O Sonho do Ilusionista. escrita por nobody, Yabi


Capítulo 1
Oneshot.


Notas iniciais do capítulo

Bem, primeiro gostaria de que todos soubessem que me baseei num jogo, e por isso quero que carreguem, e leiam a fic com sua música de fundo: http://armorgames.com/play/6447/the-illusionists-dream

Está é minha primeira oneshot. Sério, então espero que gostem, porque eu não sou experiente no assunto.
A história é um drama básico, espero que as pessoas gostem. :3
Sem fins lucrativos, apenas para o divertimento das garotas. rs
E a coautora me deu a idéia, então o nome dela esta ali (bs)

Espero que gostem, beijos.



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O novo amanhã era sempre doloroso. Acordar. E sentir que ela já não estava a seu lado. Sua vontade era de ficar na cama, para sempre. As álgidas noites eram as piores, Edward não parava de se contorcer, em meio aos lençóis em que um dia ela já se deitara. Não conseguia viver sem ela, sem ela não havia ar, não havia amor, não havia vida.

O que fazer? O sedentarismo aos poucos o consumia, a anemia estava explicita em suas olheiras, ou em seus braços semi anoréxicos. Em seus armários o pó esvanecia, os poucos e singelos potes continham nada mais do que restos, há dias ele não virá um banho, e há meses não saia de casa. Estava morrendo aos poucos, e sabia disso.

As pessoas na cidade o viam como um lunático, desde que aquilo aconteceu. Havia parado de se apresentar no pequeno e áureo teatro, que mais parecia um local abandonado, carregado de guardar uma triste história, sem final feliz. Ninguém podia culpar-lo, ela havia sido sua vida, uma razão para tornar-lo uma pessoa melhor. O amor não é culpa de ninguém, simplesmente acontece, e faz as pessoas irem à loucura.

No inicio, quando a pequena cidade de Forks estava se construindo, com poucos trabalhadores e habitantes, ele se mudou com seu pai. Um garoto rico, que sempre fora muito mimado. O pai, um homem hostil e sem coração, cresceu sem dar atenção ao pobre, que aprendeu seus conceitos com si próprio, e até um meio de passar o tempo em que ficava sozinho na enorme mansão.

Ilusão. Era incrível ver o que objetos simples poderiam fazer, um grande truque, com coisas simples e movimentos rápidos. O garoto realmente tinha talento, conseguia com apenas gelo seco, água e uma pomba, fazer com que sumisse, deixando o animal em seu lugar, dando a impressão de que havia se transformado em um ser puro e ingênuo, assustando e maravilhando as pessoas. Começou se apresentando aos empregados, que adoravam ver o que o menino podia fazer. Depois o garoto quis se mostrar ao pai, que felizmente viu talento em Edward, e o mandou a escola de teatro, onde estudou seis anos de sua vida.

Já formado, o jovem se tornou um ser arrogante, sem compaixão ao próximo, igual ao pai. O teatro fora totalmente financiado por seu dependente, e desde que havia sido montado, não parava de atrair mais e mais gente, com seus truques originais e espantosos, maravilhando o publico de condes e burgueses.

Quando fez 17, Edward decidiu que já era hora de se mudar da casa dos pais, e começar a viver por si próprio. Sua nova moradia era um apartamento na parte leste da cidade, que nesta época, já estava bastante formada. Seu pai estava com uma doença terminal, e havia decidido passar o resto de sua vida viajando. Sempre que voltava, trazia um presente novo para seu único filho. Jóias, tecidos, chocolate... Os mais diversos presentes. Porem, em uma viajem a Alemanha, ele trouxe algo diferente... Algo como... Uma garota. Seu nome era Bella, que tinha vestes maltrapilhas, e uma boca suja, machucada e ferida por pequenos cortes. Quando ele a entregou a Edward, ainda acorrentada e anêmica, ele a desprezou, tentou recusar, porem seu pai ameaçou entregar-lá ao bordel da cidade, e então ele a acolheu, segurando a garota que mal conseguia se manter de pé, e levando-a a sua nova casa.

Nos primeiros dias, ele a alimentou, e lhe comprou algumas roupas. Percebendo que a jovem era muito bonita, sem aquele rosto machucado e as vestes rasgadas. Porem eles não se falavam, às vezes trocavam olhares, como dois desconhecidos, o que realmente eram. Mas nunca palavras.

