A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 52
Dancing With Selena




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-Você está com algum pertence seu aqui? Quer ligar para sua mãe? – Selena perguntou. E eu lembrei, que minha mãe provavelmente deveria estar surtando. Mas eu percebi que ela iria surtar mais ainda se soubesse do que havia acontecido.

-Eu... Acho que não. – Eu respondi. – Ela vai pirar, e, eu não tô com cabeça pra ouvir surtos. Mas... Eu vou avisar pra ela que eu estou vivo... Em breve. – Suspirei. – Na verdade, eu não estou com cabeça pra muita coisa.

-E está com cabeça pra quê? – Selena perguntou. Eu dei um sorriso maroto e afundei a cabeça no travesseiro da cama.

-Dormir. – Murmurei, com um sorriso idiota na cara. Selena riu um bocado de mim, e se levantou.

-Vou lhe deixar fazer a única coisa que sua cabeça permite, dorminhoco. – Ela disse, rindo, num tom de brincadeira, e eu me espreguicei longamente. Ela riu novamente, me desejou uma boa soneca e saiu. Eu joguei meu rosto contra o travesseiro e apaguei instantaneamente.

Quando eu acordei, o céu já estava escuro. Me levantei, saí do quarto, e caminhei pela casa. Eu já havia ido lá antes, algumas vezes, quando eu era normal, algumas bastantes vezes. Do quarto em que eu estava, havia um corredor, que tinha outras portas, de outros quartos, um armário pequeno, e seguia uma escada, que descia para um salão, um hall. Aquele hall seguia para uma sala de estar, uma sala de jantar, cozinha, copa... E eu ainda não acreditava que Selena morava sozinha. Quando eu cheguei na cozinha, fui surpreendido por Selena, que me deu um susto pelas costas. Tudo bem, eu gritei, e, ao me virar, vi Selena rindo alto.

-Meu Deus!! – Gritei. – Quer me matar do coração!?

-Você tinha que se ouvir!! – Ela disse, rindo alto. – Ainda grita feito uma menina!!

Bufei.

-Você também gritaria se estivesse sozinha e alguém te desse um susto desses!! – Eu rebati. Selena riu.

-Ok, tudo bem, desculpa. – Ela disse. – Mas você continua gritando feito uma garota.

Dei a língua a ela, e ela riu novamente.

-E continua agindo feito uma criança. – Selena completou.

-Eu tenho 15 anos, eu posso. – Falei. – E a senhorita não pode falar nada, Sra. Quero dar susto em todo mundo!

Ela gargalhou.

-Está com fome? – Selena me perguntou. – Já está tarde. – Ela completou. Eu assenti.

-Estou faminto, tia. – Respondi, brincando, lembrando do dia que ficaram ela e Asher Roth tomando conta de mim, já fazia um bom tempo atrás, quando minha mãe e Scooter saíram para resolver assuntos que eram sobre a minha vida, mas, muito estranhamente, eu não podia saber o que era. Ela virou tia Selena das minhas brincadeiras durante meses.

-Ok, bebê. – Ela respondeu, indo para a geladeira. – Gosta de sushi? Senão a gente come uma pizza.

-Eu gosto. – Falei. – Você sabe cozinhar?

Ela me fitou, com um sorriso maroto, e fez um sinal de um pouquinho com as mãos. Tirou uma garrafa de água da geladeira, um copo e levou até o balcão aonde eu me sentei.

-Eu não vou fazer sushi. – Ela disse, e então tirou o celular do bolso. – Existe fast-food de comida japonesa. – Selena riu. Eu ri também.

-Ah, claro. Aonde eu estava com a cabeça? Você? Fazer sushi? – Perguntei, repreendendo a mim mesmo.

-Está me esnobando? – Ela me perguntou.

-Não. – Falei. – É que... – Eu ri. – Eu imaginei você agora com um uniforme de sushi-bar.

Selena riu.

