Guiar aquele helicóptero até o mar era a melhor sensação que já havia sentido, talvez fosse por ter estado morto por alguns anos, mas, na maior parte era por ter Light ao meu lado. Nós estávamos conversando do jeito que nunca fizemos antes, falávamos como dois amigos que não se viam a anos. A voz doce de Light era música para meus ouvidos e eu tinha que me concentrar muito para não ficar apenas olhando para seu belo rosto e esquecer do helicóptero. Muitas vezes nós gargalhávamos. Sua risada era gostosa de ouvir. O que eu tinha feito durante minha vida toda para não ter ouvido aquela risada?

-E ela foi até o rio e pescou um maior que eu. É eu realmente nunca fui bom em pesca.- mais uma gargalhada de Light.

Eu também ria de suas histórias.

-Helicóptero 566, está ouvindo? Por que eu pergunto? Eu sei que está.- A voz de Near surgiu nos aparelhos de comunicação.

Eu fiquei sem silêncio.

-Eu não sei quem vocês são, mas parece que resolveram brincar um pouco comigo, então acho que vocês merecem um castigo. Exatamente neste momento um missel rastreador está sendo direcionado ao helicóptero de vocês... Ah, e quando chegarem no inferno, mandem lembranças para o L e o Kira verdadeiros.- A voz cessou.

Light me olhou com a mesma expressão de espanto que eu olhei para ele. Se o missel realmente fosse laçado, não demoraria muito para nos atingir. Eu fechei os olhos.

-Light, ali atrás, procure os para-quedas de emergência!

Eu abri os olhos, Light já se jogava para a parte de trás do helicóptero e começava a procurar os para- quedas. Eu torcia para que eles ainda estivessem lá.

-Só tem um L!- Light balançava a grande mochila nas mãos. Estava desesperado.

-Serve.

Eu coloquei o helicóptero em piloto automático. Se tudo desse certo nunca mais seriamos perturbados pelo Near.

Eu fui até onde estava Light e abri a porta do helicóptero.

-Você confia em mim?

Light acenou com a cabeça. Eu coloquei o para-quedas.

-Vire-se.

-O quê?

-Vire-se logo!- Eu ordenei a Light.

Ele se virou e eu o abracei por trás. Em outra situação aquilo seria muito excitante, mas agora eu não tinha tempo para pensar nisso.

-Light eu vou estar te segurando, você vai ter que abrir o para-quedas. Você conta até...

-Eu sei como se abre um para-quedas L, pula de uma vez!

Eu pulei.O vento levava meus cabelos para cima. O mesmo vento trazia o cheiro do Light ao meu rosto, um cheiro maravilho.

Light abriu o para-quedas. Começamos a planar no para-quedas, eu com Light em meus braços, ele guiando o para-quedas. Olhamos para a direção do prédio, um missel vinha na direção do helicóptero. Não demorou muito para que o atingisse sobre o mar. Ele explodiu em pedacinhos, os quais caíram todos no mar e afundaram. Estávamos livres do Near.

Light, com dificuldade, virou o rosto tentando me encarar. Eu pude ver um sorriso em seus lábios.

Nós chegamos ao chão. Estávamos no meio de alguns galpões abandonados. Eu não queria solta-lo, mas era o certo a fazer. O para-quedas foi caindo lentamente a nossas costas.

-Uhul, nós conseguimos.- Light gritou, e veio me abraçar. Ele pulava de alegria. Eu apenas sorri e curti o momento.

Agora finalmente poderíamos viver sem que ninguém nos incomodasse.