Depois da Morte escrita por adjr
Notas iniciais do capítulo
Galera, desculpe não ter postado antes, é que eu estava sem tempo.
Espero que gostem.
Eu ouvi uma voz distante. Era uma voz doce, como a de um anjo. Meus olhos foram abrindo vagarosamente. Os raios de sol iluminavam o quarto. Já devia ser tarde.
Olhei para o lado. Light estava deitado ao meu lado, com a cabeça sobre um dos braços. Ele passava a mão lentamente por meus cabelos que caiam sobre meus olhos e os acomodava atrás de minha orelha.
-Bom dia.- Ele disse baixinho, sorrindo.- Dormiu bem?
-Aham.- Eu disse fechando os olhos e me espreguiçando.- Que horas são?
-Quem sabe? Perdi a noção do tempo enquanto te olhava.- Ele se abaixou e beijou meus lábios.- O que acha de tomarmos café da manhã?
-Acho um ótima ideia.
Light se levantou. Seu belo corpo estava nu. Ele pegou uma toalha sobre o criado mudo ao lado da cama.
-Eu vou tomar banho, já volto.- Ele se aproximou e me deu mais um beijo.- Não fuja.- Então foi na direção do banheiro.
Eu fiquei mais alguns segundos deitado, me espreguiçando. Levantei e vesti a roupa. Embora não gostasse de meias, também não gostava de ficar nu.
Eu sentei sobre a cama tentando decidir o que deveríamos fazer primeiro. Peguei o telefone que ficava sobre a mesa.
-Recepcionista, peça para trazer um jornal pra mim.
-Um jornal... Só um momento...-Ela falou algo com alguém que estava próximo.- Sim, parece que temos jornais. Em alguns minutos chegará em seu quarto, mais alguma coisa?
-Não obrigado.- Eu desliguei o telefone.
Eu precisava, ante de tudo me atualizar. Saber o que ocorria no mundo. Um jornal seria perfeito.
Não demorou muito que eu ouvisse o barulho de batidas na porta. Eu levantei e fui atender.
-Bom dia senhor, aqui esta seu jor... -O rapaz deu uma olhada no jornal, como se estivesse verificando o nome.- Jornal.
-Obrigado.- Eu lhe entreguei uma nota de dez ienes e fechei a porta.
Comecei a folhar o jornal. "Presidente mulher é eleita pela segunda vez seguida nos EUA". "É desenvolvida uma vacina para a gripe eqüina." "Milhões morrem em atentado terrorista a Casa Branca". Ok, nada de interessante. Sentei na cama para analisá-lo melhor. Fui até as notícias menos importantes. De repente uma me chama atenção. Não era bem uma notícia, era mais uma nota. Dizia: "Ontem, dia 5 de Novembro, foi um dia muito triste para várias pessoas que se reuniram em frente ao lar de adoção Wammy's House para lembrar a morte de Quillsh Wammy. Ontem faz exatos dez anos de sua morte, e, para homenagia-lo todos os ex-moradores do lar se reunirão com flores e velas."
Eu fiquei em silêncio por uns instantes.
Faziam dez anos. Dez anos que eu havia morrido. Fazia muito tempo mesmo.
Eu joguei o jornal para o lado e fechei os olhos.
Ouvi quando Light saiu do banheiro.
-Tudo bem L?- Eu abri os olhos. Ele estava abaixado na minha frente.
-Tudo... Já fazem dez anos...
Light olhou para o lado e viu o jornal. Ele o pegou e leu a data. Seis de Novembro de dois mil e quatorze. Ele deixou o jornal novamente no chão.
Ele segurou meu rosto com as duas mãos e encostou a sua testa à minha.
-Não pensa mais nisso... Agora nós vamos viver uma nova vida.- Seus lábios tocaram os meus.
Eu fechei os olhos mais uma vez. Realmente eu desejava esquecer tudo o que havia ficado no passado, mas não conseguia. Eu respirei profundamente.
-Nós precisamos de documentos.
-Que? Ah, documentos.- Light me olhou como se esperasse que eu tivesse dito outra coisa.
-É, se dermos sorte, tenho um amigo que pode nos ajudar.
-Tá, mas depois, agora vamos aproveitar nosso paraíso.
Ele fez com que eu deitasse na cama e deitou-se sobre mim me beijando. Ele tinha razão, devíamos aproveitar um pouco mais.
***
Nós andávamos pelas calçadas de Tókio. Light vestia uma camisa branca e uma calça jeans azul. Em seus pés, sapatos negros. Estava lindo.
Eu estava como sempre. Uma camisa branca e uma calça jeans azul. Em meus pés, chinelos, afinal eu odeio sapatos e meias. Estava quase parecido com Light, mas ele conseguia ficar muito mais lindo que eu com qualquer roupa que fosse.
-Chegamos.- Eu disse parando em frente a um prédio enorme, Kawaii Center.
-Que bonitinho.- Light deu uma risadinha.
-Espero que ele esteja em Tókio, ele é de Londres e normalmente viaja para lá.
Eu me aproximei do interfone e apertei o botão número vinte e nove. Em uma telinha apareceu um rosto familiar. Era Mackenzie, mas estava muito diferente. Sua barba sempre bem feita estava enorme, seu rosto estava redondo e gordo. O tempo realmente não lhe fizera bem. Eu, como sempre, tampei a câmerazinha, que ficava sobre a telinha, com a mão.
-Quem é?- O rapaz da telinha falou.
