A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 4
Descubro que o Dougie é Fogo




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Enquanto eu ligava o microfone, o que Scooter me falou voltou á tona.

- Será verdade? As minhas fãs vão me abandonar se eu contar?- Pensei, um pouco alto demais.

- Eu disse que as falsas iriam!-  Scooter disse, me surpreendendo.

- Ah, Deus!-  Berrei-  Quer me matar, é?!

- Eu não falei que todas as suas fãs iriam dançar! Eu disse que as falsas iam dançar!

- Tááá, já escutei! E quase morri do coração!

- Tá, dramático, vai lá "Dougar"

- Pera, Dougar eu não sei mais!

- Jack já fez eleição! Querem o Dougie!-  Droga.

- Ai, eu mato ele...-  Dei uns passos a frente e disse, com voz de narrador, como se não estivesse com ódio mortal:

- Bom dia atrasadérrimo, beliebershavaianas!-  Eu estava dançando "Aloha Oe", quando disse "havaianas".

Foi uma gritaria... E se foi... Abati meu fone amarelo sem querer, por que ele estava fazendo um "PÍÍÍÍÍ" desgraçado, que eu comecei a dar tapas na minha orelha tentando tirá- lo e acabei quebrando ele. Tadinho. =(

Era o meu favorito, mas eu tinha outro.

- Ok, ok, querem que eu dance o quê?-  Uma chuva de "Dougieeee!!".

- Eu acho que elas querem o Dougie...-  Jack disse, com aquela cara de "Você vai cair! Vai ser muito hilariante!"

- Percebe- se...-  Respondi. Eu estava ferrado. D=

- Ok, ok, eu danço o Dougie!-  Mais gritos.-  Pode soltar o som, DJ!

Eu sabia que algo ia acontecer. 

Realmente aconteceu. No "cat daddy", eu tropecei num fio e caí de costas. E, quando caí, pra melhorar a minha situação, eu abri as pernas, e RAAAAASG!

É, eu rasguei a calça.

Enquanto ainda estava estirado no chão, eu peguei o microfone e disse:

- Podem rir, mas eu acabei de perceber que eu rasguei a minha calça...

Risada geral, e Jack me ajudou a levantar. Sem virar de costas, voltei pros backs e disse que precisava trocar de roupa para a Gabriella, figurinista muito legal.

- É urgente!

- Só tenho agora essa aqui, que é a que você reprovou.-  Uma calça laranja qualquer um reprovaria, menos os carinhas da Restrat, ou seja lá como for!

- A laranja?

- Exato.

- E aquela roxa? A branca? Nenhuma?

- Ainda não chegaram, estão na lavanderia. A roxa você não poderia nem usar hoje!

- O ataque de tinta da semana passada? 

- O ataque de tinta da semana passada.-  Foi o Jack! Ele pegou uma lata de tinta branca e TCHÁÁ em mim!

Resultado? Eu fiquei da cabeça aos pés, todo sujo de tinta branca! Virei mais fantasma do que já era, por causa do mongolóide do Jack!

- Tem mais nada aí?

- Só a saia da sua mãe.-  Fiz uma cara de "Você só pode estar brincando".

- O quê a saia da minha mãe tá fazendo no meu camarim?

- Mente brilhante, ela me pediu para costurar!

- Ah. Explicado.-

- Justin, quando você veste isso, parece que é vermelho. Coloca, não vai parecer uma tangerina!

- Me obriga a vestir isso...-  Eu errei em falar isso.

Resultado? Tive que vestir a calça laranja, ou fazer a passagem de som de cueca. E quase ter o braço amputado.

Preferi usar a calça.

Entrei no banheiro, e alguns segundos depois saí com uma calça jeans rasgada na mão, e vestindo uma laranja.

- Ok, vejamos os estragos que você fez nos jeans.-  Ela pegou a calça rasgada da minha mão e olhou por uns segundos.-  Esse tecido é forte, e você conseguiu...-  Ela viu o buraco e passou a mão por ele.-  Conseguiu abrir um túnel aqui! O quê você fez?

- O Dougie é fogo.

- O dougie é sexy.-  Ela tinha 22 anos, e me adorava ver dançando. Ela era uma belieber. Pelo menos eu com 15 anos já consegui dar uma dentro e levar uma mulher de 22 pra jantar!

Claro que ela disse que éramos primos, e ela quem pagou a conta.

- Você acha que dançar é fácil?

- O quê você fez pra rasgar isso?

- No "cat daddy", tropecei, abri as pernas e caí de costas. -  Respondi, sorridente, tipo "Não me mata!".

