Baú da Perdição escrita por nikka


Capítulo 2
Fuga




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Carmen era uma linda mulher que, por uma infelicidade, morreu dando a luz ao seu único filho: Allan.

11 anos se passaram e Allan havia se tornado um menino magricela, com olhos grandes e azuis. Talvez por culpa do padrasto que contava histórias sobre as viagens que fizera na época que era marinheiro, ou talvez porque morava em uma cidade portuária, Allan tinha um fascínio por mares além do horizonte que nenhuma das inúmeras mulheres sem filhos da cidade que o haviam “adotado” sentimentalmente sabiam como explicar.

Aquela seria apenas mais uma noite abafada de verão, quando o vigia do porto que ficava em uma torre alta caiu morto no chão. A pequena cidade de Adurna que surgiu ao redor do porto estava sendo invadida por um Navio pirata e já não havia mais quem pudesse alertar os moradores.

Os piratas foram silenciosos: Entravam sorrateiramente nas casas, pegavam tudo que parecia de valor e saiam silenciosamente para não acordar os moradores que naquela altura da madrugada já estavam todos dormindo. Plano muito simples e eficaz.

Mais rápido do que se pode imaginar, os piratas saquearam toda a cidadezinha, porém eles não sabiam que nessa cidade havia um menino que sofria de insônia nas noites mais quentes, e também não sabiam que esse menino passava suas noites sentado na praia olhando o mar, e não sabiam ainda que esse menino que adorava o mar tinha tudo preparado para quando surgisse uma oportunidade de fugir e navegar para longe daquelas mulheres que o tratavam como “pobre coitadinho do orfãozinho”.

Quando Allan viu o navio que sustentava a bandeira característica dos piratas seus olhos brilharam e o seu rosto se iluminou com um sorriso de felicidade e alívio.

Levantou da praia, voltou para casa, juntou rapidamente os seus bens mais preciosos, pegou uma carta que já estava escrita há muito tempo debaixo do colchão, e colocou na mesinha de cabeceira do seu padrasto, deu-lhe um beijo na testa, pois aquele homem que estava dormindo ali bem na frente dele era o único que Allan sentia remorso por abandonar.

Entrou no navio sem ser notado e quase morreu do coração quando ouviu as risadas dos piratas se aproximando e só se sentiu realmente mais tranqüilo quando encontrou o caminho para o porão e se escondeu do melhor jeito que pode entre enormes barris de pólvora.

Pode ouvir quando os piratas levantaram a ancora e quando o navio lentamente se afastou da praia ele sentiu o coração acelerar mais uma vez

- Consegui! – Allan exclamou baixinho de tanta emoção que estava sentindo, era uma mistura de satisfação por conseguir entrar no navio, alegria por realizar seu sonho, medo de quando os piratas o encontrassem, remorso por abandonar o padrasto e ainda ansiedade pelas aventuras que viriam com o tempo. Os pensamentos de Allan se perderam quando ele escutou uma voz firme vinda provavelmente do convés.

- Cavalheiros, excelente pilhagem! – O garoto supôs acertadamente que era o capitão – Rumaremos agora para Tortuga, onde repartiremos tudo e vocês poderão passar um tempo em terra firme – o capitão fez uma pausa em quanto à tripulação começou a murmurar, em seguida o capitão retomou a palavra mais severo – Porém, meu caros companheiros, Tortuga fica a várias milhas e se quiserem chegar em umas duas semanas ponham se a trabalhar!

A última coisa que Allan ouviu antes de dormir foram os ruídos de passos se apressando para cumprir as ordens do capitão, pois vencido pelo cansaço caiu no sono. Acordou a pontapés quando deu por si estava deitado no convés cercado pela tripulação e na frente do capitão. Allan estava aterrorizado por todos aqueles olhares maléficos.

- olá bebezinho, dormiu bem? – Perguntou ironicamente o capitão aproximando-se do menino.


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Notas finais do capítulo

ainda ponho mais cap hj.



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