A luz do Sol atravessava a janela do quarto. Estava dormindo tão bem. Desde que me tornei caçador, me sinto liberto e meio cansado. É como se cada passo meu, estivesse marcado, como se eu soubesse o que fazer. Eu me revirei na cama para olhar Kyle, mas ele não estava ali. Depois de alguns poucos minutos, senti alguém se sentar na cama, do lado para onde estava olhando.

- Quer café? - ele perguntou, era Kyle. Me sentei na cama e fiquei admirando ele. Kyle não era mais o mesmo, havia amadurecido. Seus olhos não eram de um amarelo frio e demoniaco, eles haviam se transformado em olhos cinzas, os mais lindos que eu já vira, seu cabelo era negro e bagunçado, não tinha mais aquele bronzeado, estava um pouco pálido, mas aquilo o deixava mais sexy, sem contar com seu sorriso que quase me tirava o folego. Vamos parar por aqui e começar a historia.

- Que pergunta! - eu dei um sorriso pegando o copo da sua mão - A noite de ontem foi agitada - olha, antes que pensem algo, levarem na malicia, fomos para este Motel, uma hora da madrugada, por que estavamos caçando. Não aconteceu nada, pelo menos ontem.

Eu me sentia completo e incompleto. Eu ainda não tenho a certeza do que sou, não absoluta, as vezes, quando estamos em algum bar eu acabo sentindo um pouco de atração por mulheres, mas o alvo de meus olhos é sempre Kyle. Talvez eu seja bi, não sei.

Olha, antes que eu diga mais algo e voces não entendam muito vou dar uma restrospectiva do que aconteceu nos ultimos tres meses. Estava ocorrendo rituais satanicos em minha antiga cidade, eu e meus amigos eramos culpados, conheci Sam e Dean, confrontei Azazel, descobri que o homem a minha frente fazia os rituais, fugi, confrontei este a minha frente e Azazel novamente, beijei Kyle, quase morri, voltei a vida e me transformei em caçador. Se passaram cerca de dois meses e meio que estou nessa de caçador.

Eu parei de beber o café e aquele mesmo ataque voltou.

- Tá escutando? - eu perguntei enquanto as vozes ficavam mais altas.

- Não - Kyle já sabia o que estava acontecendo. Minha cabeça se enchia de gritos angustiados, de dor, amor, morte. Era aquela mesma coisa de todas as manhas desde de ter voltado da morte como se estivessem me chamando, pedindo ajuda. Kyle pegou o café de minha mão e colocou no criado mudo.

Eu deitei tampando os ouvidos, tentando abafar os gritos, mas parecia pior. Kyle estava me olhando com aqueles olhos de puro sofrimento, eu não via, mas conseguia sentir seus olhos penetrantes em mim.

Kyle me agarrou fazendo com que eu me virasse para ele. Eu queria que parece. Bem longe dos gritos assustadores eu conseguia escutar os gritos de Kyle Daniel, acorde, por favor. Acorde os mesmos gritos da vez que eu estava morrendo.

Eu estava tremendo em seus braços. Ele me abraçou mais forte tentando me tranquilizar, seu peito quente me deixava seguro, então a unica coisa que poderia me tirar do tranze aconteceu, ele me deu um beijo. Os gritos foram se cessando como em todas as outras vezes. Nossos lábios se separaram e me rosto já estava molhado com minha lágrimas.

- Eu só quero que acabe

- Eu sei - sua voz era tranquilizadora

Acordei novamente ao lado de Kyle. Seu rosto era sereno, mas preocupado. As vozes, na verdade,k gritos vinham quase que diaramente e sempre que Kyle tentava me proteger com seus gritos, seus abraços e por fim um beijo, tudo terminava. Os gritos se cessavam e eu só podia escutar o meu choro abafado e Kyle dizendo que vai ficar tudo bem.

Meus olhos ainda estava meio úmidos.

O meu celular tocou me fazendo despertar por completo. Tocou Too litle too late da Jojo. Era Bobby. E com essa música, tinha algum problema que já faltava tempo para resolve-lo (É isso mesmo, Bobby tem cada telefone para nos avisar o que ocorria). Pequei o celular antes que Kyle acordasse, mas já era tarde.

- É... O Bobby. - ele murmurou parecendo cansado.

- Alô - eu parecia que estava rouco. - O que que tem de tão importante? - ele dizia palavras incompreensiveis. - Sabe que horas são? - eu perguntei - Onze! - eu me levantei rapidamente olhando para Kyle assutado. - Como assim urgente!?!? - e ele teminou a conversa com um Venha logo.

Havia alguma festinha para nós e era para irmos o mais rapido posssível.