Ela me liberou e eu voltei pro palco e fiz o soundcheck sem mais interrupções. Resolvi fazer o que fiz no show, onde todas as minhas fãs podiam ver. Não, eu não contei que era soropositivo, não sou louco. Foi quando o show estava perto de acabar. Eu tinha encerrado os últimos acordes de "U Smile" no piano, e, por um milésimo de segundo, pude escutar um silêncio angelical, que logo foi preenchido por gritos e aplausos. Me levantei do banco do piano e agradeci as fãs que estavam presentes, imitando os pianistas profissionais, de brincadeira.

- Gente, gente!-  Falei, logo ao parar de rir.-  Eu preciso contar uma coisa pra vocês. Só não sei como contar...-  Olhei para o piano, e dei um sorriso torto.-  Não sabia...

Me sentei novamente no piano, e tentei desesperadamente lembrar como se tocava a música que estava em minha mente. Num flash lembrei, e posicionei minhas mãos nas teclas.

Um silêncio se formou, e logo foi interrompido por meus acordes.

(Pode ligar o som)

- Got the news today

Recebi as notícias hoje

Doctor said I had to stay 

O médico disse que tenho de ficar

A little bit longer and I'll be fine

Um pouco mais e eu ficarei bem

When I thought it'd all been done 

Quando pensei que tudo foi feito 

When I thought it'd all been said

Quando pensei que tudo foi dito

A little bit longer and I'll be fine

Um pouco mais e eu ficarei bem

But you don't know what you got till it's gone

Mas você não sabe o que tem até perder

And you don't know what it's like to feel so low

E você não sabe como é se sentir tão triste

And every time you smile or laugh you glow

E todas as vezes que você sorriu e riu você brilhou

You don't even know, no, no

Você nem mesmo sabe, não, não

You don't even know

Você nem mesmo sabe.

All this time goes by

todo esse tempo passa

And still no reason why

Ainda não há um por que

A little bit longer and I'll be fine

Um pouco mais e eu ficarei bem

Waiting on a cure

Esperando por uma cura

But none of them are sure

Mas nenhuma delas está certa

A little bit longer and I'll be fine

Um pouco mais e eu ficarei bem

But you don't know what you got till it's gone

Mas você não sabe o que tem até perder

And you don't know what it's like to feel so low

E você não sabe como é se sentir tão triste

And every time you smile or laugh you glow

E todas as vezes que você sorriu e riu você brilhou

You don't even know, no, no

Você nem mesmo sabe, não, não

You don't even know, no, no

Você nem mesmo sabe, não, não

You don't even know

Você nem mesmo sabe.

But you don't know what you got till it's gone

Mas você não sabe o que tem até perder

And you don't know what it's like to feel so low

E você não sabe como é se sentir tão triste

And every time you smile or laugh you glow

E todas as vezes que você sorriu e riu você brilhou

You don't even know, no

Você nem mesmo sabe, não.

So I'll wait till kingdom come

Então vou esperar o reino vir

All the highs and lows are gone

Todos os altos e baixos acabarem

A little bit longer and I'll be fine

Um pouco mais e eu ficarei bem

I'll be fine...

Eu ficarei bem...

Quando os últimos acordes se encerraram, nem teve silêncio, as meninas começaram a gritar. Me levantei e disse:

- O enigma está dado, a interpretação é com vocês!-  Eu sabia que logo iam ter rumores de que eu tinha Diabetes, mas nem me importei. Era melhor que Aids...

Bom, não tive um bom show aquele dia.

E o gato pretofoi passar logo quando eu acabei de tocar, e estava recebendo os aplausos, depois de Baby, a última música. O que era verdade, por que eu vi um gato passando lááá atrás...

Eu sou muito azarado. Até por que eu decidi levar uma fã ao palco, uma que estava berrando muito. Olhei para ela e fui para a ponta do palco.

(Nota: Eu estava sem camisa por baixo, e com o casaco aberto. Logo vocês vão saber a importância disso)

Estendi minha mão para ela e consegui me esticar mais um pouco. Os gritos de todas as fãs aumentaram mais ainda. Quando eu consegui abraçá- la, encostei meu tórax nela. A garota enlouqueceu de vez com aquilo! Ela fincou suas unhas no meu pescoço, e eu soltei um berro de dor. Isso machuca. Depois, ainda agarrou meu casaco, e fez como se fosse puxá- lo.

