With The Zombies escrita por HeyGabs


Capítulo 9
Capítulo 9




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Assim que eu ouvi o barulho do tiro, não pude evitar: virei assustada e Andrew me abraçou. Me senti segura. Fiquei assim por um instante, mas logo lembrei do que estava acontecendo e esse sentimento foi embora. Me virei e vi Michael desabando. O corpo de Caroline escorregou na parede, deixando uma marca de sangue, o que deixava a cena ainda pior.  Andrew viu que eu estava em choque e me abraçou novamente. Eu não sei o que me deu, mas eu comecei a chorar. Eu me sentia uma completa idiota, mas também sentia que precisava daquilo. Eu estava simplesmente cansada daquilo tudo! Fugir, fugir e fugir. Todas essas cenas horríveis de pessoas das quais eu estava começando a gostar, ensanguentadas, mortas por uma criatura que eu sempre achei que veria somente em filmes ou seriados de tv.

  Andrew e eu nos sentamos e ele me perguntou se eu queria conversar. Eu sabia que iria me sentir idiota, mas, de novo, eu precisava daquilo:

-Eu não vejo mais sentido em fugir. Quero dizer, pra quê? Não tem nada me esperando!

-Talvez tenha…

-O quê, por exemplo?

-Talvez um lugar livre de zumbis , onde você possa continuar sua vida.

-Hmm, não consigo ser otimista assim…

-Pois devia – Ele disse, me olhando nos olhos e sorrindo.

Nossa estranha conversa foi interrompida por Michael, que perguntou se nós concordávamos em pegar carros e sair daquela cidade. Para mim, não importava. Eu iria para qualquer lugar, não tinha nada a perder. Os outros também concordaram. Nós pegamos as armas e saímos em busca de carros. Eu não pude deixar de notar como Michael estava arrasado, tentando falhamente disfarçar isso.

 Nos dois quarteirões seguintes, nós achamos um Corolla e um C3. Eu, Andrew e Carson fomos no Corolla e Michael, Eric e Jesse no C3. Carson dirigiu naquele dia. E eu dormi. Dormi bem. Já nem me lembrava mais de quanto tempo fazia que eu não dormia bem daquele jeito. No dia seguinte, Andrew dirigiu e nós ficamos conversando, enquanto Carson dormia. Eu nunca tinha reparado em como Andrew é bonito. Beleza clássica, sabe? O cabelo era estratégicamente bagunçado e era loiro, loiro escuro. Os olhos eram escuros, mas me encantavam e ele era doce. E eu já mencionei o sotaque britânico? Simplesmente perfeito. Ele interrompeu meus pensamentos:

-Então, como era sua vida antes disso? – Ele começou.

-Ótima, mas eu não sabia disso. – Nós rimos – Eu era a típica vadia que todos odiavam, mas eu tinha o que queria. Mesmo assim não ficava satisfeita. E a sua vida? Como era?

Ele hesitou, mas respondeu:

-Eu morava com uma namorada. Nós estávamos juntos há 3 anos. O nome dela era Helena.

Era. Eu não queria perguntar o que tinha acontecido, mas estava torcendo para ele dizer. E ele disse.

-Um dia eu acordei e ela não estava lá. Simples assim. Todas as coisas dela tinham sumido e, no fundo, eu sabia o que tinha acontecido, mas não queria acreditar, sabe? Preferia pensar que ela tinha sido sequestrada e que eu ia achá-la e tudo ia ficar bem, ou qualquer coisa do tipo. Mas acho que se passou umas duas semanas e eu não tinha nenhuma notícia dela. Aí eu resolvi aceitar e superar. Mas até hoje eu não sei porque ela foi embora…

Eu estava perplexa. Muitas informações de uma vez e, como alguém podia abandonar alguém como o Andrew? Ela não era normal... Ele interrompeu meus pensamentos:

-Desculpe por te fazer de terapeuta. – Nós rimos

-Não tem problema.

Nós chegamos a uma cidade um pouco maior que as outras e decidimos passar a noite lá. Rodamos por um tempo procurando por um lugar seguro, onde pudéssemos dormir.

Nós achamos uma casa não muito grande e Michael começou a dar as ordens:

-Vamos nos dividr e checar e trancar tudo o que for possível. – Eric o interrompeu:

-E onde nós vamos dormir?

-Vamos procurar pelo maior cômodo da casa e dormir todos juntos, para evitar qualquer desencontro em caso de invasão – Michael respondeu. Aquelas palavras não foram muito agradáveis de serem ouvidas.

Enfim, nós nos acomodamos, afinal estávamos muito cansados, mas, como já era de se esperar, eu não conseguia dormir. Acho que fiquei mais ou menos 1 hora lá, fazendo nada e sem conseguir dormir. Eu não aguentava mais, então resolvi dar uma volta pela casa. Com medo, claro, mas eu realmente não queria ficar mais deitada.

A casa era bem bonita, na verdade. Claro, estaria bem melhor sem o toque dos zumbis, mas de qualquer jeito era bonita. Eu fui automaticamente para a cozinha, achando que eu iria abrir a geladeira, a luz dela iria iluminar a cozinha, eu ia pegar um copo de água e ia voltar para o quarto. Mas é óbvio que não havia nada lá. Então eu fui “explorar” o resto da casa. Vi a sala, um banheiro, mais um quarto, bem menor que o outro e então voltei para a sala e sentei no sofá. Fiquei um tempo sentada, pensando em nada, olhando para o nada. Até que eu ouvi um barulho.

Barulhos. Me assombram desde o início disso tudo. No começo, eu fugia deles. Agora eu vou atrás, procuro, acho e mato. Então eu fui.


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