A Hora da Estrela escrita por Reky


Capítulo 1
O cãozinho e sua dona


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que gostem de AHE! Não pretendo que ela seja uma Fic longa, mas mesmo assim eu quero comentários, viram? (; Próximo capítulo somente com os ditos-cujos! Haha!

Beijos e boa leitura!



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         Já passava da meia noite quando a luz de uma varinha iluminou a figura encolhida atrás de uma armadura, em um dos corredores de Hogwarts. Mesmo com a posição desconfortável e o pouco espaço disponível entre a parte inferior da armadura e a parede, parecia que a garota se encontrava há mais de horas daquele jeito. Praticamente imóvel, com a respiração fraca e falhada e, de vez em quando, suas costas subiam e desciam com rapidez.

         Soluços, o garoto que segurava a varinha pensou. Aproximando-se mais da estranha figura, ele pôde distinguir os cabelos de um tom vivo de vermelho, quase vinho, e a estatura mediana da pessoa. Scorpius Malfoy teve de evitar revirar os olhos e cumprir seu dever como Monitor. Para tanto, com um leve aceno da varinha e um breve sussurro (‘nox’, ele havia dito), ele se agachou ao lado da garota e soltou um pesado suspiro.

         Então, Weasley? – Ele murmurou, passando os dedos longos por entre suas melenas louras. Quer conversar sobre isso?

         Apesar de ela não ter respondido verbalmente, ele conseguiu interpretar seu breve sacolejar de cabeça. Esperando ela se recompor, ele ouviu quando a respiração dela pôde ser ouvida com mais clareza e percebeu, então, que ela finalmente havia levantado a cabeça.

         Eu não entendo como os garotos conseguem ser tão babacas quando querem. Ela sussurrou, deixando um pequeno soluço escapar por entre seus lábios. Mesmo com toda a escuridão, Scorpius ainda podia ver os orbes azuis de Rose o encarando. Quero dizer, eles são tão confusos. Uma hora, parecem estar totalmente apaixonados por você; na outra, não te olham mais na cara!

         Ele não pôde deixar de rir brevemente.

         Você é ingênua demais, Weasley. Ele soltou aquele meio sorriso que já era mais do que conhecido para ela. Rose permaneceu quieta, sem se defender, querendo ouvir o que mais ele tinha para dizer. Se um cara não olha mais para você depois de todo o romantismo pelo qual vocês passaram no último mês, isso quer dizer que ou ele nunca esteve interessado verdadeiramente em você, ou você fez algo para aterrorizar o coitado.

         Mas eu não fiz nada! Rose exclamou, parecendo exasperada com a hipótese levantada pelo louro. Ele simplesmente está me ignorando de uns dias para cá!

         Fazer nada, Weasley, pode significar muitas coisas. Você não tem noção de quantas.

         Ela franziu o cenho, trazendo os joelhos para mais perto de seu peito.

         Não me recordo de ter feito algo para espantá-lo. Pelo menos, não desta vez. A grifinória suspirou, parecendo derrotada. Desistindo, ela acabou se levantando e batendo em suas vestes para retirar o pó delas. Acho que eu não sirvo para essa história de namoro...

         Scorpius soltou uma alta gargalhada.

         Weasley, quantos namorados você já teve, só neste ano? Ele perguntou, levantando uma sobrancelha mais do que inquisitória. Era quase irônica. Cinco? E nem estamos em dezembro!

         A ruiva corou.

         Não foram cinco! Ela reclamou, querendo gritar, mas sem realmente fazê-lo. Ela não queria que Filch ou Madame Nora viessem para checar se havia alguma coisa errada – como uma aluna que não era Monitora fora da cama. Foram apenas quatro, contando com Eric.

         O sonserino deu de ombros, fazendo um barulho estranho com a língua, quase como um estalo.

         Um a menos, tanto faz. A verdade é que você é uma grande conquistadora, Weasley.