Edward não tinha coragem para tentar abusar da moça, nem obrigar-lá a acarretar com os serviços domésticos. Ela arrumava a casa diariamente, sem ordens ou mandados, e ele a ajudava sempre que podia. Um dia, no jantar, o silencio predominava na sala em que se encontravam, era tanto que até ouviam a comida se fundir aos dentes um do outro. Ele não agüentou, precisava de uma conversa, ou alguma forma de comunicação que quebrasse o momento constrangedor. Falou.

-“Adorei a comida”. – Ele a olhou, pegando um pedaço de frango com as mãos e enfiando na boca.

-“Obrigada, aprendi a cozinhar com minha mãe”. – Mesmo parecendo uma selvagem, a garota tinha um garbo esplendido.

-“E onde está sua mãe?” – Disse num tom sarcástico.

-“Morta”. – Bella baixou a cabeça, saindo da mesa logo em seguida. Edward a seguiu.

-“Me... Me desculpe”.

-“Está tudo bem, você já foi muito gentil em deixar eu ficar na sua casa...”

-“Não seja estúpida, e eu deixaria uma mulher se tornar uma vagabunda num bordel? Ainda tenho meus modos cavalheiros”. – Seu tom arrogante a fez sair novamente, e se deitar ao chão da sala, onde ficavam seus lençóis e travesseiros. Encolhendo se em meio as cobertas, evitando a conversa. Ele também se dirigiu a seus aposentos, e dormiu.

No dia seguinte, ele a prometeu, como pedido de desculpas, que a levaria no teatro, e a faria sua assistente, ensinando-lhe os truques e a tornando sua cúmplice. Ela sorridente e sem jeito, aceitou, dando-lhe um abraço impulsionado, pedindo desculpas logo em seguida.

E assim aconteceu, os dois se apresentavam no teatro, atraindo cada vez mais pessoas ricas e influentes, o teatro estava ficando famoso, e um sentimento estranho surgia entre os dois. A cada espetáculo que ele fazia a seu lado, se sentia mais completo, mais feliz. ..E isso fazia os show ficarem cada vez mais bonitos, feitos com muita dedicação.

Um dia, enquanto Edward se dirigia a seus aposentos, viu Bella deitada a varanda, olhando atentadamente o céu. Ele se deitou a seu lado, tentando ver o que deixava a menina tão entretida, quando perguntou, está respondeu:

“Eu queria ser uma estrela, sabe? Ficar no céu, sem dor nem angustia, apenas lá no alto, pura e divina, brilhando e proporcionando noites românticas a luz do luar... As estrelas contam histórias, mas nos nunca saberemos revelar seus marcos... Se você for uma pessoa boa, Edward... Um dia virará uma estrela. Tenho certeza de que toda a minha família está lá, olhando para mim, e vendo o quanto sofri neste mundo onde inocentes tem seu sangue derramado pelos maus poderosos.” - Edward notou uma lágrima escorrendo de sua face.

“Sabe... No dia em que todos morreram, e eu fui capturada, não me mataram por... Por conta de uma escolha.” - A cada palavra, sua voz ficava mais chorosa, transparecendo a tristeza e o peso de sua alma.

“O soldado apontou a arma para a cabeça de meu pai e atirou, depois de minha mãe, minha irmã... Meus tios, todos. E eu não morri, você sabe? Por conta de um mero capricho do soldado... Acho que seria bem melhor se ele tivesse me matado de uma vez”. – As lagrimas escorriam por sua face, e ela não se esforçava em conter. Edward a abraçou, colocando sua cabeça em seu peito.

“Não diga isso... Se você está viva é porque ainda tem algo a fazer durante seu caminho nesta terra...” - Ela continuou chorando, até lentamente adormecer em seus braços, coberta de lagrimas secas e atonia. Neste dia ele a colocou na cama, dormindo entre os confortáveis colchões a seu lado.

Depois disso, eles passaram a conversar mais, tornando-se amigos. Edward então soube que Bella não era de origem humilde, e sim herdeira de bens valiosíssimos, porem era Judia, e teve a família cassada e morta durante o período nazista. Sendo comprada e contrabandeada felizmente pelo pai de Edward, que a salvou das terríveis zonas de concentração. Com os meses se passando, eles também se uniram mais, passando até a dormir na mesma cama, e inovando nos truques, sempre inventando algo novo e de impacto maior no publico.

Num dia, após uma rendosa apresentação onde lotará as poltronas do local, Edward e Bella comemoraram bebendo em taças de cristal, rindo e cantando músicas da época, enquanto comiam chocolates suíços, tragos pelo pai de Edward em sua última viagem. O clima estava agradável, não estava tão álgido quanto costumava ser, e nem tão seco. Estava na medida certa, sem mais nem menos.

