Como jamais Amei Alguém escrita por gemeasgc


Capítulo 1
Capítulo 1




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Acordei naquela manhã, vesti uma roupa confortável e fui para o ginásio. Estava a caminho de mais um dos meus treinamentos extras com o guardião-dhampir-deus-gostos-rolo-alma gêmea-Belikov. Um pouco complicado, não?

  O guardião Belikov, Dimitri, havia se tornado o meu, hm, mentor há alguns meses. Mas acabou com uma certa paixão. Eu o amava. E estava (quase) convicta de que ele me amava. Eu amava os seus raros elogios e suas poucas palavras doces, amava o modo que seu cabelo sedoso caía sobre seu rosto e como ele o colocava para trás inconscientemnete, amava seu horrível hábito de ler romances de faroeste e ouvir músicas lançadas antes do meu nascimento, amava também seu velho e comprido casaco de couro preto e seus palavrões inteligíveis em russo, amva sua determinação e força. Porém, acima de tudo, amava o jeito que ele dizia o meu nome ‘Roza...’

  Mas esse amor era errado de acordo com... de acordo com o mundo. Mas o mundo que se exploda! Sete anos nem faziam tanta diferença, e em alguns meses nem irá mais existir a relação aluna/professor. Mas ainda existia Lissa. Nós seríamos seus guardiões, guardiões da Princesa Dragomir. Nós não devíamos nos apaixonar, senão iríamos defender um ao outro e Lissa ficaria sem proteção.

  Eu entrei no ginásio, hoje sem bonecos ou tatame, apenas Dimitri sentado com seu livro, seu casaco e uma sacola preta.

  Ele levantou os olhos do livro e disse um ‘bom dia’ meio sério e eu podia jurar que vi a ponta de um sorriso. Eu, com certeza, estava acabada. E meu rosto e cabelo sentiam um grande prazer em demonstrar isso.

  - Cansada? – ele perguntou, provavelmente se divertindo com a situação em que eu me encontrava.

  - Você acha? – eu disse irônia e o encarei, coloquei as mãos na cintura e levantei uma sombrancelha.

  Ele deu uma risada curta, que mais parecia um grunhido. Mas ainda sim ele estava se divertindo. Ele levantou e tirou o seu pesado casaco. Ótimo. Já ia me dirigindo lá para fora quando ele me chamou:

  - Aonde você esta indo? – ele perguntou

  - Nós vamos correr, certo?

  - Hoje eu serei o seu Strigoi particular.

  Pensamentos sujos, saiam da minha cabeça. AGORA!

  Ele provavelmente deve ter reparado a minha batalha interna e continuou, encabulado:

  - Digo... – ele coçou a garganta – e você fosse atacada por um strigoi e estivesse sem sua estaca. Você está em um quarto e o Strigoi está fechando a sua única saída.

  - Eu bateria nele, o suficientemente forte para deixá-lo desacordado e fugiria..? – eu respondi temerosa

  - Exato. Mas se fosse um Strigoi experiente, provavelmente ex-dhampir. O que você faria?

  - Depende. Eu tentaria usar o ambiente ao meu favor. Depende do quarto e o que tem nele.

  - Exato. De novo. Por isso nós vamos praticar essa situação hoje.

  Ele pegou a sacola preta do chão e tirou objetos comuns: um abajur, uma almofada, um espelho, uma caneta, e mais alguns outros itens, além de uma cadeira de madeira, na qual ele esteve sentado anteriormente. Ele posicionou os objetos espalhados pelo ginásio e por fim pegou uma replica de estaca, feita de borracha ‘sua estaca roubada’, ele disse e logo depois prendeu no cinto. E fez sinal para começarmos.

  Nós estávamos cercando um ao outro. Mas para mim mais parecia uma dança sensual e hipnotizante. Ele veio para ciam de mi, tentando chegar ao meu pescoço a qualquer custo. A atitude obvia de um Strigoi.

  Eu lhe acertei um soco no estômago, o que fez com que ele se afastasse um pouco, porém não o suficiente. Eu lhe dei mais um soco, dessa vez no rosto. Não sei quem estava ficando mais machucado, ele fisicamente ou eu psicologicamente. Ele me deu um olhar e eu pude ouvir a sua mensagem claramente ‘Nunca hesite’. Eu lhe apliquei um chute na barriga. Ops. Forte demais. Com um baque ele bateu na parede oposta e caiu no chão.

  Ele estava desnorteado, o que me deu tempo para jogar a cadeira na parede e improvisar uma estaca com seus destroços. Só que ela era de madeira. E nós não estamos no meio de uma aventura do Drácula.

  Abaixei para pegar a minha estaca improvisada do chão e seu braço circulou meu pescoço. Droga!