         É, para não dizer outra coisa, você quer dizer. Ela lhe lançou um olhar gélido, como se quisesse petrificá-lo daquela forma.

         Você quem disse, não eu.

         Scorpius a guiou até o Salão Comunal da Grifinória, reacendendo sua varinha no meio do caminho. Foram em total e completo silêncio até um lugar próximo ao retrato da Mulher Gorda e estavam prestes a se despedir quando Rose decidiu falar.

         A verdade é que eu gostava mesmo do Eric. Ela abaixou os olhos, vestígios de lágrimas querendo escapar deles. Eu me sentia diferente com ele...

         Você sabe o que dizem, Novamente, Scorpius deu de ombros. Era uma mania que ele havia adquirido com o passar dos anos e uma forma de ele dizer “eu não me importo de verdade com isso, mas por desencargo de consciência...” Se não for para sempre não é amor. De qualquer forma, eu sempre duvidei que você teria um para sempre com aquele corvinal insuportável.

         Ela arqueou as sobrancelhas, voltando a olhar para ele. Toda a tristeza anterior tinha desaparecido misteriosamente.

         Você é um cretino, Malfoy. Rose balançou a cabeça negativamente, virando-se de costas para o sonserino. Mas é de grande ajuda. Muito obrigada.

         E ela se afastou dele, ficando cada vez menor e mais distante da luz que Scorpius exalava. Ele se virou e, novamente, murmurou um nox, rumando para sua própria Casa.

.

         Os encontros entre Scorpius Malfoy e Rose Weasley costumavam a ser sempre durante a noite, longe dos olhares dos outros estudantes e de seus olhares curiosos. Eles não eram amigos, muito embora também não fossem inimigos. Tudo era somente uma fachada que eles sustentavam desde seu Primeiro Ano para, pelo menos, contentar o lado paterno de suas famílias.

         Como Rose costumava pensar, Scorpius era algo semelhante a um conselheiro dela. Sempre que estava com problemas, fossem eles sobre garotos ou sobre a família ou escola, era só ela enviar um bilhete para ele durante a manhã que ele iria encontrá-la à noite, próxima à velha armadura.

         Ela quase não se recordava de como aqueles encontros haviam se iniciado, mas tinha quase certeza de que tinha algo haver com quando ela discutira com Albus, seu primo mais próximo e melhor amigo de Scorpius. Tinha sido por um motivo tão estúpido que ela nem mais se lembrava dele.

         Mas a verdade é que, apesar de manter essa relação inusitada com ele, ela havia se afeiçoado a ele. Não romanticamente, é claro. Mas mais como uma garotinha de sete anos se afeiçoa ao seu pequeno cachorro de estimação.

         Ela abriu um pequeno sorriso, enquanto subia as escadas para seu quarto. Scorpius Malfoy era um garoto peculiar cretino, grosseiro, metido e irônico; no entanto, também era uma ótima companhia quando ela precisava de alguém para reclamar dos meninos idiotas com quem namorava e, quando estava inspirado, dava uns conselhos relativamente bons.

         Vestiu seu pijama e deitou-se em sua confortável cama. Ela não sentia mais vontade de chorar; seu coração já não estava partido. Rose franziu o cenho. Na verdade, ela não tinha certeza se, em algum momento, ele estivera realmente partido ou se só fora a humilhação de ter sido dispensada de novo. Não conteve um arrepio ao pensar nisso.

         Malditos garotos bruxos... Sempre tão complicados!

         Então, ela virou-se na cama e permitiu que as estrelas lá de fora iluminassem seus sonhos.

.

         Uma semana depois, a cena se repetia. Rose encolhida atrás da armadura, os cabelos ao seu redor como uma nuvem vermelha, e as costas subindo e descendo de tempos em tempos. Scorpius sentou-se ao seu lado, mal acreditando no azar que tinha. Justo no dia em que ele estava mais cansado, por causa da prova de História da Magia!

         O que houve desta vez, Weasley? Ele sequer reprimiu a raiva e o cansaço de sua voz.

