Unknown Feeling escrita por CrimsonQueen


Capítulo 1
Capítulo único - Unkown Feeling




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/108698/chapter/1

(...)


Eu devia ter prestado mais atenção.

Para a minha sorte, não não, NOSSA sorte, não ocorreu nada de ruim.

Mas mesmo assim, eu devia ter prestado mais atenção.

Confesso que fiquei inebriado com aquilo.

Seus cabelos. Sua pele. Os aromas de nossas roupas se misturaram a certo ponto que eu não os conseguia distingui-los mais. Algo tão intenso e ao mesmo tempo tão leve se chocando contra meu corpo.

E um vaso se estilhaçando ao meu lado. De onde teria vindo aquilo? Alguma ameaça externa, talvez? O Jovem Mestre já havia sido levado, então não fazia sentido, fazia?

Meirin como sempre andava, ou melhor, corria distraidamente, desta vez com um papel nas mãos. Parei e observei-a enquanto se aproximava e falava, ofegante.

— S-Sebastian-san! — ela balançava a folha na mão direita - Uma carta acabou de aparecer na entrada.

— A quem está endereçada? — Minha pergunta foi rápida. Queria que ela parasse de correr para que pudesse me responder, e não correr o risco de cair, pois cerca de cinco metros ainda nos separavam. Mas ela não parou.

— Ao encarregado de Ciel Phantomhive! — Hm. Então ela já havia lido.

Senti que estava sendo observado. Olhei de relance pela janela, e vi uma figura humana, armada com um rifle. Meu cérebro instintivamente me impulsionava a deter o trajeto de Meirin e levá-la ao chão, caso contrário ela poderia sofrer injúria.

Mas, antes mesmo de mandar impulsos nervosos aos meus músculos para se moverem, Meirin pisa em seus cadarços soltos e é arremessada na minha direção. As vidraças e o vaso ornamental se quebram, e ela logo está tremendo sobre mim.                                             Processando calmamente tudo aquilo, peço:

— Meirin, a carta. — Queria tirá-la dali o mais rápido possível.

— Ah, s-sim! — Ela se levanta e me entrega.

Leio seu conteúdo rapidamente, para que pudéssemos sair dali, mas todos os demais chegam, aglomerando-se à nossa volta. Apenas mantenho minha postura e falo:

— Desculpe por pedir isso a vocês, mas poderiam, por favor, cuidar da limpeza? - Depois me dirijo à Bard, entregando-lhe a bandeja de minha mão. Esta continha uma torta, que estava intacta. Tampouco quis mencioná-la por achar desnecessária. Fiquei um pouco mais tranqüilo ao mandar todos de volta ao trabalho. Depois, fiz nada mais nada menos que minha obrigação, e “tirei o lixo”.

         Meus afazeres continuavam a serem cumpridos conforme o planejado, mas fiquei demasiado tempo pensando na sensação que tive momentos atrás. Era algo novo, intrigante, que eu desconhecia. Viciante, se me permitem o uso dessa palavra.

Porém deixei para mais tarde meditações mais profundas e voltei ao meu trabalho. Oh céus, a hora do jantar de aproximava.

         Encontrei Meirin na cozinha, guardando a louça. Olhei em volta notando a ausência de Bard e Finny, e resolvi me informar do paradeiro deles:

— Onde estão os outros? — Perguntei aproximando-me de Meirin, tirando a carta do bolso e jogando-a no lixo.

— E-eles estão limpando o c-corredor! — Ela enxugava um prato de louça branca com tamanho frenesi que por um momento achei que estivesse lustrando o objeto.

Era sempre assim. Bastava estarmos no mesmo cômodo para que Meirin encolhesse os ombros e falasse de jeito atrapalhado. Eu sabia que era devido a minha pessoa, mas por que exatamente? Ela nutria sentimentos por mim? Típico dos humanos, devo dizer.

Não era do meu feitio brincar com quem não fosse minha presa, mas era um agradável deleite observar Meirin reagir a cada ação minha.

— Não é assim que se seca este tipo de prato, Meirin. Já não lhe avisei que essa louça é frágil e se risca facilmente? Observe atentamente como se faz. — Peguei de suas mãos pequenas e trêmulas o pano e o prato, e executei movimentos circulares sobre a louça já seca do alvo objeto. Quando lhe devolvi o pano para secar o próximo sua face estava rubra e ela suava frio enquanto nossas mãos acidentalmente se esbarravam. Mulheres realmente me intrigavam. Seu comportamento era muito imprevisível; a mesma assassina que eu vira quase matar um homem a sangue-frio agora ficava muda na presença de outro. A única diferença é que eu não sou humano, obviamente.  

         Enquanto separava os ingredientes e dispunha-os à mesa, Meirin continuava sua incansável luta com a louça na pia. Eu sentia sua tensão como se chegasse a mim por ondas no ar. Não era a minha intenção causar isso a ela, admito. Mas era interessante observar tal comportamento. A criatura fria e habilidosa que matava silenciosamente suas vítimas ao cair da noite agora mal conseguia segurar algo entre suas mãos. Que mudança!

         Mas Meirin era uma criatura deveras peculiar. Sua mente era um mistério para mim. Quando ela retirava os óculos e fazia seu “trabalho”, a energia que emanava de si era outra. Impressionante como ela era uma faca de dois gumes, escondendo um de seus lados para que achassem que fosse inofensiva. Às vezes eu até me esquecia que ela era na verdade uma assassina e atiradora de elite. Conseguir enganar um demônio com sua aparência delicada e confusa, que feito!

Talvez eu devesse considerar fazer um contrato com ela algum dia. Quem sabe que tipo de lembranças furiosas e inconformadas ela carregava dentro da cabeça rubra. Mas por ora, talvez de devesse considerar tirar o pano de sua mão para que ela não quebrasse nada.

— Vá chamar Bard, por favor. A hora do jantar se aproxima e há muito o que fazer. — Enquanto eu tirava meu fraque e depositava-o no encosto de uma das cadeiras, ela continuava a enxugar os pratos.

— Meirin, está me ouvindo? — Surgi detrás dela e encarei-a, a tempo de ouvir um “Waaaah!“ e pegar uma taça no ar antes que esta se espatifasse no chão. – Procure Bard e avise-o que preciso dele na cozinha agora mesmo.

— S-S-Sim! Agora m-mesmo! — E disparou em direção à porta, quase tropeçando em seus próprios passos.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pooooooooooooooois bem! Aqui estou eu novamente com uma oneshot. Essa também faz bastante tempo que escrevi, mas como disse antes não modifiquei nada :3
E eu acho que Kuroshitsuji é um dos meus animês favoritos, por várias razões: Graças a ele conheci pessoas que atualmente são minhas melhores amigas e as quais eu não vivo mais sem. ♥
E é CALARO que quando eu assisti eu também shippava SebasMei igual uma louca IRIAIRAIRI e não é só porque faço cosplay dela, juro. QQ
Bom, de qualquer forma espero que tenham gostado, queridos! Até a próxima ♥ *acena*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unknown Feeling" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.