Seven Things escrita por BeyondWall


Capítulo 1
One-shot




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- Seis meses não significam nada pra você? - perguntou, suas íris negras e penetrantes às minhas, me intimidando, de certa forma.

- Significam, mas não quer dizer que eu te ame quando eu não fico te paparicando. - simplesmente respondi, concentrado agora nos papéis.

- Seis meses que você mudou comigo, Ru-chan.

- Seis meses que eu planejo a porcaria de uma apresentação e tudo parece dar errado. Satisfeito? - respondi, seco, olhando-o seriamente.

Eu estava sentado na bendita cadeira, meu cotovelo sobre a mesa de vidro na sala e uma dor de cabeça me invadindo.

Aquela época era tensa demais pra mim. Eu estava no último período da faculdade e nas provas finais, e passei o semestre todo dando tudo de mim.

Mas eu confesso que não consegui lidar com tudo ao mesmo tempo. Cursos, trabalhos, apresentações... tudo estava em minhas mãos e, ainda mais, o meu relacionamento.

Eu estava há um ano e seis meses com Aoi, passamos a morar juntos há seis meses e tudo corria de semestre a semestre.

Nos conhecemos no colegial e eu o revi na faculdade, no último período, pronto para sair e arranjar um bom emprego para se dedicar.

Ele conseguiu, mas agora era a minha vez de mostrar meu esforço diante de um público enorme e explicar sobre a política no país e levantar um debate entre alunos, para que o professor avaliasse.

Só que, lidar com tudo e mesclar todas as minhas obrigações, estava se tornando uma tarefa quase impossível. Com isso, Aoi tem sido frio comigo da mesma forma que andei sendo com ele.

Não fazíamos amor há séculos.

- Eu vou pra casa do Uruha. - simplesmente respondeu, pegando sua jaqueta de couro e as chaves do seu carro sobre a mesinha ao lado do sofá.

- De novo? - perguntei, virando rapidamente meu rosto para onde o moreno estava.

- Pois é. - sorriu tristonho. - De novo.

O fato é que me irritava que ele passasse tanto tempo com o Uruha.

The seven things I hate about you

You're vain, your games, you're insecure

You love me, you like him

You make me laugh, you make me cry

I don't know which side to buy

Your friends, they're jerks

When you act like them, just know it hurts

I wanna be with the one I know

And seventh thing I hate most that you do...

You make me love you.

Sei que metade da culpa é minha por não dar o mínimo de atenção que ele precisava, mas passar na cara que outro homem pode colocar um sorriso em seus lábios e eu não, me deprimia profundamente.

Esperei o moreno sair do apartamento a bater a porta para desabar em minhas lágrimas, a palma em meu rosto e deixei, sem querer, que as minhas lágrimas caíssem e batessem contra a folha do caderno, molhando-a.

Céus, será que eu o perdi?

Eu ainda o amava tanto, me lembro de cada detalhe de como nos conhecemos, até a roupa que ele usava e como a tirou quando nos conhecemos mais ainda.

Meu rosto estava inchado e meus lábios vermelhos, e minhas bochechas traçadas pelas lágrimas que corriam livremente por elas.

Uruha era um amigo de Aoi. Na verdade, Uruha é seu ex-namorado e só terminaram porque Uruha não quis algo mais sério com Aoi.

E se, por um acaso, bater a vontade no coração de Uruha para ficar com Aoi? Dar mais atenção a ele que eu? E se Aoi se desapaixonasse por mim?

Com um seminário vindo, uma maldita apresentação, as palavras que eu usaria com facilidade me escaparam, e rocei o lábio inferior ao superior, pensando no como seria deprimente perder, pra sempre, a quem mais amo.

E, depois de tanto chorar, me levantei da cadeira, indo até a geladeira e pegando a velha e boa garrafa de saquê. E que se foda se eu caísse duro de tão bêbado.

E eu não podia beber. Eu ficava muito bêbado facilmente.

Talvez eu tivesse feito besteiras e dado meus berros, como de costume, rindo como um condenado feliz e chorando como um condenado triste.