         Rose levantou seus olhos para ele.

         Eric terminou comigo de novo.

         Scorpius piscou.

         Mas ele não tinha terminado com você semana passada?

         Lágrimas começaram a jorrar dos olhos dela imediatamente após aquelas palavras.

         Seu insensível! Você não tinha que me lembrar disso! Ela corou, mais de raiva do que de vergonha e esfregou nervosamente o braço em seu rosto, fazendo-o ficar mais vermelho do que antes. Isso é tão humilhante! Ele terminou comigo duas vezes em duas semanas.

         Scorpius massageou suas próprias têmporas. Aquela ruiva só sabia lhe causar dor de cabeça, por Merlin!

         Eu não te entendo! Ele confessou, virando-se para ela. Você vive reclamando do amor, falando que é um desastre, que todos os meninos são uns babacas... Mas sempre corre atrás deles, feito uma cadelinha de madame no cio! Rose abriu a boca, formando um pequeno ‘o’, espantada com o que ele havia acabado de dizer. Certo, desculpe-me. Má analogia, eu sei. Mas o que eu estou tentando dizer, Weasley, é: por que todo esse trabalho, se não vale a pena?

         Ela se aprumou, parecendo não acreditar no que ele havia acabado de dizer. Será que não era óbvio?

         Mas é claro que vale a pena! O amor é a coisa mais linda e delicada que existe neste mundo! Ele é puro, e, como é dito na Bíblia dos trouxas: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha”. Eu... Procuro o amor. Para que eu possa sentir tudo isso...

         Sim, mas pelo jeito, até hoje não o encontrou.

         Ela balançou a cabeça.

         Não é que eu não o tenha encontrado... Eu só... Não me apaixonei ainda.

         Scorpius arqueou a sobrancelha, confuso.

         Não entendo. Você procura o amor, diz que já o encontrou... Mas, mesmo assim, diz que não está apaixonada?! Não acha que este papo está ficando confuso demais?

         Sinceramente? Não. Faz todo o sentido do mundo para mim. Ele fez um sinal, como se pedisse para que ela continuasse. Escute. Eu admito que não amei Eric. Para ser franca, nenhum dos garotos com quem namorei. Pelo menos, não de verdade. Mas eu amo minha família e meus amigos, mais do que tudo neste mundo. Mas eu definitivamente não estou apaixonada por eles. Seria minimamente estranho.

         O sonserino ficou em silêncio, como se assimilasse o que a garota havia acabado de lhe dizer. Então, se levantou mais silenciosamente ainda e começou a andar, parando próximo à esquina. Virou-se para ver Rose prostrada, pronta para levantar-se também, mas apenas fez um sinal com a varinha e tudo ficou escuro.

.

         Naquela noite, Rose voltou sozinha para a Sala Comunal da Grifinória. Ficou imaginando o que havia acontecido com Scorpius Malfoy para ele ter se comportado de uma maneira tão incomum para ele sem qualquer piadinha, sem ironia. Sem nada. Apenas um garoto comum e louro que a escutara, mas que não passava de uma mera sombra do que ele costumava ser.

         Quando foi se deitar em sua cama, Rose percebeu que as estrelas, naquela noite, estavam encobertas por uma espessa camada de nuvens negras que a impediram de sonhar com outra coisa que não fosse os orbes cinzentos de Scorpius Malfoy a encarando, antes de apagar a luz de sua varinha.

         A noite era tão escura quanto sua expressão naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Bem, este foi o primeiro capítulo! A parte entre aspas da fala da Rose se refere à parte bíblica intitulada "Coríntios 13". Eu me baseei no filme Um Amor Para Recordar nessa parte. Recomendo para quem não assistiu, é lindo demais!

Beijos e até a próxima!

Não se esqueçam dos comentários e deem uma olhada nas minhas outras Fics! (; UMA SEMANA PARA HARRY POTTER! Quem vai na estréia? o/



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