A Escolha escrita por Miss Black_Rose


Capítulo 4
Capítulo 4




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- Mr. Riverton, seja novamente bem-vindo ao nosso hotel. – disse o hoteleiro, recebendo subordinadamente um casaco de linho escuro. – se não se importa eu gostaria de levá-lo até seu quarto. Tenho algumas novidades para o senhor.

Robert Riverton o encarou por alguns segundos de forma esnobe, o queixo levemente erguido, então seguiu vagarosamente pelo salão do hotel, encarando as pessoas, os objetos e a decoração grandiosa. Entre uma e outra face em que demonstrava seu desprezo, encontrava pessoas tão importantes quanto si, que cumprimentava demonstrando um prazer artificial e falso. O hoteleiro, sempre atrás de si, entregava suas malas, os casacos que ia tirando seguidamente e a cartola para os outros empregados num manifesto patético e autoritário contra eles. Quando enfim chegou ao elevador com Riverton, fez questão de expulsar “gentilmente” alguns hóspedes para fora, para que ficassem a sós.

As portas se fecharam lentamente e Robert arrancou as luvas, entregando-as para o hoteleiro em um só movimento.

- Diga logo o quer, Louis, pois estou num péssimo dia hoje.
- Bom, senhor, é que ontem um senhor de muita classe apareceu aqui à sua procura. De alguma forma ele sabe que o senhor freqüenta o nosso hotel por quase todos os dias ao ano e, bem, ele parecia muito rico e muito importante e...

- Vá logo ao assunto Louis!

- Ele deixou um presente.

- um presente? Que tipo de presente? – disse Robert Riverton com um sorriso levemente torto e interessado, mas sem largar mão do esnobismo agudo.

O hoteleiro gaguejou por alguns segundos, então esperou que a porta do elevador se abrisse, guiando o trilionário até uma porta de vidro fosco.

- é um presente singular, senhor. Uma coisa que, bem, eu...
- Mas quanto mistério, Louis! Diga logo o que é!
Louis abriu a porta completamente, enquanto Robert ficou estacado na entrada por alguns segundos. Uma jovem garota de doze anos estava sentada no meio da sala, envolta por um lençol de seda que, sedutoramente pendia de um dos ombros, nus e alvos. Os cabelos negros estavam presos em dois coques, cobertos por uma camada fina de pano decorado com alguns enfeites dourados e firmemente amarrados por fitas avermelhadas. Riverton encarou os lábios finos da menina e os olhos doces e acinzentados, enquanto Louis o observava enojado. Mr. Riverton o ignorou, entrando maravilhado na sala à passos lentos e suaves.

- saia Louis... – sussurrou o trilionário.

O hoteleiro, confuso e extasiado saiu do quarto trancando a porta. Lá fora, por alguns segundos, Louis hesitou, pensou e depois deu de ombros. Afinal, era um presente particular e ele nunca havia presenciado aquilo.

Dentro do quarto, Robert Riverton se aproximou da garota estendendo a mão fina (e recém hidratada por um dos cremes mais caros do mundo) até seu ombro despido, vagando sobre ele com as pontas dos dedos e subindo até a face delicada da chinesinha.

- você é tão linda... tão linda... – sussurrava para ela, enquanto a menina nada dizia.

Robert deslizou os dedos pela fronte, entre as mechas da franja negra, seguindo até o narizinho pequeno e depois até a boca delicadamente delineada pelo batón vermelho, a qual não teve coragem de beijar, porque considerou extremamente valiosa e queria mantê-la impecável até o último momento. Acariciou em seguida o pequeno queixo e depois deslizou os dedos pelo pescoço tão fino e indefeso até o meio do peito, onde começou a cavar o lençol de seda chinesa até o bico do silenciado de uma arma. Robert ecoou assustado, enquanto Ada se ergueu bruscamente, atirando contra sua cabeça. Um, dois, três tiros. Robert tombou no chão, a poça de sangue começou a se alargar rapidamente. Ada soterrou-o com o lençol vermelho, colocou um vestido rosado, desprendeu o cabelo e limpou a maquiagem pesada. Usando a chave do hóspede, a pequena abriu a porta e saiu discretamente, passando por Louis no salão, que conversava com um casal “importantíssimo” de recém milionários, e seguiu até o estacionamento, onde entrou em um Rolls-Royce Phantom Black.

Mary a esperava lá dentro e assim que a menina acenou com a cabeça, a agente informou que a missão havia sido resolvida com sucesso para seus superiores. Pegando o falso romance, Mary marcou um “x” ao lado da palavra “nível 1”e outro ao lado da sigla R.R.
* * *


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