Não Estou Vendo Isso 3 escrita por Virgo Nyah
Palmito de Coco, Bolo de Morango e Chá de Camomila
OU
O ATAQUE DOS MANDRUVÁS (0) ASSASSINOS
OU
Não estou vendo isso III: Saga e as Lagartas
Em certa casa no santuário, havia um homem, de sari branco esvoaçante, longos cabelos loiros lisos presos em uma trança, rebolando pra lá e pra cá enquanto batia alguma coisa na batedeira, ao som de Black Eyed Peas.
-WHEEEEEEEERE'S THE LOOOOVEE!
- HAIL (1)! KANON SAMA!
Kanon continua cantando Where's the Love, enquanto Ikki tentava, em vão, chamar a atenção de Kanon. Quando Ikki perdeu a paciência – que não é muita, só durou o resto do refrão – foi até o aparelho de som, e, ao contrário do que geralmente se faz quando algum som está incomodando, Ikki aumentou o som.
No máximo.
E Kanon – que, se não ficou surdo depois dessa, não fica nunca – se virou em direção ao japonês, e com as mãos nos ouvidos, tentava desesperadamente mandar Ikki abaixar o som – ainda não se sabe se era pelo bem das janelas que tremiam ou se era pelo bem dos tímpanos de Kanon.
Ikki, por sua vez, parecia achar suas unhas fascinantes.
E Ikki estava pensando seriamente em deixar Kanon surdo, se não fosse por um esbaforido Saga entrar correndo na cozinha e desligar o som, massageando suas têmporas logo após.
- HAIL! SAGA E KANON SAMA!
- Que é, Ikki? Quase me deixa surdo e depois vem com essa?
- Não estressa, Saga. Não vê que ele nos respeita? – Kanon ainda batia, seja lá o que for, na batedeira
- Se respeitasse não tinha ligado o volume no máximo!
- B1 e B2 (2) vão me ouvir ou preferem continuar discutindo?
- B1 e B2 é a puta que te pariu, Ikki! – por pouco Kanon não joga a massa-não-definida na cara de Ikki
- Esquece ele, Ikki. Ele não gosta de nenhum apelido de gêmeo. Vai, fala.
- Eu queria saber quando vocês dois vão derrubar aquele coqueiro ali perto da janela. É perigoso, sabiam?
- Perigoso é? – Kanon agora untava o tabuleiro para assar a massa-não-definida
- Ele tem razão, Kanon. O coqueiro está perto da janela. Se vier um vendaval corre o risco de cair na nossa casa, sem contar as lagartas de coco, são horríveis.
- Ahhhh, eu não acredito que você tá com medo de umas minhocas crescidas, Saga! – Nessa altura do campeonato, Kanon estava colocando o tabuleiro no forno
- Não é medo, Kanon. Mas elas matam, elas são venenosas, e dizem que entram no útero de mulheres menstruadas (3)!
- Entram no útero de mulheres menstruadas?– Ikki só faltava rir da cara de Saga, não o fez por que sabe que rir da cara do cavaleiro de gêmeos não faz bem para os dentes – Dessa eu não sabia, Saga...
- Vovó me dizia, Ikki. Não estou falando que é verdade. Você pode derrubar o coqueiro pra mim, Ikki? Eu tenho que fazer uns relatórios para Athena.
- Ok, eu derrubo, cadê o machado?
-o-o-o-o-o-o-
Uns dez minutos depois, Ikki estava em frente ao coqueiro – que fica em frente a janela da cozinha, Kanon estava fazendo o recheio de morango para o bolo – ele revelou o que era a massa-não-definida – e Saga estava espiando Ikki derrubar o coqueiro pela porta da cozinha – de lá dá pra ver a janela.
Enquanto Ikki pegava o machado e derrubava o coqueiro, parecia que chovia mandruvás verde-musgo (4). Ikki, que não se importava nenhum pouco com as lagartas, apenas batia o machado no coqueiro. Kanon também não se importava, já havia até tirado um monte deles da cozinha, mas Saga parecia apavorado. Estava se arrepiando a cada mandruvá avistado, estava de cabelo em pé, pálido e quase chorando – o que, diga-se de passagem, acontecia a cada cinco segundos.
Meia hora depois, Ikki, como bom amigo do Debas, foi retirando toda e qualquer lagarta do caminho, matando para retirar o palmito do coqueiro para dar para o taurino.
Kanon continuava a fazer seu bolo – agora estava fazendo o chantilly para a cobertura.
E Saga ainda se apavorava.
O gêmeo mais novo, cansado de sentir que Saga estava com medo e cansado de fingir que ele não estava ali, simplesmente...
- Oh, Saga. Sai daí e vem cá.
- Não. Aí está cheio de mandruvá.
- Eu não sabia que você tinha medo deles.
- Eu também não sabia. Mas mudei de idéia quando vi esses monstros verde-musgo enormes, com bocas enormes, com cús (5) enormes. Sem contar que eu sei por quê elas estão invadindo a cozinha: elas querem me matar e servir no jantar. Elas estão vindo atrás de mim para me seqüestrar, Kan! – Saga não parecia estar brincando. Muito pelo contrário, estava desesperado.
- Ok, Saga, entra aqui e eu vou te dar chá de camomila.
- NÃO! Elas vão me atacar!
- Tá, eu trago o chá.
E depois de um Saga mais calminho, ikki entrou cozinha afora, não sem antes juntar todas as lagartas em uma sacola e jogar fora. E nisso o bolo de morango do Kanon estava pronto.
- Kanon, me dá bolo aê.
- Tó.
E Ikki começa a comer o bolo. Ao seu lado, Saga quase vomitava quando vira uma bola gosmenta pela metade no pedaço de Ikki. Imediatamente olhou seu pedaço para ver se a outra metade não estava lá, e para sua infelicidade, estava. E desmaiou.
Ikki, ao ver que Saga desmaiara, resolveu checar seu pedaço de bolo. E desmaiou.
Kanon, ao ver que havia um mandruvá no seu querido bolo de morango, jogou o bolo fora e foi fazer outro.
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(0) Mandruvá é a lagarta da borboleta ;D
(1) É como os servos de Hitler o cumprimentavam.
(2) Bananas de Pijamas xD
(3) Minha avó dizia isso, pois bem...
(4) Os mandruvás de coco são verde-musgo mesmo. E são enormes.
(5) O sairdor de escremento mesmo. Saga estava se referindo à auréola escremental do mandruvá.
Ok, Ok. Resolvi juntar em uma fic três coisas que adoro e uma coisa que detesto: Bolo de morango, palmito de coco e chá de camomila versus mandruvás. Essa descrição que o Saga fez eu mesma já tinha feito, mas com uma reles lagartinha de alface xD
Em matéria de feiúra, a de guniada (uma planta ornamental). Ela é enorme, parece uma tora de tão grossa, tem mais de dez centímetros, é brava, ataca, é preta com listas amarelas e é a dita lagarta que persegue mulher menstruada (ela segue o cheiro do fluxo). Minha avó diz que ela entra no útero da mulher e talz...
Existem muitas lagartas bonitinhas, mas não me lembro de nenhuma agora.