A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 58
Claustrofobia, Como Eu Te Odeio




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- Eu devia estar no lugar da Selena! Eu apareci primeiro! – Ela gritou, daquela vez com uma voz chorosa. Logo, a linha caiu, sem que eu conseguisse respondê-la.

Droga, eu sou um babaca lerdo pra responder garotas. Lê-se: Gabby.

Fui pra casa péssimo. Mas, tudo magicamente sumiu da minha mente quando eu recebi uma ligação de Selena. Eu estava no meu quarto, na casa do meu pai, quando meu celular tocou, uma música do Michael Jackson, e eu não reconheci o número, mas logo o atendi.

- Justin? Sou eu, Selena. – A voz doce dela soou pelo telefone, e eu logo abri um sorriso, esquecendo de Gabby e de todo o resto.

- Oi, Selena! – Eu disse. – Como... Como você conseguiu meu telefone?

- Ah, desculpe, eu consegui na sua gravadora, com o Reid. – Ela pareceu tímida. – Queria saber se você está bem.

- Sim, eu estou. Sabe, brincadeiras na escola sobre a noite quente que dizem que a gente teve, mas... De resto, tá tudo ótimo. – Eu ri junto com Selena.

- Desculpe pela matéria do site. – Ela se desculpou. – Eu realmente não queria que nada disso...

- Quer saber? Eu não mudaria nada. – Eu disse, dessa vez colocando no viva voz e me deitando na cama. – Eu nem mudaria o fato de quase ter morrido e ter tido uma visão com o Céu e o Inferno.

- Como é? – Selena riu. Eu expliquei meu delírio pré-morte. Agora eu ria dele, dizendo que eu tinha alguma problema psico-mental. Um lado meu sabia que, de certa forma, se eu morresse aquele dia mesmo, era aquilo que iria acontecer comigo. Trevas, inferno, fogo eterno, etc., etc.

- Você é estranho. – Selena concluiu.

- Eu sei, tia. – Brinquei. – Sabe, eu estava pensando... Eu já amo você, e, eu quero ficar com você, sabe, a pessoa certa, mas, eu fui falar com meu pai e ele começou um discurso de que eu sou apressado e blé, blé, blé, e... O que você acha de eu passar esse fim de semana em Los Angeles? Sabe, pra gente conversar melhor, sair...

- Eu acho ótimo, Just in Dance. – Ela riu.

- Agora eu sou Just in Dance? Não era só Justin Dance?

- A gente aperfeiçoa as coisas, Just in Dance. – Selena brincou. Eu bufei.

- Só baby já era bom. – Murmurei. Só então descobri que Selena estava no set de gravações de Os Feiticeiros de Waverly Place, por que David Henrie (acho que era ele) teve uma ponta na nossa ligação. Descobri que ele não me achava muito másculo, por que ele me chamou de gay não assumido e que não sabia, provavelmente, que eu era o ficante da colega de set dele. Acho que David Henrie não sabia dos boatos do pessoal por aí. Mas, enfim. Eu não fiquei uma fera, mas fiquei irritado. Descobri que a ligação de Selena estava no viva voz, e mandei David ir catar coquinhos na África.

- Você está falando com ele? – Ouvi David perguntar.

- Sim, ela está falando comigo! – Eu disse, e dei uma risada aguda. A ligação caiu logo depois, e eu logo caí na risada. Só eu mesmo. Catar coquinhos na África? Sim, eu sou um pouco nerd. Eu sei que coquinhos não dão na África, mas sim na Amazônia, então, David ficaria toda a eternidade lá procurando coquinhos e não apareceria mais na minha frente pra me chamar de qualquer coisa. Até que torraria com o calor (não, com o frio, Justin), e viraria pó. Eeeeh, que ótimo final. Mas, enfim. Eu acho que descobri meus ciúmes. David Henrie era totalmente chegado na minha Selena, enquanto eu morava do outro lado do país. Ciúmes on.

Ok, enfim. Eu me deitei na cama, jogando os braços para os lados, e fechei os olhos. As coisas eram mesmo difíceis. Mas, antes de algo ser fácil, é difícil. E, ás vezes volta a ser difícil, como aconteceu depois. Eu estava nos meus pensamentos fisólóficos, até que Ignorance começa a tocar no meu lado. De olhos fechados, peguei o telefone, no viva voz mesmo, e atendi.

- Justin Bieber falando. – Disse.

- Justin. – Ouvi Gabby dizer, e abri os olhos.

- Gabby? Olha, eu... Sinto muito pelo que eu disse... Desculpe. Mesmo. – Confessei.

- Não. Eu que tenho que me desculpar. Não devia ter me intrometido daquele jeito na sua vida. – Gabby disse. – Esquece tudo o que eu disse. Se você quer ficar com a Selena Gomez... – Ela parou, e sua voz voltou rouca e fraca, como se ela segurasse o choro. – Eu não posso mudar isso por ter ciúmes do meu melhor amigo com uma garota como ela.

- Tem algum problema, Gabby? Você não gosta da Sel, é isso? – Tentei descobrir o que ela tinha.

- Mais ou menos. Eu sei que ela vai cuidar bem de você. Só... Conte a verdade pra ela, sobre... Você sabe. Tudo. Não faça acabar como acabou com a Jessica. Se a Selena ama você, e, eu sei que ama... – A voz de Gabby perdeu força novamente. – Ela vai te aceitar. – Ela concluiu. Eu suspirei.

- Ok. – Eu sorri. – Eu vou contar.

- Sejam felizes. – Minha melhor amiga disse, e suspirou. – Eu tenho que desligar.

- Espera, eu... – Gaguejei. Mas a linha caiu. Bem, pelo menos agora Gabby respeitava a minha decisão amorosa. Me levantei, e procurei algo para fazer. Dever de casa, tentativa de escrever algo novo, e então eu resolvi dar uma volta. Não deu certo. Assim que eu saí para ir para meu carro, uma chuva de paparazzis me atacou. Eram quase 20 pessoas, armadas com suas câmeras e com seus bloquinhos. Eles me cercaram, e eu fiquei sem saber o que fazer, então só escondi meu rosto com meu casaco.

- Com licença, pessoal, por favor. – Eu murmurei, tentando me livrar dos flashes e das perguntas inconvenientes. Comecei a ficar zonzo. Claustrofobia. Ótimo. Só faltava isso.

Tentei fugir para todos os lados, até que eu gritei por ajuda. Meu pai estava nos fundos de casa, e ouviu meu pedido. Fui recuando para ficar perto de uma parede e me apoiar para não cair desmaiado, até que meu pai apareceu (a tempo, diria) e me resgatou. Ele me amparou para o sofá e trancou a porta antes que invadissem nossa casa, e eu já não via nada. Com tudo trancado, janelas, portas, cortinas, e nem sei mais o quê, eu só estava ficando mais zonzo. Meu pai disse algo sobre a fúria da imprensa sobre mim que eu não ouvi muito bem, e ele parou de respirar quando me viu.

- Justin... – Ele murmurou. – Você...

Não ouvi mais nada.


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