- Não, não, meu casaco não! – Gritei. Tarde demais. Ela deu o maior puxão, e todos só viram no telão duas pernas (com uns tênis mega irados, haha) voando, e um estrondo vindo das caixas de som. Com a força do puxão, bati com a cabeça no ferro do cordão de isolamento e caí no chão, apagado, por causa da pancada. Acordei alguns segundos depois, e vi Kenny prestes a encostar em mim.

- Não toque em mim! – Falei. Ele estendeu as mãos e mostrou que estava com umas luvas de plástico. Maravilha, ele já sabia. Assim, Kenny colocou um pano na minha testa e me levantou (que levantou nada, ele me pegou e me pôs no ombro) e me levou para os backstages.

- Temos uma testa sangrando aqui! – Ele disse. Logo, algumas pessoas chegaram. 

- Já sabem do que aconteceu comigo de manhã? – Cochichei, aproveitando estar perto do ouvido de Kenny.

- Todos. Mas ninguém se demitiu, fique tranqüilo. –Ele me respondeu, num riso.

- Quem contou?

- Quem você acha? Seus pais!-  Pais= Pattie e Scooter.- E além do mais, acha mesmo que você iria esconder isso da gente? A sua equipe?-  Fiquei quieto. 

Fazia sentido. Isso não se nega. Kenny me deitou numa maca, e desapareceu. Na verdade, tudo desapareceu, ficou tudo preto e eu desmaiei. Quando acordei, alguns minutos depois, fiz questão de aparecer no palco e me despedir das minhas fãs, mesmo com a testa machucada. Quer dizer, claro que eu já estava "curativado", então diminuiu o problema. Fui andando (pra não dizer correndo) de volta para o palco com o meu microfone na mão (o de botar no ouvido quebrou com a queda), e, ao aparecer novamente no palco, foi uma gritaria maior que as anteriores.

- Eu estou vivo! Só bati com a cabeça! – Falei, com a mão no curativo. – Mais uma cicatriz pra coleção. – Falei pra mim mesmo.

- Gostaram desse show? – Gritos de "Yeeeeeees!!!".

- Mesmo? Entenderam a minha mensagem? – Perguntei. "Yeeeeeeeess!!!".

- Entenderam o que eu quis dizer? – Perguntei. Poucos gritos de Yes, e alguns de No.

- O quê? Mais ou menos? – Perguntei. Fiz mais algumas perguntas, e me diverti com as respostas coletivas.

- Boa noite, beliebers! – Falei, encerrando o show. De repente minha cabeça começou a arder. Coloquei a mão cobrindo a minha sobrancelha ferida, e tudo começou a rodar. Rodar bem forte, parecia que eu estava num tornado. De repente me ajoelhei no chão, e disse:

- Alguém me ajude aqui! – Tudo apagou novamente e eu caí para o lado, muito zonzo. Deram pra perceber que eu sou azarado pacas desde o começo dessa minha narrativa, não é mesmo?

Quer dizer, pegar Aids, ser derrubado por uma fã, abrir a testa e desmaiar no palco em um só dia não é nada de importante, né. Não perdi a consciência, só fiquei estirado no chão, em posição fetal até alguém conseguir me reanimar. O que demorou. Tive que passar a noite no hospital, tive que fazer uma alguma coisa-  fia, alguns exames, e ficar deitado numa cama por horas. Quando soube, disseram que eu tive um traumatismo cerebrano, cabeçano, um treco assim. Craniano! Isso! Traumatismo craniano leve. E eu não estava conseguindo falar direito, foi uma coisa bizarra.

No final tive que tomar alguns remédios e ter de sair do hospital mancando não sei por quê. Aonde você manca por bater a cabeça? Isso é ilógico! Nem quis aproveitar a noite do Hawaii, aquele tinha sido o dia mais deprimente da minha vida, o pior show que eu já tinha feito. Não, não me apresentei mal, eu acho, o clima que eu estava que era muito ruim. Peguei o avião pra Atlanta com a minha mãe e Kenny naquela mesma noite. Scooter ficou com a equipe. Na verdade ele que me empurrou pro voo, disse que era melhor eu descansar. Eu concordei com ele. Eu não dormi, fiquei ouvindo música. Rock ás alturas. Bom, eu não gosto de rock, só tenho no Ipod por que eu ouço quando eu estou nos meu dias ruins.

Bom, aquele era o pior dia, então eu só ouvi Rock.

Nem lembro direito do que houve quando cheguei em Atlanta, só lembro de que quando eu joguei a minha mochila no sofá de casa, minha mãe ligou para meu pai (N/A: Jeremy na fic mora perto do Justin, em Atlanta, falou?) e disse:

- Venha ver como o seu filho está.


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Notas finais do capítulo

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