Eu teria alguns minutos — e quem sabe, horas — de felicidade por causa de uma garrafa de saquê.

Saí do apartamento, deixando a porta aberta e perturbando a vizinhança, recebendo vários "Cala essa boca!" e "Vou chamar a polícia!".

Fiquei tonto, consegui desviar de alguns carros que passavam pela estrada e tropecei, batendo de cara com um poste e vendo tudo escurecer a minha volta.

Então eu... caí no chão, bêbado e dormindo.

Cansei de ficar tanto tempo sentindo saudades de alguém que conheci há um ano e meio atrás.

E o pior de tudo era que... a culpa havia sido minha.

xxx

- Takanori - ouvi a voz de alguém, e era bem familiar pra mim. Abri os olhos lentamente e senti meu corpo deitado em algo confortável. - Você se sente melhor?

- Onde é que eu tô...? - perguntei, tonto e meu estômago embrulhava.

- Em casa. - simplesmente respondeu. Era Aoi. - Sabe que não pode encher a cara desse jeito... você... você é sensível com bebidas, meu anjo. - e seus dedos acariciavam minha testa, separando os cabelos que ficavam sobre meu rosto.

Ele estava deitado ao meu lado e minha cabeça estava sobre o travesseiro.

- Eu não queria terminar um projeto chorando daquele jeito.

- Chorando? Como assim? - seu tom não havia sido tão doce antes.

Quer saber? Aoi sempre me dizia quando ficava chateado comigo, passando na minha cara que eu errei. Agora era a minha vez e ele teria de me ouvir.

- Eu não gosto quando você se enfia muito na casa do Uruha. - falei, me sentando sobre a cama e gemendo de dor. Ele logo se sentava, também, e um estava de frente para o outro. Minha cabeça latejava e coloquei a mão sobre ela.

- Cuidado, Ru-chan. - Aoi colocava sua palma sobre minha cabeça e retirei minha mão, ele logo acariciava meus cabelos, me fitando docemente e estávamos sérios. - Mas ele é meu amigo. E eu não reclamo das suas amizades.

- Yuu... é que ele te faz mais feliz que eu, e... isso me machuca.

O moreno deu uma risada tão alta que eu fiquei completamente confuso.

- Como assim? - e ele cessava o riso, mas ainda sorria. - Me explica direito, meu amor.

- Quando a gente briga, você vai sempre pra casa dele. - abaixei a cabeça. - Sei lá... vai que... vocês se apaixonam de novo?

Ele ria mais uma vez e rodava os olhos, logo bufando.

- Bobo, você. - e mordia o próprio lábio inferior. - Ele tem namorado, seu tonto.

Ele segurava meu queixo, erguendo meu rosto e pude fixar minhas íris nas dele carinhosamente.

- Mas e se ele não tivesse? - deixei uma lágrima escapar do meu rosto. Céus, eu nunca estive pior.

- Se ele não tivesse... hm... - ele fingia pensar algo, sorrindo docemente para mim. - Eu tenho e não vai mudar. Sabe, chibi, eu gosto da companhia do Uruha porque ele é como um irmão pra mim.

Fiz uma careta e comecei a chorar aos berros, o moreno logo me abraçando pela cintura e envolvi seu pescoço com meus braços num abraço apertado.

- Eu te amo, e eu só estava com saudades de você, do seu corpo... entende? - o moreno dizia, depositando um beijo em minha têmpora.

- Yuu, eu... eu não quero que pense que eu não te amo mais! Eu só estou todo atolado e não sei como lidar com isso! - e disse, desesperado e chorando mais ainda. - Eu quero que você tenha alguém inteligente ao seu lado, que compartilhe as mesmas coisas e... você sabe.

- Mas nós já compartilhamos as coisas, como a cama, por exemplo.

Sim, ele me arrancou um sorriso. Um sorriso bobo e feliz.

- Me prometa que não vai me deixar, nem por culpa do seminário? - perguntei, afastando meus braços de seu pescoço e ele ainda segurava minha cintura.

