Depois da Morte escrita por adjr


Capítulo 10
Nova Vida


Notas iniciais do capítulo

Galera, desculpe não ter postado antes, é que eu estava sem tempo.
Espero que gostem.



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Eu ouvi uma voz distante. Era uma voz doce, como a de um anjo. Meus olhos foram abrindo vagarosamente. Os raios de sol iluminavam o quarto. Já devia ser tarde.

Olhei para o lado. Light estava deitado ao meu lado, com a cabeça sobre um dos braços. Ele passava a mão lentamente por meus cabelos que caiam sobre meus olhos e os acomodava atrás de minha orelha.

-Bom dia.- Ele disse baixinho, sorrindo.- Dormiu bem?

-Aham.- Eu disse fechando os olhos e me espreguiçando.- Que horas são?

-Quem sabe? Perdi a noção do tempo enquanto te olhava.- Ele se abaixou e beijou meus lábios.- O que acha de tomarmos café da manhã?

-Acho um ótima ideia.

Light se levantou. Seu belo corpo estava nu. Ele pegou uma toalha sobre o criado mudo ao lado da cama.

-Eu vou tomar banho, já volto.- Ele se aproximou e me deu mais um beijo.- Não fuja.- Então foi na direção do banheiro.

Eu fiquei mais alguns segundos deitado, me espreguiçando. Levantei e vesti a roupa. Embora não gostasse de meias, também não gostava de ficar nu. 

Eu sentei sobre a cama tentando decidir o que deveríamos fazer primeiro. Peguei o telefone que ficava sobre a mesa.

-Recepcionista, peça para trazer um jornal pra mim.

-Um jornal... Só um momento...-Ela falou algo com alguém que estava próximo.- Sim, parece que temos jornais. Em alguns minutos chegará em seu quarto, mais alguma coisa?

-Não obrigado.- Eu desliguei o telefone.

Eu precisava, ante de tudo me atualizar. Saber o que ocorria no mundo. Um jornal seria perfeito.

Não demorou muito que eu ouvisse o barulho de batidas na porta. Eu levantei e fui atender.

-Bom dia senhor, aqui esta seu jor... -O rapaz deu uma olhada no jornal, como se estivesse verificando o nome.- Jornal.

-Obrigado.- Eu lhe entreguei uma nota de dez ienes e fechei a porta.

Comecei a folhar o jornal. "Presidente mulher é eleita pela segunda vez seguida nos EUA". "É desenvolvida uma vacina para a gripe eqüina." "Milhões morrem em atentado terrorista a Casa Branca". Ok, nada de interessante. Sentei na cama para analisá-lo melhor. Fui até as notícias menos importantes. De repente uma me chama atenção. Não era bem uma notícia, era mais uma nota. Dizia: "Ontem, dia 5 de Novembro, foi um dia muito triste para várias pessoas que se reuniram em frente ao lar de adoção Wammy's House para lembrar a morte de Quillsh Wammy. Ontem faz exatos dez anos de sua morte, e, para homenagia-lo todos os ex-moradores do lar se reunirão com flores e velas."

Eu fiquei em silêncio por uns instantes.

Faziam dez anos. Dez anos que eu havia morrido. Fazia muito tempo mesmo.

Eu joguei o jornal para o lado e fechei os olhos.

Ouvi quando Light saiu do banheiro.

-Tudo bem L?- Eu abri os olhos. Ele estava abaixado na minha frente.

-Tudo... Já fazem dez anos...

Light olhou para o lado e viu o jornal. Ele o pegou e leu a data. Seis de Novembro de dois mil e quatorze. Ele deixou o jornal novamente no chão.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e encostou a sua testa à minha.

-Não pensa mais nisso... Agora nós vamos viver uma nova vida.- Seus lábios tocaram os meus.

Eu fechei os olhos mais uma vez. Realmente eu desejava esquecer tudo o que havia ficado no passado, mas não conseguia. Eu respirei profundamente.

-Nós precisamos de documentos.

-Que? Ah, documentos.- Light me olhou como se esperasse que eu tivesse dito outra coisa.

-É, se dermos sorte, tenho um amigo que pode nos ajudar.

-Tá, mas depois, agora vamos aproveitar nosso paraíso.

Ele fez com que eu deitasse na cama e deitou-se sobre mim me beijando. Ele tinha razão, devíamos aproveitar um pouco mais.

***

Nós andávamos pelas calçadas de Tókio. Light vestia uma camisa branca e uma calça jeans azul. Em seus pés, sapatos negros. Estava lindo.

Eu estava como sempre. Uma camisa branca e uma calça jeans azul. Em meus pés, chinelos, afinal eu odeio sapatos e meias. Estava quase parecido com Light, mas ele conseguia ficar muito mais lindo que eu com qualquer roupa que fosse.

-Chegamos.- Eu disse parando em frente a um prédio enorme, Kawaii Center.

-Que bonitinho.- Light deu uma risadinha.

-Espero que ele esteja em Tókio, ele é de Londres e normalmente viaja para lá.

Eu me aproximei do interfone e apertei o botão número vinte e nove. Em uma telinha apareceu um rosto familiar. Era Mackenzie, mas estava muito diferente. Sua barba sempre bem feita estava enorme, seu rosto estava redondo e gordo. O tempo realmente não lhe fizera bem. Eu, como sempre, tampei a câmerazinha, que ficava sobre a telinha, com a mão.

-Quem é?- O rapaz da telinha falou.