  Inspirei o ar com calma e tentei dar uma cotovelada em sua costela, ao mesmo tempo em que tentava desvencilhar meu pescoço de sua visão, mas mesmo assim ele não me soltou. Passei o pé por trás de seu joelho e tentei derrubá-lo. Aconteceu o contrario. Em um piscar de olhos eu estava no chão e ele estava em cima de mim. Ele se apoiou em seus joelhos, um da cada lado do meu quadril, seu hálito quente contra o meu pescoço.

  - A essa hora você já estaria morta... – ele disse no meu ouvido. Sua respiração estava descompassada e ele estava relaxado. Vulnerável. Eu virei nossos corpos e fiquei por cima.

  - Então teremos que trabalhar nisso – eu disse da forma mais sedutora possível. Enquanto dizia isso minhas mãos pegaram a estaca em seu cinto. Seus olhos colados aos meus. Ele não tinha reparado. Ele nos virou de novo.

  - Você sabe, depois eu quero essa estaca de volta – Inferno! Seus olhos, agora, estavam presos em minha boca entreaberta. Seus músculos presentes por baixo da sua camiseta preta estavam contraídos e evidentes, e o suor havia feito com que a camiseta se colasse ao seu tórax. Eu nos virei novamente.

  - Droga! Eu sempre achei que era uma boa distração – eu disse fingindo pesar. Seus olhos encararam os meus novamente e eu sustentei o seu olhar, que dessa vez expressava amor, paixão e desejo.

  E ele não aceitava esses sentimentos. Por cima de novo, ele falou:

  - Você sempre foi a minha maior distração, guardiã Hathaway. – eu abaixei os olhos, era a primeira vez que ele me chamava de ‘guardiã’, a minha duvida era se isso era orgulho ou ele estava com medo, fugindo dos seus sentimentos. – Rose, olhe para mim.

  - Orgulho ou medo? – eu perguntei magoada e com certeza de que ele entenderia

  Ele não me respondeu, apenas se levantou e esticou a mão para mim. Medo. Definitivamente medo. Me levantei sozinha e dispensei sua ajuda. Teimosia está no sangue Hathaway.

  - Roza... nós não devemos. Você sabe disso. Mas por via das dúvidas, os dois. Orgulho e medo. – ele baixou a guarda e estava sendo carinhoso. Todas as minhas dores pareceram sumir e o meu cansaço passar.

  Eu continuei olhando para os meus pés.

   - Fico feliz que você esteja orgulhoso. – eu disse fria, tentando quebrar o silencio.

  - Roza, eu já disse que você não pode mentir para mim.

  - Então o que você quer? – eu levantei a cabeça e a raiva surgiu

  - Que você seja sincera comigo.

  - Ótimo. Você sabe que existe alguma coisa aqui – eu apontei de mim para ele, freneticamente – Uma coisa forte, intensa. Apaixonante. Mas em uma hora você parece ter noção do tamanho e em outra... – eu perdi a minha voz

  - Em outra...? – ele insistiu

  - Em outra hora parece que só eu sinto isso. Que aos seus olhos eu sou apenas a sua aprendiz iludida, por quem você não sente absolutamente nada e é o ser mais acabado da face da Terra! – eu gritei segurando as lágrimas, eu não chorava fácil e eu não choraria agora – Então, Guardião Belikov você poderia me esclarecer o que é isso, para eu saber se estou sendo a menina estúpida?

  Ele não disse nada. Ele se aproximou e levantou a mão, como se estivesse pronto para secar as minhas lágrimas, porém a deixou cair. Eu era a menina estúpida.

  Me virei para ir embora, queria sair desse lugar. Agora mais do que nunca.

  Tinha dado meia volta quando senti a sua mão fria se fechar ao redor do meu punho. Em um solavanco meu corpo foi puxado para trás. E os lábios de Dimitri foram colados aos meus.

  Seus lábios eram gentis e cheios de desejo. O sentimento com qual tanto ele tentou lutar havia ganhado.

  Minhas mãos foram para o seu pescoço. E eu senti as suas mãos em minha cintura. Senti as minhas costas baterem na parede e Dimitri me prendia lá, como se eu fosse fugir. Bobinho.

  Nosso beijo agora era intenso, devastador. Eu cravai as minhas unhas em sua nuca e ele gemeu. Ponto para Rose! Ele interrompeu o nosso beijo e passou a beijar o meu pescoço. A sençação de seus lábios contra a minha pele era como fogo. Yeah, ponto para Dimitri! Comecei a trilhar uma linha dividida entre beijos e mordidas em sua mandibula, ao chegar em sua orelha, mordi o lobulo e sussurrei ‘Dimitri Belikov, você é muito sexy. Eu te amo’. Era a primeira vez que dizia claramente que o amava. Foi muito irracional, foi involuntário, se avaliarmos a mnha situação. Em resposta recebi alguma palavras em russo, que não adiantaram muita coisa, mas gosto de acreditar que eram coisas bonitas.