Em meio a tanta euforia em seu apartamento, Bella acabou se descuidado com alguns objetos jogados ao chão, e acabou caindo em cima de Edward, fazendo seus olhares se encontrar, e resultando num demorado beijo, que os fez se recuarem, e culparem a embriaguez logo em seguida. Mas Edward estava quase sóbrio, havia feito de propósito. A garota o deixara fascinado, e agora ele estava apaixonado.

Após muitas noites depois do ocorrido, formava se uma paixão incontrolável em Edward, que não se conteve, e contou tudo a Bella, esperando uma reação aversiva. Porem o que ela fez tão inesperado que ele nem se preparou, ela apenas encostou seus lábios nos dele, formando um beijo ardente e apaixonado, indicando o que sentiam um pelo outro, amor repentino.

Dias felizes foi o que viveram juntos, e foi bom enquanto durou. Após meses, ele a pediu em casamento, e ela aceitou, se sentindo a garota mais sortuda do mundo. Porem, tudo que é bom não dura, e passados alguns anos, Bella adoeceu, deixando Edward tão preocupado que o fez ir em uma viajem pelo mundo, tentando buscar a cura para sua amada; entretanto o tempo não estava a seu favor, e quando o homem voltou a Forks, ela já estava em situação precária, falecendo alguns poucos dias depois.

E Foi assim que tudo começou. O rapaz só conseguia dormir com remédios, e depois nem os remédios pareciam ter efeito, ele não queria a vida, e passara muito tempo pensando em como poderia acabar com ela, se juntando a sua amada Bella. Despediu todos os empregados, e não tinha mais asseio, para ele, sua vida terminará no segundo em que Bella parou de respirar.

Em uma noite ungida, Edward tomou seus remédios, e olhando para o céu, adormeceu ao chão da sala, sem dificuldades devido a exaustão. A insônia parecia ter melhorado, naquela noite.

Lucidez, foi o que ele pensou sentir, de - repente Edward se viu em um lugar novo, totalmente diferente, nunca estivera ali antes, mas a sensação era de que conhecia o lugar como a palma de sua mão. Aquilo parecia um sonho doce, ingênuo... Finalmente sentia o peso que abrigava sua alma se demasiar em meio ao ar puro e quente do lugar. O cenário era abstrato e surreal, mudando constantemente a medida que ele se movia.

No chão havia uma grama verde e saudável, e do céu alaranjado começavam a cair pequenos pingos de uma chuva refrescante; A sensação era de flutuar, ainda mais porque sentia a presença dela ali.

“Edward” – Uma voz melódica o chamava, e ele a seguiu, concentrado em seu tom, sabia que aquela linda voz pertencia a ninguém menos do que Bella. Nunca esquecera nada dela, seus pertences foram guardados com todo carinho num baú folheado a ouro branco.

Ele continuou correndo por todos os lados atrás de sua presença, porem, para sua infelicidade, não a encontrou. Apenas achou um vestígio quase esquecido. Uma entrada para o magnífico show do “ilusionista”, um pouco rasgado e amarelado, devido a ação do tempo.

Entretanto, não era um convite comum. Havia um texto escrito com uma letra rubra, e a caligrafia de Bella. Nele se lia:

“Você não vai me encontrar, meu amor,

Encare seus demônios, e queime-os.

Eu sempre estarei com você, mas para admirar minha presença,

Você precisa me deixar ir.”

A mensagem o deixou aturdido, pensativo, porem ouviu a voz outra vez, e jogou o pedaço de papel no chão, que se desmaterializou logo em seguida.

“Edward” - Ele seguiu a voz novamente, até que chegou a margem de uma floresta fechada, contrastada em meio as cores vivas e claras do lugar. Não hesitou em entrar, era dali que vinha a voz. Ele seguiu em meio as arvores e hibiscos, até que a voz foi ficando mais e mais alta, sinal de que estava se aproximando.

A cada passo que dava, a voz ficava mais bonita, era como se aquele som o hipnotizasse, e o fizesse uma mariposa no escuro, que tentasse de todas as maneiras encontrar a luz, e sobreviver. E a luz apareceu. Era uma enorme clareira, com um brilho tão intenso que ofuscava sua visão, o deixando sem a visão do ambiente que o rodeava.

Com a mão sobre os olhos, ele espiou entre a fenda de seus dedos, e percebera que a luz já se apagara, e agora estava reduzida a uma mera luz fraca, que pendia ao alto, ígnea.