-L.

-L morreu. Agora não me perturbe mais Near.

Ele sabia. A brincadeirinha não havia dado certo. Eu retirei a mão ta telinha.

-Espere, sou eu sim Mack.

Os olhos de Mack se arregalaram.

-Eu pensei que você estivesse morto, entre, entre.- a telinha se apagou.

Ouviu-se um som agudo e o portão se abriu. Eu peguei na mão de Light.

-Vem Light.

Nós entramos e subimos pelo elevador. Quando as portas do elevador se abriram nós mostraram a figura gorda de Mack nos esperando a porta de seu apartamento.

-L! Onde você esteve?

-Por ai, de...- Eu olhei com o canto dos olhos para Light, que deu um sorriso.- Férias.

Mack olhou para Light e pareceu entender.

-Ah, entendi. Entre, entre.- Ele acenava  para que entrássemos para dentro de seu apartamento.

Nós entramos e sentamos, enquanto Mack foi buscar algo na cozinha. Realmente, Mack devia ter ganhado muito dinheiro depois de minha morte, pois o sofá rasgado e a TV de quatorze polegadas que ficavam em sua sala foram substituídos por um enorme sofá bege e uma TV LCD muito grande, a maior que eu já havia visto.

Ele voltou com um bule de chá, algumas xícaras e um açucareiro. Enquanto nos servia ele falava.

-Então L, o que o trás aqui?

-Estava pensando se você ainda trabalha com aqueles assuntos.- Eu colocava alguns torrões de açúcar no chão.

-Esse é o velho L, sempre enchendo de açúcar o chá e tudo o mais que come.- Mack deu uma risada.

-Um dia ele acaba morrendo.- L fez a piadinha. Mack riu. Eu apenas o olhei com o canto dos olhos, era impossível se zangar com ele, então sorri.

-Sim, eu ainda trabalho com aqueles assuntos, do que precisa L?- Mack bebia um pouco de chá.

-Eu preciso de tudo o que você tiver. Com L Lawliet e... - Eu olhei para Light, tentando imaginar que nome se encaixaria a ele.

-Shinsei Katsu.- Light disse.

Realmente, não havia nome melhor. Shinsei Katsu, uma forma de escrever Shin Seikatsu, nova vida.

Eu levantei.

-Quando podemos pegar a encomenda Mack?

-Agora mesmo L.- Ele me olhou como s não acreditasse no que eu acabara de dizer.- Afinal onde você tirou férias? Numa caverna?- Ele riu. Eu também ri, era óbvio que a tecnologia havia avançado bastante.- Só precisamos de uma coisinha.- Mack pegou um celular do bolso e tirou duas fotos, uma minha outra de Light.- Agora esperem aqui, já volto com seus novos documentos.

Ele foi na direção oposta a da cozinha. Ligh chegou mais perto de mim no sofá.

-Por que você deu seu nome verdadeiro?

-Porque quem morreu foi o detetive L e não L Lawliet.

-Espere um minuto, seu primeiro nome é L?

-Sim L... Éle. Porque?

-Porque é estranho alguém colocar o nome de um filho de L.

-Eu também acho, mas nunca tive a oportunidade de perguntar a meus pais o porque desse nome.

-Ah, me desculpe.

-Não foi nada, eu já me acostumei a isso.- Dei um beijo em sua bochecha esquerda.

Esperamos um pouco, nem vinte minutos. Mack surgiu com dois envelopes amarelos.

-Aqui estão, tudo o que vocês precisarão para ter uma nova vida com esse novos nomes.

-Ah obrigado Mack, quanto lhe devo?

-Ah, não é nada L. Foi graças a sua suposta morte que a maioria dos maiores detetives do mundo vieram me procurar.

-Hum, e sobre isso, eu ficaria feliz se não dissesse a ninguém que me viu.

-Pode deixar amigo, não vi você e nem seu amigo Shinsei.

Ele se despediu com um aperto de mão.

-Até mais amigo, espero que venha me ver mais vezes.

-Pode deixar, adeus amigo.

Eu acenei e sai, Light junto comigo.

-Vejamos... RG, CPF, passaporte, carteira de motorista, carteira de trabalho...-Eu disse enquanto olhava os documentos do envelope, andando na calçada ao lado de Light.- É o suficiente, não é Light?

-É!- Light respondeu secamente.

Eu olhei para seu rosto, ele estava com a cara amarrada, visivelmente bravo. Então eu segurei seu braço o fazendo parar.

-Hei, o que foi?

-Você e aquele seu... "amiguinho". Quer dizer então que você vai voltar para vê-lo?

Eu analisei a situação por alguns segundos.

-Light, você está com ciumes?

-O que... eu... Não, é claro que não!

-Está sim, meu Light está com ciumes.- eu disse cutucando sua barriga com a ponta dos dedos.

-Ta bom, eu estou com um pouco de ciumes. Mas não era para estar? 

Eu o abracei pela cintura e olhei em seus olhos.

-Light, você acha que eu o trocaria pelo Mack? Você é tudo na minha vida. Eu te amo.

-...

O beijo não foi longo, mas foi de longe o melhor até o momento. O beijo de reconciliação, embora não tivéssemos brigado.

-Onde vamos agora?

-Para o banco, vamos retirar o dinheiro da nossa casa.

-Casa?

Eu apenas balancei a cabeça confirmando. Light então pulou em meus braços abraçando meu pescoço.

-Eu te amo.

E me beijou.


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