 

  Dimitri pegou as minhas mãos em seu pescoço e entrelaçou os nossos dedos. Porém as perndeu acima de minha cabeça.

  - Roza, - ele sussurrou o meu nome com o seu sotaque sexy-russo. Ele parou de me beijar e olhou em meus olhos – O que nós temos aqui é muito mais do que palavras, e melhor do que apenas amor. O que nós temos é uma ligação bem mais forte do que paixão ou desejo. Entenda isso, Rosemarie, você nunca foi iludida. Você é minha aprendiz. Por isso o que temos é errado. O que o destino reserva para nós é uma prova disso. Mas que fique claro, você não é só uma menina estupida. Você é uma mulher. Você é a MINHA Roza.

  Meus olhos estavam cheios de lágrimas. E agora, saindo do nosso momento de extase, eu reparei em que situação estávamos: minhas pernas estavam circulando o seu quadril, ele me prensava contra a parede e prendendo as minhas mãos acima de nossas cabeças. Meu cabelo estava um bagaço e nossas roupas amarrotadas.

  - Não chore, minha Roza – ele soltou as minhas mãos e secou as minhas lágrima, dessa vez sem hesitar. Eu soltei as pernas e meus pés tocaram o chão.

  Eu deveria estar feliz após essa declaração, mas só havia tristeza. Ainda era errado ficarmos juntos, e o que o destino reservava para nós era uma prova disso. Eu deveria respeitar as regras, mas eu sou Rose Hathaway, e isso eu não conseguiria fazer.

- Hey, quem disse que Rose Hathaway respeita as regras?

  - Agora aprendeu a ler mentes, camarada?

  - Não, aprendi a ler os seus olhos. – ele comentou e se virou para recolher os objetos.

  - Dimitri, - eu chamei e ele se virou – o que foi que você disse... em russo.

  - Ya lyublyu tebya, kak nikogda ne lyubil kogo-to – ele repetiu e abriu um sorriso fraco, mas verdadeiro

  Estava a dois passos da porta quando ele disse:

  - Rose, você parece muito cansada.. Acho, acho melhor nós suspendermos o treino por alguns dias. Você precisa descansar. – ele disse voltando a sua pose de guardião. Eu apenas assenti com a cabeça

  Agora eu estava desesperada para ir ao dormitorio, tomar um banho e acessar a internet. Sim. A frase em russo, eu precisava saber o seu significado.

  Novamente, ele estava fugindo. Cancelar os treinos por causa desse... incidente? OK, ele podia não querer/dever/poder ficar comigo. Mas cancelar os treinos que poderiam mudar a minha vida profissional pelo resto da eternidade? Filho duma égua!

  Quem deixou essa ligação existir? Quem deixou ele ir atrás de mim e Liss? Quem deixou eu vir para São Vlad? Quem deixou ele virar o meu mentor? Quem deixou ele fazer eu me apaixonar? Filho duma égua!

  Eu tomei um banho e vesti uma roupa qualquer. Olhei para o relogio e me vi atrasada. A pesquisa teria que ficar para mais tarde.

  Encontrei com Lissa antes das aulas, balancei a cabeça e fingi prestar atenção em suas palavras (em qualquer caso, quem gostaria de saber que roupa que ela vai usar no seu proximo encontro com Christian? Céus!). Não contestei nenhuma palavra de Stan e fingi ouvir as suas historias. No almoço ouvi as provocações de Christian e fingi não me importar, a minha cabeça não estava preparada para respostas grosseiras e humilhantes. Agradeci a inútil tentativa de Eddie para me distrais durante as aulas da tarde. Um dia normal.

  Após o jantar fui direto para o meu quarto sem antes ter um ENORME trabalho para convencer Lissa de que estava tudo bem, que era apenas cansaço.

  Liguei o laptop e abri em um site tradutor:

Ya lyublyu tebya, kak nikogda ne lyubil kogo-to”

  Russo para Inglês. E pronto.

  “Eu te amo como jamais amei alguém.”

  Eu abri um sorriso sincero. Eu tinha certeza de que ele me amava.

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   - Ei, camarada! – ele me olhou - Ya lyublyu tebya, kak nikogda ne lyubil kogo-to. Eu descobri o significado. - Ele abriu o maior sorriso que já tinha visto em seu rosto até hoje.

  - Achei que nunca conseguiria. – ele disse e eu devolvi o sorriso

  - Vamos treinar!


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Notas finais do capítulo

e então *---* esse foi um devaneio que eu gostei :)

ps: aquela frase parece ser ridicula em russo, mas tentem imaginar um gostosão russo dizendo isso
pps: quando ela chama ele de 'filho duma égua' ela ainda nao conhce a Olena, oks?

obrigada e beijos

reviews, pf? PPPS: ONE-SHOT, oks :)



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