Baú da Perdição escrita por nikka


Capítulo 7
Magia


Notas iniciais do capítulo

Recomendo, este´está bem legal.



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Evarínya apareceu pela manhã e acordou Allan com um sussurro que arrepiou os cabelos mal cortados dele

- que horas são? – perguntou o garoto reprimindo um bocejo

-aproximadamente umas três da manhã – disse a Elfa totalmente desperta

- TRÊS DA MANHÃ! – exclamou o garoto indignado

- Você quer que eu te ensine magia na frente de todo mundo?

- não, mas três da manhã?!?!

- por mim tudo bem, se você fracassar não sou eu quem vai passar vergonha – chantageou a Elfa fazendo menção de ir embora.

- Não, espere! Você disse magia?

Quem visse a cena poderia até achar engraçado: uma mulher muito bela em trajes masculinos com um garotinho no meio do mato sentados lado a lado segurando um punhal comum olhando para o céu ainda meio escuro.

Na verdade a Elfa estava recitando uma ladainha para invocar os poderes concedidos pelos Deuses apenas aos seres místicos. Quando já passava das cinco da manhã a Elfa parou de falar passou meia hora deitada de borco no chão, o garoto preocupado foi dar uma espiadela e por pouco não deu um berro que seria capaz de acordar a ilha inteira.

Os olhos da Elfa (normalmente cor de mel) estavam completamente brancos, e no momento em que o menino preparava os pulmões a Elfa se ergueu do chão voltando ao normal.

- Aproxime-se – Chamou a Elfa.

O garoto negou em silencio, ainda abobalhado pelo que vira.

- não seja idiota, estou normal, pode vir!

O garoto não se mexeu

- se você não vier a magia não poderá se concluir e você não terá Poder algum!

O garoto se aproximou istantânemente

- preste atenção, o que aconteceu aqui morre aqui, é proibido expressamente pelo Código de Base invocar o Poder e repassá-lo para algo ou alguém. Por enquanto o Poder está no punhal.

- Por que um punhal?

- pois o Poder precisa passar para o seu sangue, ou você acha que eu iria cortar você com uma espada?

- Na verdade eu não esperava ter que me cortar – disse o garoto com um pouco de medo do que a Elfa iria fazer.

- você quer realmente acabar com a maldição?

- Quero! – Respondeu o garoto tentando parecer mais corajoso do que se sentia.

-Ótimo, então não terá nenhum problema.

E depois de dizer isso a Elfa se aproximou agilmente do garoto e fez com que o punhal atravessasse a garganta dele, o sangue começou a jorrar e o garoto desabou no chão.

- Merda! Matei o menino, a magia não deu certo e... – mas a Elfa foi obrigada a parar suas lamentações, pois o garoto foi bruscamente erguido no ar, o sangue que manchava o chão começou a brilhar, punhal se iluminou e tudo cessou tão rápido quanto tinha começado, o menino desabou e tudo voltou ao silencio matinal.

- Allan! Allan... Allan... – Evarínya falava com o menino para mante-lo acordado enquanto saiam da mata.

Quando Allan despertou estava em uma cabana de madeira que ele supôs que fosse da Elfa, ao se lembrar do que havia acontecido involuntariamente levou a mão ao pescoço e deu um berro ao sentir o tamanho do corte que ali estava. Levantou-se da rede em que estava deitado e se sentiu um pouco tonto e pensou enquanto tocava novamente o pescoço que adoraria saber onde estava Evarínya e de repente escutou a voz dela, olhou em volta mas não viu ninguém então a voz disse “você é realmente meio burro, não garoto?eu estou na sua mente!”

- Na minha mente?

“não precisa falar, é só pensar o que quiser me dizer”

“Eu quero que você venha aqui, seja lá onde seja o buraco onde você me largou depois de tentar me matar”

“eu não tentei te matar, eu lhe matei. O ‘buraco’ onde você está é minha casa e eu estou chegando”

- Cheguei! – essa ultima palavra a Elfa disse em voz alta.

