sacou a Tenseiga, completamente irritado.

-Apareça, covarde!-gritou

Então um miasma começou a cercar aonde estávamos.
Inuyasha me jogou seu quimono, e eu o segurei contra o rosto.
Mesmo assim, não conseguia parar de tossir. O miasma estava tão forte, que parecia uma cortina espessa roxa.
Não conseguia enxergar nada, não duvidava que ele estivesse muito melhor do que eu.

Então a cortina se desfez.
Surpresa, deixei o quimono vermelho escorregar pelos meus dedos...
Não havia mais ninguém ali além de nós.

- Não!- gritei com toda a fôlego que tinha.

Olhei em volta em busca de algum vestígio, mas não encontrei nada além das marcas da batalha no ambiente.
Não havia traços do miasma, e mesmo usando minhas habilidades de sacerdotisa, não consegui descobrir para onde ele havia ido.
Inuyasha cravou a Tensaiga no chão, num claro sinal de que também não sabia como eles desapareceram.
Senti minhas pernas fraquejarem, e caí de joelhos no chão.
Então, fiz algo que havia me proibido de fazer nesses últimos anos: chorei.

Apertei a terra, como se tivesse que tocar para saber que o chão ainda estava alí.
Na minha mente, tudo havia desmoronado.
As lágrimas caiam sem controle pelo meu rosto.
Ira, culpa, medo...
Milhares de sentimentos rodavam pela minha cabeça, sugando todas as minhas forças.
A vida dos meus filhos estava em jogo, por minha causa.
E eu estava de mãos atadas.

Então, algo ergueu meu rosto.
E mesmo entre a espessa cortina de lágrimas, consegui ver um par de olhos dourados.
Tão brilhantes e perfeitos, como se tivessem sido pintados com uma mistura de ouro e luz do pôr do sol. E mesmo tão abatidos quando os meus, não perdiam em nada seu esplendor.
Então, sem dizer uma só palavra, ele me abraçou.

Meus soluços foram lentamente sendo abafados pela força daqueles braços ao meu redor.
Nem mesmo a conversa mais longa, poderia dizer tanto quanto aquele gesto.
E eu tive a certeza de que dali em diante, estaríamos juntos nessa.

E nem mesmo Naraku, poderia nos separar dessa vez.

*****************************************************************************

Voltamos para o vilarejo pouco tempo depois.
Pouca coisa havia sido danificada, e levaríamos apenas uns dois dias para concertar tudo.
Encontramos os guerreiros á caminho do lugar aonde estávamos, e o general me explicou que na mesma velocidade que os yokais apareceram, eles sumiram.
Concluímos que eles deveriam ter desaparecido ao mesmo tempo que o miasma se dissipou.

Nos reunimos na minha cabana para pensar em um plano.
Sango, Miroku, Kouga, o general yokai, Inuyasha e eu, estávamos sentados tentando em vão ter alguma ideia que fosse útil.
Sair correndo por aí sem um rumo certo, estava completamente fora de cogitação.
Perderíamos tempo e poderíamos muito bem cair em outra armadilha.

Minha expressão neutra havia voltado desde o momento em que pisei no vilarejo, mas meus olhos vermelhos e inchados denunciavam meu desespero.
Inuyasha não saiu de perto de mim nem por um único instante e eu fiquei feliz por isso.
Tinha medo de que pudesse desabar a qualquer momento se não tivesse sua presença confiante do meu lado.

- Só não consigo entender porque Naraku resolveu atacar justo agora... - Miroku comentou, encostado na parede- Ele teve muitas chances nesse últimos tempos...

-E justamente hoje que o parte do meu bando está a caminho, além de outros yokais das redondezas.- Kouga concordou

Nesses últimos anos, desde o primeiro aniversário dos meninos, Kouga e pelo menos parte do seu bando estavam aqui nessa época do ano. Além de familiares dos morados, que muita das vezes nem com a nossa filosofia de vida, ficavam aqui por alguns dias. Até Sesshoumaru aparecia para ver os sobrinhos.

-A única coisa diferente é que Inuyasha está aqui. - Sango concluiu fazendo com que todos os olhares se voltassem para ela.

Senti um arrepio percorrer a minha espinha até a minha nuca.
Então, Naraku estivera nos observando o tempo todo, esperando que Inuyasha voltasse para atacar.

-Mas, por quê?- perguntei confusa. Por mais que tentasse me concentra, não conseguia formar pelo menos um único pensamento coerente. Todo meu esforço estava concentrado em banir da minha mente a imagem de Mayu e Kiba naquela clareira.

-Naraku adora ver o sofrimento e a dor nos olhos das pessoas. –Miroku explicou- Talvez tenha esperado tanto apenas para ver ambos sofrerem, mas acho que tenha um motivo ainda maior por trás.

-A Shikon no Tama. -respondi depois de refletir um pouco- A portadora da joia, não pode ter sentimentos ruins já que isso seria absorvido pela Shikon no Tama. Ele deseja que eu macule a joia com a minha dor. 

-E é obvio que ele deseja que Inuyasha também seja destruído, e nada dói mais do que perd... Enfim, ter alguém que se ama em perigo- Miroku se corrigiu no final com medo de que me fizesse ficar ainda pior.

-Acho que não temos outra escolha a não ser sair e procurar pistas dele- Sango falou, se levantando. - Mas tenho quase certeza de que não iremos precisar procurar muito.

-Ele quer ser encontrado. –Kouga concluiu - Ele teve tempo o bastante para se recuperar da nossa última batalha, e ficar ainda mais forte.

-Mas nós também estamos mais fortes- Inuyasha falou pela primeira vez até então, levantando rapidamente com seu jeito confiante de ser.

Então, jogou um dos braços no meu ombro, me abraçando de lado e eu não pude evitar que um sorriso se formasse nos meus lábios. Mesmo quando tudo parecia perdido, ele ainda passava confiança não só para mim, mas para todos ali. Em segundos a atmosfera tensa, se transformou em uma ansiedade crescente em todos nós.

Inuyasha olhou para mim e eu balancei a cabeça concordando.
De alguma forma eu sabia exatamente o que passava na cabeça dele, pois era a mesma coisa que estava na minha.

Estaríamos prontos quando encontrássemos o Naraku da próxima vez.
E não haveria piedade para nenhum dos lados.
Era hora de colocar o ponto final em toda essa história.

A última batalha estava para começar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostdo do cap!*-*