-L.
-L morreu. Agora não me perturbe mais Near.
Ele sabia. A brincadeirinha não havia dado certo. Eu retirei a mão ta telinha.
-Espere, sou eu sim Mack.
Os olhos de Mack se arregalaram.
-Eu pensei que você estivesse morto, entre, entre.- a telinha se apagou.
Ouviu-se um som agudo e o portão se abriu. Eu peguei na mão de Light.
-Vem Light.
Nós entramos e subimos pelo elevador. Quando as portas do elevador se abriram nós mostraram a figura gorda de Mack nos esperando a porta de seu apartamento.
-L! Onde você esteve?
-Por ai, de...- Eu olhei com o canto dos olhos para Light, que deu um sorriso.- Férias.
Mack olhou para Light e pareceu entender.
-Ah, entendi. Entre, entre.- Ele acenava para que entrássemos para dentro de seu apartamento.
Nós entramos e sentamos, enquanto Mack foi buscar algo na cozinha. Realmente, Mack devia ter ganhado muito dinheiro depois de minha morte, pois o sofá rasgado e a TV de quatorze polegadas que ficavam em sua sala foram substituídos por um enorme sofá bege e uma TV LCD muito grande, a maior que eu já havia visto.
Ele voltou com um bule de chá, algumas xícaras e um açucareiro. Enquanto nos servia ele falava.
-Então L, o que o trás aqui?
-Estava pensando se você ainda trabalha com aqueles assuntos.- Eu colocava alguns torrões de açúcar no chão.
-Esse é o velho L, sempre enchendo de açúcar o chá e tudo o mais que come.- Mack deu uma risada.
-Um dia ele acaba morrendo.- L fez a piadinha. Mack riu. Eu apenas o olhei com o canto dos olhos, era impossível se zangar com ele, então sorri.
-Sim, eu ainda trabalho com aqueles assuntos, do que precisa L?- Mack bebia um pouco de chá.
-Eu preciso de tudo o que você tiver. Com L Lawliet e... - Eu olhei para Light, tentando imaginar que nome se encaixaria a ele.
-Shinsei Katsu.- Light disse.
Realmente, não havia nome melhor. Shinsei Katsu, uma forma de escrever Shin Seikatsu, nova vida.
Eu levantei.
-Quando podemos pegar a encomenda Mack?
-Agora mesmo L.- Ele me olhou como s não acreditasse no que eu acabara de dizer.- Afinal onde você tirou férias? Numa caverna?- Ele riu. Eu também ri, era óbvio que a tecnologia havia avançado bastante.- Só precisamos de uma coisinha.- Mack pegou um celular do bolso e tirou duas fotos, uma minha outra de Light.- Agora esperem aqui, já volto com seus novos documentos.
Ele foi na direção oposta a da cozinha. Ligh chegou mais perto de mim no sofá.
-Por que você deu seu nome verdadeiro?
-Porque quem morreu foi o detetive L e não L Lawliet.
-Espere um minuto, seu primeiro nome é L?
-Sim L... Éle. Porque?
-Porque é estranho alguém colocar o nome de um filho de L.
-Eu também acho, mas nunca tive a oportunidade de perguntar a meus pais o porque desse nome.
-Ah, me desculpe.
-Não foi nada, eu já me acostumei a isso.- Dei um beijo em sua bochecha esquerda.
Esperamos um pouco, nem vinte minutos. Mack surgiu com dois envelopes amarelos.
-Aqui estão, tudo o que vocês precisarão para ter uma nova vida com esse novos nomes.
-Ah obrigado Mack, quanto lhe devo?
-Ah, não é nada L. Foi graças a sua suposta morte que a maioria dos maiores detetives do mundo vieram me procurar.
-Hum, e sobre isso, eu ficaria feliz se não dissesse a ninguém que me viu.
-Pode deixar amigo, não vi você e nem seu amigo Shinsei.
Ele se despediu com um aperto de mão.
-Até mais amigo, espero que venha me ver mais vezes.
-Pode deixar, adeus amigo.
Eu acenei e sai, Light junto comigo.
-Vejamos... RG, CPF, passaporte, carteira de motorista, carteira de trabalho...-Eu disse enquanto olhava os documentos do envelope, andando na calçada ao lado de Light.- É o suficiente, não é Light?
-É!- Light respondeu secamente.
Eu olhei para seu rosto, ele estava com a cara amarrada, visivelmente bravo. Então eu segurei seu braço o fazendo parar.
-Hei, o que foi?
-Você e aquele seu... "amiguinho". Quer dizer então que você vai voltar para vê-lo?
Eu analisei a situação por alguns segundos.
-Light, você está com ciumes?
-O que... eu... Não, é claro que não!
-Está sim, meu Light está com ciumes.- eu disse cutucando sua barriga com a ponta dos dedos.
-Ta bom, eu estou com um pouco de ciumes. Mas não era para estar?
Eu o abracei pela cintura e olhei em seus olhos.
-Light, você acha que eu o trocaria pelo Mack? Você é tudo na minha vida. Eu te amo.
-...
O beijo não foi longo, mas foi de longe o melhor até o momento. O beijo de reconciliação, embora não tivéssemos brigado.
-Onde vamos agora?
-Para o banco, vamos retirar o dinheiro da nossa casa.
-Casa?
Eu apenas balancei a cabeça confirmando. Light então pulou em meus braços abraçando meu pescoço.
-Eu te amo.
E me beijou.
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