- onde estava? – perguntou o garoto em tom de acusação

- calma, eu fui buscar o jantar.

Enquanto o menino via a Elfa trabalhar em cima dos legumes que ela trouxera ele não agüentou mais e perguntou

- O que realmente aconteceu comigo?

- eu lhe matei e lhe dei a vida. – respondeu a Elfa sem deixar revelar nenhuma emoção.

- Mas como isso pode ser verdade? – perguntou o garoto, e então a Elfa se aproximou com duas tigelas com cozido. O menino fez uma cara de nojo, mas começou a comer quando viu que a Elfa estava olhando para ele.

- preste atenção moleque, pois eu não quero ter que explicar mais de uma vez: o Poder é concedido ao seres místicos, apenas aos seres místicos Eu fiz uma magia perigosa e proibida, que é invocar o poder e dá-lo a você. Você não é mas a mesma pessoa, você passou por um processo de renascimento, a partir de hoje você é como eu, como um Serêiaco, como um Anão, ou como qualquer outra raça mística. O Poder foi concedido a você, isso não significa que você vai conseguir tirar o baú da ilha sem esforço.

- aquela transmissão de pensamentos foi..

- Algo comum entre os dotados de Poder.

- o que realmente é esse Poder? – quis saber o menino

- é a relação que agora você é capaz de ter com todas as coisas vivas que o cercam, cada espécie foi destinada a uma parte da natureza: Os Elfos foram destinados a floresta, os Serêiacos ao mar, os anões aos animais e os gnomos são os guardiões das outras espécies.

- E eu?

- Você, eu acho, que por causa da maldição seu poder também é sobre o mar.

- e por que o Capitão Francis não pode ter a magia para lhe ajudar?

- quando Francis descobriu a maldição começou a vagar pelos mares sem um curso, navegou por todos os mares, até encontrou-se com um Serêiaco que lhe deu o Poder, porém o Jovem Francis não sabia como controlá-lo e tentou então restaurar a vida um dos seus melhores amigos que havia morrido e que estava para ser jogado no mar.

Isso vai contra com a regra mais importante do Código de Base. Ele teve a memória apagada e não se lembra de nada disso, ele se lembra de ficar perdido no mar, então eu apareço com meu navio e o salvo junto com o resto de seus tripulantes.Quando Allan reparou já estava na terceira tigela de cozido, quando a Elfa lhe falou para passar a noite ali para ela poder observar se houve alguma mudança em seu aspecto físico. Allan começou a pensar em uma cama fofa e quentinha quando a Elfa interrompeu o pensamento.

- você vai passar a noite toda fazendo testes de força e agilidade.

- o quê?!?!? Você me acorda às três da manhã, me mata, me faz renascer como um ser místico e ainda quer que eu fique acordado para fazer testes?

- Sim – a Elfa respondeu com tal firmeza que o menino nem pensou em resmungar mais

- esse corte em meu pescoço as pessoas vão reparar, porque não é todo dia que aparece uma pessoa viva e com um buraco no pescoço e... – ele reparou que a Elfa dera um sorriso, e que era a coisa mais linda que ele já tinha visto. De repente ficar a noite toda em companhia da Elfa não pareceu tão ruim

- Fique parado para eu poder ver o que é preciso fazer. – o garoto sentiu quando a Elfa encostou a mão no seu pescoço cortado, sentiu a palma da Elfa esquentar , sentiu como se o seu pescoço se juntasse novamente e inesperadamente tudo cessou, assim mesmo sem luzes, sem estrondos, sem mais nem menos.

- é só isso? – perguntou o menino um tanto decepcionado

- o que é que estava esperando, uma varinha mágica, luzes brilhantes e depois um chá quentinho para ir dormir? Aprenda de uma vez por todas que isso não é um conto de fadas, é a realidade e quem nem sempre vai ter um final feliz.


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Notas finais do capítulo

bom? ruim? mais ou menos?
comente e ajude a melhorar.



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