-Ok, eu vou pedir o sushi... – Ela disse, pegando seu celular e discando algum número. Ela disse algumas coisas que eu não entendi direito, estava mais concentrado na formiguinha que estava passando pela madeira do balcão do que no pedido de sushi, e, quando desligou e me viu autistando, olhando fixamente para uma formiga, começou a rir. E eu voltei á realidade.

-O que eu fiz dessa vez? – Perguntei, ao vê-la gargalhando.

-Autista! – Ela disse.

-O quê? – Perguntei. – Eu não sou autista! Estou falando com você agora, como posso ser autista?!

-É um jeito de dizer, garoto! – Ela disse. – Sabe, brisar, autistas, vegetar... São sinônimos. – Selena completou.

-Ah... – Falei. – O que você pediu pra gente?

-Sushi, sashimis, salmão... – Ela disse, indiferente. – Mas vai demorar um pouco. O que você quer fazer?

Eu não sabia o que eu queria fazer. Bem, não tinha mais a vontade de beber que me matava por dentro, mas eu tinha ainda uma vontade. Mas eu não queria fazer aquilo na frente de Selena, nem queria dizer para ela que bebia, apesar de saber que ela já devia estar sabendo disso. Nós acabamos fazendo por diversão o que a gente fazia a trabalho: Dançar e cantar jogando Michael Jackson: The Experience no Nintendo Wii de Selena. Eu consegui viciar mesmo Selena em Michael Jackson. Acabou que eu ganhei de Selena numas 10 partidas. De Wanna Be Start Something a Beat It e Billie Jean, todas as músicas praticamente. A diferença de pontos era pouca, Selena dançava bem, mas eu, sendo o fã do King Of Pop que era, não ia deixar Selena me ganhar. E não deixei mesmo. Quando eu queria, eu era mesmo competitivo.

-Ok. – Ela disse, quando perdeu em Thriller. – Vamos jogar agora alguma coisa em que eu sou boa!

-Aaaah, por quê? – Perguntei. – Ganhar de você tá sendo tão legal... – Falei.

-Há, há... – Ela disse, tirando o jogo. Eu fiz algo parecido com um miado de por favor, deixa aí, e ela colocou Just Dance 2.

-Aaah, Lady Gaga não!! – Protestei.

-Quem disse que eu vou colocar Lady Gaga? – Ela perguntou.

-O nome do jogo é Just Dance, quer que eu pense O QUÊ?!! – Protestei.

-Just Dance... Lembra seu nome! – Selena disse, enquanto selecionava alguma coisa no menu do jogo. – Justin Dance...

-Nem vem em me chamar assim... – Falei. – Qualquer coisa, MENOS Justin Dance!!! – Rebati. Selena riu.

-Estou brincando. – Ela disse. – Gosta de Jai Ho?

-Das Pussicat Dolls? – Perguntei. – É legal.

-Vai essa? – Ela perguntou.

-Você primeiro. – Falei. – Depois eu vou.

Ela assentiu e deu o play na música. Ela dançou bem, eu diria que ela parecia bastante a Nicole das Pussicat. Depois eu dancei uma música dos Jackson 5, que não me lembro mais o nome. Deu empate na comparação das pontuações, e a gente percebeu que era melhor não jogarmos mais jogos de dança. Nós nos jogamos no sofá e ficamos lá até o pedido chegar, o que não demorou muito. Nós comemos tudo bem rápido, eu quase fiz uma tragédia no sofá de Selena com o shoyu, e ficamos vendo um filme sobre um cachorro e seu dono. O cachorro ia “buscar” o dono na estação da cidade todo dia á tarde. Mesmo depois da morte do dono, o cachorro não parou de fazer isso. Eu comecei a pensar em Sammy, o meu cachorro. Provavelmente ele não me esperaria mesmo depois da minha morte. Eu não merecia isso. Eu lembro de ter dormido depois que o filme acabou. Selena dormiu junto comigo no sofá.

Aquele realmente foi o melhor dia depois de uma quase morte que eu já pude ter.


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