Ok, talvez a revista estivesse mentindo. Uma dor de cabeça infernal começou a me atormentar. Fui me levantar para tomar uma aspirina, e caí no chão, sem forças para mais nada. Mal se passaram alguns segundos e eu comecei a enxergar tudo embaçado. Daí, então, tudo escureceu e eu desmaiei.

Acordei deitado numa maca. Ainda empurravam a mesma, com velocidade. Deduzi que estava numa emergência. Perdi os sentidos novamente, pra acordar de novo num quarto.

Scooter apareceu de repente, visivelmente desesperado. Ao ver que eu estava acordado, ele disse, querendo me dar uma bronca, mas não conseguindo esconder a preocupação:

-Meu Deus, você quer me matar do coração?!

-O... O quê houve? - Perguntei, bastante grogue. - Minha cabeça...

-Quando eu e Kenny chegamos no seu quarto, você estava desmaiado. Parecia morto. O que aconteceu?

-E pergunta pra mim?! Eu estava no meu quarto, passando mal por estar trancado lá. Fui levantar pra pegar uma aspirina e desmaiei. Só isso.

-Aspirina?! Graças aos céus que você desmaiou antes disso! - Ele disse, como se estivesse aliviado.

-O quê?!

-O nível de álcool do seu sangue estava em 0,15! Se você tomasse aspirina seria como... Como se você tivesse tomado veneno!

-Como assim?! 0,15?! Eu nem bebi hoje! Só ontem!

-Isso me leva a outra pergunta: Quanto?Quanto você bebeu? - Parei pra pensar, e a ficha caiu. Eu tinha bebido duas garrafas e meia de Vodca, isso era mais do que suficiente para que, quase que 12 horas depois, eu estivesse com o nível de álcool no sangue a 0,15ml.

-Am... Eu bebi... Bebi Vodca... – Scooter parou por um segundo, e disse:

-Deixa eu ver... É mais de uma garrafa de Vodca? – Ele perguntou, quase que dizendo “Por favor, diga que não!”. Fiz uma cara de “Você não vai ficar feliz com a resposta...”, e falei, já esperando o pior dele:

-Duas e meia... – Scooter arregalou os olhos para mim, e disse:

-Duas e meia?! Como você chegou a isso?! Quem... Quem te influenciou a beber?! – Suspirei, e disse:

-Eu mesmo...

-Você? – Ele perguntou, mais incrédulo ainda. Assenti, e ele quase teve um infarto, coitado. O clima estava ficando MUITO tenso.

-Mas... Não é tão ruim assim... Olha, eu tô vivo! – Scooter suspirou, ainda chocado com o que eu tinha dito. Algumas horas depois, recebi alta, e voltei para o hotel, com uma licença para não fazer o show daquela noite. Aquela noite foi deprimente, não saí do hotel, até por que seria fisicamente impossível, fotógrafos estavam me sufocando até o pescoço.

Mas a questão não foi essa. Eu senti algo muito ruim quando Scooter suspirou, chocado, depois que eu disse que eu mesmo me influenciara a fazer o que estava fazendo. Mal na consciência, eu sentia um peso.

A verdade não era aquela, Russell me influenciou. Mas, como eu sempre odiei o cara, soava estranho. Fiquei trancado no quarto do hotel a noite inteira. Sozinho. Nem uma twittada dei.

Scooter ficou mais um dia só para me observar, ver se eu não dava outra recaída que nem aquela. Aquele tempo passou, e ele foi embora. Eu tentei estabelecer para me and myself que não beberia de novo até a minha parte da turnê acabar. Consegui ficar até o meio da semana sóbrio, mas aí, na sexta-feira, eu voltei á estaca zero.

Eu já perdia o meu controle, eu comecei a ficar agressivo quando passava um pouco da cota. Eu estava começando a sentir os efeitos do álcool.