Eu e Lucas estávamos revendo uns álbuns nossos, sentados em minha cama, relembrando algumas situações engraçadas do passado.

- Nossa Lucas, eu me lembrei de uma coisa... – Falei.

- O que Pedro?

- Hoje faz exatamente sete anos que somos... Amigos! – Falei, gaguejando um pouco, e dei um sorrisinho. Não era nada fácil ser apaixonado pelo seu melhor amigo. Qualquer brecha, é um grande fora.

- Verdade Pedrinho, faz tempo desde aquele dia da praça! Eu era muito sozinho, o quieto, o isolado... – E começou a rir.

Ficávamos vendo a foto, e um mostrando ao outro fotos meio bizarras, e percebemos que tínhamos bastante fotos juntos. O mais curioso, que com menos de uma semana, eu e ele já nos tornamos muito unidos, e nunca nos separamos.

- Se liga nessa foto Lucas, eu e você na praia.

Ele começou a rir, e senti um alivio. Aquele riso lindo dele me encantava mais e mais.

- Eu lembro Pedrinho... – Pedrinho era o jeito carinhoso que ele me chamava. Thomas sempre mexia comigo por isso. Ele percebeu que eu olhava-o diferente e começou a me ameaçar, dizendo que iria contar tudo para o Lucas se eu contasse sobre ele e o Pedro, que os dois estavam bem próximos, desde aquela brincadeirinha que tivemos...

“- Vai Thomas, você não é o machão? – Falei, eu e Bruno começamos a rir feitos loucos.

- Mas por que eu tenho que beijar e ainda agarrar o Pedro? – Ele falou um tanto nervoso.

- Por que isso é uma brincadeira! – Sara falou, no meu lugar. Pedro me olhava e suplicava, mas Thomas precisou cumprir o combinado, se não ia apanhar muito.

Ele se aproximou dele, passou os braços ao redor dele e Pedro ficou imóvel. Eles olharam um no olho do outro, suspiraram e começaram a se pegar. Pedro aos poucos foi se soltando e passou um braço ao redor de Thomas, e se não fosse Larissa, eles não iam acabar tão cedo o beijo. Ficamos de boca aberta, e os dois ficaram super vermelhos.”

- Pedro, você está bem? – Ele disse, desconfiado e apertou o meu braço levemente, me tirando de um transe, e ficou bem perto de mim. Na hora eu gelei. “Será que eu disse algo demais?”, pensei.

- Estou bem sim! – Falei bem convincente e um tanto nervoso. Ele continuou me encarando. Se ele ficasse tão perto de mim mais tempo, eu não iria conseguir me controlar.

- Se está falando... Acho que eu vou ligar para o Lanza, vê se está tudo bem e combinar com as meninas, quer ir?

- Sim! – Falei. “Garotas? Vou dar um tiro em quem se aproximar de você!”, pensei. Minha raiva estava se manifestando, e eu não podia descontrolar, não naquela hora. – Mas vou chamar o Thomy.

- Vamos dar altas voltas com as meninas! Mas cara, por favor, não vai dar crise e sair chorando que nem na última vez, e o Thomas correndo atrás de você, rindo que nem louco ok?

“Haha, pense assim Lucas. Você não vai ficar com ninguém se depender de mim!”, pensei novamente. – Claro Lucas, relaxa. Hoje eu vou, cof cof – comecei a tossir – curtir a vida.

- Assim que se fala! – Ele disse, de um grande sorriso e me deu um abraço. Dei um breve suspiro e arranjei uma oportunidade. O Abracei fortemente, passei a mão bem de leve pela extensão da sua cintura, dei um beijo gostoso próximo do pescoço. Ele recuou um pouco e falou: - Seu safado! E deu uma leve tapa em meu braço. Ele nem se importou muito, já estava acostumado, e sempre tivemos uns carinhos deste modo. Às vezes eu apertava sua coxa, o abraçava por trás quando estava distraído. Nunca perdia chance de fazer isso com ele.

Passou um bom tempo, e pareceu voar. Conversamos bastante, tiramos fotos, entramos no Orkut, no MSN, no Twitter, nos blogs e postamos as fotos e fizemos um vídeo para postar no Youtube. Ele se esqueceu de ligar para o Pedro e eu não fiz questão nenhuma de lembrá-lo. O melhor de tudo que ele dormiu na minha casa e conversamos até a madrugada.