- Eu prometo, mas... só se prometer que vai relaxar antes da grande apresentação. - falou, me fitando e logo mordendo meu nariz de leve.

- Eu ainda tenho que terminar, falando nisso! Ai, como eu sou idiota!

- Eu terminei pra você quando o senhor aqui estava caído de bêbado na cama.

- O... o quê? Yuu, mas como?! - arregalei os olhos, surpreso. - Demoraria tempos pra escrever tudo e resumir, sabe? E tem a explicação e...

- Se esqueceu que eu também estudei lá? Eu sei preparar esse tipo de coisa e adiantei seu lado. Fiz uma folha com o que você pode explicar e é só ler lá na frente e debater. - falou, ainda sorrindo. - Não sou um bom namorado?

- É o melhor do mundo, isso sim. - respondi. - Ganhei na loteria quando te conheci.

- Não chibi - sussurrou no meu ouvido, mordiscando meu lóbulo e me fazendo arrepiar. Ele pegou no meu ponto fraco e eu sabia o que poderia acontecer. - Eu ganhei. Eu sou o sortudo aqui.

- E como conseguiu me socorrer? Você não tinha ido pra casa do Uruha? Ainda mais a essa hora, tão tarde, tão... noite.

- Eu não fui pra casa do Uruha. – respondeu, doce. – Eu fiquei encostado no poste e você nem me notou de tão bêbado que estava, e agora está aí, de porre. – e ele ria, me arrancando sorrisos e deitei minha cabeça em seu ombro.

- Você é um doce...

- Eu sei que sou.

Fechei os olhos, aproveitando o carinho e a nossa proximidade, cada segundo, cada centímetro.

E eu ganhei na loteria quando o conheci, vendo que valeu a pena largar meu ex-namorado só para me aprofundar numa paixonite que eu nem tinha certeza se duraria.

E estava durando.

Ainda me lembro de como nos conhecemos, perfeitamente, e de como ele tomou meus lábios pela primeira vez, em sua festa de formatura.

E, num ano, ele havia sido meu veterano. E então, além dos beijos quentes que tivemos, ele se declarou pra mim e tivemos nossa primeira vez. E logo me pediu em namoro e eu aceitei, apaixonado.

Eu investi em algo no qual eu não tinha certeza, mas hoje, é a maior certeza que eu tenho na vida — que ele era meu, só meu e eu era somente dele, apesar das brigas que tivemos e teremos.

Ele segurava carinhosamente minha mão, entrelaçando nossos dedos e meu coração batia fortemente, num ritmo acelerado em demasia, e pude sentir seu coração batendo tão intenso quanto o meu.

Eu o amava de verdade. E ele me amava do mesmo modo.

- Yuu...

- Sim, meu anjo?

- Eu te amo e... feliz um ano e seis meses, hoje.

- Eu também te amo e feliz um ano e seis meses, meu neném.

E, um relacionamento que durou há um bom tempo... eu sabia que era de verdade e seria impossível um viver longe do outro.

The seven things I like about you

Your hair, your eyes, your old Levi's

When we kiss I'm hypnotized

You make me laugh, you make me cry

But I guess that's both I'll have to buy

Your hand in mine when we intertwine

Everything’s alright

I wanna be with the one I know

And seventh thing I like most that you do...

You make me love you.

You do, oh.


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Notas finais do capítulo

Ma aoe, aoê QQQQ (?) SKDÇSDLKSLD Enfim, eu curti essa oneshot e estou homenageando a @laaarilari_ com ela. É, presente. *3*



Espero que tenham curtido, meu braço tá ruim, mas eu postei do fundo do meu kokoro ;;



E meell-chan, logo posto seu Reituki, ek. U.u qq



E, como ganhei uma super fic da mynameismayu, AxRu que vou gamar *-*, quero agradecer a ela carinhosamente pelo presente que, quando ela me contou no telefone, eu fiquei babando imaginando e logo ela posta. *-*



A música... meio óbvia de quem é, mas quem quiser... “Seven Things”, de Miley Cyrus e a adoro. *-*

É… título nada a ver com a fic… *se afoga* ;;



Reviews? çç



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