Tentei me vestir o mais rápido possível, por que Bobby não era muito de urgencias, o que me deixava com medo da bomba que viria. Kyle me olhava preocupado como se esperasse que eu começasse a gritar e desmaiar com os gritos,  mas haviam se cessado completamente naquela manha.

Eu era muito sortudo, meu namorado era o mais sexy que eu ja vira principalmente com aquela jaqueta de couro que o deixava robusto. Mordi o labio inferior e cheguei perto dele e lhe dei um beijo. Ele me abraçou do mesmo modo que antes, quase me jogou na cama se eu não o impedisse com uma só palavra:

- Bobby.

- Voce vai pensar logo nele enquanto nos vamos fazer - ele me deu um sorriso ironico, as vezes suas piadas eram horriveis, mas eu acabava rindo - Vamos.

- Vamos - eu dei um sorriso bobo. Pagamos a conta do quarto e eu senti aquele calafrio como se algo fosse ocorrer. As minhas premoniçoes pareciam estar piorando. Tá, vou contar. Uma semana atrás, eu tive um sonho muito estranho. Eu estava em um quarto de Motel. Kyle olhava para mim com um olhar de decepção. As paredes dos quartos estavam ensanguentada, Dean e Sam entraram no quarto e se assustaram quando me viram, como se eu me transformasse em algo.

Minha visão se tornou vermelha, meu coração batia mais rápido, eu sai correndo o mais rapido possível. Depois eu senti uma pontada no peito, um tiro. Caí no chão, queria ver quem atirou em mim, mas acordei assustado, desde então eu tenho certas visoes repentinas e as vezes escuto vozes.

Eu estava parado no meio do estacionamento e vi todos os carros vazios, sem ninguém e pessoas mortas. Kyle parara e se virara para mim. Ele correu, pois percebera que eu estava quase desmaiando.

- Está tudo bem? - ele perguntou, me abraçando.

- Morte. - eu consegui dizer - Vamos, não podemos perder tempo.

A viagem toda foi puro silencio. Meus olhos não conseguiam sair de Kyle. Minha cabeça doia um pouco e sempre se enchia com as mesmas perguntas O que acha que acontecerá se morrer? Ele se matará? Procurara outro? Vai mesmo deixá-lo, parecia que elas tinham vida propria, eu não queria pensar nelas, mas elas vinham de qualquer forma.

- O que há, Daniel? Voce não para de me olhar - ele me olhou rapidamente.

- É que voce é uma graça. - dei um sorriso, ele também - Falta muito para chegarmos? Sabe como é o Bobby. Ele parece que esquece da gente, mas quando liga temos que ir o mais rapido possível.

- Eu sei. Na verdade já chegamos - isso sempre acontece, eu fico parece que em transe quando estamos viajamos. - A casa dele tá uma bagunça. - ele dizia saindo do carro

- Como sabe?

- Olha, ali ta o carro do Dean e do Sam, mas eu não consigo ver nenhum lixo aqui para fora, ele não tirou o lixo. Tá tudo lá dentro. Igual das outras vezes que viemos - eu adoro o jeito como ele percebe cada detalhe.

- Então tá. Espero que não tenha nos chamado para limparmos a casa dele. - eu dei um riso abafado.

Fomos até a porta, a casa deveria estar horrível mesmo por que lá de dentro vinha um cheiro estranho de cerveja, pizza podre, tudo junto. Tocamos a campainha e um homem de cabelos negros, seus olhos eram de um azul claro penetrantes, estava com pouca barba o que deixava ele bonitinho. Ele usava um tipo de capa bege. Ele olhou para Kyle e murmurou:

- Entre. - depois olhou para mim e me abraçou, simplesmente me abraçou. - Eu não sabia que ia se tornar um caçador - eu estava assustado, nunca o vira na minha vida, eu acho.

- Me solta - eu disse, ele me soltou e entrei na casa, ele ainda me olhava - Quem é você? - entrei na sala de Bobby, Kyle já estava lá junto de Dean e Sam - Quem é o cara da porta? - ele apareceu na minha frente na mesma hora fazendo eu me assustar

- Não se lembra? - eu dei um passo para trás e de repente vi a minha vida passar todinha nos olhos do homem a minha frente - Se não se lembra, sou Castiel, um anjo se quer saber.

Um anjo? Eles existem? Tá, pergunta idiota ou não. O homem a minha frente poderia ser um louco ou um anjo o que me deixava meio pasmo com a segunda ideia.

- Castiel? Uma vez eu tive um amigo imaginário com esse nome? - uma lembrança veio na minha cabeça rapidamente

- Não era um amigo imaginário. Era o Cas. - disse Dean que se levantara do sofá.

- Espera, esse cara, que acabou de me abraçar repentinamente era meu amigo imaginario que desapareceu quando me tornei um wiccano. Aquele que sempre me ajudava em tudo. Olha... Anjos não existem, Dean! - eu olhei para ele e depois para o que se chamava Castiel - Isso é mentira de voces.

- Não é, Daniel. Você era aquela que eu tinha que cuidar quando voce era pequeno, entende?

- Como anjo... Da guarda? - eu estava gaguejando e isso não era legal

- Pode se chamar assim.

- Isso é ridiculo. Me chamaram aqui por isso para escutar o papo fiado de um louco. - eu olhei para Dean, o unico que podia entender, mas ele parecia dizer com o olhar que eu parecia louco. - Eu vou embora - fui me dirigindo a porta e Castiel apareceu na minha frente novamente, daquela vez eu não me assustei - Já que me protegia, por que quando eu pedia para parar com as vozes, voce nunca ajudou! - eu gritei tentando passar

- Daniel... - ele tentou me parar

- Você não é o Castiel, não se compara a ele! - eu gritei em sua cara, estava quase chorando me lembrando daquela época - Você me deixou aos meus dez anos, o pior ano da minha vida, quando eu só precisava de um ombro amigo. Você sabe o que aconteceu?

Ele não dizia nada.

- Daniel...

- Eu... Vi o meu cachorro morrer na minha frente, depois dias antes de eu me mudar eu vi ele voltar a vida e tentar me matar. Chorei tanto por isso. Encontrei o corpo de um homem morto da floresta. Ouvia gritos continuamente. Então resolvi me tornar wiccano e finalmente havia encontrado algo com que me apoiar - eu estava chorando continuamente.