Observou o local em que agora estava. Não era a floresta, não haviam arvores ou arbustos, mesas, estantes, quadros... Sim, era sua casa. Mas o que estava fazendo ali?

Olhou uma vez, depois outra, era mesmo sua casa, porem algo estava diferente; Ela estava limpa, e nos armários não havia pó, apenas suprimentos e vinhos tintos, como era há alguns meses atrás.

“Bella!” – Ele a chamou, não houve resposta. Lagrimas pendiam em sua face, e então ele se sentiu sozinho novamente. Lembrando-se de todos os momentos com Bella, desde que a havia “ganhado”. Seu primeiro e marcante beijo, o casamento, as noite a seu lado no teatro. Tudo fora muito bom, mas tudo que e bom um dia acaba. E para ele havia acabado há muito tempo.

O pobre se ajoelhou ao chão. Uma dor insuportável começava em seu coração, uma dor que nunca se cicatrizara. Desde que sua amava havia falecido, não havia mais vida. Apenas um corpo com uma alma vazia, e um coração retalhado.

Sua voz. Ele a ouviu mais uma vez. Porem não era longe, fora da vista. Era bem mais perto. Como se o som viesse dele mesmo. O mesmo som que o animava, e o fazia esquecer por pelo menos alguns minutos de que ela havia partido, e não iria voltar.

Abriu os olhos, não havia casa. Um imenso espaço de alvura imaculada agora se fazia o cenário. Uma mão enconstou se a sua, e o levantou, o fazendo ficar cara a cara com uma linda garota de cabelos acaju, e lábios escarlate. Bella.

“Meu amor...” - O coração de Edward batia incontrolavelmente, porem a expressão da garota era apática.

“Entenda, Edward. Eu morri, e nada me trará de volta. Mesmo se conseguir, reanimara meu corpo, e não minha alma. Você deve aceitar minha morte, e continuar com sua vida, só assim eu poderei ser liberta.” – Suas palavras soavam um tanto doloridas em Edward, que a fitava atônito.

“Seu amor por mim é de grande tamanho, disso eu não duvido. Mas sua obsessão está me mantendo aqui. Você precisa continuar a sua vida, para que eu possa continuar a minha, em um lugar melhor, entende isso?”.

“Não tenha medo, a morte veio para mim, como vem para todos. Não é justo comigo, e não é justo com você, acabar morrendo por isso, você entende? Viva feliz, e algum dia nos encontraremos, e passaremos a eternidade juntos...” - Ela curvou os lábios, e deixou a mostra seu lindo sorriso, que sempre encantava Edward. A dor em seu peito não sedava. Era como se suas doces palavras fossem tiros em seu coração, paralisando-o, e o deixando sem palavras.

“Agora preciso que volte, e conserte tudo por mim”... – Bella tocou seus lábios aos dele, e então ele acordou, em casa. As janelas deixavam que o brilho alaranjado dos postes incandescestes entrasse, e iluminasse os cômodos cobertos pelo pó.

Edward então tomou um banho, vestiu se formalmente, e se dirigiu ao teatro, visando uma noite tão maravilhosa quanto era há meses atrás. Passando por uma rua movimentada, ele esbarrou em uma bela moça carregando uma jarra, que descuidando se molhou sua roupa, e insistiu para que o jovem aceitasse um pedido de desculpas, formalmente, em sua casa. De cima, alguém os observava, uma estrela recente, tão bela e de brilho tão intenso que se destacava em meio a tantos outros pontos brilhantes. Finalmente ela podia brilhar em paz, sem dores ou magoas, apenas ali, no alto, tornando a noite mais romântica...

Stay alone in my room

Fico só em meu quarto

Every moment passing too soon

Cada momento passando tão rápido

Watch the candles burn into the night

Assistindo as velas queimarem durante a noite

Fall into a dream

Caio em um sonho

Wake up and everything’s the same

Acordo e é tudo a mesma coisa

A second older but alone just like a child

Segundos mais velha mas sozinha como uma criança

If you just give me a sign

Se você me der apenas um sinal

To live and not to die

Para viver e não morrer

Then i could see a little light

Então eu poderia ver um pouco de luz

I could find some piece of mind

Eu poderia achar paz de espírito

I don´t know where you are

Eu não sei onde você está

Maybe near or maybe far

Talvez perto ou talvez longe

I just need a little light

Eu apenas preciso de um pouco de luz


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Notas finais do capítulo

Gostou? Não? Mande reviews, faz bem ao coração do autor.

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