Escondida na penumbra do grande quarto escuro,

Que há algumas horas era muito mais fácil

De enxergar informações, corres,

Que o mesmo tinha.

Mas eles ainda permaneciam lá.

Imperceptíveis aos olhos humanos. Os meus.

No escuro me sinto completa.

NO escuro eu posso ser eu mesma,

Ninguém me repara,

Tanto faz que cor tem, a minha aparência...

A abstinência de cor me traz conforto.

A luz agora não cega meus olhos,

Não queima minha pele.

Apenas o conforto frio da noite.

Levanto-me, e vou até a balaustrada da varanda.

O vento frio e cortante assoviava na minha direção.

A única fonte de claridade era a solitária lua cheia que brilhava no céu.

Um gato preto miava no muro,

Sozinho.

Todos eles sozinhos.

Será que alguém compartilha a Escuridão?

Ou é a Escuridão que é seu parceiro?

Com ele, eu divido minhas magoas,

Inseguranças, medos, paixões...

E ele sempre me acolhe por completo,

Envolvendo-me também em sua triste busca pela compreensão.

Será que algum dia, eu irei encontrar alguém,

Para dividir a Escuridão comigo?

E você, Escuridão, sentiria ciúmes se eu convidasse.

Alguém para se juntar a nós?